Miyazawa-chan

Yukito havia acordado. Como já era esperado, Touya lhe deu pequenos beijos de bom dia e se levantou para tomar banho, Yukito até pensou em tomar banho com ele, mas desistiu da idéia, afinal, se ele entrasse no banheiro, os dois fariam tudo, menos tomar banho. Ele então se levantou e foi fazer o café da manhã.

Já na mesa, começaram seus horários do dia.

- Hoje tenho treino de futebol, você vai me esperar?

- Na verdade tinha outros planos em mente.

- O que vai fazer?

- Tenho que resolver alguns probleminhas.

Touya levantou-se da cadeira e se apoiou na mesa de forma que ficasse de frente para o rosto de Yukito.

- Que probleminhas?

Yukito percebendo que havia falado de mais, levantou-se da mesa.

- Já está tarde, vamos nos atrasar.

- Ah, não senhor, dessa você não vai fugir, que problemas, Yuki?

Tentativa em vão, Yukito lhe deu as costas e saiu da casa.

- Você vai se atrasar!

Na verdade, essa pequena briga matutina, foi o suficiente para que Touya ficasse com cara amarada para Yukito. Mas este não deu muita atenção, afinal, por mais que não gostasse de esconder nada de Touya, isso era preciso no momento.

Assim que se passaram as aulas da tarde, Yukito foi se encontrar no pátio de trás do colégio para dar um beijo de despedida em seu namorado. Por causa do treino, só se veriam na casa de Touya e só poderiam ficar mais a vontade na casa dele. Mas qual não foi sua surpresa quando Touya chegou com um uniforme de futebol do colégio em suas mãos.

- Vamos depressa, você tem dez minutos para se trocar.

- Mas Touya, eu não posso jogar.

- Por que não?

- Porque não.

- Nove minutos. – ele disse dando as costas para Yukito.

Yukito havia entendido o jogo de Touya, ele teria que dizer para o treinador o porquê, que ele não iria treinar. Mesmo não sendo do time, ele tinha que dar alguma explicação, é e claro que Touya estaria ali do lado para ouvir.

"Touya, como você é bobo".

- Me desculpe treinador, mas não poderei treinar hoje.

- Por que não Tsukishiro?

- Tenho que resolver alguns problemas pessoais.

- Problemas muito graves?

- Depende do ponto de vista. – ele disse dando seu pequeno sorriso.

- Tudo bem então, pode ir.

Yukito deu um pequeno sorriso para Touya, como um pequeno tchau, o que o deixou mais preocupado ainda, Yukito nunca havia escondido tanto uma coisa dele.

A lua já surgia no céu quando Touya chegou em casa. Yukito e Sakura estavam fazendo a jantar, logo depois Fujitaka também chegou e todos jantaram, detalhe, Touya e Yukito não trocaram uma única palavra.

Como de costume, todos se reuniram na sala de visita e conversaram tomando chá e comendo bolo. Já era tarde, Sakura havia ido se deitar, percebendo que seu pai queria fazer o mesmo Touya perguntou:

- Você vai dormir aqui Yuki?

- Achei que você ia dormir lá em casa hoje.

- Mudei de idéia.

- Tudo bem, nos vemos amanhã no colégio, boa noite Sr. Fujitaka.

- Boa noite Yukito, nos vemos amanhã certo?

- Se eu não mudar de idéia, com certeza.

- Te acompanho até a porta.

Lá fora:

- Boa noite, Kinomoto.

- Por que você está bravo?

- Você ainda pergunta? "mudei de idéia"- ele disse num tom sarcástico.

- Mudei mesmo.

- Posso saber por que você mudou de idéia?

- Porque sim.

- Já entendi tudo, por mim tudo bem, você quer ficar nesse jogo, então jogue sozinho.- Ele disse dando as costas para Touya e indo para casa.

- Como ele é idiota.

Yukito disse isso abrindo a porta de sua casa, foi quando parou por alguns segundos e percebeu que aquela era a primeira vez em que ele entrava sozinho, a noite, em sua casa sem Touya, ele então colocou a mão no bolso de seu casaco é pegou um pequeno embrulho.

- Três semanas, daqui uma semana será um mês.- uma pequena lagrima escorreu em seu rosto, dali uma semana seria o Natal, seu aniversário e o mais importante para ele um mês de seu grande sonho, seu namoro com Touya. Tudo seria comemorado em uma noite muito especial pelos dois. Mas um pensamento veio em sua cabeça. Touya estaria tão bravo a ponto de acabar com todo esse sonho? Mas o que ele podia fazer? Como iria contar que o "probleminha" era seu presente para essa noite tão especial para ele?

Yukito se deitou em sua cama, que guardava o agradável perfume de Touya, mas que estava vazia e fria. Seria por culpa sua? Ele deixou os pensamentos invadirem sua mente até que dormisse.

Enquanto isso, Touya também se perguntava algo:

"Por que ele não me conta seu problema?" Um pensamento percorreu a mente de Touya, "será que Yukito não havia falado, porque o problema era ele?"

Touya então se afundou no travesseiro. Não, não pode ser, amanhã de manhã vou lhe pedir desculpas e tudo voltará ao normal.

Repetindo várias vezes esse pensamento, ele acabou dormindo.

Na manhã seguinte, Touya nem tomou seu café. Se levantou bem cedo e correu para casa de Yukito, mas, para o azar dele, Yukito havia saído mais cedo para refletir sobre os acontecimentos da noite passada.

- Bom dia Kinomoto-kun.

- Bom dia, Yoko-chan, você viu se Yukito já chegou?

- Sim, ele esta na sala de música.

- Obrigado.- ele respondeu correndo para o local que a amiga havia lhe dito. Chegando lá, viu seu pequeno namorado tocando uma música triste. Com certeza estava magoado.

- Itoshii, nós podemos conversar?

Yukito fechou o piano e virou-se para Touya, se levantou e foi até a janela, onde se apoiou e falou:

- Sabe? Nossa cama ficou muito fria sem você.

- Não sabe o quando estou arrependido por ontem.

- Eu fiquei pensando, durante um bom tempo, de quem seria o culpa...

- Nós dois sabemos que é minha.

Yukito então se virou para Touya e fez não com sua cabeça.

- Não foi só sua, foi minha também.

- Sua? Em quê Yuki? Eu fiquei te pressionando para contar algo que você tinha todo o direito de não querer me dizer.

- Sim, mas te deixei preocupado, você está achando que é um problema pessoal e que não quero sua ajuda, certo?

- Na verdade o que mais está me perturbando é o porquê de você não querer minha ajuda. Ontem a noite, até me passou o pensamento de que isso era porque eu era o problema, Yuki, se for isso, eu respeito qualquer decisão sua, por mais dolorosa que ela seja para mim.

Nesse momento, Touya sentiu o pequeno corpo de Yukito sobre seu braços e seu lábios indo de encontro aos seus.

- Não é isso! Nunca mais diga isso Touya, eu te amo, você nunca será meu problema, será a solução, somente por você estou aqui hoje, você sempre me protegeu...

Touya o interrompeu.

- Yuki, eu já sei de tudo isso, mas as pessoas mudam de opinião.

- Mas a minha não irá mudar, logo depois que você me deu seus poderes, na sala de projeção, você me disse que as coisas que nós havíamos vivido juntos eram reais e que era isso que importava para você. Eu digo a mesma coisa, minha vida é tudo que eu vivo com você porque você é minha vida. E o problema... – ele disse, tirando uma coisa do bolso – é este, abre.

Touya abriu o pequeno embrulho. Havia uma pulseira toda prateada com sete coelhinhos, que levavam sete sílabas Yu-ki-to-tsu-ki-shi-ro.

- Feliz Natal, feliz aniversário de um mês e obrigado pelo meu aniversário, que somente por você eu posso comemorar de duas maneiras- ele disse sussurrando no ouvido de Touya- por você e com você.

Touya o abraçou e lhe deu um beijo.

- Eu te amo. Nosso natal será maravilhoso.

- Tudo será maravilhoso Touya, porque você sempre estará lá. Mas quanto a nossa noite de natal, eu vou cobrar, viu?

Touya deu um pequeno sorriso e beijou novamente Yukito. Seis dias depois, chegou a noite de Natal e, em cima da mesa dos Kinomoto.

"Fui cumprir uma promessa, um Feliz Natal a vocês.

Obs: Não coma demais, hêm monstrenga."

Bom, nem preciso dizer o que ele foi fazer, né? ^_^ ...

Owari

Obs: "Sheilinha depois eu faço uma continuação, descrevendo a noite, isso se vc já não imaginou..."