Fome Youkai
Umi no Kitsune
 

Capítulo 2 -Definhando
Ele continua sério. Eu o magoei demais. Ele tem o olhar vazio. Eu fui um estúpido. Ele caminha rápido para não se deixar cair. Eu me arrependo. Ele quer chorar. Eu quero matá-lo, matar-me... parar de sofrer, é o que eu quero. Por que não consigo? Hiei observava Kurama de longe com seus próprios pensamentos em conflito. Uma nova nevasca começara, perdia-o de vista, teria que se aproximar mais. Melhor não. Talvez quando eles resolvessem parar de novo, quando os outros já estivessem dormindo, iria falar com ele. Tomando essa decisão, Hiei sumiu no meio da nevasca.
 
 

Três dias e duas noites se passaram e Hiei continuou apenas observando. A uma distância segura o bastante para que ninguém percebesse sua presença e ele mesmo tivesse que se esforçar para sentir a presença deles. Estava derrotado pelos próprios instintos: sua vergonha costumeira não deixou que se aproximasse na primeira noite, seu orgulho típico foi mais forte na segunda noite, a fome crescente de hoje lhe dava medo suficiente para não se aproximar mais... Só de lembrar-se do gosto da última refeição a saliva aumentava, o estômago respondia com dor e uma sensação de vazio. O que diabos fazia no Makai? Dificilmente encontraria outro ningen... Hiei respirava pausadamente, olhava com desconfiança qualquer movimento diferente, alguém ou alguma coisa que pudesse comer. O frio começava a lhe incomodar, passando a sensação de que deveria comer, comer muito, mais do que estava acostumado, e essa resistência voluntária aumentava a vontade. Ele encolheu-se, sentando-se nas reentrâncias de uma rocha coberta de neve e pressionando as costas contra a mesma. Odiando seu desejo e sua condição, mordeu com força o lábio inferior. Os caninos perfuraram a fina pele e, lentamente, a língua provou as duas pequenas gotas de sangue que apareceram. O gosto... tão diferente. Sua língua formigava por outro sabor, mais refinado, mais saboroso, um sabor humano! Hiei grunhiu um palavrão, levantou-se e desapareceu no meio da nevasca.

Enquanto corria era feito de tolo pelos próprios pensamentos, que lhe mandavam imagens de um humano desprotegido, indefeso e de sabor especial. Um sabor nunca antes experimentado. Estava escuro, não conseguia ver nada além do humano sentado, ele não tinha rosto, uma luz branca impedia que identificasse sua presa. Não importava, iria se aproximar assim mesmo, por trás. Um movimento o assustou, todo o tronco do humano começou a balançar nervosamente, pareciam soluços insistentes... estava chorando! Hiei pôde ouvir o choro, quase mudo, contido, por isso o corpo balançava tanto. Outro movimento, o humano levantou-se, ainda de costas. "Ele vai fugir!", o koorime faminto pensou, passando a mão na cintura em busca da katana que, para sua decepção, não estava lá. Num movimento rápido, Hiei agarra o corpo frágil e crava as unhas nele. Elevando um pouco a cabeça, abrindo ao máximo a boca, Hiei abocanha o ombro humano, sentindo com prazer o sangue espirrando na língua antes molhada pelo excesso de saliva. O humano ganha face, grita e seu corpo curva em dor. Ele se deixa cair nas mãos de Hiei, que ainda mordia com força seu ombro. Uma mecha de cabelo cai ao seu lado, o humano vira o rosto e encara com desespero o koorime. Hiei abre a mandíbula, como se ele mesmo tivesse sido mordido pelos olhos que o encaravam. Tinha mordido Kurama! Tinha atacado Kurama! Não...

O corpo de Kurama perde as roupas, ficando nu, escapa de suas mãos e começa a cair no meio da escuridão. Hiei grita e tenta segurá-lo de volta, mas por mais que tentasse se esticar não o alcançava; Kurama apenas olhava com os olhos verdes sem vida, vazios. Hiei agarra a si mesmo e grita pelo nome da raposa. O ruivo pára de cair e antes que o koorime tivesse alguma reação, a escuridão entre eles se divide: continua infinita onde Hiei está, mas se transforma em um enorme mar de sangue abaixo de Kurama, que continua encarando Hiei com o olhar vazio. Ele se desespera e grita mais até ficar sem voz, até sentir o gosto do próprio sangue na garganta se misturar ao gosto de Kurama. Seus gritos, seu sangue, sua dor de nada adiantam; como um brinquedo o corpo do youko é arremessado em direção ao mar, o sangue levanta numa grande onda com o impacto e atinge em algumas gotas Hiei, que num ato de cólera, tenta limpar-se, mas o que consegue é espalhar várias manchas vermelhas pelo próprio corpo. Kurama sumira junto com a onda. O mar de sangue começou a revoltar-se, ondas maiores e mais fortes tentavam alcançar Hiei, que se desviava fugindo para o seu lado, o lado da escuridão. Uma grande onda começou a encobri-lo, mas parou como uma parede na frente de Hiei. Ele encarou o olhar de seu próprio reflexo e estendeu a mão, mas antes que tocasse a parede de sangue, braços saíram dela e acariciaram, molhados de sangue, seu pescoço. Kurama apareceu até a cintura no meio do sangue, com o líquido lhe envolvendo todo, rubro. Estendeu mais os braços tentando abraçar Hiei, que ficou parado, hipnotizado pelos olhos sem cor, sem paixão, sem vida, cobertos de sangue. Sentiu Kurama se aproximar de seu ouvido; as mãos do youko pintando seu corpo de vermelho; escutou a pergunta feita sem sentimento, seca: "O que você quer, Hiei?". Kurama e o sangue já lhe envolvendo todo; de novo: "O que você quer?"

- O que você quer, Hiei?

Hiei piscou ante a figura de Kurama. Esteve delirando! A fome o fez delirar! Involuntariamente, perdido com as imagens, suas pernas o levaram até Kurama. Segurava-o pelos braços, numa atitude possessiva. Seus dedos afundando na malha grossa que o ruivo vestia, provavelmente chegando a machucá-lo, mas ele não demonstrava nenhum sentimento. Hiei soltou-o e abaixou as mãos junto com o rosto. Kurama deu um longo suspiro de impaciência e se afastou. Hiei então percebeu a presença dos outros: Koenma e Kuwabara fingiam que não tinham visto nada enquanto Yusuke olhava fixo para a neve, tinha seus próprios pensamentos. Não chegava a ser uma caverna onde estavam; apenas uma grande rocha inclinava-se sobre eles formando uma espécie de teto. Pelo menos a nevasca não os atingia com muita força.

- Finalmente voltou!- Kuwabara falou- Pensamos que tinha abandonado a missão!

- Penso em abandonar a idéia de ter pena de você!- Hiei mandou um olhar nada amistoso a Kuwabara, que percebeu que não era hora de conversa e calou-se.

Hiei buscou com os olhos por Kurama e o encontrou longe de todos, sentado em uma pedra nua. Ele afastou com os pés a neve do chão, passou uma mão pelo cabelo e depois tocou, com a mesma mão, na terra descoberta. Em pouco tempo um grande arbusto vistoso se formava, formando uma proteção verde entre o chão e a grande rocha acima deles. Kurama se afastou e assim como deu energia para que a planta crescesse no frio, tirou energia dela para que ela morresse mais rápido. As folhas secaram e caíram, os galhos, nus,enrugaram e ficaram sozinhos na função de conter os fortes ventos.

- Acho que isso é o bastante.- disse Kurama levantando- Pelo menos por essa noite.

- Está perfeito, Kurama, obrigado.- Yusuke se aproximou e começou a falar em particular com a raposa.

Hiei, ainda no mesmo lugar, olhava a todo movimento e gesto de Kurama. Ele concordava com a cabeça a algumas palavras de Yusuke, ficava pensativo e falava com sua costumeira calma. Em um momento, Yusuke disse algo que o deixou com as bochechas vermelhas de vergonha, depois o detetive tentou consertar dizendo outra coisa rindo. Kurama deu um sorriso meio de lado e respondeu com o olhar baixo. Yusuke apoiou uma mão em seu ombro, provavelmente tentando confortá-lo. Ele levantou o rosto e seus olhos se encontraram com os de Hiei que, pego de surpresa, encabulou-se e desviou o olhar.

- Falei!- Yusuke disse em voz alta afastando-se de Kurama.

Hesitante, Hiei voltou a olhar para o que a raposa fazia. Kurama se encostou na rocha, o ar em sua volta se condensou e cobriu toda a forma do humano ruivo para depois dar lugar a uma raposa cinzenta com pelo lustroso e seis caudas. Hiei não entendeu a transformação e se aproximou devagar do animal que o olhava com descaso.

- Por que se transformou?

A raposa apenas deu uma volta em torno de si mesma e deitou-se trazendo as várias caudas sobre o próprio corpo. Hiei então entendeu. Kurama se transformou por causa do frio, que era mais severo à noite. Yusuke então se aproximou, com uma grossa manta.

- Está indo dormir cedo, Kurama!- Yusuke cobriu a raposa com a manta e afagou atrás das orelhas felpudas- Nem dá pra imaginar que um animal tão lindo seja tão frio, como humano, durante uma luta...- a raposa tentou morder a mão de Yusuke, mas esse foi mais rápido.- Opa! Calma... er... bem, você já sabe, boa noite.

Kurama lambeu a mão de Yusuke e choramingou quando este foi embora. A raposa olhou de relance para Hiei e depois apoiou delicadamente a cabeça nas patas dianteiras, dormindo, ou fingindo dormir. O koorime ficou com seus pensamentos em culpa. Na primeira noite, Kurama não precisou se transformar porque estava com ele! Hiei o aqueceu a noite inteira; o frio da montanha o incomodava, mas não tanto quanto ao corpo humano de Kurama, com um pouco do seu ki poderia aquecer facilmente os dois. Mas foi idiota de novo! E de novo abandonara sua raposa. Com cuidado, sentou-se ao lado de Kurama, este abriu os olhos e começou a rosnar mostrando os caninos brancos. Hiei abaixou o rosto encarando os grandes olhos dourados e intimidadores.

- Eu... você pode me dar outra chance?- Kurama continuou rosnando, mostrando mais os dentes- Por favor...

Hiei agarrava a própria capa e abaixou o rosto evitando que Kurama o visse tão alterado. Percebeu então que ele parara de rosnar, olhou de novo e viu a raposa deitada encolhida sob a manta. Hiei sentiu o coração vazio, um vazio que dói cem vezes mais que o do estômago. Kurama ainda não o perdoara... O koorime deitou-se ao lado da raposa, mas quando foi ajeitar-se melhor, um ronco longo e alto saiu de sua barriga que tremeu junto. Kurama levantou a cabeça com as orelhas em alerta e um olhar surpreso para Hiei, este apenas o respondeu com um olhar de cumplicidade.* A raposa saiu debaixo da manta e, com jeito de que ia caçar, começou a cheirar Hiei.

- O que você está fazendo?- Kurama continuou cheirando, como fiscalizando algo.

Hiei congelou-se com o pensamento que lhe veio. Será que Kurama desconfiava da sua fome? Hiei fechou os olhos quando o focinho do youko chegou perto de seu rosto. "Tomara que ele não sinta o cheiro!", Hiei rezou. O youko cheirava devagar e profundamente a boca e a região em volta dela, depois de um suspiro forte, que fez Hiei estremecer, afastou-se. Começou então, com o focinho e as patas, arrastar a manta no chão; Hiei a levantou, sob o olhar desconfiado dele.

- Eu só vou te cobrir. Não tentarei mais nada.

Kurama ficou um instante encarando os olhos vermelhos de Hiei, como se querendo descobrir o que há por trás deles. O que há por trás dessa atitude nova. Desistindo, deitou-se novamente e deixou-se cobrir por Hiei que, porém, cobriu-se com a mesma manta também. Era estranho. Nunca imaginou que passaria por uma situação como essa: Kurama o tratava com descaso, como se fosse um desconhecido com quem tinha que tomar cuidado. E ele nem sabe da verdade... Se Kurama o despreza agora, se o odeia pelo seu comportamento agora... Quando souber qual é a causa disso tudo, o que ele já fez, quantas pessoas matou só para saciar sua fome... Hiei queria chorar, mas não conseguia. A dor da vergonha ficou presa em sua garganta; não seria capaz de encarar Kurama outra vez. Hiei dormiu, com as dores da fome e da rejeição.
 
 
 
 

De novo... A escuridão! "Não! Quero sair daqui! Como eu saio daqui? Droga, como eu saio?" Hiei gritava no meio da escuridão, mas ninguém respondia, nem sua voz ecoava. Desesperado começou a correr, a fugir, mas não achava nada, nem parecia mover-se, era apenas a escuridão. Em um canto apareceu alguém, sem rosto. "Não... dessa vez, não! Eu não vou fazer nada! Você não vai me enganar!", gritou Hiei furioso para sua Fome. O estranho também chorava, também estava de costas, também se levantou. Hiei desesperou-se e correu em direção contrária, mas depois de alguns passos, alguém o agarrou por trás. O koorime debateu-se me vão, gritou de dor quando sentiu morderem seu ombro. Olhou para quem o atacava... era ele mesmo! Hiei, transformado, faminto de carne. Então era assim que ficava quando comia. Era um monstro! "Me larga! Eu não sou assim! Eu não..." A mordida fortificou-se, Hiei perdia os sentidos pouco a pouco. Olhou para baixo e viu o mar de sangue se formar aos seus pés. "Você não vai me levar!" Hiei debateu-se, mas o outro Hiei, o faminto, era muito mais forte. Ele levantou-o no ar e atirou o koorime no mar de sangue.

Ele sentiu o momento lentamente. Estava nu, o sangue molhando e tingindo sua pele; as várias bolhas, formadas com o impacto, acariciavam todo o seu corpo, o líquido rubro era morno e o relaxava. Apenas afundava, não chegava a um fundo. Hiei já se acalmara, quando sentiu algo frio em seu estômago. Era a sua katana! Quando foi tira-la, ela moveu-se sozinha pelo seu corpo, fazendo uma trilha dentro de Hiei que gritou de dor. Antes não sentira, mas o sangue, seu sangue, invadia a boca e o engasgava, o sufocava querendo sair. Olhou para frente, a katana estava apontada para seu rosto! Sem conseguir se desviar, Hiei teve o rosto cortado em fatias irregulares, seus pedaços se perdendo no mar de sangue do qual já fazia parte.
 
 

Hiei mal abriu os olhos teve que fechá-los rapidamente. Youko estava sobre ele, lambendo todo o seu rosto e choramingando baixinho. Sentou-se e olhou confuso para o belo animal no seu colo. Olhou depois envolta, os outros dormiam pesadamente. Kurama... Temeroso, Hiei fez um carinho em uma das caudas peludas.

- Obrigado por me acordar.- Hiei falou baixinho, mas confiante- Obrigado mesmo.
 
 

************




O koorime acordou, mas não abriu os olhos. Estava bom demais para estragar, assim, tão rápido. Durante a noite Kurama deixou-se ser abraçado por Hiei, que mesmo demorando a dormir de novo, teve um sono profundo, sem sonhos, mas também sem pesadelos. Abrindo um olho devagar, Hiei estranhou, mas agradou-se com a surpresa. Estava mesmo abraçado ao youko, mas não ao animal. Com suas orelhas, cauda e aquele cabelo comprido e liso, Youko Kurama, o Ladrão do Leste, abraçava com esmero e aninhava carinhosamente o pequeno corpo de Hiei no seu.

- Não acorde ainda, não. Está bom assim.- o youko disse de repente, trazendo Hiei mais para perto.

Hiei não disse nada, apenas fechou os olhos, concordando com Kurama. Não conseguindo conter a felicidade de ver sua raposa de novo tão próxima e tão afetiva, Hiei abriu um pequeno sorriso e suspirou com gosto o cheiro de mata virgem que exalava de Kurama. Virgem? Nem tanto. Um lugar em que ninguém mais foi, apenas ele: o coração de Kurama. Teve tanto medo de perde-lo, mas descobriu que ele também tem o mesmo medo. Tolices...

Uma dor, sensação de vazio... Droga! Mas será que essa fome não o deixará nunca? Justo agora, quando se resolvera com Kurama; não deixaria que ela o dominasse. Hiei encolheu-se sob o corpo quente do Youko, desejando que essa vontade repentina de comer passasse logo.

- Quer me contar agora o que te faz ficar daquele jeito?

A pergunta, feita com calma, assustou Hiei. O Youko fazia um carinho de leve nos seus cabelos, mas se a intenção era acalmá-lo, Kurama conseguiu somente o inverso. Hiei sentiu-se em uma armadilha, preso nos longos braços do Youko, onde não conseguia ver nenhuma saída. Não podia acreditar; Kurama estava fazendo isso para prendê-lo e pressioná-lo a contar a verdade! Mas ele mal sabe que a verdade é cruel demais para que tome consciência dela...

- Não quer me dizer? O que te faz ficar tão bravo?

Além das perguntas de Kurama, Hiei sentia-se perdido com a fome que crescia em seu estômago e o deixava louco.

- Foi alguma coisa que eu fiz? Eu te machuquei?

- Não! Não é sua culpa, nunca foi. Você nunca me machucou... eu é que tenho medo de...

Hiei calou-se e agarrou as roupas do Youko, escondendo o rosto em seu peito se encolhendo mais. Kurama o apertou forte contra o próprio corpo.

- Do que você tem medo?

- ...de te machucar.

Um estrondo assustador veio do alto da montanha acompanhado de um ruído contínuo e crescente. Todos acordaram assustados, Yusuke saiu debaixo da rocha para ver o que estava acontecendo.

- É uma avalanche!- gritou correndo de volta- Rápido, preparem-se! Está vindo bem na nossa direção!

Todos se colocaram contra a rocha para esperar a chegada da neve. O Youko segurou Hiei nos braços e disse baixinho no seu ouvido:

- Não terminamos a nossa conversa. Quando isso tudo passar eu quero saber por que...

A avalanche bateu forte contra a rocha acima deles. O chão todo tremeu e começou a rachar sob seus pés. O peso da neve forçou a grande rocha, pedaços dela foram quebrando, caindo e sendo levados na avalanche. Eles estavam perdendo a única proteção natural que tinham. Antes que o último pedaço de rocha caísse sobre suas cabeças, cada um jogou-se no meio da neve, sumindo dentro da tormenta.

Hiei estava sendo levado, como se fosse um simples galho, pela força da neve. Coisas que nem soube identificar direito o que eram, bateram no seu corpo o arrastando mais, árvores inteiras passavam numa velocidade incrível tirando uma fina de seu rosto. Cansado disso tudo, Hiei virou-se para o que ele supunha ser o chão, mirou com a pala da mão e disparou uma bola de fogo sob seus pés. A neve simplesmente evaporara e um círculo de energia se fez envolta de Hiei. Tentando se localizar, ele enxerga algo escuro mover-se rapidamente em sua direção, um tronco, poderia incinerar facilmente, mas teve outra idéia. Com um salto, ele cai em pé sobre o tronco, que o leva sem maiores problemas até uma ponta de rocha descoberta. Lá, Hiei busca por algum vestígio do Youko, a avalanche começara a enfraquecer, mais alguns instantes e poderia começar a procurá-lo com mais calma. Ele mantinha os olhos atentos a qualquer coisa que pudesse lembrar sua raposa. Distante, quase imperceptível, um movimento de mão desesperado virou o alvo do koorime.

Hiei aproximasse da mão, mas antes de agarra-la, ele pára, analisa e conclui "Essa não é a mão do Kurama! Nenhuma das duas..."** Hiei, não tão motivado quanto antes, ajuda o dono da mão, seja lá ele quem for. Para sua surpresa, o tal dono era Kuwabara, que respirava com dificuldade e tinha um pequeno ferimento no rosto.
 

Continua...



*Me desculpem, mas... Pô! É a fome do menino! A barriga ronca, é natural, acontece nas horas mais impróprias, que que eu posso fazer? E além do mais, tava no roteiro!

**hehe...As duas mãos, no caso, seriam ou a do Youko ou a do Shuuichi. E olha que eu nem contei a pata (de raposa)@_@ Menino complexo, esse Kurama, dá um trabalho...^_^



Capítulo 3
Umi no Kitsune
Hosted by www.Geocities.ws

1