Alan
Kardec Diante dos Ataque ao Espiritismo
“O que está fora do direito de
discussão, são os ataques pessoais e, sobretudo, as alusões injuriosas e
malevolentes; é quando, pelas necessidades da causa, um adversário desnatura
os fatos e os princípios que quer combater, as palavras e os atos daqueles
que os defendem. Semelhantes processos são sempre uma prova de fraqueza e dão
testemunho da pouca confiança que têm nos argumentos tirados da coisa mesma.
(“Revista Espírita”, 1864, p. 152.)”
“Examinando os diversos ataques
dirigidos contra o Espiritismo, ressai daí um ensinamento grave e triste ao
mesmo tempo:
os
que vêm do partido céptico ou materialista se caracterizam pela negação,
pela zombaria mais ou menos espirituosa, por gracejos geralmente tolos e sem graça,
ao passo que
—
é lamentável dizê-lo — nos ataques do partido religioso é onde se
acham as mais grosseiras injúrias, os ultrajes pessoais, as calúnias; (. .)
(“Revista Espírita”, 1863, pp. 275/276.)’ (Pág. 281.)
De carta à Sra. M... (“A correspondência de AIIan
(...) “Certamente, minha tarefa não
é toda de rosas, e o que aumenta a dificuldade é que a maior parte cai sobre
mim; é que muitas vezes aqueles que deveriam secundar-me trazem-me peias e
suscitam embaraços. Mas, que é isso que me faz, desde que sei que hei de
chegar ao fim?”
(...)“Não creiais, minha cara
Senhora, que minhas respostas e explicações sejam de natureza a acalmar a
malevolência; longe disso, quanto mais irrefutáveis forem elas, mais irritação
causarão a certos indivíduos, como é lógico, porque eles não procuram
convencer-se da verdade: ora, quanto mais clara é a verdade, mais os ofusca.
Aqueles, sobretudo, que se escondem sob falsas máscaras ficarão furiosos por
se verem adivinhados. Não querendo confessar-se vencidos, forjam novas armas,
inventam novos estratagemas, e é querendo salvar-se que se perdem, porque se
desmascaram.” (Pág. 208.)
“Quando
uma coisa é verdadeira e o tempo de sua eclosão é chegado, ela caminha,
suceda o que suceder. O poder de ação do Espiritismo é atestado por sua
expansão persistente, malgrado os poucos esforços que faz para se espalhar. É
fato indubitável que os adversários do Espiritismo consumiram mil vezes mais
forças para abatê-lo, sem o conseguir, do que seus partidários empregaram
para propagá-lo. Ele avança, por assim dizer, sozinho, semelhante a um curso
d’água que se infiltra pelas terras, abre caminho à direita se o retêm à
esquerda, e pouco a pouco mina as rochas mais duras e acaba por abater
montanhas."
“A calúnia é, sem contradita, arma
perigosa e pérfida, mas tem dois gumes e fere sempre aquele que dela se serve.
Recorrer à mentira para se defender é a mais forte prova de quem não tem boas
razões a dar, porque, se as tivesse, certamente as faria valer. (...) Um crítico
elogia excessivamente o que outro mete a ridículo: é direito seu. Que pensar,
porém, daquele que, para sustentar sua reprovação, fizesse o autor dizer o
que não disse, e falsamente lhe atribuísse maus versos para provar que sua
poesia é detestável? (“Revista Espírita’, 1863, pp. 71/ 72.)’ (Pág.
278.)
“Um fato notório é que, em seu
conjunto, a marcha do Espiritismo não sofreu nenhuma interrupção. Ela pode
ser entravada, comprimida, retardada em algumas localidades, por influências
contrárias; mas, como dissemos, a corrente, barrada num ponto, abre passagem
por cem outros; em vez de fluir volumosa, divide-se numa porção de filetes.
(“Revista Espírita’, 1861, p. 3.)” (Pág. 289.)
Fonte:
Revista Reformador maio de 1982