Errar é Humano?

Certa vez em nosso ambiente de trabalho recebemos a visita de uma senhora evangélica que muito distintamente nos cumprimentou. Perguntou se poderia dizer algumas palavras acerca do Evangelho de Jesus. Diante de resposta afirmativa pôs-se a discorrer sobre os perigos que nos cerca em não aceitar Jesus, visto que "Satanás" está sempre presente a nos induzir ao erro, como se não tivéssemos o mérito de errar, deixando-nos a falsa impressão de que tudo o que de ruim nos ocorre tem o dedo de "Satanás".

Após instantes de silêncio, revelei-lhe minhas convicções espíritas, disse-lhe que não concordava com tal afirmação, que não podia aceitar a idéia de que basta aceitar Jesus para estarmos livres da tentação, mais que isto, que "Satanás" foi um ser criado pelos homens para servir de Muletas de seus próprios erros.

O que seria mais fácil: aceitar nossas imperfeições, nossos erros ou, simplesmente, atribuir a outro o que é de nossa responsabilidade.

Errar é mais do que humano, é do Espírito, que entre tantas e tantas existências ainda não compreendeu as Leis de Deus. Vale-se de inúmeros artifícios para mascarar sua verdadeira condição mas, quase sempre, não move uma palha em busca de sua redenção. Por vezes desperta, mais logo desiste devido aos muitos "erros" dos outros.

É certo devemos distinguir erros como conseqüências da má conduta e erros por falta de experiência mas, ambos denotam falta de crescimento espiritual.

Através do discernimento e da apreciação do Mandamento Maior, "Fazei ao próximo o que quereríeis vos fizessem..." teremos a noção se nossos atos redundarão em erro, causando-nos transtornos ou prejuízos a outrem.

Erros e acertos são extremos de nossa conduta, estão intimamente ligados ao nosso comportamento.

Valendo-nos dos ensinamentos de Kardec em o E.S.E., Cap. V, item 4, aduzimos: ERRAR É HUMANO, mas:

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!

Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!

Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma.

Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!

Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!...

Resta-nos então uma séria avaliação de nossa conduta atendendo aos imperativos do progresso. Quando nos vermos em erro reflitamos nestas palavras de Elizabete do Vale, extraídas da Revista Reformador de abril/84.

"lmponhamo-nos um exame íntimo, pleno de sinceridade sem rodeios nem subterfúgios, sem pretextos nem desculpismo, sem evasivas nem fugas, e procuraremos reconhecer, identificar, em nós as matérias que mais precisamos recapitular, porque só o conhecimento próprio nos possibilitará a reabilitação. Enquanto enxergarmos apenas o argueiro nos olhos dos semelhantes, sem observamos a trave nos nossos - conforme ensina o Evangelho -, teremos sempre dificuldades para vencer. Não poderemos atrair explicadores amigos e credenciados, se já nos julgarmos diplomados.

Contudo, sejamos prudentes em nossa autocrítica para não cairmos no desânimo. Ao reconhecermos nossas deficiência, busquemos o bom ânimo, a fé, a perseverança, e abnegados companheiros nos incentivarão ao estudo e ao progresso.

Em tempo: a senhora evangélica em questão, passa quase todos os dias em frente ao nosso estabelecimento, olha-nos mas, não entra a fim de conversamos, tento compreender, afinal ERRAR É HUMANO.

lbrahim Sleman

Centro Espírita Humildes com Jesus

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