Tati-Chan
Capítulo 1 - Perdição
Dia claro em Kyoto. Absolutamente uma rotina normal. Sem nenhum incidente ocorrido .Até aquela hora. Alguma coisa predestinada estava a ponto de se realizar. Mas que iria conseguir com que algo se disperse e, enfim , destinos não mais se unissem ... Seria assim...
- Yahiko!!!
- Que foi?? Ô coisa..
- Temos que treinar ,engraçadinho..
- Ah.. tá bom...você acha mesmo, montra feia?
- ...SEU...
- Hã .. gente... ohayou gozaimasu.
- Ah!! Kenshin ..
- Hai, Kaoru- dono...
*olhe para ele, sempre tentando acalmar as coisas*
- Bem.. o café já está pronto.. se vocês estiverem com fome...
- Claro, Kenshin! A minha fome é enorme !
- Vamos então, Yahiko?
- Tá bom. Mas eu não vou com você ,monstra feia!!!Blergh!
- Humpf..
E assim foram ,tranqüilos...
Tarde passageira. Hora de descanso para muitos, mas não para os lutadores que vão e treinam duramente para uma melhor técnica .*Realmente ele está melhorando bastante *.
Kaoru tinha seus pensamentos à tona. Não estava consentrada
durante a aula de aprendizagem .
- VAMOS! LUTE, MONSTRA !
- POF!
- Aii !
- Kaoru! Você está bem?
Sua mão estava sangrando pelo ferimento que tinha levado.
- Não foi nada Yahiko. Pode deixar.
- Me perdoe Kaoru.. Bati muito forte, né ?
- Não ,Yahiko. O descuido foi meu. Isso prova que você está cada vez mais sábio nessas coisas. Logo, vai me superar.
- Kaoru –dono ! Você se machucou? Está tudo bem?
- Ah.. Hai, Kenshin.. Não.. está tudo bem.
-Mas olhe para a sua mão! Está sangrando! Você precisa cuidar dela imediatamente! Vou te levar à Megumi- dono.
- Não!! Eu não quero!!
- Mas..
- NÃO! Vocês sempre não me deixam dizer minhas vontades! Eu..
Começou a chorar.
- Sinto muito ,Kaoru –dono.
- Kenshin!! Baka ! Eu..
Se levantou. Kaoru, ,mesmo com todo o ocorrido, não se importou. Estava magoada por dentro.
- Eu.. eu te detesto!!- Disse em lágrimas que borbulhavam em seu sensível rosto. Correu em desespero. Angústia se mostrava e não pensava em mais nada.
- KAORU –DONO!!!
E sumiu no horizonte.
Pôr- do- Sol flamejante naquela terra. Cansaço e lucidez em sua mente. O quê faria agora ? Não teria rumo certo. Aquela cena de dependência passava repetidamente, como um filme. O quão tola teria sido! Kenshin apenas preocupava-se com ela, nada mais. Ou seria mesmo... por amor? Não conseguia entender . Havia passado por um momento inconsciente . Suas emoções finalmente se revelaram. Mas como poderia retornar? A escuridão já se mostrava . O caminho quase já não mais era tão claro assim e mais adiante. O destino tinha lhe reservado uma coisa que mudaria , à partir de tudo aquilo, uma nova vida.
- Ela não voltou??
- Não, Kenshin. Procurei-a por toda parte, mas não encontrei. Perguntei para algumas pessoas, mas não adiantou . ninguém viu a Jou –chan saindo .
- Mas ..então..
- Há uma possibilidade de que ela esteja por aí, perdida.
- Mas ela está em Kyoto, Sano?
- Isso é provável. É um pouco trabalhoso sair de Kyoto numa hora dessas. Já está noite lá fora. E eu não creio que ela seja tão maluca de sair por aí. Ainda mais que, pelo tempo, vai chover hoje. Uma trovoada.
- Temos que achá-la . Kaoru-dono pode ficar doente. Como eu fui rude com ela! Não imaginava que pudesse feri-la tanto.
- Não foi culpa sua. Jou- chan que foi uma egoísta.
- Sano! Não fale assim dela! Ela nunca foi desse jeito! Kaoru- dono é tão meiga e delicada. Ela às vezes pode ser um pouco extrovertida, mas ..
- Eu sei, Kenshin..
- O quê?
- Você a ama, não é?
-Não diga bobagens! Kaoru- dono merece alguém melhor! Eu apenas .. não presto para ela..
- Não .. você é quem realmente se importa com ela. Como se fossem marido e mulher...
- Eh..
Kenshin acabara de ficar vermelho.
- Bem, vamos procurá-la .
Como Sano realmente descrevera, a chuva caiu em um piscar de olhos. Mas foi muito pior . Torrencialmente deveria ser o termo utilizado.
* Esse cheiro... Flor de Íris.. Tomoe- san.. a noite que conhecemos... você me disse que faço uma chuva de sangue...*
- Kenshin, no que está pensando?
- Hã? Nada, Sano..
- Acho melhor pararmos por hoje.. Está quase impossível andar pelas ruas com todo esse lamaçal.
- Não podemos!! Temos que-
- Eu entendo ,Kenshin. Mas acho que você deve concordar que não podemos abandonar o dojo. Também que a Jou- chan não seria estúpida o bastante para ficar pelo caminho, né?
- É.. Mas amanhã vamos continuar.
- Por mim , tudo bem..
*volte...*
- Konnichiwwa.
- Konnichiwwa. Eu gostaria de um quarto ,por favor.
- Providenciarei um imediatamente. Para quantos são? Um casal? solteiro?
- Apenas eu..
- Ah, hai..
Kaoru se encontrava em frente de uma alvenaria.. .
- Gomen nasai, mas a senhora está precisando de ajudantes aqui?
- Oh! Como você adivinhou, mocinha?
- Eh ..intuição ..acho..
- Pois bem. Mas, por quê você quer trabalhar ? É tão bem arrumada.
- Eu.. eu não tenho para onde ir.
- Ah.. entendo.. vou lhe hospedar aqui e você poderá pagar sua estadia aqui. Combinado?
- Hai.
- Agora enquanto vou arrumando suas coisas, você poderá jantar. Que tal, senhorita...
- Kaoru. .Kaoru Kamiya..
- Kaoru Kamya? AH! Já ouvi falar do seu dojo!
- Verdade? Fico feliz..
- Bem.. melhor eu indo..
- Er.. só uma coisa.. onde é o salão de jantar..
- Ande reto e na primeira porta , à esquerda, você verá uma placa "Restaurante" .
- Hai..
E foi caminhando e observando um lugar limpo e organizado. E logo após, como a própria proprietária dissera, o restaurante. É.. estava com fome.. não comera nada o dia inteiro. E que local mais aconchegante! Finalmente algo bom naquele fadigo dia.
A chuva continuava. Mais forte do que nunca. E a noite chegava ao seu pico mais duradouro. Kenshin dormia profundamente. Sonhos e pensamentos se misturavam formando um único pesadelo.
*Kaoru- dono...*
Uma imagem retorcida vinha e ia como um pêndulo ligeiro.
*Não me abandone, por favor.. *
De repente, um sorriso.. a flor de íris.. o inverno.. neve por todos os lados.. sangue...
*Kenshin..*
- Ah!
Levantou-se subitamente .Estava suando .
- Kaoru –dono..
Caminhou até a varanda do dojo. Ainda a chuva. Ainda a espera..
*Volte..*
Kaoru não conseguia dormir.. se remexia na cama... por quê ?
*Volte...ele precisa de você...*
Abriu os olhos. Que voz seria aquela? Um doce tom tinha. Mas não conseguia saber. Kaoru tinha que se movimentar. Não adiantava mais forçar para dormir. Não podia. Alguma coisa a impedia.
- Não ..foi tudo um sonho.. Baka! Será que ainda está chovendo? Não custa olhar..
E se foi. Como os pingos caíam fortemente sobre o chão. O barulho, naquelas alturas, não cessaria tão cedo. Foi quando Kaoru sentiu um frio na espinha. Algo estava errado. Que diabos fazia naquele lugar? Kenshin era quem ela amava de verdade! E ele agora estava solitário! Sim .. precisava voltar. Respirou fundo e correu como nunca naquele sombrio clima. Tinha que voltar. Seu coração não agüentava mais.
*Kenshin.. me espere mais um pouco meu querido..*
Mas algo trágico que nunca se imaginara aconteceu.. e deveria agoniar com o tempo.....
Cabrum!
Um trovão se rasgava-se no céu violentamente. Assustou .Predestinaçã? Sim. Algo de bom não haveria de ser.
- Ah... Kaoru- dono... se você estivesse aqui... eu... a.... protegeria...
Kenshin agora imaginava no momento em que reencontraria Kaoru. Imaginava quando ela estivesse com medo. Com frio. Com necessidade de acalanto. Ele a cobriria com um cobertor e ficariam os dois, bem juntos... desta vez.. eternamente...
Aquele trovão ressonante. Kaoru não continha mais forças
para continuar sua trajetória .E justo com aquele trovão...
Caiu fortemente no chão e fechou os olhos... Naquele instante tudo
ao seu redor ficaria perdido..
Continua
Capítulo 2
Amarguras de uma Vida