Consumidos
Marina
 

Após aquela primeira vez, Kaoru não se atrevia mais a "procurar" Kenshin. Tinha vergonha, um sentimento bobo que a colocava em dúvida se ele notara sua falta de experiência. Ao mesmo tempo, ele estava convencido de que fizera alguma coisa errada, talvez a machucara e que esta era a razão dela não demonstrar mais interesse.

Por anos ele não se relacionara com alguma garota. Depois da morte de Tomoe, e da culpa que sentira, não se achara mais digno do amor até encontrar Kaoru. Ele até que tentou não se apaixonar, mas como dizem, no coração não se manda.

Todos os dias eram os mesmos: cheios de amigos; cheios de afazeres domésticos; cheios de olhares que ao serem percebidos, desviavam-se. Quantas foram as vezes que Kaoru o observava, escondida, quando estendia a roupa. Provavelmente menos vezes que o próprio Kenshin a ela, enquanto ela treinava, comia, andava... dormia. Só que Kaoru enrubescia, abaixava a cabeça, disfarçava, fala qualquer coisinha sem importância. À Kenshin só restava sorrir, mesmo que no fundo o que mais queria era perguntar o que acontecera. Até então ninguém percebera como os dois estavam, e se o fizeram, não achavam que lhes cabia perguntar.

O fim-de-semana chegou. Coincidência ou não, apenas os dois estavam no Dojo. Sano viajara, disse que tinha alguns compromissos marcados. Yahiko e Megumi estavam na cidade vizinha, comprando ervas para preparados medicinais. Os dois estavam completamente sozinhos.

Passaram o dia inteiro quietos. Kenshin sorria, Kaoru mal conseguia encará-lo. Para animá-la, ele pediu para que ele preparasse o jantar, assim, quem sabe ao menos uma conversa poderia começar.

- Você quer que eu cozinhe?

- Sim! – disse ele alegremente.

Foi a primeira vez, em mais de um mês, que Kaoru esquecera suas preocupações e se divertia pura e simplesmente. Isso encheu os olhos dele, quem sabe as coisas melhorariam?

Kaoru preparou Toro. Estava meio sem graça, meio sem sal, meio sem gosto. Mas vê-la feliz fizera deste o melhor peixe que ele provara. Após o jantar ela foi lavar a louça, ele, tomar banho.

Kaoru sentou-se na porta do Dojo. Estava começando a escurecer. Era um destes entardecer quentes, banhados pelo perfume das cerejeiras da rua. E tudo lembrava a primeira e única vez que fizeram amor. Seus olhos se perderam dentro daquele pôr-do-sol vermelho, como os cabelos de Kenshin.

- Kaoru, pode me ajudar?

Que susto ela levou! Estava tão submersa naqueles pensamentos que nem o percebera aproximar-se.

- Acho que tem um nó no meu cabelo, não consigo tirá-lo....

Surpresa, ela levantara o rosto quando ouviu sua voz. E lá estava ele em pé, de roupão, cabelos pingando.

- C-cl-claro....

Kaoru sentou um pouco para trás. Ele ofereceu o pente e sentou-se em sua frente, de costas. Timidamente ela tocou seus cabelos, Não lembrava nem da última vez que os vira soltos. Eram muito macios. Encontrou o nó e delicadamente começou a desfazê-lo. Nunca havia notado as nuances de cores dos cabelos de Kenshin. Entre os fios avermelhados, havia dourados, acobreados, como as cores daquele mesmo entardecer. E eram longos – Talvez até mais que os meus – pensava ela. Os fios emaranhavam-se entre seus dedos. O nó já havia sido desfeito, mas mesmo assim ela não resistia a acariciar, alisar e, sutilmente, sentir o aroma fresco de banho. O tempo parou naquele momento.

Kenshin já havia se entregado ao carinho. Sentia cada fio sendo tocado, e de olhos fechados, inclinava-se cada vez mais a cabeça para trás, oferecendo-os em toda extensão. O desejo tomava conta dos dois. Ele abriu os olhos vagarosamente, virando o rosto de leve. Ela o fitava, não conseguia desviar o olhar. Estavam profundamente hipnotizados um pelo outro. Kenshin sentou-se de frente. Kaoru brincava com sua franja. Ficaram ali, os dois, estáticos, respirando o desejo um do outro, ofegantes, com os corações pulsando.

Kenshin só via a boca de Kaoru, vermelha, entreaberta, mostrando um pouco do branco dos dentes, mordendo os lábios. Kaoru também olhava a boca de Kenshin, que umedecia os lábios. Era como um imã, puxando os dois cada vez mais para perto... perto... perto....

Kaoru já não ouvia mais nada, nem o vento, nem as folhagens, nem a respiração de Kenshin: nada. Sentiu seus lábios tocando os dele. A boca dele era macia. Seus lábios foram se acomodando até ficarem totalmente grudados, embriagando-se de quente e úmida saliva, do gosto da adrenalina.

Kenshin tinha a língua áspera, grossa. Cada vez que tocava a de Kaoru ela não continha o gemido. As línguas alisavam-se lentas, ritmadas, imersas uma na boca do outro. Se paravam o beijo, recomeçavam imediatamente. Kenshin estava sedento. Mordiscava-lhe os lábios... superior... inferior... memorizava-a com a boca. Ela nem conseguia mais pensar direito. Quando se deu conta, já estavam nus. Kaoru tinha o corpo de Kenshin, pesado, quente, molhado, tirando-lhe a respiração.

Ele beijava-lhe o pescoço, lambia a pele suada. Seus cabelos vermelhos encostavam nos seios dela. Ela gemia, mordiscava os ombros e braços dele. Kenshin segurou os seios dela. Tocou os bicos com a palma da mão, sentindo-os enrijecidos. Apertou os mamilos com a ponta dos dedos, torceu-os com cuidado.

Kaoru viu que Kenshin estava excitado. Ele a encoxava, apertava o quadril entre suas pernas, deslizava no sexo úmido. Kaoru desejava mais do que nunca ser possuída, mas ele não a penetrava. Mesmo ela abrindo as pernas, balançando-se, colocando-o em posição. Ele afastou-se um pouco. Sugava-lhe os seios. Mordia, lambia, colocava ambos na boca, olhando fixamente para a cara de prazer da garota. Por um longo tempo saciou-se ali, brincando com os mamilos dela.

Calmamente começou a descer pela barriga, encontrou o umbigo, circulou-o com a língua. Veio parar na virilha, tocando as coxas. Kaoru tremia a cada toque. Era como um explosão sentir Kenshin saboreando sua carne, milímetro a milímetro. Ela sentia um pouco de constrangimento, só que toda vez que a língua áspera dele dançava, esses pensamentos evaporavam-se.

Kenshin parou, engatinhou até ficar sobre ela, apoiado nos braços.

- Quero te ter agora!!!

A pressão daquela dorzinha de prazer ... de estar sendo violada. Ele a penetra devagar, estimulando-a, acostumando-se com o corpo quente, apertado, úmido dela.

- Quente.... úmido... – sussurrava... seus olhos viravam. Era um custo mantê-los abertos. Ficou ali por alguns segundos. Depois mergulhou profundamente, soltando um gemido seco e curto.

Os cabelos de Kenshin caíram para frente, cobrindo seus braços, deixando suas costas nuas. As mãos dela o percorrendo por toda espinha, parando no traseiro e cravando as unhas.

- Mais fundo!!!

Ouvi-la causou um descontrole em Kenshin. Ele manteve um ritmo rápido, variando os movimentos, respirando difícil. Segurava o orgasmo, querendo prolongar mais e mais o prazer. As pernas dela cruzaram em volta de seu quadril, e viu que agora estava completamente dentro dela. Entre seus próprios gemidos, e os de Kaoru, apenas o barulho de seus corpos batendo. Estavam extasiados.

- Kaoru, quero te engravidar agora. Quero te preencher com meu líquido ardente, queimá-la por dentro! Quero que todos olhem sua barriga crescendo e dentro meu filho! Quero que todos saibam quem foi o homem que te violou, e que vai te possuir todas as noites de sua vida!

Que idéia louca era aquela?! Nem ele mesmo entendia direito. Falava o que vinha à mente, mas ficara tão excitado com a idéia de engravidá-la que não pensava em outra coisa senão enchê-la de esperma.

- Goza dentro Kenshin! Goza até que seu líquido escorra nas minhas pernas!!!

Não deu nem tempo dela terminar a frase. Kenshin gozara, desfalecendo logo em seguida. Descansou por alguns segundos. Ofegante, ele a beijou carinhosamente e, rindo, acariciou a face dela.

- Mas e se eu realmente engravidar?

- E daí? Você é minha mulher, ninguém vai estranhar. – disse sorrindo.

Os dois riram daquela conversa maluca, relaxaram e lembraram que aquele final de semana, sozinhos, apenas estava começando.



Rurouni Kenshin
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