Médiuns
e Mediunidades
O
que é Médium
"159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes ou psicógrafos."
(O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - Cap. XIV)
"Médium quer dizer medianeiro, intermediário. Mediunidade é a faculdade
humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos."
(Mediunidade - J. Herculano Pires - Cap. I)
"O médium é
exatamente aquele indivíduo que tem a possibilidade de propiciar a comunicação
dos mortos com os vivos. Não se trata de alguém dotado de poderes milagrosos,
não! Nem de alguém atuado pelo demônio! Tampouco alguém que sofra das
faculdade mentais. Não, nada disto. Apenas tem a condição de permitir o
intercâmbio entre a Humanidade desencarnada e a encarnada. Mediunidade, acima
de tudo, é uma ferramenta de trabalho, para consolar os que sofrem, para
esclarecer os que se debatem nas trevas, quer sejam encarnados ou desencarnados.
Na acepção mais ampla do termo, todos somos médiuns pois todos estamos
sujeitos à influência dos Espíritos. Uns mais, outros menos. No entanto, há
pessoas que apresentam esta faculdade em grau mais acentuado; nelas o fenômeno
se faz mais patente, mais evidenciado. São aquelas pessoas que vêem os Espíritos,
ouvem as suas vozes, dando-nos os seus recados e mensagens..."
(A Obsessão e seu Tratamento Espírita - Celso Martins - Pag. 39)
"Os médiuns,
em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são
almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso
das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e
ilimitadas responsabilidade, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito,
muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos.
Quase sempre, são espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do
poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe
terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que
desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas
arrependidas, que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam,
reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de
criminosas arbitrariedades e de condenável insânia."
(Pérolas do Além - Chico Xavier - FEB - Pag. 155)
"Ser médium
não quer dizer que a alma esteja agraciada por privilégios ou conquistas
feitas. Muitas vezes, é possível encontrar pessoas altamente favorecidas com o
dom da mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinqüentes,
com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação,
em vez de cooperarem na extensão do bem. Por isso é que não basta a
mediunidade para a concretização dos serviços que nos competem. Precisamos da
Doutrina do Espiritismo, do Cristianismo puro, a fim de controlar a energia
medianímica, de maneira a mobilizá-la em favor da sublimação espiritual na fé
religiosa, tanto quanto disciplinamos a eletricidade, a benefício do conforto
na Civilização."
(Pérolas do Além - Chico Xavier - FEB - Pag. 157)
O Que é Mediunidade
"Chama-se mediunidade o conjunto de faculdades que permitem ao ser humano comunicar-se com o mundo invisível."
(Pérolas do Além - Chico Xavier - FEB - Pag. 155)
Espíritos
e Médiuns – Léon Denis Cap. III
382. Qual a verdadeira definição da mediunidade?
- "A mediunidade é aquela
luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos
tempos do Consolador, atualmente em curso da Terra.
A missão mediúnica, se tem os seus percalços e as suas lutas dolorosas, é
uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por
Deus aos seus filhos misérrimos.
Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio
da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena,
enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência,
sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória
pela face do mundo."
(O Consolador - Emmanuel - Pergunta 382)
"Para
conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da Natureza
material, outorgou Deus ao homem a vista corpórea, os sentidos e instrumentos
especiais. Com o telescópio, ele mergulha o olhar nas profundezas do espaço,
e, com o microscópio, descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para
penetrar no mundo invisível, deu-lhe a mediunidade."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Cap. XXVIII, nº 9)
"Mediunidade,
pois, é meio de comunicação entre o mundo espiritual e o mundo físico.
Convivência e intercâmbio.
Desenvolvimento e aplicação das potencialidades divinas. "Vós sois
Deuses, disse Jesus"."
(Mediunidade e Evolução - Martins Peralva - Cap. 2)
"Mediunidade,
em termos gerais, é oportunidade para que o Espírito se reabilite de enganos
do pretérito.
Poucos médiuns - muito pouco mesmo - são missionários.
A maioria, constituída de almas que faliram, estão tentando subir o monte da
redenção, pelo trabalho mediúnico, sustentada na oração."
(Mediunidade e Evolução - Martins Peralva - Pag. 92)
"Mediunidade, em boa sinonímia, é, sobretudo, sintonia, afinidade."
(Emmanuel)
Todos Nós Somos Médiuns?
"A mediunidade não é exclusiva dos chamados "médiuns". Todas as criaturas a possuem, porquanto significa percepção espiritual, que deve ser incentivada em nós mesmos. Não bastará, entretanto, perceber. É imprescindível santificar essa faculdade, convertendo-a no ministério ativo do bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes da verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organização universal se baseia em vibrações puras."
(Pérolas do Além - Chico Xavier - FEB - Pag. 149)
383. É
justo considerarmos todos os homens como médiuns?
- "Todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos."
(O Consolador - Emmanuel - Pergunta 383)
"33. Médiuns
são pessoas aptas a sentir a influência dos Espíritos e a transmitir os
pensamentos destes. Toda pessoa que, num grau qualquer, experimente a influência
dos Espíritos é, por esse simples fato, médium. Essa faculdade é inerente ao
homem e, por conseguinte, não constitui privilégio exclusivo, donde se segue
que poucos são os que não possuam um rudimento de tal faculdade. Pode-se,
pois, dizer que toda gente, mais ou menos, é médium. Contudo, segundo o uso,
esse qualificativo só se aplica àqueles em quem a faculdade mediúnica se
manifesta por efeitos ostensivos, de certa intensidade."
(Obras Póstumas - Allan Kardec - FEB - Pag. 57)
"A maioria
dos homens habituou-se a crer que médium só o é aquele que, em mesa específica
de trabalhos mediúnicos, psicografia ou fala, ouve ou vê os Espíritos, alivia
ou cura os enfermos.
O pensamento geral,
erroneamente, difundido além-fronteiras do Espiritismo, é de que médium
somente o é aquele que dá passividade aos desencarnados, oferecendo-lhes a
organização medianímica para a transmissão da palavra falada ou escrita.
Em verdade, porém, médiuns somos todos nós que registramos, consciente ou
inconscientemente, idéias e sugestões dos Espíritos, externando-as, muita
vez, como se fossem nossas."
(Mediunidade e Evolução - Martins Peralva - Cap. 7)
2ª. Sempre se há
dito que a mediunidade é um dom de Deus, uma graça, um favor. Por que, estão,
não constitui privilégio dos homens de bem e por que se vêem pessoas indignas
que a possuem no mais alto grau e que dela usam mal?
"Todas as faculdades são favores pelos quais deve a criatura render graças a Deus, pois que homens há privados delas. Poderias igualmente perguntar por que concede Deus vista magnífica a malfeitores, destreza a gatunos, eloqüência aos que dela se servem para dizer coisas nocivas. O mesmo se dá com a mediunidade. Se há pessoas indignas que a possuem, é que disso precisam mais do que as outras, para se melhorarem. Pensas que Deus recusa meios de salvação aos culpados? Ao contrário, multiplica-os no caminho que eles percorrem; põe-nos nas mãos deles. Cabe-lhes aproveitá-los. Judas, o traidor, não fez milagres e não curou doentes, como apóstolo? Deus permitiu que ele tivesse esse dom, para mais odiosa tornar aos seus próprios olhos a traição que praticou."
(O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - Cap. XX)
"Há quem se
admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas,
capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que tão preciosa faculdade deverá ser
atributo exclusivo dos de maior merecimento.
Digamos, antes de
tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que
qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora, nenhuma
há de que o homem, por efeito do seu livre-arbítrio, não possa abusar, e se
Deus não houvesse concedido, por exemplo, a palavra senão aos incapazes de
proferirem coisas más, maior seria o número dos mudos do que o dos que falam.
Deus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não
deixa de punir o que delas abusa.
Se só aos mais
dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria
pretendê-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A
mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam
trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como
ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. Não
são estes últimos os doentes que necessitam de médico? Por que o privaria
Deus, que não quer a morte do pecador, do socorro que o pode arrancar ao
lameiro? Os bons Espíritos lhe vêm em auxílio e seus conselhos, dados
diretamente, são de natureza a impressioná-lo de modo mais vivo, do que se os
recebesse indiretamente."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Cap. XXIV)
"O surgimento da faculdade
mediúnica não depende de lugar, idade, condição social ou sexo.
Pode surgir na infância, adolescência ou juventude, na idade madura ou na
velhice.
Pode revelar-se no Centro Espírita, em casa, em templos de quaisquer denominações
religiosas, no materialista.
Os
sintomas que anunciam a mediunidade variam ao infinito.
Reações emocionais insólitas.
Sensação de enfermidade, só aparente.
Calafrios e mal-estar.
Irritações estranhas.
Algumas vezes, aparece sem qualquer sintoma. Espontânea. Exuberante.
Um botão de rosa (a figura é de Emmanuel) que desabrocha para, no encanto e no
perfume de uma rosa, embelezar a vida.
Desabrochando, naturalmente, a mediunidade é esse botão, tendo por jardineiro
o Espiritismo, que cuidará de seu crescimento."
(Mediunidade e Evolução - Martins Peralva - Cap. 3)
Mediunidade é Sintonia
"Mediunidade é sintonia e filtragem. Cada Espírito vive entre as forças com as quais se combina, transmitindo-as segundo as concepções que lhe caracterizam o modo de ser."
(Pérolas do Além - Chico Xavier - Pag. 153)
"As bases de
todos os serviços de intercâmbio, entre os desencarnados e encarnados,
repousam na mente, não obstante as possibilidades de fenômenos naturais, no
campo da matéria densa, levados a efeito por entidades menos evoluídas ou
extremamente consagradas à caridade sacrificial.
De qualquer modo,
porém, é no mundo mental que se processa a gênese de todos os trabalhos da
comunhão de espírito a espírito.
Precisamos
compreender - repetimos - que os nossos pensamentos são forças, imagens,
coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual.
Atraímos
companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas idéias,
aspirações, invocações e apelos.
Energia viva, o
pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou
formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa
atuação ou recebemos a atuação dos outros.
Nosso êxito ou
fracasso dependem da persistência ou da fé com que nos consagramos mentalmente
aos objetivos que nos propomos alcançar.
Semelhante lei de
reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida.
Comunicar-nos-emos
com as entidades e núcleos de pensamentos, com os quais nos colocamos em
sintonia.
Na mediunidade,
essas leis se expressam, ativas.
Mentes enfermiças
e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto
que a boa-vontade e a boa intenção acumulam os valores do bem.
Ninguém está só.
Cada criatura
recebe de acordo com aquilo que dá.
Cada alma vive no
clima espiritual que elegeu, procurando o tipo de experiência em que situa a própria
felicidade.
Estejamos, assim,
convictos de que os nossos companheiros na Terra ou no Além são aqueles que
escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmo porque, segundo o
antigo ensinamento evangélico, "teremos nosso tesouro onde colocarmos o
coração"."
(Roteiro - Emmanuel - Pag. 121)
>
"Influem os
Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
Muito mais do que
imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos
dirigem."
(O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Perg. 459)
"A assertiva
dos Espíritos a Allan Kardec demonstra que, na maioria das vezes, estamos todos
nós - encarnados - agindo sob a influência de entidades espirituais que se
afinam com o nosso modo de pensar e de ser, ou em cujas faixas vibratórias
respiramos.
I sto não nos deve
causar admiração, pois se analisarmos a questão sob o aspecto puramente
terrestre chegaremos à conclusão de que vivemos em permanente sintonia com as
pessoas que nos rodeiam, familiares ou não, das quais recebemos influenciações
através das idéias que exteriorizam, dos exemplos que nos são dados, e também
que influenciamos com a nossa personalidade e pontos de vista.
Quando acontece de
não conseguirmos exercer influência sobre alguém de nosso convívio e que
desejamos aja sob o nosso prisma pessoal, via de regra tentamos por todos os
meios convencê-lo com argumentos persuasivos de deferente intensidade, a fim de
lograrmos o nosso intento.
Natural, portanto,
ocorra o mesmo com os habitantes do mundo espiritual, já que são eles os seres
humanos desencarnados, não tendo mudado, pelo simples fato de deixarem o invólucro
carnal, a sua maneira de pensar e as características da sua personalidade.
Assim, vamos
encontrar desde a atuação benéfica de Benfeitores a amigos espirituais, que
buscam encaminhar-nos para o bem, até os familiares que, vencendo o túmulo,
desejam prosseguir gerindo os membros do seu clã familial, seja com bons ou
maus intentos, bem como aqueles outros a quem prejudicamos com atos de maior ou
menor gravidade, nesta ou em anteriores reencarnações, e que nos procuram, no
tempo e no espaço, para cobrar a dívida que contraímos.
Por sua vez, os
que estão no plano extrafísico também se acham passíveis das mesmas
influenciações, partidas de mentes que lhes compartilham o modo de pensar, ou
de outras que se situam em planos superiores, e, no caso de serem ainda de evolução
mediana ou inferior, de desafetos, de seres que se buscam intensamente pelo
pensamento, num conúbio de vibrações e sentimentos incessantes. Essa permuta
é contínua e cabe a cada indivíduo escolher, optar pela onda mental com que
irá sintonizar.
Portanto, a
resposta dos Espíritos a Kardec nos dá uma noção exata do intercâmbio
existente entre os seres humanos, seja ele inconsciente ou não, mas, de
qualquer modo, real e constante."
(Obsessão/Desobsessão - Suely Caldas Schubert - Cap. 1)>
"Nosso Espírito
residirá onde projetarmos nossos pensamentos, alicerces vivos do bem e do mal.
Por isto mesmo, dizia Paulo, sabiamente: - "Pensai nas coisas que são de
cima"."
(Palavras de Emmanuel - Chico Xavier - Pag. 148)
Comunicação Entre o Mundo Material e Espiritual
"Os Espíritos vivem, ora na Terra, encarnados, ora no espaço,
desencarnados, mas, os interesses recíprocos, de toda ordem, que os unem, fazem
com que se comuniquem, embora situados em planos diferentes de vibração, por
meio da mediunidade, faculdade orgânica de que são dotadas todas as criaturas,
em maior ou menor grau de desenvolvimento.
Há, assim, um
intercâmbio ativo e contínuo de idéias e mesmo de interesses materiais, que
assegura o permanente contato entre os dois mundos, prova evidente da sobrevivência
do Espírito ao perecimento do corpo material, de que se servia, quando na
Terra.
A vida, em
verdade, é contínua, e tudo quanto apresente de grandeza ou miséria retrata,
por igual, as duas comunidades, que reagem constantemente entre si, intimamente
ligadas pela origem e ideais.
Coube ao
Espiritismo revelar o mecanismo dessas revelações, estudando as leis que as
regem, e mostrar a necessidade de submeter todas as manifestações à direção
e controle de pessoas esclarecidas, estudiosas e moralizadas.
Na verdade, os
encarnados sofrem verdadeiro assédio de seus irmãos do mundo espiritual, a que
continuam ligados por sentimentos de amor, saudade, ódio, medo, remorso, vingança,
alimentados, também, por eles, intensamente.
Nos seus diversos
graus de intensidade, a atuação dos Espíritos sobre os encarnados pode
acarretar-lhes, como de fato acontece, perturbações das mais sérias,
agravadas por sua invigilância e seus pensamentos negativos e pelos laços que
os prendem, de vidas anteriores, aos antigos comparsas, hoje desencarnados.
Então teremos,
como é sabido, as obsessões, as subjugações, as possessões, que hoje
avassalam a maioria das criaturas.
Disciplinando a
mediunidade, estudando e controlando os fenômenos, a que dá causa, o
Espiritismo esclarece, em termos técnicos, corretos e simples, o mecanismo da
comunicação entre encarnados e desencarnados, oferecendo aos homens os meios
seguros de convivência com os que já partiram, mostrando-lhes como tornar
proveitoso e útil esse intercâmbio.
A Doutrina Espírita
nos demonstra que, segundo a lei divina do Amor, devemos ser humildes e aceitar
com resignação as provas, que nos são impostas, como conseqüência de nossas
más ações em vidas pregressas, quando, então, ofendemos irmãos que
confiaram em nós e que agora procuram, em sua ignorância espiritual, cobrar
aquilo a que se julgam com direito, embora ninguém possa fazer justiça pelas
próprias mãos. Devemos ter fé e trabalhar, com dedicação, pelo
esclarecimento desses irmãos, orando muito por eles e realizar a nossa própria
reforma íntima, indispensável respaldo do nosso desejo de progresso
espiritual, de nossa paz interior.
O intercâmbio com
os irmãos da espiritualidade também nos proporciona ensinamentos preciosos,
pelas mensagens recebidas de entidades categorizadas e que constituem advertências,
conselhos, roteiros seguros para nossas vidas, sujeitos que estamos a difíceis
provas, individuais e coletivas.
Não nos deixemos,
porém, enganar, porque entre o mediunismo sem doutrina e a prática consciente
e disciplinada da mediunidade, como comprova o Espiritismo, a diferença é
muito grande, e depende de nós a escolha do meio mais adequado de mantermos o
intercâmbio com os irmãos da espiritualidade, aos quais devemos levar a
contribuição do nosso saber e sincero desejo de ajuda e esclarecimento quando
necessitados, recebendo, outrossim, dos que estejam em condições de assim
proceder, o ensino precioso de suas mensagens de consolação."
(O Espiritismo Básico - Pedro Franco Barbosa - FEB - Pág. 143)