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Parte 1 - Nostradamus e outros profetas da antiguidade

No dia 1 de Julho de 1559, realizou-se um torneio de justas celebrando dois casamentos no seio da família real francesa. Ao pôr do sol, o Rei Henrique II montou em seu cavalo, magnificamente ajaezado, preparado para enfrentar Gabriel de Lorges, conde de Montgomery. O encontro terminou num empate, mas Henrique II insistiu num contra-ataque. Momentos mais tarde, as lanças dos dois contendores entrechocavam-se e estilhaçavam-se, a lança de Montgomery trespassou a viseira dourada do rei, penetrando-lhe o olho. O monarca morreu nove dias mais tarde.

Rei Henrique II

Por entre os sussurros que assinalaram o trágico fim do torneio, um membro do séqüito real, a condestável Anne de Montmorency, gritou: “Maldito seja o adivinho que predisse tão maleficamente e com tal exatidão!” Não suscitou praticamente qualquer dúvida a identidade do homem contra quem a maldição dirigida. O seu nome era Michel de Nostredame (1503 – 1566), ou mais simplesmente Nostradamus, que desde então se tornou o profeta mais conhecido da história.

Durante a sua vida, Nostradamus publicou 10 volumes de estrofes de 4 versos, ou quadras, proféticas num total de 942 versos. Como planejara que cada volume contivesse 100 versos, referia-se-lhes como “Centaines”, popularmente denominados como “Centúrias”. O 35° verso da primeira Centúria continha esta mensagem extraordinária:

“O Jovem leão prevalecerá sobre o velho
Em campo de batalha num combate singular:
Em jaula de ouro os olhos lhe trespassará:
Duas feridas, e depois morrerá de cruel morte.”

Nostradamus

Antes ainda da morte do rei Henrique II, e devido aos seus extraordinários dons proféticos, Nostradamus fora alternadamente temido, desprezado e ridicularizado. Após a morte do monarca, multidões coléricas de um subúrbio de Paris queimaram a efígie de Nostradamus, exigindo que o profeta morresse na fogueira. No entanto, muito poucas das centenas de quadras proféticas escritas por Nostradamus eram tão precisas, ou susceptíveis de serem interpretadas com tal exatidão como o seu verso que profetizava a morte do rei num duelo. Pois como acontece freqüentemente em casos de sucesso a nível profético, a enigmática fraseologia das quadras de Nostradamus , juntamente com o grande número de profecias que ele fez, contribuiu para que, segundo parece, pelo menos algumas das suas previsões viessem a concretizar de modo impressionantemente preciso. Não restam, porém, qualquer dúvida sobre a capacidade mediúnicas de Nostradamus.

Ao longo dos séculos uma apurada análise e constante reinterpretação da sua obra aumentaram o interesse pelas profecias de Nostradamus. Em “Nostradamus: Life and Literature”, Edgar Leoni salientou a extrema ambigüidade das afirmações do médium francês, notando que muitas de suas profecias se prestam a repetidas interpretações, de modo que nunca parecem desatualizadas.

A palavra “profecia”, de origem grega, significa em termos gerais, “falar antes”. Atualmente os termos “profecia” e “adivinhação” perderam em muitos casos um significado preciso e são freqüentemente usados como sinônimos, exprimindo previsões de acontecimentos que ainda não ocorreram. Originalmente a palavra “profecia” tinha um significado mais profundo, declaradamente depurado de quaisquer atributos e apanágios usados pelos adivinhos quer do passado, quer do presente. Nos tempos bíblicos os profetas funcionavam não como intérpretes do futuro, mas como representantes direto de um deus, na maior parte dos casos Javé, o deus de Israel.

Armados com a força de tal comunicação direta os profetas bíblicos serviam freqüentemente de conselheiros aos reis e à corte. O Antigo Testamento cita freqüentemente esses profetas, referindo que suas mensagens proféticas “vieram a ocorrer”, uma indicação aparente de que uma profecia particular, como a respeitante ao jovem e ao velho leão acabou de se concretizar.

Embora o tema da inspiração divina se mantivesse no período clássico, a Grécia e Roma criaram formas de profecia que tinham aplicações distintamente seculares. Os profetas bíblicos eram geralmente do sexo masculino; porem como observou Richard Lewinsohn em “Science: Prophecy and Prediction”, na Grécia, num país “onde as mulheres viviam normalmente vidas tão retiradas, eram elas escolhidas para o alto cargo de profeta oficial”. A Pítia, sacerdotisa do Oráculo de Delfos, tinha de ser celibatária, um requisito comum a todas as regiões do mundo antigo. No egito os sacerdotes profetas encontravam-se entre os mais altos dignitários do Estado, e na Babilônia e outros países Próximo do Oriente as profecias eram um fenômeno comum.

Previsões e Profecias
Segundo Erika Cheetham, que estudou a obra de Nostradamus, este predisse o grande incêndio de 1666. "O sangue dos justos será exigido em Londres" avisou ele, "queimada pelo fogo em três vezes vinte mais seis".

 

Parte 2 – Profecias na história conteporânea

 

Na Europa durante a Idade Média, a profecia, menos preocupada com a revelação divina e ainda grandemente liberta dos apanágios da adivinhação, tornou-se uma vez mais o reino dos homens, ocasionalmente com resultados surpreendentes. Num rompante profético verdadeiramente notável e pouco conhecido, o monge-cientista Roger Bacon surpreendeu os últimos necromantes ingleses com a previsão do aparecimento de “navios deslocando-se no mar” movidos “por um único homem a uma velocidade superior à que teriam se estivessem cheios de homens que o acionassem”. Bacon previu também a existência de veículos movidos tração não animal e máquinas voadoras com um homem sentado no meio da máquina. Obviamente para nós, essas previsões foram o motor e o avião.

Em outras profecias Bacon vislumbrou a criação tanto do microscópio como do telescópio. Quase dois séculos mais tarde, Leonardo da Vinci concretizou as visões de Bacon de triunfos arquitetônicos e de engenharia em desenhos altamente específicos, que anteciparam com extrema correção uma grande quantidade de armas, veículos, maquinas e edificações futuras.

Ao longo dos séculos dois temas apareceram repetidamente no vasto texto de expressão profética: catástrofes e invenções. Em 1661, por exemplo, o inglês George Fox predisse a peste que assolou Londres em 1665. Em 1856, no seu livro “Penetralia”, Andrew Jackson Davis previu em pormenor não só o automóvel como também uma exótica máquina de escrever. Foram estas as palavras que ele usou para descrever a máquina:

 

“Estou quase decidido a inventar um psicográfico automático – isto é, um escritor espiritual artificial. Pode ter uma configuração semelhante à de um piano, uma escala de teclas que representem os sons elementares; outra fila a nível inferior representará uma combinação, e outra ainda uma recombinação rápida, de modo que quem a acione, em vez de tocar uma peça de música, possa dar origem a um sermão ou a um poema”.

Arthur Conan Doyle

 

Porém guerras, desastres e a morte de chefes de Estados são há muito tempo objetivo de profecias. O assassino do presidente Lincoln foi predito por Daniel Home em Dieppe, França, em 1863, e as mortes do rei e da rainha da Sérvia em 1903 foram previstas por uma tal Mrs. Burchell, uma profetisa do Yorkshire. Em fevereiro de 1914, Sir Arthur Conan Doyle, a quem o ocultismo fascinava, recebeu uma mensagem de um médium australiano:

 

“Embora de momento não corra sequer um rumor sobre a iminência de uma grande guerra européia, quero no entanto avisa-lo de que, antes de o ano corrente, 1914, ter atingido seu termo, a Europa ficará mergulhada em sangue”. - A guerra a qual o médium alertava era a II Guerra Mundial.

 

Naufrago Titanic

Embora não referisse qualquer ou morte de um chefe de Estado, um romance do século XIX revelou-se extraordinariamente profético. “Futility” da autoria de Morgan Robertson, foi publicado em Nova Iorque em 1898. O fato é que Robertson predisse, pormenorizada e corretamente o afundamento do Titanic, 14 anos mais tarde, a 14 de Abril de 1912. Tal como no verdadeiro desastre, o navio da narrativa de ficção fora considerado inafundável, e no entanto afundou-se durante o mês de Abril.

Nos finais do século XVIII e princípios do século XIX, deu-se inicio à profecia durante hipnose através do mesmerismo, a técnica criada pelo austríaco Franz Anton Mesmer. Um dos alunos de Mesmer, o marquês de Pulységur, foi capaz de suscitar um estado a que chamamos de “sonambulismo artificial”. Segundo consta, uma jovem alemã da região da Floresta Negra que ele fez entrar num transe profético predisse os violentos acontecimentos que mais tarde acompanharam a Revolução Francesa. Cerca de 100 anos mais tarde, o americano Edgar Cayce tornou-se famoso como o “profeta adormecido”. Cayce, que passou a maior parte da sua vida em Virginia Beach, Virgínia, fez previsões sobre saúde e carreiras pessoais de indivíduos que o consultaram, além de profetizar grandes alterações geológicas de magnitude continental. As profecias de natureza geológica de Cayce que abrangem um período de 1998 incluiam a ruptura na zona ocidental da América e alterações na região superior da Europa, enquanto a maior parte do Japão se deve afundar.

 

Previsões e Profecias

Na opinião de alguns, outra das profecias de Nostradamus foi cumprida em 1936, quando Eduardo VIII abdicou: "Por não querer ceder face ao divórcio que...será considerado indigno, o Rei das Ilhas será forçado a partir".

Uma das profecias mais dramáticas do século XX, porém, foi feita por Jean Dixon, de Washington DC. Constituiu o tema de um artigo publicado no suplemento de um jornal dominical, “Parade”, de 13 de Maio de 1956:

 

“Relativamente a eleição de 1960, Mrs. Dixon crê que a mesma será dominada pelos trabalhistas vencida por um democrata. Este, porém, será assassinado ou morrerá no cargo, embora não necessariamente no decorrer do primeiro mandato”.

Presidente Jhon F. Kennedy antes de ser alvejado

 

Esta observação foi recordada quando o presidente John F. Kennedy foi assassinado em Dallas, a 22 de Novembro de 1963. Mrs Dixon fez muitas outras dramáticas profecias, algumas das quais porém não se concretizaram. Entre estas incluíam-se a previsão de que a China Comunista mergulharia no mundo da guerra em 1958; que a União Soviética invadiria o Iran em 1953, e que em 1966 o primeiro-ministro Fidel Castro, de Cuba, estaria “quer na China, quer morto”.

Qual força maior que nos impulsiona tal visões? Podemos ter uma percepção de tal modo transcedente do nosso próprio futuro? Certamente que sim, e tanto maior quanto mais profundamente nos conhecemos a nós próprios, porque somos sobretudo, não senhores, mas, inconscientemente, magnetes do nosso próprio destino.

Artigo: Domenium

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Fontes:
- Acervo particular
- Livro: Fronteira do Desconhecido
- Livro: Profecias e Previsões
- Livro: A História do Sobrenatural

Fontes On-line
http://www.john-f-kennedy.net/
http://www.constelar.com.br/

 


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