O Ódio... Velado no Idioma do Amor
                                                                                                                                                                                                                                                  Nívea
 

Vegeta mantinha o olhar fixo em algo que se movia. Estava um pouco distante, mas aquela rapidez de movimentos, que lhe era tão familiar e, sobretudo, que o irritava tanto, o fez assumir uma expressão de raiva, mas também de... Era ele mesmo! O infeliz do Goku.
Certas coisas estavam se tornando estranhas para ele, criatura estúpida e fria por natureza. Não! Ele não gostava do insolente. Mas receava sentimento pior. Tinha que admitir que o admirava; sua força quase inerente, sua tranquilidade. E, sim, o desejava. Não foi por capricho que tinha acontecido aquilo. Agora percebia o quanto Goku o fascinava. Mesmo comendo, o porcão era encantador.
Vegeta se aproximou, de forma lenta, mas altiva, até ficar a menos de um metro do outro.

"Goku, venha cá!"

"Não posso, Vegeta! Estou treinando!"

"Eu sei; não sou cego! Quero te ensinar uma técnica."

"Tudo que você sabe, eu já sei há muito tempo. Além disso, desde quando o insuperável aí ensina alguma coisa?"

"Maldito! Como ousa?"

"Por que não vai ensinar sua técnica para Bulma? Ela deve estar precisando, coitada..." Goku esboçou um sorriso sarcástico.

"Prefiro você! É mais apertadinho." Vegeta estreitou os olhos; a lembrança daquela noite...

"Acho melhor esquecermos isso! Eu tinha bebido e comido demais..."

"Você sempre come demais, Goku. Será por isso que Chi Chi é tão nervosa?"

"Deixe-a fora disso! Meu casamento é maravilhoso! Aquilo entre nós foi um erro! Eu não sabia o que estava fazendo. Você gostou? Pois eu detestei!"

Vegeta, em dois segundos, cobriu a distância que os separava. Sabia que Goku era mais poderoso que ele. Sabia também que estava mentindo; que não tinha detestado... Não era dado ao sexo; suas prioridades eram outras. Mas quando desejava, sua performance era notável. Como era quando odiava.
Encostou seu corpo todo no de Goku. Uma das mãos segurando com força seu cabelo, fazendo com que inclinasse a cabeça para trás. Deslizou a língua por toda a extensão do pescoço, terminando com uma lambida rápida, tênue, no lábio superior. Aproximou-se do ouvido, não deixando de roçar sua face na dele...

"Costuma gemer tanto para as coisas que te desagradam?"

Goku tentou se esquivar daquela proximidade. Não podia ceder de novo. E tinha seu filho. Precisava orientar Gohan. Como faria isso, entregando-se de modo tão irracional à Vegeta, o homem mais desumano que tinha conhecido? O melhor seria mentir, ferir o ego daquele que desejava.

"Foi dor! Somente ela! Afaste-se de mim! Tenho nojo de você, do seu corpo..."

Vegeta colocou as mãos entre as pernas de Goku. Ah! Estava maravilhosamente duro!
Tocou seu próprio sexo, e o mostrou em seguida. Era imenso; maior que o de Goku. Juntou o seu ao dele, e começou a friccionar, ao mesmo tempo que alcançava-lhe os lábios, e oferecia um beijo profundo, deixando que sua língua explorasse a boca daquele que, na verdade, queria ver morto.

Goku desistiu, completamente! O corpo de Vegeta sobre o seu, o calor, o desejo...
Precisava tê-lo dentro de si; aquela masculinidade, aquele poder, aquela tristeza, enfim, que tornava-o tão belo. Vegeta era impassível, impiedoso e tão... triste.
Seus cabelos estavam louros, assim como os de Vegeta. Separou as pernas, oferecendo-se. Vegeta se posicionou entre elas, forçando a entrada. Finalmente... não da forma apressada, depois de uma luta e de muito álcool, como foi a primeira vez, mas com Goku sóbrio, consciente, sem resistir... Não! Não seria fácil assim... Sentiu dedos fortes machucando sua garganta. Sentiu o ódio retornando também. Nunca alcançaria aquele filho da puta?

"Saia de cima de mim, viado do inferno!"

"É o quê?" Vegeta estremeceu de raiva. Como tinha ouvido tal coisa e ainda não esmagara a cara do miserável? Talvez porque quissesse ver sua expressão quando estivesse gozando embaixo dele. Precisava fazê-lo engolir sua arrogância. Mas não queria violentá-lo. Segurou o pulso de Goku e forçou-o a soltar seu pescoço. Colocou suas pernas poderosas sobre as dele e descansou seu peso no corpo de Goku, olhando-o nos olhos.

"Além de viado, é surdo? É melhor sair, ou eu acabo com sua raça! Lembre-se que sou o guerreiro..."
 
"Grande merda!" Isso foi dito num sussurro, enquanto Vegeta deslizava a mão até um dos mamilos de Goku e começava a brincar com ele. Era tortura demais! Ansiava por tocar o inimigo - Pois era seu inimigo -, ser preenchido por ele... Ia dar uma resposta ríspida, ofensiva, mas não conseguiu. Ao invés disso, emitiu um gemido baixo, mas longo. Vegeta estava com a língua no seu... umbigo.

"Por favor... não faz isso não!"

"Não gosta?"

"Não estou sentindo nada!"
 
 Todos os músculos de Goku ficaram tensos. O que aquele demônio estava fazendo agora? Apoiou-se nos cotovelos para ver o outro. Sorriu de satisfação ao contemplar o corpo bem-feito, torneado. Viu uma parte do rosto viril, concentrado no que estava fazendo. O que ele estava fazendo? Ou melhor, sua língua? Ela estava fazendo círculos em seu sexo, que já estava doendo de tanta pressão que o desejo reprimido causava. Os círculos começavam pequenos e iam aumentando à medida que chegavam perto da base. Que sensação era aquela? Não conhecia, absolutamente! Deixou-se deitar, apertando os ombros fortes de Vegeta com suas pernas perfeitas. Seus gemidos entrecortavam-se com uma respiração ofegante, e quando estendeu a mão para acariciar os cabelos de seu - Por que não dizer? - amante, encontrou o vazio. Os lábios de Vegeta se fecharam bem ali, na sua parte mais íntima, umedecendo-o, preparando-o... Como era possível extrair tanto prazer de uma coisa tão depravada? Jamais tinha feito, e muito menos recebido isso em sua vida. Fechou os olhos, mas eles foram abertos logo em seguida. Aquilo era dor? Quase! Sentiu a ponta do sexo rijo rasgando sua carne. Institivamente, tentou se afastar. Vegeta parou, esperando. Estava transformado pelo desejo, com um olhar predador para o parceiro. O descontrole que Goku lhe provocava... Mas ia respeitá-lo, dessa vez. Não queria protagonizar nenhum estupro. Inclinou-se sobre ele e forçou sua língua contra a boca entreaberta do outro. Goku não só permitiu-lhe a entrada como retribuiu, com um beijo ardente.

"Faça! Quero que me possua! Agora! Vou tentar me afastar, mas você não deve deixar! Tem que entrar em mim! Só vou dar essa chance!"

Vegeta, com uma só estocada, atendeu ao pedido do seu já antigo adversário. O corpo embaixo do seu se retesou, unhas cravaram-se em suas costas... Tão apertado, quente, macio! Não podia esperar, ser gentil. Segurou a cintura de Goku, para mantê-lo no lugar, e investiu com força, arrancando um grito rouco dele. Não parou. Seu sexo entrava e saia do corpo de seu amante num ritmo forte, brutal. Pressionou o sexo de Goku com seu abdôme, cujos músculos estavam todos visíveis, e começou a movimentar-se com bastante rapidez, causando o mesmo efeito da masturbação. Não aguentaria mais tempo. O prazer era intenso demais. Mas tinha que esperar por Goku... Ah! Aquele líquido precioso! Sentia-o por todo o seu tronco; seu corpo, agora, estava deslizando sobre o do seu parceiro, enquanto um gemido profundo, sensual, ecoava ainda em seus ouvidos. Deu a última estocada, entrando todo, esvaindo-se inteiro dentro daquele homem... admirável.
Descansou, então, o rosto no pescoço de Goku, que deixou sua mão percorrer suas costas, indo descansar, enfim, nas nádegas firmes, perfeitas, daquele que, breve, estaria subjugado.
 
Sim... precisava muito sentir o gosto de Vegeta!



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