Comportamento Agressivo na Infância
A infância deveria ser a
etapa mais feliz e segura para todos os Espíritos trazidos à reencarnação.
Entretanto, nem sempre é assim. Muitos se situam, desde cedo, em lares
desestruturados, pais violentos e mães descuidadas, num ambiente social hostil
e inóspito.
O ambiente familiar e a boa
ou má receptividade com relação à criança, que se inicia desde a vida
intrauterina. são fatores marcantes na formação de sua personalidade
tornando-a feliz, aberta ao convívio com outras crianças, ou insegura, triste,
fechada cm seu mundo, apresentando conflitos perturbadores.
“A criança mal amada, que
padece violências físicas e psicológicas, vê o mundo e as pessoas através
de uma visão óptica distorcida, As suas imagens estão focadas de maneira incorreta
e, como conseqüência, causam-lhe pavor. Ademais, os comportamentos agressivos
daqueles que lhe partilham a convivência, atemorizando-a mediante ameaças de
punições com seres perversos, animais e castigos de qualquer natureza, fazem-na
fugir para lugar e situações vexatórios, nos quais o recolhimento oferece
qualquer mecanismo de defesa, deixando-a abandonada. ~
Atitudes deste teor e situações
que lhe imprimam insegurança e medo marcarão profundamente sua vida e
constituem fatores causais da agressividade infantil. Entretanto, outros fatores
deverão ser analisados.
Se remontarmos às causas
que precedem a atual reencarnação, encontraremos crianças portadoras de lesões
da alma, conseqüência de atos criminosos praticados no passado ou desvios de
comportamento, que retornam em lares difíceis com relacionamentos que geram
insegurança e conflitos.
Os
comportamentos agressivos na infância nem sempre têm a intenção de causar
danos ou atacar violentamente as pessoas. Muitas vezes, esclarecem os
estudiosos do assunto, são hostis visando, principalmente, a contrariar ou
magoar aqueles que não correspondem aos seus anseios.
‘Existem fatores sociais e
inter-pessoais que afetam a tendência infantil de se comportar agressivamente.
As formas e graus da agressão que a criança exibirá dependem de muitos
fatores: a intensidade de sua motivação hostil, o grau de frustração
ambiental ao qual está sujeito, os reforços recebidos por comportamento agressivo, sua
observação e imitação de modelos agressivos e o nível de ansiedade e culpa
associado à expressão da agressão.(2)
“Na violência urbana,
atualmente,
temos exemplos comuns de roubos e atitudes
agressivas
de crianças, motivados por questões sociais, que vão desde o
abandono
pela família até os impulsos e as tendências
criminosas
resultantes da deformação moral do ser, de origem genética e espiritual”
Como fatores de agressividade infantil destacamos a frustração, as
respostas agressivas imitativas e a influência dos pais permissivos ou autoritários,
corno predominantes. desencadeadores de atitudes atuais em consonância com as
reminiscências e tendências de outras vidas.
Poderemos, assim, classificar as
causas da agressividade infantil em três grupos:
1-
Causas atuais:
a)
Violência
no lar (espancamentos, castigos excessivos, inibições);
b)
Humilhações
e provocações (no lar e na escola);
c)
Agressividade
física entre os cônjuges;
d)
Violência
nos órgãos de divulgação (TV, revista, cinema, etc.).
2 - Causas
anteriores:
a)
Conflitos
relacionados com a auto-estima;
b)
Lesões da alma complexos, conflitos, remorsos);
e)
Animosidades.
3
- Causas orgânicas:
a)
Lesão
cerebral (tumores. traumatismos);
b)
Distúrbios
emocionais por disfunções endócrinas;
e)
Disritmias
cerebrais;
d)
Perturbações na fala, na audição e na visão (em níveis elevados).
Não devemos desconsiderar nenhuma das causas citadas, procurando minimizá-las
com o tratamento físico e o espiritual adequados.
Agressividade infantil
motivada por um dos fatores causais ou por mais de um componente citado acima
poderá ocorrer em diferentes níveis, desde a delinqüência até as nuanças
menos hostis vivenciadas no lar ou na escola.
Na violência urbana,
atualmente. lemos exemplos comuns de roubos. e atitudes agressivas de crianças,
motivados por questões sociais, que vão desde o abandono pela família até
os impulsos e as tendências criminosas resultantes da deformação moral do
ser, de origem genética e espiritual.
A miséria social é a causa
mais grave que desencadeia uma série de atitudes agressivas da criança, que a
usa para sobreviver.
Não
se encontrou, ainda, infelizmente. uma solução adequada e eficiente no
combate à marginalização e delinqüência infantil, cujos efeitos danosos
para a sociedade refletem o estado evolutivo de nosso planeta.
É difícil mas não é
impossível a recuperação dos meninos e meninas de rua precocemente envolvidos
com a criminalidade, com as drogas e a prostituição.
Alguns movimentos voluntários
já se esboçam no sentido de minimizar este problema, amparando e orientando
grupos de crianças de rua, em vários Estados do Brasil, tentando, com bons
resultados, a recuperação e a reeducação infantil.
Entretanto, a agressividade
infantil não está circunscrita às classes sociais menos favorecidas. Ela
ocorre nas famílias de classes média e alta, com características bem graves e
alarmantes.
Se analisarmos a
agressividade como um ‘comportamento anormal’ causado por desequilíbrio das
emoções, estaremos ampliando nossas considerações e, conseqüentemente,
buscando sua origem no Espírito imortal, nas vinculações da personalidade
atual com as vivências passadas. Somente assim, encontraremos explicações
mais objetivas para a compreensão da criança e de suas atitudes agressivas.
Nas notícias veiculadas
pela mídia, modernamente, vemos comportamentos agressivos de jovens e crianças
portadores de transtornos mentais, incentivados pelos modelos de heróis
violentos e hostis, descarregando suas inquietações e frustrações em
assassinatos cruéis.
Nos países civilizados, há
uma incidência considerável de atos de violência, aparentemente sem motivos
reais, mas explicáveis pela lógica dos princípios
espíritas.
Referências
Bibliográficas
1.
FRANCO Divaldo P. Amor, Imbatível Amor, pelo Espírito Joanna de Ângellis.
cap. 4, LEAL. Salvador ~BA) — 1998.
2.
MUSSEN/CONGER/KAGAN
Desenvolvimento
e Personalidade da Criança. Pane
IV, cap. 9.