I never thought I’d change my opinion again
But you moved me in a way that I’ve never known
You moved me in a way that I’ve never known
Eu nunca pensei que eu mudaria minha opinião novamente
Mas você me mexeu de um jeito que eu nunca imaginei
Você me mexeu de um jeito que eu nunca imaginei
A missão foi concluída há muito tempo. Fácil e besta como sempre: entrar, descobrir o espião, matá-lo e apagar seus arquivos. Só faltava ir embora. Mas quem disse que Duo queria ir embora?
“Heero, nós já trabalhamos... agora vamos aproveitar a noite!”, Duo disse passando o braço pelo pescoço de Heero e falando em seu ouvido, “Ninguém aqui sabe quem nós somos, Heero, só até a meia noite, como a Cinderela, por favor!!!”
“Uma hora, trinta e oito minutos e quarenta e dois segundos. Exatamente.”
“Posso ficar todo esse tempo aqui?”, Duo pergunta incrédulo, não acreditando na boa vontade repentina de Heero
“... já passadas da meia-noite. Precisamos voltar, agora.”
“Ok, ok...”, ele dá de ombros, “Vai na frente, então!”
Sem perceber o olhar furioso de Heero, Duo vira as costas e some entre
a multidão, se fundindo com a música e as cores da danceteria.
****
Ainda sobre a mesa da cozinha, Heero escuta seu relógio tocar no andar de cima, no quarto que dividia com Duo. Antes de se levantarem, seus olhares se cruzam e Heero abre a boca para dizer alguma coisa, mas é interrompido:
“Sim, eu sei... a missão, a missão antes de tudo!”, Duo dá um beijo estalado na bochecha de Heero, “Não quero que você se suicide porque ficou fazendo sexo comigo e deixou de cumprir a maldita missão.”
Sem encarar mais os olhos de Heero, Duo se levanta e corre pra dentro da casa, subindo as escadas e fechando a porta com um estrondo.
O piloto do Wing fica ainda mais uns instantes vendo a bagunça que fizeram. Água e estilhaços de vidro, além da sua cueca e o shorts preto de Duo estavam no chão. A mesa, onde ainda estava sentado, tinha pequenas manchas secas do sêmen de Duo e marcas de dedos nas bordas, provocadas pelo caramelo.
Pegando sua cueca e o shorts de Duo, Heero molha os dois na pia e esfrega sobre a mesa, tirando somente as manchas de sêmen. Depois joga as duas peças de roupa no lixo e vai, silenciosamente, para o andar de cima.
Ao abrir a porta do quarto, ele encontra Duo parcialmente vestido, com a trança pingando, molhando suas costas. Heero repara que a pele dele está coberta de pequenos arranhões, com a região da cintura e do quadril mais vermelhas. Duo nota a sua presença e se vira fazendo uma cara de reprovação.
“Olha só o que você me fez fazer!”, ele sacode a ponta da trança respingando água no chão, “Se ficar cheirando, a culpa é sua!”.
A trança é solta e Duo volta a se vestir, virando as costas de novo para Heero que, sem dizer uma palavra, se dirige ao banheiro, enquanto escuta o outro piloto dizer:
“Quando voltarmos vou te obrigar me pentear, daí quem sabe você não dá valor ao que... Heero?”, a porta do banheiro se fecha, “Heero! Eu não acredito que você vai me deixar falando sozinho! Ah, não importa... eu sei que você está me escutando de qualquer jeito... mesmo com uma parede entre nós! Humpf! Quero só ver como vai ficar meu cabelo depois disso...”
Já debaixo do chuveiro, Heero escuta a voz de Duo, diferente do habitual, era rítmica e suave, nada do tom alto e agressivo usado minutos antes pra chamar atenção. Mas Duo não estava falando, estava cantando. E cantando, o piloto do Deathscythe sai do quarto e desce as escadas, impossibilitando Heero de ouvir a sua voz.
Heero é rápido, logo ele sai do banheiro e começa a se vestir. Em menos de cinco minutos já está descendo de novo as escadas, encontrando Quatre e Wufei na sala.
“Bom dia, Heero.”, Quatre o cumprimenta com metade do rosto escondido entre mapas
“Está atrasado.”, Wufei o cumprimenta jogando na sua direção um punhado de papéis
Heero simplesmente ignora os cumprimentos e começa a ler os papéis, “Quando isso chegou?”
“Meia hora.”, é a resposta curta de Quatre.
“Durante a sua festa com Duo.”, Wufei responde, “Por motivos óbvios não escutamos a impressora funcionar.”
“Onde estão Duo e Trowa?”, Heero pergunta sério ignorando a provocação
“Já foram.”. Quatre diz rapidamente, “Como você estava no banho... nós achamos melhor...”.
“Certo.”, Heero o interrompe friamente, “Eles sabem onde nos encontrar?”
“Sim.”
O piloto do Wing apenas acena com a cabeça e, separando alguns
papéis, dá as costas aos outros dois pilotos andando em direção
a garagem. Rapidamente, Wufei e Quatre se levantam e o seguem.
****
“Eu disse claramente: precisamos voltar. Agora!”
“Heero, você não sabe mesmo o significado da expressão ‘boas maneiras’, né? Aquele professor maluco nunca te ensinou que puxar a trança dos outros é feio?”, Duo solta sua trança das mãos de Heero e volta dançando pra pista
Heero o segue, mas dessa vez não faz nada, fica apenas observando-o dançar. A música era agitada e barulhenta, mas, com Duo movendo o corpo tão sensualmente na sua frente, parecia mais uma dança erótica, prazerosa... Apesar de fazer quase os mesmos passos que as outras pessoas faziam, o piloto americano chamava a atenção e hipnotizava olhares.
Talvez fosse o movimento dos quadris, mais sensual, talvez a longa trança que chicoteava a cintura e as vezes insistia em cobrir o rosto de sorriso malicioso e olhar brincalhão. Olhar que, apesar dos giros e viradas do corpo, tinham uma única direção.
But straight away you just moved into position again
You abused me in a way that I’ve never known
You abused me in a way that I’ve never known
Mas imediatamente você mudou de posição novamente
Você abusou de mim de um jeito que eu nunca imaginei
Você abusou de mim de um jeito que eu nunca imaginei
Os olhos cor de violeta se arregalaram, o sorriso sumiu e o corpo parou de se mover sensualmente para caminhar a passos rápidos, os punhos fechados em raiva.
“Mas que palhaçada é essa?”
A garota sente uma mão pesada em seu ombro e é forçada a se virar, soltando o pescoço de Heero.
“Querida, confie em mim, ele é pobre, não vai conseguir pagar nem a metade do seu preço.”, Duo diz afastando a morena de Heero
“Poder pagar é uma coisa, querer desfrutar do que é bom, é outra...”, ela responde cruzando os braços e desafiando Duo
“Teoria interessante...”, Duo se faz pensativo, então abraça Heero no pescoço e pergunta curioso, “Heero, você quer desfrutar do que é bom?”, Heero não responde, esse tempo todo sem tirar os olhos de Duo, “Eu já sabia...”
Com isso Duo toma os lábios de Heero, abraçando-o forte e virando os dois corpos, exibindo em melhor ângulo o beijo para a garota. Sem parar de beijar, Duo desce a linha do queixo e chega a orelha de Heero, dando uma risadinha.
“Se você gemer bem alto agora eu prometo que deixo você me comer de novo... ei!”, Duo arregala os olhos de repente, “Heero... Heero, isso não tem... aahhhhnnn!!!”
“Vamos embora.”
Duo mal terminou de processar o que acabara de acontecer e já estava sendo puxado por Heero para fora da danceteria. Seria possível? Heero lhe deu ‘o amasso’ no bumbum e ‘a chupada’ no pescoço? Sim... Foi tão forte que fez Duo ficar na ponta dos pés e sua pele se arrepiar toda. Na verdade, Duo gemeu tão alto que até as pessoas em volta o olharam perplexas. Estaria com o verdadeiro Heero?[1]
Ainda arrepiado e sentindo os efeitos da corrente que assaltara seu
corpo, Duo para de andar, toma o rosto de Heero entre suas mãos
e o beija longamente até se afastar sorrindo. Então, ele
dá meia volta e some de novo na multidão de corpos.
Falando algo incompreensível, Heero o segue, empurrando qualquer
pessoa que se atrevesse a ficar no seu caminho. Logo, um rastro de caras
mal-humoradas e assustadas foi se formando conforme Heero andava. Apenas
seguindo uma trança, o piloto do Wing não percebe que a música,
as luzes e as pessoas vão diminuindo, ficando cada vez mais distantes.
Então a trança some. Heero olha em volta e percebe três
pessoas com ele. Elas estão rindo e se beijando, bêbadas,
indo na direção que ele veio. Logo, não há
mais ninguém a não ser ele mesmo.
A sala é escura, de paredes pretas tendo como iluminação
lâmpadas azuis e roxas. Sofás, bares, lençóis
cobrindo móveis, cadeiras velhas e luminárias quebradas se
amontoavam. Mas tudo fazia parte de uma decoração estranha,
pois o ambiente estava limpo e um dos bares parecia ter sido preparado,
com copos à mostra e garrafas de formas e cores variadas cheias,
além de um compartimento de vidro, onde tinha gelo recém
colocado. A música ainda é presente, mas abafada pela distancia
e pelas paredes. Não tinha mais nenhuma saída.
Heero estava desconfiado. Tinha certeza que vira Duo entrando nessa
sala, só faltava o idiota querer brincar de esconde-esconde.
No que Heero deu três passos à frente ele sentiu alguém
nas suas costas, mas antes de se virar o cano de uma arma foi pressionado
contra a sua nuca. Heero não se mexeu, um lenço apareceu
à direita do seu rosto. Sem dizer nada, ele toma o lenço
e cobre os próprios olhos.
A arma então desce pelas suas costas, entra dentro da sua calça
e puxa a barra da regata pra cima. Heero entende e tira a regata, jogando-a
próxima aos seus pés. Uma mão chega até a sua
cintura, abre o botão e desce o zíper da calça jeans.
A mão volta apertando a cintura de músculos firmes e o cano
da arma entra dentro da calça e cueca de Heero, descendo lentamente
até ser pressionado contra o seu anel, entrando dois centímetros
dentro de Heero.
Heero não se mexeu, nem sua respiração se alterara.
Ele escuta a trava metálica descendo e o som da roleta girando.
Então, o gatilho é puxado.
So break me shake me hate me take me over
When the madness stops then you will be alone
Just break me shake me hate me take me over
When the madness stops then you will be alone
Então, me quebre, me sacuda, me odeie, me tome completamente
Quando a loucura terminar, você estará sozinho
Apenas me quebre, me sacuda, me odeie, me tome completamente
Quando a loucura terminar, você estará sozinho
“Você engana bem...”, Duo diz enquanto retira a arma de dentro
de Heero
O piloto do Deathscythe o abraça por trás, uma mão
esfregando a arma antiga de formato clássico, com cano mais fino
e cumprido no rosto, a outra descendo e envolvendo o monte que despontou
entre as pernas de Heero, “Mas isso aqui derruba qualquer máscara
sua...”
“Onde conseguiu essa arma?”, Heero ainda de olhos vendados, tira a
arma da mão de Duo e a examina com as próprias mãos.
Tateando, ele confirma a sua suspeita, estava descarregada.
“É um dos vários brinquedos escondidos nessa sala...”,
Duo toma a arma de novo, “Eu sabia que você ia gostar...”
Heero escuta o barulho da roleta sendo aberta, carregada, fechada e
girada. Então o cano é colocado na sua boca.
“Mas assim fica mais divertido, não acha?”, Duo agarra o cabelo
de Heero forçando a cabeça dele pra cima, e diz no ouvido
dele, “Eu entendi o que você quis dizer com aquilo...”
Heero diz alguma coisa, mas o cano em sua boca torna suas palavras
apenas sons sem sentido.
“Eu disse que se você gemesse, poderia me comer... Mas você
não gemeu, ao contrário, me fez gemer... Sabe, Heero, aquilo
foi muito gostoso! Meu pescoço está até agora arrepiado...
Nunca pensei que você teria coragem de fazer uma coisas assim, em
público.”
Duo retira a arma da boca de Heero.
“Não é questão de coragem. Apenas de vontade.”,
Heero respondeu friamente.
“Bom, então isso melhora ainda mais a minha situação...
não é mesmo? Se você fez uma coisa daquelas na frente
de todo mundo, imagine agora, já estamos sozinhos! Admita, Heero,
eu virei uma droga pra você. E você não quer se livrar
do vício.”, Duo responde sorrindo e encostando a arma no ventre
de Heero, “Vem comigo...”
Duo segura no cós da calça de Heero e começa a
andar, puxando-o até o bar que estava arrumado. Com um pulo, ele
se senta no balcão.
“Tem um banco do seu lado esquerdo.”
Heero estica a mão e encontra o banco, de pernas altas feito
de metal, e se senta nele.
“Heero, é tão fácil brincar com você...
Eu pensei que teria que usar as algemas e outras coisas nada agradáveis,
mas você é tão obediente! Faz tudo o que eu mando sem
reclamar!”
“Duo...”
“Que?”
“Cala a boca e comece logo com isso. O cheiro de bebida...”
“Heero!!! Não estrague tudo sendo o soldado perfeito e adivinhando
os meus passos!”, Duo protesta bravo e depois fica em silêncio, sem
encostar em Heero.
Depois de um longo tempo, não escutando mais nada, nem mesmo
a respiração do outro piloto, Heero ergue uma mão,
encontrando um dos joelhos de Duo, que continua em silêncio. Abrindo
as pernas dele, Heero se aproxima e esconde a cabeça no vão,
suas mãos no quadril de Duo.
Ele levanta o rosto um pouco e se aproxima mais, mordendo o zíper
e abaixando-o lentamente. Quando chega no final, Heero beija o monte ainda
escondido sob a cueca preta e roça com a ponta do nariz sentindo
o cheiro da intimidade de Duo. Ele sente as mãos de Duo segurarem
sua cabeça e forçarem para que a erga. Heero obedece.
“Me desculpe...”, ele diz baixinho, imaginando o rosto de Duo, “Eu
não queria...”
“Heero...”, Duo o interrompe suspirando e colocando um dedo nos lábios
dele, “Você não fez nada de errado... você é
perfeito... apenas perfeito demais, entende?”
“Não.”, Heero responde enquanto suas mãos agarram a calça
e cueca de Duo e a forçam para baixo.
Duo a princípio não responde, apenas levanta o quadril
e se deixa despir, mas quando sente a mão de Heero sobre seu sexo,
ele diz suspirando, “Bem... talvez você não seja tão
perfeito assim...”
Meio que frustrado, meio que excitado por poder tocar sem poder ver,
Heero segura o pênis de Duo delicadamente com uma das mãos,
sentindo a firmeza do membro contrastando com a maciez da pele. Ele tateia
com os dedos toda a forma quente, subindo e descendo, como se quisesse
decorar o caminho da base até a ponta, lisa e úmida.
Uma mão agarra seus cabelos e Heero pára, por um breve
instante, esperando algum movimento de Duo, que simplesmente respira pesadamente.
Não notando mais nenhuma reação do outro, ele inclina
a cabeça e encosta os lábios na glande. Lentamente, ele abre
os lábios, apenas para dar espaço para a ponta da sua língua
sair e voltar experimentando e espalhando o sabor dentro da sua boca.
Os lábios se abrem mais e Heero cobre toda a glande, mexendo
a língua devagar. Depois ele se afasta e desce, traçando
um caminho com a língua rígida. Ao chegar na base, Heero
abre mais a boca, apanhando de lado o membro e deixa a língua mole,
mas com mais movimento contra a pele de Duo.
O piloto do Deathscythe sente a visão turvar-se e estreita os
olhos, ao mesmo tempo em que começa a respirar pela boca, tentando
capturar cada momento daquela imagem. Heero parecia estar calmo, mas Duo
sentia a outra mão dele, no seu quadril, lhe apertar com força,
como impedindo qualquer tentativa de recusa dele.
Mas Duo não pensava em recusar, ao contrário, ficava
cada vez mais impaciente vendo aquela boca percorrer todo o seu membro
por fora, e não pô-lo para dentro por inteiro. Ele estava
sendo testado e estava perdendo. Erguendo a cabeça de Heero pelos
cabelos, e depois a pressionando contra seu pênis duro, Duo aponta
a arma no meio da testa dele.
“Eu juro que explodo com a sua cara agora...”, Duo interrompeu-se ao
ver Heero tirar a arma da sua própria testa e levá-la a boca,
“se você não...”
Heero engoliu com prazer todo o cano da arma deixando um rastro brilhante
de saliva, depois contornou-o e chegou até a mão tensa de
Duo, lambendo os dedos firmemente fechados. Ele sentiu a mão tremer
sob a sua língua e a respiração de Duo falhar. Mas
logo depois, o americano toma de novo o rosto de Heero entre suas mãos
e diz com a voz baixa, quase num sussurro:
“Por que está fazendo isso? Quer me deixar louco?”
“Por que não quer se mostrar pra mim?”, foi a resposta fria
de Heero, que ganhava mais intensidade com o lenço impedindo ver
a expressão em seus olhos.
“Heero... eu... eu só quero...”
So you’re the kind that deals with the games in the mind
Well you confuse me in a way that
I’ve never known
You confuse me in a way that I’ve never known
Então você é do tipo que lida com os jogos na mente
Bem, você me confundiu de um jeito que
Eu nunca imaginei
Você me confundiu de um jeito que eu nunca imaginei
Ignorando a voz trêmula de Duo, Heero se inclina e, sem avisar,
engole todo o membro rígido e quente. Duo prendeu a respiração,
olhando atônito seu pênis reaparecer lentamente de dentro da
boca de Heero.[2]
Vendo que ele iria recomeçar com aquele jogo de sedução
de novo, Duo segura a cabeça de Heero por trás e empurra-a
de volta ao seu membro. Sorrindo maliciosamente, o piloto do Deathscythe
escuta o gemido de dor vindo de Heero e o tronco dele subindo e descendo,
por causa da respiração pesada.
Suspirando alto de prazer, Duo solta a cabeça de Heero, ao mesmo
tempo em que ergue um pouco o quadril.
Heero tira o membro de sua boca e inspira profundamente. Depois acena
com a cabeça, sorri de lado e instintivamente leva os lábios
em direção ao sexo de Duo, sugando-o com vivacidade. A sua
boca e a região em volta dela ficando vermelhas e úmidas
com a saliva que escorria.
Então Heero pára. Todo o membro em sua boca, pulsando
e fervendo. Sua língua indo e voltando embaixo dele. Duo, que tinha
jogado a cabeça pra trás, o olha com intensidade e grita
quando sente os dentes de Heero percorrerem seu pênis até
a ponta, onde voltaram até a glande para dar um mordida de leve,
o que fez o piloto do Deathscythe perder a voz e erguer o quadril tentando
conter o orgasmo, mas mesmo assim, segurando a cabeça de Heero,
para que não saísse de lá, por mais torturante que
fosse.
Duo desaba no balcão do bar quando a boca de Heero se afasta.
Ainda respirando com dificuldade, ele pega uma garrafa de uísque
e toma o líquido com sofreguidão, deixando escorrer pelo
seu pescoço e peito.
Depois, agarra os ombros de Heero fazendo-o se levantar, apóia
os pés no banco, e se inclina beijando-o possessivamente, segurando
a cabeça dele entre suas mãos, emaranhando os dedos no cabelo
castanho escuro. Heero responde, beijando e lambendo a bebida, explorando
o peito de Duo com os lábios ávidos e limpando cada gota
uísque que encontrava.
“Vem...”, Duo sussurra com uma voz trêmula, puxando-o e fazendo
o corpo dele ficar sobre o seu.
Em cima do balcão, e em cima de Duo, Heero leva uma mão
até sua calça e cueca e tenta abaixá-las. Duo ajuda,
depois passando a mão pela bunda dele e afundando os dedos na carne
firme. Heero estava de quatro em cima do balcão com as pernas e
braços nas laterais de Duo, que estava meio deitado, meio sentado
se segurando nas nádegas redondas enquanto beijava o peito dele
se demorando na região em volta dos mamilos.
Heero abre a boca e solta um longo suspiro ao sentir os dedos de Duo
brincarem com a entrada de seu ânus. Quando ele coloca um dedo dentro
de Heero, este geme e arqueia, fazendo seu membro se encontrar com o de
Duo, notando que este estava quente, duro e um pouco molhado na ponta.
Heero percebe que ele está tremendo levemente, com todo o corpo
acompanhando um movimento de tensão e relaxamento rítmicos,
acompanhados de suspiros profundos, querendo segurar o orgasmo.
“Heero...”, Duo olha maravilhado para o rosto suado de Heero e tira
a faixa que cobria os olhos do piloto, “... eu quero ver você...”
O piloto do Wing pisca algumas vezes e encara extasiado a face corada
de Duo, o jeito como ele mordia o lábio inferior e tinha os olhos
semicerrados. Por que ele está segurando o orgasmo assim?, Heero
se perguntou não conseguindo deixar de admirar o prazer que o atingia
ao ver Duo se esforçando em... esperar por ele?
“Hoje... eu quero você.”, Duo sorriu se inclinando para frente,
fazendo Heero se deitar e invertendo as posições, deixando
as pernas dele na sua cintura, “Abra a boca... e não engula.”
Heero já estava de boca aberta, pois respirava por ela., e foi
pego de surpresa quando uma grande quantidade de uísque foi despejada
na sua boca. Uma parte ele engoliu, outra simplesmente caiu, escorrendo
pelo seu rosto e pelo balcão, molhando o seu cabelo e nuca e caindo
em gotas grossas no chão.
Duo se abaixou e selou seus lábios sobre os de Heero, sugando
todo o líquido que estava lá dentro, brincando com a língua
vasculhando cada espaço da outra boca, provando do sabor da saliva
e da bebida misturados. Enquanto beijava, Duo levou uma mão até
as pernas de Heero, abrindo passagem para seu pênis.[3]
Prendendo Heero pelos lábios, Duo, que já estava tremendo
cada vez mais, se posiciona, entrando devagar dentro dele, sem tirar os
olhos de Heero, que também mantinha o olhar. Segurando-se nas laterais
do balcão, Duo começa a sair e entrar com velocidade dentro
de Heero. Este alcança as mãos de Duo nas laterais de sua
cabeça e se agarra nos punhos dele, apertando com força,
com as sobrancelhas franzidas, os olhos fechando, a face corando violentamente,
a boca querendo achar alguma brecha para respirar. Duo interrompe o beijo
e sussurra trêmulo:
“Heero...”, Duo força mais seu membro quando sente o orgasmo
atingir seu corpo todo, fazendo-o tremer com a onda de prazer que passava
rápida, formigando. Sem que ele percebe-se, Heero também
chega ao clímax e geme baixinho, passando os braços pelo
pescoço de Duo e o trazendo para mais um beijo, calmo e preguiçoso.
Tentando recuperar a respiração, Duo suspira profundamente
antes de dizer, “Heero... quando eu disse que...”, Duo começa a
beijar o rosto de Heero com carinho, “... quando eu disse que te amava...”
Duo sai de Heero e se deixa, calado por um instante, ficar sobre o
calor e umidade confortável do outro piloto.
“Eu estava brincando...”, Duo diz então, escondendo o rosto
no peito sob si que parara de se mover, ele continua quase chorando, “Me
desculpe...”[4]
So break me shake me hate me take me over
When the madness stops then you will be alone
So won’t you break me shake me hate me take me over
When the madness stops then you will be alone
Então, me quebre, me sacuda, me odeie, me tome completamente
Quando a loucura terminar, você estará sozinho
Então me quebre, me sacuda, me odeie, me tome completamente
Quando a loucura terminar, você estará sozinho
Heero tinha o olhar vazio e seu corpo todo era de uma estátua,
nem parecia respirar.
Duo sentou-se no balcão, ele limpou o rosto antes de dizer:
“Eu tinha que te explicar isso, te dizer que... é estranho como
os sentimentos são tão instáveis! Na verdade... como
eu fui tão burro? E como ainda tenho medo... Não imaginava
que sentiria essa dor tão profundamente... Heero? Não vai
dizer nada?”
“Você mentiu.”
“Não. Isso não! Eu estava brincando, Heero. Eu disse
depois...”
“Só um idiota acreditaria numa declaração de amor
dita somente quando é fudido? É isso que você quer
usar como prova de que não estava mentindo?”, Heero gritou bravo
se sentando no balcão, depois disse já calmo, “Como você...”
“Eu não sabia! Eu não sabia que você me amava!
Eu juro que se eu soubesse não teria brincado daquele jeito... não
teria dito aquilo... Eu pensei que você não ligasse, você
mesmo me disse- e fez questão de dizer- que não me amava!”
“Você brinca até com os sentimentos dos outros, Duo?”
“Heero, nós fazemos isso o tempo todo... é o nosso trabalho.
Você também brincou comigo... dizendo que não me amava
e dizendo sempre...”, Duo engole as palavras e desce do balcão para
se vestir, “Aliás, você é melhor nisso do que eu!”,
então ele disse baixinho, “Na verdade, eu estava crente que você
sabia que o que eu disse era brincadeira...”, então ele disse num
tom mais audível, “Só que você me deixou confuso...
eu não esperava sentir o que eu senti. Eu não sabia, ou negava,
mas agora...”
Duo escuta um barulho familiar e se vira encontrado Heero apontando
sua arma para ele.
“Pode fazer isso se quiser...”, Duo responde quase rindo, “Mas você
não tem coragem. Infelizmente, Heero, você me ama. E eu...
preciso saber o que sinto. Eu preciso admitir...”
Suspirando, Duo dá as costas para Heero bate duas vezes em uma
porta e sai da sala. Pela primeira vez, Heero percebe que estiveram trancados
esse tempo todo. A porta por onde Duo saíra, dava para o corredor
e então para a danceteria.
Heero olha para si mesmo. Seu sêmen secando no seu colo. O que
queria dizer aquilo tudo?, ele pensava bravo lembrando das palavras e frases
incompletas de Duo. Então ele franze as sobrancelhas e soca o balcão,
fazendo toda a estrutura do bar tremer e a garrafa de uísque cair
e rolar pelo chão acarpetado.
“Duo... Duo!”, ele sussurra e depois grita, “Duo!!!”
Vestindo apenas a calça e levanto sua regata em uma mão,
a arma na outra, Heero sai correndo da sala e percorre todo o caminho de
volta tentando achar algum traço de Duo.
Durante o caminho alguns olhares bêbados de admiração
e outros assustados. Heero nem se importava, procurava em cada pessoa,
em cada vulto, em cada corredor, com arma em punho. Quando chegou na pista,
a iluminação colorida e o som alto o incomodaram terrivelmente.
Olhando para teto, Heero aponta e dá três tiros.
Uma multidão histérica começou a correr se atropelando,
querendo sair de qualquer jeito da danceteria agora na mais completa escuridão.
Heero fica parado, nem os empurrões desesperados o fizeram mudar
de lugar. Então um vulto muito familiar o agarra pelos ombros e
o sacode com violência.
“Ficou maluco?! O que pensa que está fazendo?”, Duo grita, mas
sua voz é quase um sussurro perto dos gritos da multidão.
“O que deveria ter feito faz tempo! Você tem que...”, Heero também
gritou mas teve a frase cortada por Duo
“Eu sei que você está com raiva, mas não precisa...”
Heero calou Duo, com um soco que fez o piloto cair e quase ser pisoteado
se ele não o tivesse pego nos braços.
“Não me interrompa quando eu estiver falando!”, Heero gritou
bravo enquanto carregava Duo pra dentro da danceteria.
“Me solta, seu maníaco!”, Duo gritou de volta enquanto era levado
por Heero e contra a multidão, inevitavelmente sendo espremido contra
o corpo dele e quase não tocando o chão, “Por que comigo
tem que ser diferente? Por que você não se suicida logo de
uma vez, hein?”
Ao terminar a frase, Duo sente seu corpo ser jogado contra uma parede.
Ele geme com a dor, forçando-se a, pelo menos, ficar em uma posição
sentada. Quando ele ergue a cabeça para encarar Heero, a única
coisa que vê é um vulto metálico escuro indo de encontro
ao seu rosto.
She says, " I can help you, but what do you say?"
'Cause it's not free baby, you'll have to pay
You just keep me contemplating, that your soul is slowly fading
Ela diz, " eu posso te ajudar, mas o que você diz?”
Porque isso não é de graça, baby, você vai
ter que pagar
Você apenas me deixe contemplando, sua alma enfraquecendo lentamente
Heero olhou, atordoado por um momento, para o corpo de Duo. A trança
começando a se desfazer, os lábios semi-abertos, uma mancha
escura no queixo e um ferimento na testa. O corpo imóvel, jogado
no chão, as pernas ligeiramente separadas e os braços caídos
ao lado do corpo. Um fio grosso de sangue escorria da testa e percorria
a face sem expressão, pingando incessantemente sobre a blusa preta.
Estavam em um local que Heero não sabia exatamente onde era.
Passos e gritos podiam ser ouvidos do lado de fora e o som de uma sirene
começava a se aproximar rapidamente. A sala parecia um escritório,
tinha um mancebo com um sobretudo preto, uma estante e uma escrivaninha
com um computador relativamente antigo.
Heero não acendeu a luz, ouvindo vozes de comando e passos pesados
do lado de fora. Ele veste a regata verde, vai até a janela e observa
a altura até o chão e o ambiente em volta. Um andar mais
o térreo. Voltando, ele toma Duo nos braços e ajeita-o sobre
o batente da janela. Lentamente, Heero vai abaixando Duo, fazendo-o escorregar
pelos seus braços, e quando ele não pode mais se inclinar
na janela, Heero o solta. Duo caí fazendo um ruído abafado
sobre os papelões no chão, não levando nem um segundo
para Heero estar agachado ao lado dele. Então ele veste a regata,
ajeitando-a dentro da calça.
Com Duo novamente em seus braços, Heero olha para seu lado esquerdo,
as pessoas amontoadas passaram de assustadas para curiosas, e se vira para
o lado silencioso da rua.
“hmmm...”, Duo geme abrindo os olhos devagar, “Heero...”, ele fecha
os olhos com força e põe a mão na cabeça, notando
o sangue que ainda escorria, depois ele abre os olhos e pergunta com uma
voz fraca, “Heero... o que aconteceu?”
“Nada de mais. Estou te levando para um lugar seguro.”, Heero responde
apático, sem desviar os olhos do caminho escuro a sua frente
“hmmm... sim... boa idéia...”, depois disso, Duo encosta a cabeça
no peito de Heero e fecha os olhos, tranqüilo.
Nesse momento, Heero olha pra ele e sente uma dor forte em seu peito,
quase o obrigando a curvar-se. O piloto do Wing balança a cabeça
e continua andando, mesmo confuso com a dor ainda presente nele. Ela queimava,
apertava, preenchia todo o seu peito, subia pela garganta e deixava sua
visão turva... sentia vontade de chorar.
Heero pisca várias vezes, deixando algumas lágrimas caírem
para que não ficassem turvando a sua visão. Mas ele não
consegue parar. As lágrimas continuam caindo cada vez mais, deixando
seus olhos vermelhos. Heero engole em seco e morde o lábio vendo
que este começara a tremer, seu queixo movendo por conta própria.
A respiração do soldado perfeito fica mais acelerada
e descompassada, sua testa começa a doer, seus olhos ardem obrigando-o
a piscar várias vezes, tem um grande e incômodo nó
na sua garganta, suas mãos apertam com firmeza o corpo em seus braços...
Heero não agüenta e se ajoelha no escuro, soluçando
forte, abraçando e escondendo o rosto no cabelo de Duo.
“Heero...?”, a voz fraca de Duo chegou aos seus ouvidos.
“Como você pode não saber... como você pode não
saber...”, Heero repetia baixinho apertando ainda mais Duo contra si
“Então... não foi um sonho ruim...”, Duo disse passando
a mão pelo sangue que escorria na sua testa
“Um sonho ruim? Um sonho ruim?”, ele disse entredentes sacudindo Duo,
“Desde quando o que fizemos foi um sonho ruim...”
“Não é isso!”, Duo diz tentando se soltar, mas sem conseguir
já que ainda estava meio tonto, “Não estou falando do que
fizemos, estou falando do que você fez comigo! Por que?”
“Eu... do que EU fiz com você?”
“Você me nocauteou, Heero! Simplesmente ficou louco, atirou dentro
de uma boate lotada, quase me fez ser pisoteado pela multidão, me
leva pra uma sala onde, aposto que você nem sabia o que diabos era,
e me atinge com as costas sua arma! Como eu queria que isso fosse um sonho
ruim!”, Duo inspira profundamente e continua, “Heero, eu sempre soube que
você pudesse sentir alguma coisa, não amor, mas qualquer outra
coisa. Mas você me surpreendeu, você sente amor, Heero! Você
me ama! Se você consegue me amar, por favor, tente me entender!”,
Duo toma o rosto de Heero nas suas mãos, limpando as lágrimas
e falando mais calmamente, “Eu não estava preparado pra isso...
claro que eu queria ter uma reação sua pra mim, mas eu nunca
pensei que você pudesse me dar tanto... Eu construí um muro
a minha volta pensando que se eu começasse a te amar eu iria sofrer
muito, porque você... sempre me afastou. Você sempre me afastou,
Heero. Então eu fechei os meus olhos pra você.”
God, don't you know that I live with a ton of regret?
'Cause I used to move you in a way that you've never known
But then I accused you in a way that you've never known
But you've hurt me in a way that I've never known...
Deus, você não sabe que eu vivo com uma tonelada de culpa?
Porque eu mexi com você de um jeito que você nunca imaginou
Mas eu o acusei de um jeito que você nunca imaginou
Mas você me feriu de um jeito que eu nunca imaginei...
“Heero... eu só queria ser sincero com você. Não
agüentei ficar assim... Eu gosto muito de você, mas eu tenho
medo...”
“A culpa foi minha.”
“Não! Não! Por que você entende tudo errado?”,
Duo pergunta indignado dando um tapinha na testa de Heero, que não
gostou e franziu as sobrancelhas bravo. Duo notou isso e disse mais calmo,
“Eu não disse isso... você não tem culpa de nada. Eu
já disse: você é perfeito, Heero, sempre foi... Sou
eu que preciso saber...”
O piloto do Deathscythe sente uma tontura forte e fecha os olhos, segurando
a cabeça zonza com as mãos.
“Acho que isso está doendo mais do que o normal...”
Ainda de olhos fechados, Duo sente os braços de Heero o envolverem,
uma mão forte o obrigando a inclinar a cabeça, encostando-a
no ombro nu. Assustado no começo, ele apenas esperou alguma outra
reação, mas depois relaxou, inspirando o cheiro de Heero.
“Heero... eu não devia ter dito aquilo... mas é que eu
não sabia...”
“Por que disse?”, Duo não conseguiu identificar nem raiva nem
mágoa naquela voz, parecia o típico soldado perfeito de novo.
Mas era tão estranho imaginar a face sem expressão de Heero
ao mesmo tempo em que ele era abraçado pelo mesmo...
“Pra ‘criar um clima’... sabe como é...”, a boca de Duo se curvou
levemente, num sorriso fraco, “Não sei porque... mas achei que se
eu dissesse que te amava iria ficar mais... gostoso... Ah! Você gostou...”
“Hn... eu te amo”, Heero murmurou entredentes fazendo Duo se sentir
um pouco culpado, mas depois perguntou com uma voz mais controlada, “Você...”
“Não sei o que está dentro de mim...”, Duo respondeu
antevendo a pergunta, “Só sei que me sinto terrivelmente bem com
você... mesmo quando você me ignorava.”, ele suspirou e abriu
os olhos, levantando a cabeça para olhar nos olhos azuis, “Heero...
eu não sei se antes apenas negava um sentimento pra mim mesmo...
mas ontem, quando você disse que me amava...”
“Você me perdoa?”, Heero o interrompe com a voz rouca e baixa
“Que...?”, o americano sentou-se e piscou várias vezes como
se esse ato o ajudasse a entender o que acabou de ouvir
“Me perdoa... pelo que eu te fiz.”
“Por me afastar esse tempo todo me deixando confuso ou pelo soco e
golpe com a arma de agora há pouco?”, Duo pergunta cinicamente,
tentando esconder um sorriso
Heero apenas o encarou sério e bravo por ter feito piada durante
uma conversa tão importante
“Ok, ok... bem, não sei...”, Duo notou uma certa ansiedade nos
olhos de Heero, “Acho que... Heero, você sabe que foi muito estúpido
agora há pouco! Por mais que eu estivesse errado, por mais bravo
que você estivesse, você não tinha o direito...”, Duo
perdeu sua linha de raciocínio e ficou mudo quando viu Heero abaixar
a cabeça e deixar escapar um pequeno soluço, “... Heero.
Você... não deve ficar assim... você sabe que eu te
perdo...”
“Não responda agora.”, Heero interrompeu rispidamente, levantando
a cabeça e limpando os olhos, “Eu não quero que você
me perdoe só porque estou assim.”, ele disse num tom baixo mas audível
parecendo bravo.
“Heero, mas eu...”
“Pense se você pode me perdoar. De verdade. Perdoar tudo o que
eu fiz... qualquer coisa que te magoou ou te feriu.”
“Por que isso? Eu posso te responder agora...”
“Não sabe o que pensa... Não sabe o que sente...”, Heero
imita as palavras de Duo de ontem de noite, mas sem mudar a expressão
em seu rosto, “É você quem está confuso, não?
Se você consegue me perdoar, você deve me amar.”
Break me shake me hate me take me over
When the madness stops then you will be alone
So won't you break me shake me hate me take me over
When the madness stops then you will be alone
Então, me quebre, me sacuda, me odeie, me tome completamente
Quando a loucura terminar, você estará sozinho
Então me quebre, me sacuda, me odeie, me tome completamente
Quando a loucura terminar, você estará sozinho
“Ninguém que se preserve um pouco perdoaria o que eu fiz...
a não ser quem ame...”, Heero suspirou antes de continuar, “...
como eu amo.”
Duo fica um instante parado, sem respirar, sem pensar, sem ver, sem
escutar... Ele abaixa a cabeça e fecha os olhos encolhendo os ombros.
“...me abraça... por favor...”, ele pede baixinho com voz de
choro
Heero se aproxima e o toma de novo nos braços. Já estavam
longe da danceteria e as únicas companhias deles eram o silêncio
e a escuridão. A viela onde se encontravam tinha duas saídas,
uma dava para a avenida, a outra para uma rua mais escura onde dava para
ver os portões de um parque abandonado. Uma antiga reserva, idéia
fracassada de restaurar a vegetação no meio das colônias.
As únicas árvores que sobreviveram ali eram as geneticamente
modificadas.
Heero olha para o parque e depois para Duo que estava de olhos fechados
e chorava baixinho escondendo o rosto em seu peito.
“Duo. Quer pensar no que eu te disse?”, ele pergunta calmo
O piloto do Deathscythe levanta a cabeça mostrando os olhos
vermelhos e as bochechas molhadas, “Eu já disse... eu te perdôo.
Nunca poderia ficar mal com você... nunca.”
Duo termina se segurando com força nos ombros de Heero para
voltar a esconder o rosto. O piloto do Wing começa a andar na direção
do parque.
“Por que está chorando assim, então?”
Uma risada fraca escapa de Duo, “Não sei... eu não sou
perfeito, Heero...”, ele então diz com uma voz atípica e
séria, “Eu choro quando não preciso, dou risada quando não
devo... eu falo muito... mesmo sem saber o que estou falando...”[5]
“Você sabe o que acabou de dizer?”
“Sei... Mas isso não basta, Heero. Eu tenho esse meu medo...
que não me deixa acreditar.”, Heero ouvia atento as palavras de
Duo, que se agarrava cada vez mais forte a ele, “Se eu disser que te amo...
a única coisa... que me impede... é pensar que você
pode me afastar, como você sempre fez. Que um dia tudo vai acabar...”
Os lábios de Heero se curvam num quase sorriso quando ele entra
no parque. Passando por algumas árvores, pisando nas muitas folhas
caídas no chão, com um aspecto acolchoado, ele pára
em frente a uma árvore de tronco largo e copa vistosa. Heero ajeita
Duo sobre as folhas e se deita de lado, inclinado sobre o corpo dele.
Duo sente um beijo leve e carinhoso nos seus lábios, e a respiração
quente de Heero quando este fala:
“Duo, me dê mais uma chance... dessa vez, eu não vou me
afastar. Não vou deixar você escapar...”, e volta a dar o
mesmo beijo leve, passando a língua devagar sobre os lábios
de Duo.
O beijo fica mais possessivo e Heero abre caminho para entrar na boca
de Duo, buscando a outra língua. Ele sente a mesma tontura de antes,
quando a mão de Duo se agarra aos seus cabelos e aprofunda mais
o beijo, deixando-o sem ar.
Duo dá um impulso e fica em cima de Heero, sentado sobre o quadril
dele. “Shinigami estava certo...”, Heero abre os olhos devagar encarando
o sorriso de Duo. Não era um sorriso malicioso ou maroto... Ele
se lembra desse sorriso, não quando o viu antes... porque aparece
muito raramente no rosto de Duo. Um sorriso de felicidade, de prazer. Duo
sorria para ele, por ele. “É você quem provoca...”
Heero interrompe o carinho que as mãos de Duo faziam em seu
peito. Ele encara com intensidade os olhos de singular cor violeta. Como
Duo conseguia fazer isso? Em um momento estava confuso, no outro brincalhão,
agora... o que Duo estava fazendo?
O americano se solta e inclina o corpo para frente, quase tocando os
lábios de Heero, “Você sabia... sabe... que eu também
te amo.”, antes que Heero pudesse responder ou dizer alguma coisa, Duo
o beija com paixão e fúria, segurando o rosto dele para que
não escapasse.
“Duo...”, o piloto do Wing sussurra num suspiro depois que os lábios
de Duo o soltam.
“Heero, eu só não quero ficar sozinho... na verdade,
só não quero ficar sem você.”, Duo diz baixinho se
ajeitando em cima do corpo de Heero, entrelaçando as pernas nas
dele e encostando a cabeça no ombro.
“Duo eu...”
“Heero, eu te amo... mas eu tenho tanto medo que você... tanto
medo de você.”, o piloto do Deathscythe murmura com uma voz chorosa
ao mesmo tempo em que guiava a mão de Heero até a sua cintura,
“Me abraça...”
O piloto do Wing obedece e reforça delicadamente o abraço,
uma mão mexendo com a ponta da trança de estava caída
desleixadamente sobre as costas de Duo.
“Duo Maxwell...”, Heero o chama com uma voz séria e grave, mas
Duo responde apenas com um murmúrio de sono, “Me escute, não
durma agora...”
“O que foi Heero?”, ele pergunta sonolento sem se mexer ainda abraçado
a Heero
“Olhe pra mim.”, Heero exigiu, Duo obedeceu levantando o rosto lentamente
e piscando algumas vezes, “Eu quero fazer amor com você... agora.”,
como não obteve resposta apenas o olhar interrogativo de Duo, ele
acrescentou, “Eu... acho que ainda falta alguma coisa...”
Depois de alguns segundos de silêncio, com Duo processando o
que acabara de ouvir, ele finalmente parece cair em realidade e pergunta,
“Heero... você não gostou das outras vezes?”
“Claro que gostei!”, o piloto do Wing responde rápido, achando
que Duo tinha entendido mal e se explica, “É que... sempre fica
aquela sensação... eu acho que você pode me dar mais
e...”
“Dar mais???”, Duo fala alto e indignado, sentando-se no abdômen
do outro, “Heero Yui, como você quer que eu volte a sentar na cadeira
do Deathscythe se eu “me der” mais pra você???”
Heero fica vermelho de vergonha e balbucia algumas palavras de explicação
enquanto piscava desconcentrado. Isso até notar um leve sorriso
de lado nos lábios de Duo, então ele pára sério
e o encara com um olhar assassino, muito bravo.
“Ahhh, Hee-chan... não me olhe assim que eu fico mal acostumado!”,
Duo diz sorrindo e se afasta puxando Heero pelos braços, novamente
encostando a cabeça no ombro dele. “Nee, koi?”, ele sussurra no
ouvido de Heero, “Faça amor comigo..."
Listen, baby
You'll be, you'll be alone
Ouça, baby
Você ficará, você ficará sozinho
Duo sorri antes de morder a orelha de Heero e correr com a língua
pelo contorno dela. Ele geme baixinho sentindo mãos fortes apertarem
a sua cintura e começarem a levantar sua blusa sem deixarem de provocar
e explorar cada canto de pele descoberto. Os lábios abertos de Heero
se fecham sobre a curva de seu ombro e sugam com vigor a carne, mordendo
uma vez ou outra, traçando um caminho vermelho e brilhante até
o queixo de Duo, que foi obrigado a deixar o lóbulo carnudo e jogar
a cabeça para trás.
Descendo as mãos, correndo as unhas sobre o tecido gasto da
regata verde, Duo alcança o fecho da calça jeans e, com lentidão
proposital, suas mãos entram lutando por espaço dentro do
tecido grosso. Heero levanta um pouco o quadril deixando-se despir o suficiente
para Duo encontrar seu membro.
Ele mal toca no sexo duro de Heero e já sente seus dedos queimarem.
Duo geme sufocado, com sua boca presa pelo beijo, e solta um suspiro fraco
quando seu lábio inferior é mordido enquanto as mãos
de Heero o apertam nas costas e vão descendo até chegar na
cintura.
De repente, Heero abraça a cintura de Duo e o comprime possessivamente
afundando o rosto na curva do pescoço, sentindo o perfume do longo
cabelo aprisionado na trança já disforme. Aproveitando-se
do abraço, Heero começa a despir o amante, puxando a parte
da blusa preta que estava dentro da calça. Mas ao invés de
tirar a peça por completo ele a deixa cair cobrindo os quadris de
Duo e suas mãos se dirigem para a calça.
Duo o faz deitar no chão e, de quatro sobre Heero, os dois se
livram das calças. Duo volta a sentar no colo de Heero, dessa vez
seu sexo roçando com o dele, e o puxa de volta, passando os braços
pelo pescoço dele. Mãos descem pelo seu quadril e se ajeitam
perfeitamente sobre suas nádegas. Dedos se afundam na pele macia
e puxam, cada um para o seu lado.
O final da trança de Duo balançava como uma serpente
lenta e preguiçosa, os fios que roçavam nas mãos de
Heero provocavam a sua liberdade. Heero levanta as mãos e prende
a cabeça de Duo entre elas. As bochechas rosadas, os lábios
parcialmente abertos, vermelhos e úmidos, os olhos brilhantes que
apesar de sensuais, sorriam para ele.
“Heero...”, Duo sussurra quase rouco, “Quer me ouvir dizer ‘eu te amo’?”
O piloto do Wing não responde. Suas mãos se movem lentamente
no meio dos fios de bronze do cabelo de Duo, desembaraçando, desfazendo
e soltando-os até que uma cortina cobrisse o rosto e ombros dele.
Duo joga a cabeça para trás e levanta o quadril.
Os dois fecham os olhos e não percebem uma pequena luz no horizonte
enquanto Duo abaixa o quadril deixando-se penetrar lentamente por Heero,
apenas a glande dura forçando a pequena entrada enrugada. Eles sufocam
os gemidos, a luz crescendo criando um arco dourado no céu a sua
volta. Heero reforça o aperto de suas mãos na cintura de
Duo e faz com que ele abaixe mais um pouco.
“Aahhh...”
No mesmo instante que Duo geme e desce por completo, com Heero dentro
de si também suspirando de prazer, no horizonte, o sol aparece envolvendo
as duas figuras no meio das árvores, criando uma sombra negra, uma
única forma distinta: a de dois amantes... tornando-se um.
Com a nova fonte de calor, Duo abre os olhos e encosta a própria
testa na de Heero, ambos ofegantes depois de terem alcançado o orgasmo.
Os longos cabelos de cor de bronze caem pelos ombros de Duo e, como uma
cortina, escondem o rosto de ambos, algumas mechas mais compridas descansando
nas costas de Heero.
Quem olhasse de longe identificaria apenas uma pessoa com uma auréola
dourada em volta do próprio corpo, causada pelos raios do sol nos
cabelos de Duo. Um ar etéreo preenche o ambiente. Os olhares e suspiros,
nada parece real. É como um sonho que pode se desfazer a qualquer
instante.
Tomando o rosto de Heero em suas mãos, Duo com o olhar indica
para que ambos observem o sol. E os dois ficam lá, abraçados
no calor do outro sob o calor do sol da manhã.
Break me shake me hate me take me make me
Fake me break me shake me hate me take me
Break me
Me quebre me sacuda me odeie me tome me molde
Me falsifique me quebre me sacuda me odeie me tome
Me quebre
“Baka!”, Duo grita fazendo bico, “Não é você quem deve pedir desculpas...”
“Do que você está falando?”, de repente Heero toma uma postura séria, a típica de soldado perfeito
“Eu fiz uma besteira... bem, não exatamente uma graaande besteira... mas uma besteira... acho...”, Duo parecia que falava mais consigo mesmo do que com Heero, que continuava calado apenas observando, “É... não foi uma besteira muito grande. Porque no final viemos parar aqui, né? Digo... assim... juntos. Não acho que tenha sido uma ‘besteira’.”, Duo diz fazendo um sinal com os dedos indicando que a palavra besteira estava entre aspas e reforçando a mesma com o tom de voz, “Mas pensando melhor... não foi culpa minha. Porque se você não fosse tão... digamos... com... er... sede ao pote? Claro, eu te disse! É você...”
“Quer dizer logo o que você fez?”, Heero exige impaciente
“Eu???”, Duo aponta para si mesmo, “Eu não fiz nada!!! Foi você! Aliás... desde quando você vem me beijar enquanto eu durmo? Quem te deu autorização para tal libertinagem?”, o piloto do Deathscythe coloca as mãos na cintura e encara Heero nos olhos.
Antes de responder, Heero suspira com impaciência, “Se você está preocupado com o fato de ter dito há dois dias atrás que me amava, de ontem ter dito que tudo não passou de uma brincadeira e hoje dizer que me ama e só não quer ficar longe de mim... Você sempre foi um baka, não vai ser porque estamos falando de uma assunto sério que você não vai se confundir.”
“Estamos falando de um assunto sério?”
Silêncio.
“Ok! Okaaayyy.... Hn! Você não respondeu a minha pergunta! Quem te deu autorização pra..”
“Eu não preciso de autorização nenhuma.”, Heero o interrompe já muito impaciente.
“Ah é, é?”, Duo sorri malandro e, como Heero ainda estava dentro dele, ele contrai as nádegas prendendo levemente o membro murcho no anel enrugado e levantando o quadril, sentindo uma dureza e incomodo surgirem conforme ele saia. “Hehe... acho que eu também não preciso de autorização nenhuma!”
Heero dessa vez não responde, mas Duo sente as mãos dele apertarem com mais força a sua cintura.
“Ahhh... Hee-chan... eu te disse! Eu te disse! É você quem
me provoca...”
FIM
[1] Não... não é clone porcaria nenhuma!!!><
Clones não existem!!! É tudo mentira da Nagui-chan! Eu sou
inocente!!!
[2] Só curiosidade: logo depois que eu escrevi isso (pra ser
mais exata, quando digitei o ponto final), meu pai abre a porta do quarto,
escancarando pra casa inteira a tela do monitor, com essa singela estória
aparecendo nela... Mas... meu pai estava nesse momento sem óculos!!!^_______^
(ufa!) E apesar de ter dado uma bela olhada no monitor, ele só me
veio com a pergunta: você está na net? Eu suspirei de alívio
vendo que até a tela do Word ele confundiu com a do Explorer...^^
Sim, podem dizer... vai ter sorte assim lá no Inferno!^__^
[3] Isso daqui... alguém se lembra de um comercial de refrigerante
onde uma guria suga todo o refri de um mulequinho nerd que fica com cara
de manga chupada? Pois é... só que lá a guria tava
com sede, aqui o Duo está com... sede de Heero?^^() Bah! Super normal,
até a Illy-chan tem sede de Heero!^_~
[4] Ai...>< Já estou até ouvindo os gritos: DRIIIKAAAAAA!!!
SHINEEEEEEEE!!!!!>< drika: *puppy eyes mode on* blink, blink^_^ oro?
[5] Trecho de uma música da Marisa Monte, “Eu minto”.
Pois é.... ‘cabô... agora lemon de novo só quando
me pagarem muuuito!!! E em mangas!^___~