Sangue e Gotas
Mica-Chan
 

A dor  era lancinante,  parecia queima-la de dentro para fora.  Tocou os ferimentos e se perguntou se demorariam muito para cicatrizar.  Não estivera esperando espadas consagradas,  e o golpe a pegara de surpresa.  Como ele agüentava a dor como se nada fosse?  Aquilo queimava como fogo!

Tirou a camisa e a jogou sobre a cadeira,  os olhos voltados para o pacote plástico sobre a mesa.  Sentiu a fome consumi-la,  corroendo suas entranhas pouco a pouco.  Cravou os dentes no lábio inferior e permitiu-se inalar o aroma do líquido vermelho.

Antes de alcançar a mesa,  tirou o restante da roupa,  ansiando por algo mais confortável. Colocou uma camisola curta,  de seda cinza claro e se encaminhou voraz para o alimento.  Tocou os lábios com o sangue frio e fechou os olhos enquanto lambia o líquido,  atiçando a si mesma.  Sorveu o alimento aos poucos,  flashes da luta recém terminada vindo à sua mente.

Lembrava-se com uma exatidão dolorosa o que sentira ao ter a mulher em seus braços.  O sangue correndo com vigor pelas veias semi-visíveis sob a pele muito pálida.  A ansiedade em rasgar-lhe a carne e sugar-lhe a vida,  mas a necessidade de manter-se humana brigando violentamente com seus instintos.

Não muito depois fora surpreendida com as estocadas das espadas.  Três,  fazendo-a urrar de dor e largar a mulher que a olhava com assombro.  Era difícil dizer se estava feliz por ter sido impedida de matar a humana ou se lamentava a perda da oportunidade.  Fosse qual fosse a resposta,  a voz magnética e sensual de seu mestre fez-se ouvir e ele a salvou mais uma vez do fim.

Como sempre,  olhara-o com um misto de temor e adoração.  Ele era a lembrança vívida do fim de sua humanidade,  mas também era o objeto de seu desejo mais íntimo e insensato.

Observou Alucard voltar-se para a mulher encolhida de medo no chão do beco.  Como tantas vezes antes,  os olhos dele assumiram aquele ar sarcástico e hipnótico que a deixavam sem ar...não que realmente precisasse dele para viver,  já que tecnicamente estava morta,  e avançou num silêncio quase ritual.

As presas apareceram sensuais entre os lábios,  o sorriso predatório fazendo um arrepio percorrer seu corpo assim como espalharam o terror pelos nervos da mulher ao chão.  A humana podia enxergar com clareza qual seria o seu fim.

Celes Victoria estremeceu ao ver os caninos de seu mestre perfurando a carne macia da mulher,  o sangue que ele sorvia parecendo terrivelmente saboroso e se viu avançando,  atraída pelo próprio desejo aliado a visão da figura perfeita de Alucard sobre a moça.  Ele afastou-se ligeiramente da mulher,  fitando Victoria com os olhos brilhantes por trás do óculos amarelo.  O sangue vermelho escorria pelos lábios bonitos e ela sentiu ímpetos de toca-lo,  parando a poucos centímetros.

Alucard sorriu com ferocidade e tocou o sangue com a língua,  aproximando-se de sua criação.  O desejo nos olhos de Victoria era evidente,  e ele cobriu os lábios dela com os seus,  deixando-a experimentar o sangue que acabara de sugar da mulher abandonada na rua.

Victoria estremeceu ao sentir o gosto saboroso do líquido,  e a ânsia por uma refeição completa aliada ao prazer inesperado dos lábios do mestre sobre os seus fizeram-na fraquejar,  sendo amparada pelos braços de Alucard.  O vampiro olhou-a com um sorriso mordaz e desapareceu,  deixando-a desesperada por sangue...e por ele.

“Você está pensando no que aconteceu mais cedo,  não está?”

A voz grave de Alucard irradiou pelo quarto,  fazendo-a despertar de suas lembranças.  Recolocou o invólucro plástico sobre a mesa,  sabendo que alimentara-se o suficiente,  mas ainda sentindo uma estranha urgência devorando-a por dentro.

“Mestre”.

Sua voz foi quase um sussurro,  os olhos fitos na figura masculina que aparecera em seu quarto,  saindo da parede.  Ele permaneceu em silêncio,  a íris vermelha comprimindo-se por trás das lentes amarelas.  Aproximou-se de Victoria,  o costumeiro sorriso sarcástico dançando em seus lábios.

“Você gostou?”

A voz era rouca e tépida,  como uma carícia.  Ela tentou falar,  mas a presença dele confundia seu raciocínio.  O sangue recém ingerido corria por seu corpo,  deixando-a num estado anormal de excitação,  com maior consciência de todas as sensações e acontecimentos ao seu redor.

“Eu...”

Podia sentir a urgência de seu corpo clamando.  A atração que ele exercia sobre ela chegava a assustar.  Jamais reagira daquela forma à presença de algum homem.  Analisou o rosto do vampiro com atenção,  e o fascínio que os traços aristocráticos de Alucard exerciam sobre ela.

Ele tocou em seu pescoço,  num gesto que certamente a sufocaria se estivesse viva,  mas que agora lhe proporcionava uma corrente de desejo.  Não era comum que ele a tocasse e ela não sabia muito bem como reagir.  O polegar começou a acariciá-la,  tão levemente que ela chegou a pensar que fosse sua imaginação.  Fechou os olhos,  deixando o corpo sentir o prazer do sangue agitando-se dentro dela.  O contato era tão pequeno,  e mesmo assim tão denso.

Ainda estava a uma distância segura do vampiro,  tudo o que os unia era a mão do mestre em seu pescoço.  Mas seu corpo reagia como se ele estivesse dentro dela,  passeando por cada partícula de seu ser e enchendo-a de vida.  Sentiu o cheiro de sangue e abriu os olhos,  encontrando o olhar profundo de Alucard.  O vampiro inclinou levemente a cabeça,  deixando-a ver o pequeno corte em seu pescoço.  Ela tocou os próprios dentes com a língua,  num desejo fremente de tocá-lo e sorver seu sangue.

Dando-se conta para o que Alucard a estava conduzindo,  Celes tentou recuar.  Todos os companheiros que obrigara-se a matar,  o frenesi de tê-los mortos sob si,  a mulher que quase exterminara mais cedo, o sangue que acabara de ingerir... sua humanidade destroçando-se pouco a pouco.  Com horror fechou os olhos e tentou ignorar o aroma atraente do sangue do mestre.  Quase podia ouvi-lo vertendo,  gota a gota,  num chamado sensual.  Seu corpo tornou-se quente de ansiedade,  a mão dele ainda segurando-a pelo pescoço,  puxando-a para si.

“Do que tem medo,  Fukei?  Nada mudará o que você realmente é”.

“Eu...não posso”,  sussurrou, mas a língua projetou-se para fora, buscando ávida o contato com a pele do vampiro,  contrariando seu protesto.

Alucard sentiu as últimas resistências da sua criação sendo quebradas e puxou-a para ainda mais perto.  A língua tocou a sua pele e ele observou a reação da policial ao contato com o seu sangue.  Ela estremeceu e lambeu-o como um gato faminto,  logo trocando a maciez da língua sedenta pelos dentes minúsculos e afiados,  sugando-o com devassidão.

O sangue do mestre misturou-se ao de Celes,  e ela podia sentir-se ardendo,  como se um poder inimaginável se apossasse dela.  Quanto mais sugava maior era sua necessidade.  Seria capaz de bebê-lo todo se ele o permitisse.  Mas foi arrancada do delírio pela mesma mão que a conduzira até ele.  A sensação de vazio e impotência foi atroz,  e ela não pôde impedir o olhar de fúria e insanidade lançado para Alucard.

“Vá com calma,  Fukei”.

O tom irônico a enfureceu.  Ele a levara àquilo,  por que agora lhe negava o prazer?  Olhou novamente para os olhos atraentes de Alucard,  escondidos pelas lentes amarelas do óculos e a realidade a assaltou.  Ele a dobrara tão facilmente que sentiu vergonha de si mesma.  Não era melhor do que aqueles malditos Gouls que matavam.  Aniquilara sua humanidade sem qualquer resistência,  chegara a ansiar pelo prazer que a imortalidade lhe conferia.  O que a impedia de tornar-se um dos monstros contra os quais lutava?

Abaixou a cabeça em desalento,  sentindo a mão do mestre liberar seu pescoço.  Por que agora ele a soltava?  Por que ela simplesmente não virava as costas e desaparecia?  Abandonar tudo,  tentar encontrar o resquício de humanidade que,  talvez,  ainda existisse dentro dela?

“É isso mesmo o que quer,  Victoria?”

Ao ouvir o seu nome na voz grave e sensual de Alucard,  ela levantou a cabeça.  Os olhos refletiam a vergonha e o medo,  mas também o desejo que ainda ardia em seu íntimo.

“Mestre”.

Sabia que não podia abandoná-lo.  Estava presa a ele por algo muito maior que os laços que a transformaram no que era hoje.  Pertencia a Alucard,  jamais conseguiria deixá-lo,  fossem quais fossem os motivos que sua consciência insistia em gritar-lhe.

Alucard retirou as luvas brancas que lhe cobriam as mãos e tocou o queixo delicado de Celes,  impedindo-a de desviar os olhos.  O sorriso sarcástico que ele lhe deu foi tão cheio de sensualidade que ela estremeceu.  O sangue dele correndo junto ao seu apenas fazia com que o desejasse ainda mais.

“Está há hora de aceitar tudo o que eu dei a você,  Fukei, e divertir-se com isso”.

Antes que pudesse pensar em algo para dizer,  os lábios de Alucard cobriram os seus pela segunda vez naquela noite.  Deixou-se beijar,  sentindo-se estranhamente completa nos braços dele.  A língua do vampiro invadiu sua boca e ela se perguntou como seria para ele sentir o próprio sangue em outro ser.

Mais uma vez ele afastou-se,  a mesma figura aristocrática de sempre,  como se nada houvesse acontecido.  O pequeno corte de onde ela sugara o seu sangue,  completamente fechado,  e o único indício do que se passara entre eles eram os olhos vermelhos do vampiro,  que ardiam como um reflexo do seu próprio desejo.

Sem saber ao certo o que fazer,  e,  como se a assegurar-se de que o que acontecera era real,  ela estendeu a mão,  tocando o cabelo negro de Alucard , sentindo-lhe a maciez.  Ele permaneceu imóvel, permitindo que Victoria o livrasse do chapéu vermelho e entranhasse os dedos entre os fios negros.  Observou a timidez da mulher travando uma batalha perdida contra a necessidade de tocá-lo.  A consciência da inumanidade assolando-a e impelindo-a ainda mais a ele.

Ela retirou os óculos do vampiro e fitou o rosto bonito.  Havia algo na imobilidade permissiva de Alucard que a atraía.  Era como se ele estivesse conduzindo-a para algo planejado muito antes e que inconscientemente ela estivesse seguindo todos os passos pré determinados por ele.  Mas a certeza de estar sendo manipulada não era suficiente para obliterar sua necessidade de senti-lo.

Seus dedos deslizaram pela face de Alucard,  decorando cada traço,  sentindo-o como se fosse seu.  Colocou-se na ponta dos pés e aproximou os lábios dos dele.  O vampiro estava sério,  tão sério como ela nunca vira,  a não ser,  talvez,  o dia que ele oferecera seu sangue a ela pela primeira vez.

A aproximação foi tão lenta que ele duvidou que ela de fato o beijaria.  Mas ela suplantou a própria timidez e os lábios tocaram os dele,  numa iniciativa única e exclusiva dela.  O toque foi suave e ingênuo,  tão doce quanto ele imaginou que seria.  Sentiu as mãos de Victoria em sua nuca,  puxando-o para mais perto.  Os dedos subiram por entre seu cabelo a medida que ela aprofundava o beijo.

Havia algo extremamente erótico na delicadeza do toque de Victoria.  Os dedos entrelaçados em seu cabelo negro,  como se ele pudesse salva-la dele mesmo, os lábios mordiscando levemente os do vampiro,  experimentando a nova sensação que nascia em seu corpo.

As mãos da policial finalmente abandonaram os fios negros de Alucard e desceram para o sobretudo vermelho.  Não se lembrava de tê-lo visto sem o sobretudo antes.  Mas também nunca o havia visto sem as luvas até aquela noite.  Fechou os olhos e aspirou a essência do vampiro.  Ele não havia feito nenhum gesto ou movimento desde que ela aproximara-se,  e mesmo assim Celes sentia-se conduzida a isso.  Perguntou-se se não fora este o propósito de Alucard ao oferecer à ela o seu sangue.

Abriu os olhos e mordeu os próprios lábios ao fazer o sobretudo deslizar pelo corpo dele até atingir o chão.  A roupa cinza de Alucard amoldava-se a ele com perfeição e por um momento ela se perguntou se essas roupas eram humanas como as dela ou se eram parte do corpo do mestre.

Ele permanecia em silêncio,  movendo-se apenas quando ela o conduzia,  mas os olhos pareciam queimar.  A intensidade do olhar era tão forte que parecia hipnotiza-la.  Mas ela conhecia o mestre,  sabia que ele jamais a enganaria.  Alucard estava deixando-a livre para fazer suas próprias escolhas.

Os olhos transmitiam o desejo do vampiro,  assim como o sangue em Victoria agitava-se ao pensar em senti-lo.  Porém ele queria estar certo que Celes entendesse que fora escolha dela,  e não uma imposição.

Victoria fechou os olhos mais uma vez,  refletindo sobre suas ações.  Não sabia o que fazer,  ou como agir.  Era tudo tão novo para ela.  Lembrava-se do que sentira ao ver Alucard naquela igreja.  Uma misto de alívio,  terror e desejo.  Ela quisera viver,  por isso aceitara a morte.  Mas também, ela sabia,  quisera conhecer o vampiro.  Ele a despertara e desejara toca-lo com uma urgência tão poderosa que as vezes temia o simples fato de estar ao lado dele.

“Vá em frente,  Fukei”.

Arrancada de seus devaneios,  Victoria abriu os olhos e tocou a própria boca com a língua.  Com os dedos trêmulos segurou no colarinho branco de Alucard, desatando o nó e livrando-o da gravata.  Observou a pele recém exposta e mordeu distraída o lábio,  o sangue começando a verter provocantemente.  Só então o vampiro aproximou-se,  tocando o rosto de Celes e puxando-a para si,  onde lambeu o sangue ainda quente.

Ela sentiu-se entorpecida,  não conseguindo pensar com ele tão perto,  e deixou-se conduzir.  As mãos dele acariciaram seus braços,  prendendo-os atrás do seu corpo enquanto a língua deslizava pelo seu queixo e pescoço,  fazendo sua pele arder.  Os dedos longos e aristocráticos de Alucard incendiavam-na a cada contato com sua pele.  A língua alcançou o lóbulo de sua orelha que ele mordiscou suavemente,  fazendo-a estremecer,  um arrepio de prazer correndo por sua espinha e deixando-a incapaz de emitir qualquer som.

As mãos de Alucard deslizaram pela pele alva,  enquanto sua boca abandonava o pescoço de Victoria,  traçando  um caminho de fogo até o colo perfeito.  Ela arquejou ligeiramente e ele deu um meio sorriso,  enquanto levava as mãos até os ombros da policial,  tocando as alças delicadas da camisola.  A língua ávida desceu do colo para o vale entre os seios enquanto as mãos escorregavam as alças pelos braços graciosos.  Lambeu os seios fartos,  ouvindo o sangue fluir rápido pelas veias de Victoria.  Era um som suave, mas ansioso,  como um chamado sensual.  Tocou um dos mamilos intumescidos com os lábios quentes,  fazendo-a mais uma vez enterrar os dedos em seus cabelos.

O chamado ficou mais nítido,  ele podia sentir o sangue de Celes fluindo,  clamando por ele.  Cravou os dentes ao redor do mamilo,  sentindo o líquido vermelho jorrar em sua boca.  Ela ofegou e o olhou com surpresa,  mas a sensação do sangue abandonando seu corpo alastrou-se por todo o seu ser e uma sede inumana a assolou.

Abandonando os seios de Victoria,  Alucard mais uma vez a beijou , permitindo-a saborear o próprio sangue.  Ela o beijou com sofreguidão,  embriagada de prazer.  O sangue de Alucard fluía dentro dela,  assim como o dela misturava-se ao dele.  Era uma sensação de poder e totalidade.
Mais uma vez sua mente a levou à noite que o conhecera.  A necessidade de sua pureza,  o brilho irreconhecível que vira nos olhos do vampiro.  Teria ele planejado isso desde o princípio?  Ou fora pego na mesma teia que lhe armara?  Seria certo entregar-se ao seu criador?

Afastou-se ligeiramente,  os olhos traindo suas dúvidas e receios.  Alucard segurou seu queixo entre os dedos e a fez fitá-lo.

“O que ainda teme,  Fukei?”

“Eu...”,  ela abaixou os olhos,  subitamente envergonhada.  “Isso é permitido?”

Ele deu uma risada rouca e tão sensual que a fez desejar entregar-se ali mesmo,  fosse qual fosse a resposta.  Sentiu a carícia dos dedos de Alucard em seu rosto e mais uma vez ele a puxou para si,  beijando-a sensualmente.  Seria capaz de morrer para continuar a sentir o prazer de um único beijo dele.

As mãos de Alucard escorregaram pelas costas nuas da policial,  fazendo-a estremecer.  Ela avançou com timidez,  tocando o tecido cinzento das roupas do vampiro e livrando-o lentamente das peças,  uma a uma.  Afastou-se,  quebrando o contato com a pele de Alucard,  e deixou os olhos passearem pelo corpo masculino.  Ele era perfeito,  mais do que jamais se atrevera a sonhar.  A pele era clara e o corpo delgado,  mas a musculatura era rija e atraente,  compondo um conjunto extremamente sedutor.

Ele permaneceu imóvel,  o semblante indecifrável.  No entanto ela podia sentir a energia fluindo entre os dois.  O seu corpo clamava pelo dele com loucura.  Conseguia ouvir os gritos de cada partícula sua exigindo senti-lo.  Mesmo que precisasse parar agora,  seria incapaz.  O fogo alastrava-se por suas veias e Alucard era o alvo.  Precisava dele,  não havia como negar.

O vampiro sentiu a língua ávida da policial tocar o seu peito e deslizar sensualmente até os mamilos.  Ela os sugou com delicadeza,  deixando a língua brincar com o corpo de Alucard,  fascinada com a reação do vampiro.  Continuou a exploração do corpo perfeito,  lambendo-o pelo abdômen até o baixo ventre,  enquanto as mãos desciam provocantes pelas costas até alcançarem a cintura estreita.
Victoria levantou os olhos e enxergou o vermelho sangue dos olhos de Alucard,  como dois rubis em fogo.  Ele a fitou com um sorriso malicioso e acenou para que ela prosseguisse.  Sentiu a língua tocar sua virilha,  ora lambendo-o,  ora beijando-o,  provocando-o até o extremo.  Então ela desceu ainda mais,  e cravou as pequenas presas no interior de sua coxa esquerda,  fazendo o sangue quente e poderoso abandoná-lo enquanto ela o sugava.

O sangue que misturava-se ao dela fez Victoria delirar.  Parecia estar mergulhando na própria essência do vampiro e todos os seus medos e dúvidas desapareciam.  Sentia-se mais próximo de Alucard,  e ao mesmo tempo completamente livre e autônoma.  O gozo preencheu seus corpo e não conseguia impedi-lo.  O sangue era tão poderoso e prazeroso quanto uma droga sem a qual não podia viver.  Mas ela queria mais,  seu corpo queria mais.  O sangue a revivera,  e agora queria que o vampiro tomasse posse dela.

Ele sentiu o sangue o abandonando e a sensação era um misto de prazer e perda.  Os dentes da policial em sua coxa o excitava e a gargalhada saiu fácil e sensual.  Ela aprendia rápido e ele gostava do desempenho da garota.  Desde que vira a pequena policial soubera o que lhe faria.  Quisera aquele sangue puro e inocente em seu corpo,  ansiara o prazer de comandá-la e atormentá-la,  mas,  sobretudo,  aguardara esse momento.  Quando a faria sua, e a perderia para sempre.  A dor e o prazer.  Precisava de Victoria tanto quanto a afastava.

O sangue esvaindo chegou ao seu ápice.  Pôde sentir sua força correndo nas veias de Celes e afastou os dentes da policial de sua carne.  Ela lambeu os lábios vermelhos,  úmidos do seu sangue e ele a desejou ainda mais.  Sabia que não poderia mais esperar.
Segurou os cabelos claros da policial e a puxou para si,  beijando-a nos lábios.  As pernas de Victoria enroscaram-se ao redor de sua cintura e ele a penetrou devagar,  aproveitando cada instante.  O grito de dor foi sufocado pelos lábios que cobriam a boca da policial e ele sentiu a explosão de prazer percorrendo seus corpos em uníssono,  ambos compartilhando a liberdade e a sensualidade de estarem juntos.

Os lábios separaram-se algum tempo depois e a cabeça de Victoria repousou no peito do vampiro.  Ele a segurou junto a si por quase uma eternidade , e então,  delicadamente deixou que ela escorregasse por seu corpo,  colocando novamente os pés no chão.

O silêncio que se seguiu foi como palavras não ditas mas cravadas na alma.  Celes Victoria sabia que não era mais a mesma.  O sangue de Alucard corria em suas veias.  Ela era única e inteira novamente,  mas o prazer da liberdade foi ofuscado pela certeza de tê-lo perdido para sempre.

Quando ousou levantar os olhos para o vampiro, Alucard estava novamente vestido.  A roupa cinza,  a camisa branca e o sobretudo vermelho.  Os cabelos caíam revoltos sobre os ombros e os olhos transmitiam uma dor que não deveria estar ali.

Tão rápido quanto a dor transpareceu,  ela se foi,  como uma diáfana lembrança.  Pairando diante dela havia apenas o costumeiro cinismo,  logo encoberto pelos óculos amarelos.  Ele afastou-se e,  antes de dar as costas à policial,  Alucard a encarou,  fazendo-a estremecer diante da intensidade do olhar.

“A você foi dada a liberdade,  Victoria.  Nada mais a prende à Hellsing ou a mim.  A escolha agora é sua”.

Ela o olhou com os grandes olhos vermelhos arregalados.

“Se eu saísse...você me caçaria?”

O semblante de Alucard turvou-se ligeiramente,  e então ele sorriu,  as presas visíveis e sedutoras.

“Não há necessidade....ainda”.

A figura aristocrática e exótica de Alucard desapareceu,  deixando a pequena vampira de pé no meio do quarto.  O corpo nu,  os lábios trêmulos e os dentes ansiosos por sentir a pele macia e quente do seu criador novamente,  enquanto a alma gritava em desespero.  Estava sozinha,  e agora não sabia o que fazer ou como viver.

 FIM.
Início:  24/03/02
Fim:   22/04/02

~*~*~*~
Nota da autora:  O que há para dizer nestas notas? ^_^ Na verdade, não há muito, além do fato de eu ser completamente apaixonada por Hellsing. Foi amor à primeira vista ?
Então,  deixem-me agradecer às 3 pessoas,  sem a qual esta fic não seria possível.  Primeiro,  o Serizawa Kamo,  que foi quem me presenteou com o primeiro episódio   deste anime.  Eu fiquei totalmente rendida e,  se existe alguém a quem devo agradecer, é a ele.
Depois o Prayer. É muito provável que ele jamais vá ler esse agradecimento,  mas foram as explicações dele, bem como o seu resumo entusiasmado da série, quando eu havia assistido apenas o primeiro episódio, quem me deu ânimo para sair atrás dos outros episódios e assim consolidar meu caso de amor com Hellsing e o vampiro mais sexy que eu já vi no mundo dos animes.
E por último,  mas não menos importante,  agradeço à minha beta reading,  Eriale,  que com muito tato consegui introduzir ao mundo maravilhoso do Alucard e sem a qual eu não poderia ter acabado esta fic. Foi o encorajamento dela,  bem como as correções e comentários oportunos que fizeram-me chegar ao fim.  Obrigada, Eri-chan,  vc é maravilha.
E,  isso é importante de ser mencionado,  dedico esta fic à minha cara Neko que conseguiu fazer-me sair da concha e escrever uma fic com os dois indo para a cama.  Felicia,  essa fic eu escrevi especialmente para você.  Não sei se saiu  a altura do que você esperava,  mas tratei Alucard e Victoria com o maior carinho possível,  afinal,  eu sou louca pelo Alucard ^_^
Ah!! Antes que eu esqueça....Eriale, se eu descrevi o Alucard como você imaginava (e como eu também,  confesso), é porque tinha em mente a descrição que você fez no icq....portanto,  esta parte é especialmente para você (incrível...coincidentemente começou a tocar SHINE agora).
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