MÃE
Ó minha santa mãe! Era bem certo
Que entre as preces maternas estendias
As tuas mãos sobre os meus tristes dias,
Quando na Terra é que era o meu deserto.
Nos instantes de dor, bem que eu sentia
As tuas asas de Anjo da Ternura,
Pairando sobre a minha desventura
Feita de prantos e melancolia.
Flor ressequida eu era, e tu o orvalho
Que me nutria, pobre e empalecida;
Era a tua alma a luz da minha vida,
Meu tesouro, meu dúlcido agasalho!...
Ai de mim sem a tua alma bondosa,
Que me dava a promessa da esperança,
Raio de luz, de amor e de bonança,
Na escuridão da vida dolorosa.
E que felicidade doce e pura,
A que senti após a treva e a morte,
Findo o terror da minha negra sorte,
Quando vi teu tesouro de ventura!
Então, senti que as Mães são mensageiras
De Maria, Mãe de anjos e de flores,
E Mãe de nossas Mães cheias de amores,
Nossas meigas e eternas companheiras!...
Auta de Souza
Música: Ave Maria
(De "Parnaso de Além-Túmulo" Poesias
mediúnicas, de Francisco Cândido Xavier - Autores espirituais diversos)