LEVITAÇÃO
Ilusionismo ou capacidade paranormal?
Levitação é a suspensão ou deslocamento
de um corpo ou objeto no ar, sem o auxílio de forças mecânicas,
violando assim a lei da gravidade.
No
laboratório, a levitação pode ser cientificamente
produzida com a utilização de forças eletrostáticas,
eletromagnéticas ou ondas acústicas. Uma aplicação
industrial da tecnologia de levitação magnética
são os trens Maglev que flutuam a cerca de dez centímetros
acima dos trilhos num “colchão
magnético”, eliminando-se as rodas convencionais
e o atrito com o chão, o que aumenta bastante a velocidade de
deslocamento.
Ilusionistas
profissionais deliciam suas platéias fazendo suas assistentes
“flutuar no ar”, sem nenhum apoio visível,
porém o que nos interessa neste artigo é a denominada
“levitação metafísica”,
um tipo de dom paranormal atribuído a santos ou místicos,
bruxas, médiuns espíritas, faquires indianos e praticantes
da Meditação Transcendental.
Os
relatos mais antigos de levitação remontam ao início
da era cristã. Pode-se mesmo considerar que o andar de Cristo
(e de Pedro) sobre as águas (Mateus 14:25-31) seja uma variante
da levitação, apenas com a diferença de envolver
água em vez de ar. No Sepher Toldos
Jeschu, escrito cerca de 300 D.C., o poder de levitação
é associado à posse da palavra de poder mística
ou Tetragrama ? o nome verdadeiro de Deus ? um segredo zelosamente guardado.
Durante
a Idade Média e Renascença atribuía-se às
bruxas o poder de voar (cavalgando cabos de vassoura ou não)
obtido mediante aplicação no corpo de ungüentos à
base de mandrágora e beladona. A levitação era
(e ainda é) relatada em casos de possessão demoníaca.
Na
história do Cristianismo há registros de mais de 200 santos
que teriam levitado pelo menos uma vez à vista de testemunhas.
Os casos mais famosos são os de S.
José de Cupertino e Santa Teresa de Ávila,
e o mais recente é o da Santa Marie-Françoise
des Cinq Plaies, falecida em 1791.
Na
segunda metade do século 19, após o surgimento dos primeiros
fenômenos espíritas demonstrados pelas irmãs
Fox em Hydesville, N.Y., E.U.A., cresce o interesse
do público pelos fenômenos de levitação produzidos
por médiuns, tais como Daniel Douglas Home, Eusápia Palladino,
Stainton Moses, Mrs. Guppy e Willy Schneider.
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Daniel
Douglas Home |
Daniel
Douglas Home é sem dúvida tido como o
expoente maior da levitação, considerando a quantidade,
complexidade e qualidade das suas levitações. Um dos seus
melhores casos aconteceu em 16 de dezembro de 1868 envolvendo respeitados
membros da sociedade londrina: Lorde Adare, Lorde Lindsay e o capitão
Charles Wynne viram D. D. Home elevar-se no ar, flutuar para fora, através
de uma janela e entrar por outra, a 24 metros de altura, numa grande
e elegante casa de Londres.
D.
D. Home tornou-se conhecido inicialmente por levitar e por fazer certos
objetos levitarem (em certa ocasião foi um grande piano). Não
foi o único a possuir essa capacidade de supostamente desafiar
a lei da gravidade, mas certamente foi o mais hábil de todos
os levitadores; tinha extraordinária habilidade de manipular
o público e sabia escolher com precisão as platéias
e os momentos certos para exibir suas qualidades. E soube exatamente
quando parar, antes que o público ficando mais crítico
e atrevido começasse a avançar sobre os médiuns
em plena atividade, revelando seus truques.
Nos
tempos modernos o único caso sensacional de testes de levitação
cientificamente controlados foi o de Nina
Kulagina, uma paranormal russa dos anos 1960. Ela demonstrou
suas habilidades a cientistas ocidentais que a observaram levitar pequenos
objetos dos mais diversos tipos, tais como, copos, bolas de ping-pong
e fósforos, porém nunca levitou a si própria. Contudo,
é bom notar que todos esses feitos são comumente reproduzidos
por ilusionistas no palco, e que mesmo os cientistas mais céticos
e bem-intencionados podem ser enganados pelos truques de mágicos
experientes, como James Randi
provou em 1979 no seu Projeto Alfa.
Quanto
às condições sob as quais Nina Kulagina operava,
estavam longe do mínimo aceitável em termos de controles
científicos básicos. Testes eram freqüentemente realizadas
em sua casa ou em quartos de hotel e nunca nenhum controle rígido
lhe foi aplicado devido ao fato de que uma demonstração
sua poderia requerer várias horas de concentração
prévia, e mesmo assim não havia nenhuma garantia de sucesso.
Infelizmente, nenhum especialista em prestidigitação esteve
presente às demonstrações de Kulagina.
César
Romão, no seu artigo “Os
perigos do ocultismo”, assim
relata um caso típico de levitação produzida por
faquires que ele presenciou numa visita à Índia:
“Na
Índia alguns gurus fascinaram pessoas com a levitação
e tudo o mais que conseguiam ocultar, desde centenas de anos atrás
até hoje. Levitação era o sinal maior de um ser
iluminado: apenas aqueles que já estavam próximos da
grande preparação poderiam conseguir tal feito, eis
aí o tão desejado caminho do mestre Buda. Mas, hoje,
as coisas não funcionam bem assim; não estão
mais tão ocultas assim, ou melhor, estão se "desocultando"
para o espanto dos crentes e descrentes...
Numa
dessas andanças, avistamos uma verdadeira multidão que
ralava seus joelhos no chão para chegar perto da respiração
de um Sufi que estava suspenso no ar. Literalmente, ele levitava,
nada embaixo, nada dos lados... Quando a noite chegou o povo tinha
de se retirar, pois o iogue tinha de voltar à terra e só
poderia fazê-lo sem ninguém por perto, afinal seu ato
de ocultismo envolvia espíritos que poderiam assustar as pessoas,
e ninguém queria arriscar. Eis que, com a mesma leveza, seus
pés deixam o céu e pisam o solo. Não nego que
meu coração quase saiu pela boca de tanto espanto.
Acompanhe
bem agora o restante da história... Este iogue vestia aquelas
roupas típicas indianas, traje completo. Tinha um cajado bem
legal e sua levitação na posição de lótus,
aquela de pernas cruzadas em xis, era perfeita. Seu braço apoiava-se
apenas no cajado, enquanto levitava. Nada havia abaixo, acima ou aos
lados dele. Mesmo quando ele saiu da posição, continuou
segurando o cajado. Foi aí que meu acompanhante chamou minha
atenção para o cajado. O truque era esse: enquanto ele
estava na posição de lótus segurando o cajado,
uma barra de madeira entrava pelo punho, por debaixo da roupa, e escondia
um tipo de banco suspenso, onde o iogue tinha apenas de se manter
equilibrado.
Durante
centenas de anos, e até hoje ainda, aqueles que não
conhecem o truque, rendem graças a estes ‘picariogues’.”
César
Romão continua seu relato, agora envolvendo a levitação
produzida por praticantes da Meditação Trancendental:
“Ainda
na Índia, conheci o tão famoso "Vôo
de Maharishi" no qual, segundo seus praticantes, a pessoa
entrava em tão profundo grau de meditação que
poderia fazer um vôo na posição de lótus
por alguns metros. Este Mestre da Filosofia Védica, Maharishi
Mahesh Yogi, chegou a ter uma fama descomunal quando levou
para sua platéia os Beatles.
Sim, todos eles, Paul, John, Ringo, George, em carne e osso... Dizia-se
que este Yogi podia voar. Quando o conheci, vi muitas pessoas meditando
em almofadas e, de repente, saíam saltando na posição
de lótus alguns centímetros à frente.
Vejam
que estou dizendo saltando e não voando, pois eles davam impulso
ao corpo com as pernas em posição de lótus, levando
uma força impulsora para os joelhos. E, por incrível
que pareça, todas essas pessoas, ao saírem do transe,
afirmavam ter voado.
Na
minha mente, com certeza, eu mesmo já saltei do Grand Canyon
e me saí muito bem, bastou voar - descobri assim como minha
mente é poderosa. Depois de descobrir o ocultismo do vôo
de Maharishi, fiquei sabendo que ele realmente voa quando vi, no equivalente
à sua declaração de renda, que possuía
apenas dois helicópteros para locomover-se pela Índia...”
|
Beatles
e Maharishi
Mahesh Yogi |
Um
princípio básico do pensamento crítico diz que
“alegações extraordinárias
exigem provas extraordinárias”. Isto significa que
não devemos aceitar fenômenos fantásticos, que contrariam
frontalmente as leis naturais conhecidas pela ciência, a menos
que as evidências para sustentar essas alegações
sejam fortes e de altíssima qualidade.
Vimos
acima que os relatos de levitação mais impressionantes
são exatamente os mais antigos, quando ainda não existiam
os controles rigorosos em delineamentos de experimentação
científica. Note-se que, nos tempos modernos, quando abundam
as máquinas fotográficas e câmeras de vídeo
capazes de trabalhar no escuro, na faixa do infravermelho, sumiram os
fenômenos de levitação!... Até hoje, nenhum
fenômeno de levitação foi cientificamente comprovado,
quando submetido a condições rigorosas de teste.
Lembremo-nos
que a Fundação James Randi
oferece o prêmio de 1 milhão de dólares a quem produzir
qualquer tipo de fenômeno paranormal. Está na hora de alguém
ir lá, demonstrar seu poder de levitação, embolsar
o prêmio e tornar-se instantaneamente conhecido e divulgado nas
manchetes de jornais do mundo inteiro.
Artigo
por:
por Jorge A. B. Soares
Bibliografia:
Fenômenos
- Levitação. http://fenomeno.matrix.com.br/fenomeno_fenomenos_1_mist-levita.htm
Romão,
César. Os perigos do ocultismo. http://www.cesarromao.com.br
Stein,
Gordon. The Encyclopedia of the Paranormal. New York: Prometheus
Books, 1996.
Wikipedia
- Metaphysical levitation. http://en.wikipedia.org/wiki/Metaphysical_levitation
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O
Histórias Ocultas Recomenda |
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O
caso das Irmãs Fox datado
de 11 de Dezembro de 1847 é o relato mais impressionante
sobre manifestação sobrenatural. Espíritos
inquietos, ruídos estranhos, levitação
de objetos... sinais de comunicação que levariam
as Irmãs Fox a descobrir um terrível segredo
que a tempos se oculta na modesta casa do vilarejo de Hydeslille...
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