Pecado
Pretty Pretty Princess
Tradução de Umi no Kitsune


5/18/01: Hoje acordei sentindo vontade de revisar a fic. Então, eu revisei.

Disclaimer: Não é meu.

A/N: Sim, uma Yamakeru onde o Yamato não é atacado sexualmente… Se você não entendeu, Yamakeru é Yamato x Takeru. Eu sei que eles são irmãos. Essa é a parte pesada da fic. Eu também sei que ambos são homens (isto é yaoi), então se incesto não te ofende, as possibilidades de homossexualidade te ofender são menores ainda. Mas se te incomoda, eu realmente não me importo, eu me dou perfeitamente bem com ambos os casos. Então, se o pensamento de ler algo desse tipo te faz ter ânsia de vômito, é mais seguro ler outra coisa. Não se dê ao trabalho de me ofender, apenas deixe que o botão "voltar" saiba do seu desconforto e você não verá mais isso aqui.

Outra coisa... há muito sofrimento aqui. Para que você reconheça o que está acontecendo agora e o que Yamato está lembrando, o tempo passado está marcado entre //. Você vai entender. Ele está com dezessete, Takeru com quatorze (eu acho que isso está certo...). Eu não sei se "Yama-chan" está corretamente usado, mas irei me chamar de americana burra e deixarei desse jeito. Eu também não sei se existe uma janela no quarto do Yamato, mas nós sempre podemos fingir. Eu uso a frase "Eu te amo" nessa fic mais vezes do que em qualquer outra... isso quase me deixou gaga, mas acho que é necessário.

Ai shiteru é uma só palavra? o.O Não consigo lembrar por nada nesse mundo...

Otoutochan, Ototo= irmão menor

Oniichan= irmão maior

… ou pelo menos foi o que me disseram.

E uma final, de alguma forma desnecessária, nota: Eu não me considero doente ou anormal por escrever sobre incesto. E também não quero que você me considere como tal. E eu não quero que ninguém se sinta culpado por gostar da fic (se alguém gostar). Você não é doente. Não se preocupe. 


Pecado

Estava nevando. Eu só me lembro disso. Eu deveria me lembrar de tudo o que aconteceu há uma hora atrás, mas agora eu só consigo me lembrar de como a neve estava caindo. Já parou agora. Eu fico olhando para fora da janela... talvez eu estivesse esperando por isso... Esperando por… alguma coisa que quebrasse o suspense. O tempo parece ter parado aqui, e olhar para fora da janela do meu quarto não está ajudando. Antes, eu estava olhando para a janela da sala. Antes…

//Yamato?//

Eu balanço minha cabeça. Takeru se mexe em seu sono atrás de mim, na cama. Eu me equilibro na ponta, com um pouco de medo de cair, e com muito mais medo de voltar para baixo das cobertas.

//Oniichan?//

Sua face é angelical. Sim, é um clichê já muito batido, mas de que outra forma você poderia descrevê-lo? Não apenas sua aparência, mas tudo o que ele é, tudo o que ele significa para mim. E ele significa... tudo. Muito mais que meus pais. Muito mais que os outros digiescolhidos. Muito mais que Sora. Muito mais que Tai até. Eu desistiria de tudo para manter aquele rosto feliz.

//Eu te amo, oniichan.//

Tudo.

//Eu também te amo, Takeru.//

//Não... eu... Yamato... //

Eu não consigo me lembrar de quando eu fiquei mais assustado...

//Takeru... você está chorando?//

...do que as vezes em que uma nuvem o cobria.

//O que foi? Você está bem? Está machucado? Takeru!//

Uma nuvem que eu vi crescendo muito parecida com a minha.

//O-Oniich-chan... Me d-desculpe...//

//Se acalme e me diga qual é o problema. Takeru- Pare com isso. Se acal- Takeru, sente-se e me conte!//

//N-Não... eu... me solte!//

Meus maiores medos se solidificaram: histeria tomando conta de meu irmão bem diante dos meus olhos. Gritando. Chorando. Finalmente sua resistência diminui e ele agarra-se no meu pescoço como salvando sua própria vida.

//Eu realmente te amo, oniichan.//

Eu sabia o que ele estava querendo dizer, então?

//Você já-//

//Não. Não. Não. N-Não...//

Ou a verdade chegou a mim só naquele momento?

//Shh...//

//Eu te amo, e estou tão arrependido. Eu te amo tanto e... Deus, eu nem posso... desculpe, me desculpe...//

De qualquer modo, agora... eu sabia. E o medo estava me comendo vivo.

//Shh... Está tudo bem...//

Eu engulo em seco. Apenas repassando a cena na minha mente faz minha garganta secar. O desespero e o medo, tão visíveis nos olhos dele, no jeito que ele se agarrou ao meu pescoço como se estivesse com medo de que eu o afastasse com nojo. Mas eu nunca faria isso. Eu nunca faria nada que machucasse meu querido irmão. Meu otoutochan...

//Você ainda me ama, Yamato? Ainda consegue me chamar de irmão?//

Eu não consigo olhar mais para ele e escondo meu rosto com minhas mãos. Quando eu cubro meus olhos, e não posso ver, eu quase consigo fingir que estou em qualquer outro lugar. Que isso realmente não está acontecendo. Isso não está acontecendo!

//Takeru... //

O que eu poderia ter dito a ele? Que ele era doente, nojento, que estava errado... Eu não podia. Eu não podia negar meu pequeno e amado ototo.

Então, quando ele me beijou... eu o beijei de volta.

//Takeru, não. Já basta.//

Ele queria mais, queria tanto mais. Eu podia ver o medo nele de novo, as pequenas germinações de vergonha, e a culpa que se instalou em mim. Era por minha culpa que ele estava infeliz. Ele acha que eu não o amo? Sim. Sim! Eu amo você, Takeru. Mais do que você imagina.

//Me desculpe. Eu não queria que-//

//Não. Não, ototo. Não peça desculpas.//

Eu o beijei de novo e coloquei meus braços em volta dele para acalmar seu tremor. Isso seria a pior coisa a se fazer, eu sei. Mas a pior coisa para mim seria não parar. Eu não consigo parar de pensar nisso, as várias chances que eu tive para impedir que isso crescesse, que ficasse mais evidente. Mas ao invés de parar eu fui deixando vários beijinhos em suas bochechas, em seus olhos, sua testa e, finalmente, em sua boca.

Eu me viro quando Takeru se mexe, rolando para o seu lado. Seu cabelo está ficando tão comprido... tão parecido com o meu... Os fios cobrem um olho fechado e eu penso em um anjo novamente. Manchado como este aqui.

Deus... eu não devia... Por que eu não disse nada?

Eu não protestei quando sua língua ultrapassou meus lábios. Eu não protestei quando ele deslizou suas mãos debaixo da minha blusa. E ele gemeu quando eu...

Oh, Deus, meu próprio irmão!

//Ai shiteru, Yamato, ai shiteru...//

Ele continuou sussurrando isso para mim. Nossas roupas estavam no chão.

E nós também estávamos.

Isso quase voltou-se contra mim novamente... ‘Deus, eu sou tão doente'... mas quando eu hesitei...

//Não... não pare, Yama, por favor...//

E eu não parei.

Ele tem um gosto doce, muito melhor que o Tai, melhor que qualquer um... Eu podia para ali, mas...

//Yamato...//

Eu...

//você poderia me tomar...//

... amo ele demais.

//oniichan?//

Takeru...

Eu o carreguei para o meu quarto e fechei a porta apesar de não ter mais ninguém em casa. Ele estava nervoso, seus lábios rosados tremiam lindamente como uma coisinha encantada, mas o medo já tido ido embora. Eu o beijei enquanto seus braços me envolveram e fiz de tudo para ser gentil. Eu nunca machucaria meu otoutochan.

Lágrimas corriam pelo seu rosto. Primeiro de dor, depois de prazer. Nesses pequenos momentos eu dispersei aquela pequena nuvem de medo dele e, naquele instante, tudo parecia justificável. Apenas por um pequeno momento... Ele não é o mesmo minúsculo Takeru das nossas férias no Digimundo, mas naqueles poucos minutos ele estava tão delicado debaixo de mim...

//Yamato... oniichan... Yama...//

Yamato, amigo, irmão, amante; isso era uma única e mesma coisa.

//Eu te amo...//

Essa única frase... repetida como se pudesse resolver tudo... esconder o que nós estávamos fazendo...

Nós sussurramos, choramingamos, gritamos. Tudo terminou muito rápido. A luz que sempre radiara dele foi desaparecendo perigosamente e eu segurei seu corpo infantil enquanto as sombras cresciam à nossa volta. Ele deve ter chorado um pouco, eu não me lembro. Eu estava muito ocupado com meus próprios pensamentos, como agora, e, tão logo ele dormiu, eu rastejei até a ponta da cama e fiquei observando maravilhado o quão sem sentido a neve era.

Eu escuto Takeru suspirar e me viro para vê-lo acordado e olhando para mim. Sua boca está seca como algodão e eu sinto um suor frio nas minhas costas.

"Takeru..."

Mas ele apenas sorri. "Oniichan."

Eu paro de tremer. Eu posso ser Oniichan e posso ser Amante, mas nunca pensei ser os dois ao mesmo tempo.

Como eu posso dizer isso a ele agora?

Ele estende seus braços e eu me rendo a tentação de novo, me aconchego naquele abraço, maldito e abençoado que é.

"...Você está se sentindo bem?"

Ele acena sua linda cabeça loira, ainda sorrindo, se encolhendo contra mim.

"Eu me sinto ótimo. Obrigado, Yama-chan." Uma risadinha é abafada em meu pescoço. "Eu sempre quis te chamar assim. Você sabe, daquele jeito."

Eu aceno, apesar disso não ser muito uma resposta. Ele se vira pensativo.

"Sabe de uma coisa, Yama-chan? Lembra quando nós éramos pequenos e Otousan e Okaasan começavam a brigar? Eu costumava sonhar, deitado ao seu lado, que nós éramos os pais, você e eu, e eles eram apenas nossas crianças briguentas. Eu sonhava com isso quase toda noite e acabei acreditando que um dia eu me casaria com você."

Eu engulo e aceno novamente, traçando pequenos círculos em suas costas. Minha garganta está se fechando contra os meus suspiros, eu quase não consigo respirar.

"Quando eu fiquei mais velho, eu vi que isso não poderia acontecer. Mas então, quando nós fomos para o Digimundo, e mesmo que isso não fosse verdade, todo o tempo que eu passava com você eu podia fingir que nós não éramos... apenas... irmãos. Quando nós voltamos... eu chorei. Porque eu não poderia mais fazer acreditar. Mas agora eu não preciso nem fingir. Agora eu tenho você, Yama-chan, e eu nunca mais tenho que disfarçar o que sinto."

Nós nos deitamos juntos. Minha mente pulou para o futuro, prevenindo que nós teríamos que nos vestir, que Otousan chegaria em casa logo. Eu não quero pensar sobre isso. Eu quero ficar aqui com ele, desde que essa expressão de felicidade fique permanente, sólida em seu rosto, eu vou ficar. Meus dedos correm pelo cabelo dele e nada mais é dito entre nós.

//Agora eu tenho você, Yama-chan... //

Nada existe para mim fora desse quarto. Por um momento, o mundo não pode nos tocar. Dois irmãos abraçando-se. Duas pessoas... que não sentem pelo outro o que deveriam sentir.

//Eu te amo.//

Lá fora, a neve começou a cair de novo.



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