Dever de Educar

 

             Será sempre digno de nota o fato de os pais conduzirem os filhos à Escola de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil.

    É muito acertado agir assim.

    Os pais espiritistas precisamos prestigiar o ensino espírita-cristão à infância.

    Há bons resultados com isso. Entre outros, o do entrosamento dos pequeninos com o meio ambiente que lhes é próprio, onde travam conhecimento uns com os outros, estudando e aprendendo juntos, e possivelmente entrelaçando os primeiros laços de amizade entre si, com probabilidade de grandes e benéficas conseqüências para o futuro.

    Além disso, a presença dos responsáveis junto dos menores dá a idéia de coerência de atitude e noção de responsabilidade.

    Não há como regatear aplausos aos pais que se dão a tão louvável gesto de orientação.

    Todavia, desejamos ressaltar que a freqüência da criança à Escola de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, mesmo observando toda a assiduidade e revelando o melhor índice possível de aproveita­mento, não prescinde da assistência e orientação que lhe são devidas no Lar, por parte desses mesmos pais que a levam aos recintos de aulas.

    Pai e mãe, em sã consciência, não podem ser omissos no trabalho de Edu­cação espírita-cristã dos filhos.

    Enquanto, na classe, toca aos Evangelizadores a exposição teórica dos ensinamentos evangélico-doutrinários, ministrados metódica e sistematicamente, em suas gradações pedagógicas, no Lar, cabe aos pais a demonstração prática, a vivência diuturna e real das lições, pelos exemplos que lhes cumpre dar, hora a hora, dia a dia, nos domínios da convivência.

    Fora, os filhos se instruem e se ilustram; em casa, porém, é que eles verdadeiramente se educam. Fora, eles ouvem o que devem fazer; em casa, eles vêem como se faz, por indução particular e pessoal, direta e própria, da conduta dos seus pais.

    Educação é tarefa essencialmente paterno-maternal, de caráter intransferível e inalienável.

            Esse princípio é de ordem geral e se estende a tudo o mais a que possamos recorrer, em matéria de preparo, como programa de formação da personalidade, de modelação do caráter.

    Não há colégios, por mais modernizados e modelares, que possam fazer as vezes dos ambientes domésticos.

    Regimes de internatos, quaisquer que sejam, não se sobrepõem, em normas disciplinares e critério de funcionamento, aos salutares princípios de família.

    Professores particulares e explicadores contratados para aulas individuais, ainda que muito competentes, nunca exercerão maior e tão decisiva influência no ânimo e âmago dos pupilos que seus próprios pais.

    Cursos de extensão cultural, de especializações e aperfeiçoamentos técnicos, dotando embora o intelecto de sólido cabedal, não oferecem à mente o mesmo material educativo qual o que lhe é fornecido pelas lições ministradas no recesso dos lares.

    Compêndios e tratados, livros e autores da mais alta expressão cultural, facultando luzes ao cérebro, não valem a palavra maternal repassada de ternura e prudência, nem substituem a voz da experiência do pai que amadureceu nas árduas contingências e vicissitudes da Vida.

    Aias e governantas, por muito com­penetradas e solícitas que se mostrem, jamais sobrepujarão as mães em desvelos e carinhos, no exemplo e na autoridade, na força moral e no sentimento de abnegação, na influência do afeto e no poder do coração.

    Isto é que importa saibamos: não podemos passar procuração a ninguém para educar nossos filhos e não há dinheiro que lhes faculte adquirir as virtudes e os valores que formam a estrutura dos homens de bem.

    Se os desejamos, além de preparados e cultos — bons e simples, compreensivos e cristianizados —, é imperioso faça­mos do nosso Lar o primeiro templo de Saber e de Iluminação Espiritual, para que eles possam demonstrar aos outros, em nossa presença ou ausência, o que aprenderam conosco (porque nos viram fazer) portas adentro do santuário doméstico.

Luas Pardal

voltar     index

Hosted by www.Geocities.ws

1