O
minucioso demonólogo alemão Wierius,
contemporâneo do doutor Fausto e, como este, discípulo
do sutil abade Trithemius foi o primeiro a estabelecer detalhada organização
das hierarquias infernais e chegou a calcular em 6.666
o número de demônios (sem dúvida, tomado
essa arbitrária precisão de uma visão de João,
no Apocalipse). Vários séculos depois, Georg
Bloveck afirmou que eles igualavam o próprio
número de homens, criando uma contrafigura do Anjo da Guarda
que faria fortuna na imaginação popular. Mas apesar de
todos os estudos sobre os seres inferiores que compõem a orla
da mal, sempre ficam pendentes informações sobre o Anticristo
– o filho do anjo caído.
Por
um processo antinômico típico das grandes religiões
(e ainda se poderia dizer de todo o chamado “pensamento primitivo”),
todas as coisas devem ter os seus opostos e toda força provoca
uma reação que se lhe oponha. Assim do dogma cristão
da encarnação do Verbo, do Filho de Deus aceitando e padecendo
vida terrena, surgiu o proverbial e impetuosa lenda do Anticristo.
Alguns
quiseram ver nas palavras dos mesmos profetas a asseveração
de sua existência, mas tais palavras não passam de interpretações.
A verdade é que entre os primeiros cristãos, convencidos
como estavam da proximidade do fim do mundo, o reinado do Anticristo
foi se tornando uma imperiosa necessidade, quase um sinal de que se
achava bastante próximo o regresso do Senhor (a denominada
“parusia” – do grego “parousía”:
aparição, presença ou segunda encarnação
de do Cristo para presidir ao Juízo Final), que se manifestaria
desta vez em toda sua glória e aniquilaria para sempre o Inimigo.
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O
pensamento filosófico religião para o Anticristo
é "o demônio com caracteristicas humanas
que irá construir seu império infernal na terra".
No século passado Adolf Hitler e o Nazismo era
o grande símbolo que representava o filho da mal entre
os homens.
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A
especulação sobre a natureza de tal Ser interessa-nos
aqui por seu caráter específico de
“filho primogênito do Diabo” e pelo que a sua
lenda nos diz sobre os atributos de seu pai. Ninguém menos que
São Jerônimo,
no final do século IV, se fez eco dessas expectativas e opinou
que o Anticristo será um homem de aparência normal, mas
“gerado em corpo de mulher”.
Agostinho, Ambrósio, Irineu e a maior parte dos
padres da Igreja não acataram essa concepção e
preferiram um homem comum quanto ao físico, mas dotado de uma
maldade e capacidade para executa-la como nunca se viram antes na história.
Segundo
Boguet, na Idade Média
era chamado de “o macaco de Deus”,
já que o imitava em tudo – no que diz respeito a milagres
e prodígios para confundir os fieis. O pregador Leloyer
garantiu, no século XIX, que para engrandecer-se ele podia servir-se
de todos os tesouros ocultos da terra, protegidos em seu nome e desde
tempos imemoriais pelos demônios inferiores.
Em
numerosas oportunidades, sobretudo durante o sombrio reinado da Inquisição,
deram-se informações sobre o seu nascimento, e houve feiticeiras
que confessaram terem estado com ele entre os braços. Uma delas,
durante um processo flamengo de 1613 assegurou que o personagem estava
na época com três anos de idade, já mostrava aspectos
terríveis, falava todas as línguas e era impossível
calça-lo devido à conformação de seus pés
(lembrando pés de bode).
Quanto
a duração de seu reinado, os mitólogos hesitam
entre 3 e 50 anos, e em todas as épocas identificaram-no com
as grandes personalidades do mal e do poder. Tanto Napoleão
quanto Adolf Hitler foram
identificados como o Anticristo, mas, como a “parusia” não
se produziu com a morte de nenhum dos dois, a suposta profecia segue
seu caminho sem que ainda se tenha cumprido.
O
Anticristo pode ser uma grande lenda para que todos acreditem numa possível
redenção, como não. Mas o fato é que não
devemos nos acomodar e “esperar dos deuses” além
daquilo que buscamos para nós mesmos. Acreditar numa força
além da própria natureza humana é viável
e saudável, mas não podemos deixar que breves concepções
humanas sobre pensamentos divinos sejam a base para o nosso destino.
Se nascerá a criatura oposta a luz, não cabe a mim dizer
se é verdade ou não, pois tudo o que escrevi, me baseei
na história e em meus pensamentos filosóficos a respeito
da vida.
O
mal sempre existiu e sempre existirá, devemos ser humildes o
suficiente para enxergarmos sua carranca além de estereotipos
pré-determinados sobre sua estirpe maligna. O grande mal que
nos assola está na ignorância, preconceito e falta de compaixão
para com o próximo. Devemos combater os demônios? Sim,
claro que sim. Vamos começar por aqueles que residem em nós
mesmo, deixando o anticristo para as próximas batalhas depois
de previas analises sobre a verdade absoluta.
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O
Anticristo sempre foi associado com o “poder em um único
homem ou governo” que levará nações
a destruição. Napoleão
Bonaparte (Napoléon Bonaparte) foi o
primeiro líder da história a ser proclamado o
“Anticristo” devido ao seu grande poder como estrategista
e sua sede voraz por conquista. Napoleão Bonaparte tornou-se
uma figura importante no cenário político mundial
da época, já que esteve no poder da França
por 15 anos e nesse tempo conquistou grandes partes do continente
europeu. Os biógrafos afirmam que seu sucesso deu-se
devido ao seu talento como estrategista, seu talento para empolgar
os soldados com promessas de riqueza e glória após
vencidas as batalhas, além de seu espírito de
liderança.
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Outro
grandes candidato para o trono de Anticristo foi Adolf
Hitler e seu império de destruição
na Segunda Guerra Mundial. Em sua obra “Mein Kampf”
ele prega claramente seus objetivos: “Hitler anunciou
o seu ódio contra aquilo que ele via como os dois males
gémeos do mundo: Comunismo e Judaísmo, e declarou
que o seu objectivo era erradicar ambos da face da terra. Ele
anunciou que a Alemanha necessitava de obter novo terreno que
chamou de "Lebensraum" que iria nutrir apropriadamente
o "destino histórico" do povo Alemão.
Ele divide os humanos com base em atributos físicos.
Hitler afirma que os "arianos" alemães de cabelo
loiro e olhos azuis estavam no topo da hierarquia, e confere
o fundo da pirâmide aos judeus, polacos, russos, checos
e ciganos.”
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Artigo:
Domenium
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Imagens:
- Imagem título Art Domenium
- Hell: Nazism in hell
- Napoleão:Retrato de Napoleão Bonaparte, por Antoine-Jean
Gros
- Hitler: Google search
Fontes:
- Mein Kampf, Adolf Hitler
- Napoleão, coleção grandes líderes
- Henri Boguet, Discurso de los brujos
- Biografia do Diabo, Alberto Cousté
- Arquivos próprios, Domenium