Transmissor

 Transmissor - Marconi /Padre Landell de Moura- 1895

O desafio da distância para a comunicação levou o homem a desenvolver variados tipos de soluções. No princípio usou-se gritos, apitos, fogo, fumaça, reflexos de espelhos, tambores... Mas estes métodos não possuíam constância nem espacial, nem temporal. Uma fogueira acesa, hoje em uma montanha, amanhã poderá não mais ser vista, ou ainda aparecer em outro lugar.
A partir do século XVIII isso começou a ser mudado, primeiramente com engenhos mecânicos e, logo utilizando-se de eletricidade.
Heinrich Hertz, baseado nos trabalhos de Maxwell, demonstrou experimentalmente em 1887 a produção e detecção das ondas eletromagnéticas que passaram a ter a denominação ondas hertzianas. Tornou-se possível transmitir um sinal elétrico à distância sobre este tipo de ondas - através do éter que era a denominação então utilizada para o espaço celeste. Em 1894, o italiano Guglielmo Marconi, provavelmente, o nome mais associado à invensão do rádio em todo o mundo, devido à suas descobertas no campo da transmissão e recepção de sinais sem fios.
Nascido em uma família muito próspera na Bolonha, Itália, Marconi cursou a Universidade de Griffone, abandonando-a para se dedicar às suas investigações sobre as ondas hertzianas.
É considerado o descobridor da telegrafia sem fios, por ter coordenado todos os esforços dos principais investigadores da época.
Em 1896, Marconi recebe na Inglaterra uma patente sobre " Aparelho de transmissão de impulsos elétricos e de sinais" no qual se utilizava o Excitador de Hertz, o Cohesor de Branly e a Antena de Popov.
A mais de 100 anos atrás Alexander Popov, então com 36 anos, professor de física e engenharia elétrica na Escola Naval de Fusileiros Navais em Kronstadt, Rússia, projetou um rádio receptor que o permitia receber sinais transmitidos por meio de ondas eletromagnéticas.
Nascido em Turinskiye Rudniki, Rússia, estudou em St Petersburg, retornando a St Petersburg como professor em 1901.
Independentemente de Guglielmo Marconi, Popov é aclamado na Rússia como o inventor do telégrafo sem fios.
Dedicou-se a estudar os fenômenos radioelétricos produzidos nas tormentas atmosféricas, o que levou-o ao descobrimento da "Antena"
Em 1896 (possivelmente em 1895) ele melhorou o receptor de Oliver Lodge adicionando um fio suspenso como uma antena, (Popov foi a primeira pessoa registrada a adotar este procedimento) e blindando as bobinas para neutralizar o efeito das faísca nos transmissores .
No dia 7 de maio de 1895, transmitiu, recebeu e decifrou a primeira mensagem telegráfica sem fios com sucesso. O cientista russo Alexander Popov tinha enviado uma mensagem de um navio da Marinha russo distante 30 milhas no mar, para seu laboratório em St. Petersburg, Rússia.
Era um feito incrível, mas o mundo não tomou conhecimento. A intensão da Marinha russa era monopolizar esta tecnologia poderosa, incitando Popov a não dar qualquer notícias de suas descobertas. Considerado como um fantástico segredo de estado, Popov perde qualquer chance de fama mundial.
Marconi recebeu uma infinidade de condecorações pelo seu incansável trabalho de investigação no campo das comunicações.
Foi menbro da maioria das entidades científicas e Presidente da Academia Real Italiana, tendo recebido o prêmio Nobel de Física em 1909.consegue realizar uma transmissão "sem fios" de um sinal para um receptor a 7 metros de distância do emissor. Em 1895 já conseguia transmitir a 1 milha de distância e em em 1899 consegue transmitir mensagens entre França e Inglaterra. Em 1901 consegue transmitir sinais telegráficos entre as duas costas do Oceano Atlântico (U.S.A. e Irlanda).

 O equipamento rádio de Marconi era constituído por duas partes um transmissor e um receptor.
 
 

Receptor

Receptor - Marconi - 1895

Marconi fundou a sua própria empresa em Londres denominada "Marconi Wireless Telegaph Company". Os transmissores e receptores eram alugados aos armadores de navios sob condição de apenas serem operados pelo pessoal da Marconi.

. PADRE LANDELL DE MOURA - O INVENTOR DA TELEGRAFIA SEM FIO

Roberto Landell de Moura
Nasceu o Monsenhor ROBERTO LANDELL DE MOURA no dia 21 de janeiro de 1861, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, à rua de Bragança, numa casa que faz esquina com antiga praça do Mercado, tendo sido batizado, conjuntamente com sua irmã Rosa, a 19 de fevereiro de 1863, na igreja do Rosário, de cuja freguesia, anos mais tarde, e até falecer, viria a ser o vigário. Era êle o quarto de doze irmãos, sendo seus pais o Sr.Inácio José Ferreira de Moura
dona Sara Mariana Landell de Moura, ambos descendentes tradicionais famílias riograndenses.

Remediados e muito religiosos, colocaram-no seus pais Colégio dos Jesuitas, em São Leopoldo, localidade próxima de Porto Alegre, onde fez os primeiros estudos. Terminado que foi o curso de humanidades, tirado todo êle, aliás, com excepcional brilhantismo, por volta de 1879 transferiu-se o jovem Roberto para a Côrte, onde , segundo uns, se matriculou na Escola Politécnica, e, segundo outros, se empregou num armazém de secos e molhados, como caixeiro de cão.

Êsse pormenor, sem dúvida importantíssimo, foi-nos possível esclarecer. O que é certo, porém, é que êle já se encontrava, havia alguns meses, na Capital do Império, segundo seu irmão Guilherme, que ia seguir a carreira eclesiástica, passou pelo Rio de Janeiro, em trânsito para Roma.

Essa visita de Guilherme foi decisiva na vida de Roberto. Por influência daquele, Roberto, que era também dotado de fervoroso espírito místico, decidiu, de repente, abandonar o comércio (ou a Escola Politécnica) e abraçar a sacerdócio- o que ia, de resto, ao encontro dos desejos de seus pais, que sonhavam em vê-lo Padre.

Homem de resoluções prontas e enérgicas,ROBERTO segue imediatamente para ROMA, em companhia do irmão. Ali ingressa no COLEGIO PIO AMERICANO, e passa a frequentar, concomitantemente, a UNIVERSIDADE GREGORIANA, na qualidade de aluno de física e química, para o estudo de cujas matérias manifestara, desde muito criança, a mais pronunciada inclinação.

Diante, porém, de tão brusca deliberação, não é ilógico supor-se que, embora fôsse êle sincero na escolha da nova carreira, e verdadeira a sua vocação ao sacerdócio, Roberto jamais teria ido para Roma, se, ao lado do Colégio Pio Americano, não funcionasse uma Universidade Gregoriana.

A CIÊNCIA e a RELIGIÃO, por intermédio da voz de Guilherme, teriam falado a Roberto a mesma linguagem sedutora.

Se é que a primeira não tenha falado eloquentemente.

          NASCIMENTO da TEORIA sobre "UNIDADE DAS FORÇAS E HARMONIA NO UNIVERSO"

Foi em Roma que o jovem seminarista principiou a conceber as primeiras idéias em tôrno de sua teoria sôbre a "Unidade das fôrças e a harmonia do Universo". Ordenado sacerdote em 28 de novembro de 1886, e já de volta para o Brasil, quando viajava de Roma para Paris, um fenômeno muito comum que se observa naquelas regiões, durante o estio, veio confirmar-lhe ainda mais fundamente o ponto de vista que, pouco mais tarde, o levaria às suas prodigiosas descobertas. Êsse fenômeno é o mesmo que se observa muitas vezes em nosso país, especialmente em nossas cordilheiras, quando o ar, aquecido, parecE galopar no espaço-fenômeno êsse que também se verifica na combustão dos campos.

De retôrno ao Rio de Janeiro, foi residir em uma casa de Padres que então existia no antigo e hoje desaparecido môrro do Castelo, tendo ali permanecido cêrca de dois meses, até que, em 28 de fevereiro de 1887, foi nomeado capelão do Bomfim e lente de História Universal do vetusto Seminário Epicospal, de Porto Alegre, cargo êsse que desempenhou com invulgar capacidade e eficiência. Nomeado em 1891 vigário em Uruguaiana, demorou-se perto de um ano naquela cidade fronteiriça, sendo, em 1892, transferido para o Estado de São Paulo, onde, durante, sete anos, numa verdadeira vida de judeu errante, consequência talvez de seu gênio irriquieto e independente, foi sucessivamente vigário em Santos, Santa Cruz, Campinas e Sant'Ana.

A genialidade do pastor incomodava as ovelhas...

Foi em Campinas, essa época um burgo tranquilo e devoto, propício ao estudo e à meditação, que o Padre Roberto Landell de Moura positivou, ou melhor: deu forma definitiva às suas teorias, sôbre as quais, aliás, não deixara um único momento de refletir. Ali, pois, atirou-se afoitamente ao trabalho de investigação e apuro.

                                                                               PRINCIPIOS

Por fenômenos um pouco complicados que também ali observou, mas de cuja natureza, infelizmente, não nos deixou descrição alguma, deduziu o seguinte princípio: " Todo movimento vibratorio que até hoje, como no futuro, pode ser transmitido através de um condutor, poderá ser transmitido através de um feixe luminoso, e por esse mesmo fato, poderá ser transmitido sem o concurso dêsse agente".

Estabelecido o então absurdo princípio, deduziu imediatamente a lei seguinte: "Todo movimento vibratório tende a transmitir-se na razão direta da sua intensidade, constância e uniformidade de seus movimentos ondulatórios, e na razão inversa dos obstáculos que se opuserem à sua marcha e produção".

Mas não parou aí o ousado Padre. Espírito incontentado, sempre em busca do mais além, formula então, audaciosamente, o seguinte e grande postulado, que foi, talvez, a causa principal de todos os seus sofrimentos, pelo grande escândalo que provocou entre seu inculto rebanho: "DAI-ME UM MOVIMENTO VIBRATÓRIO TÃO EXTENSO QUANTO A DISTÂNCIA QUE NOS SEPARA DÊSSES OUTROS MUNDOS QUE ROLAM SÔBRE A NOSSA CABEÇA, OU SOB OS NOSSOS PÉS, E EU FAREI CHEGAR A MINHA VOZ ATÉ LÁ".

Como? Pois então havia um Ministro de Deus que insinuava a pluralidade dos mundos habitados, com os quais se poderia falar?

Êsse postulado, que pretendia ser uma grande bem. foi o seu grande mal.

Era necessário emudecer êsse Padre herético. Urgia fazê-lo calar! Mas de que maneira? Estrangulando-lhe a voz, antes que ela pudesse chegar até lá.

E foi o que procuraram fazer.

O que não puderam impedir, entretanto, foi que ela fizesse, pelo menos, a metade do percurso.

E aí estão as Estações de Rádio a atestá-lo!
                                                               AS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS

Quatro anos antes de sua morte, no dia 3 de novembro de 1924, declarava o já então Cônego Penitenciário LANDELL DE MOURA  a um redator da "Última Hora", orgão portoalegrense hoje desaparecido, o qual o entrevistara:

-"DEUS serviu-se da minha humilde pessoa para levantar o véu que encobre os segredos da natureza, porquanto o sistema de rádiotelefonia, atualmente em uso, é baseado no princípio da superposiçao dos movimentos ondulatórios elétricos e na aplicação de uma lâmpada semelhante à lâmpada de Croockes , de 3 eletrodos, um pouco modificada, e a qual serve tanto para transmitir quanto para receber mensagens telefônicas e telegráficas e, sem fio condutor".

Realmente, êstes dois aspectos principais foram descobertos e aplicados, pela primeira vez, pelo Padre Landell de Moura, e não sómente para êsses fins, mas também para outros, todos de grande alcance científico. Ninguém, em verdade, antes dele, jamais se utilizara das ondas emitidas pela lâmpada supra-mencionada. A glória dessa extraordinária conquista cabe, inteira, integralmente, a êle, pois só em 1907 LEE DE FOREST  apresentava ao mundo sua célebre "Lâmpada de 3 eletrodos"...

                               PRIMEIRA TRANSMISSÃO TRANSPORTANDO SINAL DE AUDIO
                             SEM O CONCURSO DE FIOS - VIA ONDAS ELETROMAGNETICAS

Prossigamos, porém, em nossa descrição:

Um dia, surge o Padre Landell de Moura na Capital de São Paulo, sobraçando misteriosos embrulhos que continham um aparélho por êle inventado e com o qual - segundo afirmava-poderia falar com outra pessoa colocada a quilómetros de distância, sem ser necessário fio algum. Apesar da dúvida com que foi acolhida tal afirmação, houve quem nela acreditasse. Interessados, pediram provas. Deu-as o estranho Padre, com seu aparelho ainda rudimentar, realizou várias experências de transmissão e recepção sem fio, coroadas, tôdas elas, do mais completo e retumbante êxito.
         Verificou-se isso entre os anos de 1893 e 1894
Essas experiências, como já dissemos, tiveram lugar na Capital paulista, do alto da Avenida Paulista ao Alto de Sant! Ana, numa distância aproximada de oito quilômetros, em linha reta,um ano e alguns meses antes, portanto, da primeira e elementaríssima experiência realizada, por intermédio das ondas hertzianas, por GUGLIELMO MARCONI , em Pontechio, de Bolonha na primavera de 1895.
                      Obtenção da Primeira Patente no Brasil
Em 1900, finalmente, depois de passar por toda sorte de vexames, perseguições e dificuldades, depois de sustentar renhidas lutas contra o espírito supersticioso e rotineiro da época, que já começava a enxergar nele um feiticeiro perigoso, vendo-se mesmo obrigado a enfrentar a oposição e a ira dos próprios irmãos de crença, que chegaram, um dia, (Isso se passou em Campinas) a invadir violentamente seu laboratório e destruir todos os seus aparelhos, consegue obter uma patente brasileira, sob o número 3.279, expressamente concedida "para um aparelho apropriado à transmissão da palavra à distância, com ou sem fios, através do espaço, da terra e da água".

           Experiência de Transmissão presenciada pelo Consul Britânico em São Paulo,
                  Sr. C.P.LUPTON, autoridades brasileiras, povo e vários capitalistas paulistanos.

Obtida a patente, torna o sábio brasileiro a fazer novas experiências, sendo que uma delas em presença do então cônsul britânico em São Paulo, sr. C. P. Lupton (ou Lepton?), de autoridades brasileiras, povo e vários capitalistas paulistanos, transmitindo e recebendo a voz humana por meio de seu maravilhoso aparêlho, a uma distância aproximada de 40 a 45 milhas.

O Consul Britânico aconselha Padre Landell a ir para a Inglaterra patentear seu invento
Deslumbrado com invento tal, que prometia revolucionar totalmente a ciência, o sr. C. P. Lupton aconselhou ao Padre Ladell de Moura, que era, por parte de sua mãe, de descendência escosesa, a ir para a Inglaterra, a fim de lá patentear seu invento, prontificando-se mesmo a fornecer-lhe até as necessárias credenciais que o recomendariam ao Govêrno de seu país.

Brasileiro acima de tudo, recusou-se o modesto vigário a aceder ao entusiasmo científico, mas patrióticamente inglês, do ilustre representante britânico.

Não! A glória de sua descoberta êle só a daria ao Brasil!
                                                       Ninguém é profeta em sua terra....
Entretanto, muito em breve o pobre inventor patrício teria de compreender a dolorosa verdade do provérbio que afirma que ninguém é profeta em sua terra. No Brasil, olhavam-no com espanto. Mais do que isso-com mêdo! Pois já não existia até quem asseverasse ter êle partes com o demônio, como já havia acontecido, de resto, em 1709, com outro Padre, também brasileiro, Bartolomeu Lourenço de Gusmão, o Voador, inventor do aeróstato?

Fazia-se mistér, pois, uma viagem ao estrangeiro para ser levado a sério em seu país. como desgraçadamente ainda hoje acontece, embora em escala já bem mais reduzida.
E êle mesmo declarou, ao decidir-se a levar avante sua tarefa:

Padre Landell reafirma sua convicção de que CIÊNCIA e RELIGIÃO não são incompatíveis.

-"Quero mostrar ao mundo que a Igreja Católica não é inimiga da ciência e do progresso humano. Indivíduos, na Igreja, podem, neste ou naquele caso, haver-se oposto a esta verdade; mas fizeram-no por cegueira. A verdadeira fé católica não a nega. Embora me tenham acusado de participante com o diabo e interrompido meus estudos pela destruição dos meus aparelhos,hei de sempre afirmar: isto é assim, e não pode ser de outro modo... -E com amargura:-Só agora compreendo Galileo exclamando " E pur si muove!"

                                                                   EM NORTE AMÉRICA

Os Estados Unidos da América do Norte, como na atualidade, já era então a meca dos inventores, motivo por que foi êsse o país escolhido pelo Padre Landell de Moura para o seu banho de valor.
Deixando, pois, a terra nativa, que tão ingrata e adversa lhe vinha sendo, para lá se dirigiu o eminente cientista, em meados de 1901, sem auxílio de quem quer que fôsse.
Em 1902, o Rev. Padre Landell de Moura enchia páginas, com as suas descobertas, dos grandes jornais estrangeiros, como o"NEW YORK HERALD"
 Era êle então, como o descreve um escritor norte-americano pelas colunas do New York Herald, de 12 de outubro de 1902, um "gentleman de uns quarenta anos de idade" , e estava na plenitude de seu gênio.
Naquele país, viveu o Padre Landell por espaço de três anos, durante os quais assombrou os meios científicos americanos com seus numerosos e prodigiosos inventos, entre os quais os três da mais decisiva importância para o mundo: a Telefonia-sem-fio, a Telegrafia-sem-fio eoTRANSMISSOR DE ONDAS...

Essa sua demora na América do Norte, no entanto, tem uma história: Três meses após sua chegada à grande nação, fez o  Padre LANDELL DE MOURA demonstrações teóricas perante The Patent Office at Washington, a fim de oficializar seu primeiro invento a Telefonia-sem-fio. Requerido o patenteamento do mesmo, em ofício datado de 4 de outubro de 1901, foi declarado por aquela Repartição "que suas teorias eram tão revolucionárias que a patente não poderia ser concedida sem a apresentação de um modelo do aparelho, para a demonstração prática das mesmas". (#).

Ora como já foi dito, seus primeiros aparelhos haviam sido destruídos no interior de São Paulo por um grupo de fanáticos em fúria; quanto aos últimos, não os havia levado consigo. Não teve pois o Padre outro remédio senão demorar-se longo tempo em Norte-América, onde pretendia permanecer apenas seis meses-o que veio agravar mais ainda sua situação financeira, já então bem difícil.
Dificílima, aliás,. Em um dos diversos cadernos que temos em nosso poder, nos quais o Padre Landel registava suas observações, esquemas e o resultado de suas experiências, encontrámos, por sinal, uma curiosa previsão de orçamento para essea viagem. Pela sua leitura, podem-se conhecer os parcos recursos financeiros de que êle dispunha, e ter uma idéia das tremendas dificuldades por que deve ter passado nos Estados Unidos.

Vemos ali escrito, a lápis de cópia:

"Viagem de ida e volta.......1:000$000

Estada 6 meses 250$000.......1:500$000

Roupa (preparativos).........200$000

Extraord. ...................300#000"
Mil e quinhentos cruzeiros para viver seis meses no país dos dólares!
Mas a tudo êle resistiu. Sem esmorecimento, antes cheio de entusiasmo, apesar dos prejuizos morais e materiais que êsse retardamento lhe viria ocasionar, meteu mãos à obra na construção de novo aparêlho.

  REGISTRO DAS PATENTES DO TELEGRAFO SEM FIO e TRANSMISSOR DE ONDAS

Foi no decurso dêsses três trabalhosos anos que êle requereu, em ofícios datados de 16 de janeiro de 1902 e 9 de fevereiro de 1903, respectivamente, o patenteamento dos outros dois inventos: a Telegrafia-sem-fio e o Transmissor de Ondas.
"Entretanto, ainda para êsses, The Patent Office exigia os os respectivos modelos.Fê-los.Uma vez apresentados, foram lhe concedidas finalmente as tres patentes, assim mesmo sòmente depois de árduas, repetidas e meticulosas provas e contra-provas, que consumiram dois anos. É que, dada a responsabilidade que aquela República assumiria perante o mundo, com a expedição de patentes de tão relevantes e grandiosos inventos, que, fatalmente, viriam imprimir novas e imprevisíveis perspectivas à civilização moderna e às relações entre os povos, não seria aconselhável registrá-las sem, antes, ter tido provas materiais concludentes, positivas, da exequibilidade de suas teorias e da eficiência de seus aparelhos".

                                           FINALMENTE... O REGISTRO DAS PATENTES.

Cumpridas essas formalidades, foram-lhe entregues as patentes sob números 771.917, de 11 de outubro de 1904 (TRANSMISSOR DE ONDAS); 775.337, de 22 de novembro de 1904, (TELEFONIA-SEM-FIO),e 775.846, da mesma data (Telegrafia-sem-fio), conforme as provas com as fotografias adiante impressas,de cada fax-simile.(veja os fax em outra página).

                                           O PATRIOTISMO DO PADRE LANDELL

Em extensa carta enviada de Nova York pelo Monsenhor Vicente Lustosa a 7 de maio de 1904, e publicada no "Jornal do Commercio" do dia 19 de junho do mesmo ano, assim se expressava aquele ilustre representante do clero brasileiro:
"Visitámos também o nosso patrício Padre Roberto Landell de Moura, rio-grandense do Sul e que, há uns 5 anos foi vigário em Campinas de São Paulo, e que aqui reside há 3 anos, fazendo estudos sôbre electrecidade.
Montou um modesto gabinete e conseguiu descobrir novas interessantes aplicações de electricidade, e sôbre a espécie já obteve do Govêrno americano dois privilégios, e está em vias de alcançar outros.
Os jornais de Nova York já se ocuparam honrosamente de seu nome, publicando o seu retrato e diplomando-o se sábio. E distintos engenheiros, em sinal de apreço e consideração, ofereceram-lhe um jantar.
Entretanto, o Padre Landell de Moura está inteiramente abandonado de seus patrícios, vive aqui com parcos recursos e sem poder alargar a esfera de sua atividade nos seus inventos e aplicações. Uma companhia exploradora já quis comprar por preço insignificante os seus privilégios, para rotular tudo como coisas americanas.
O americano é muito cioso do seu gênio inventivo.
Se a princípio, porém, como revelou o Monsenhor Vicente Lustosa, houve quem quisesse fraudar a boa-fé do Padre Landell, apenas divulgada a notícia da concessão das patentes diversos magnatas norte-americanos, vivamente interessados na exploração industrial dos inventos do
insigne brasileiro, movimentaram-se em acirrada disputa, desejosos de adquirir, por somas
realmente fabulosas, seus direitos de propriedades sobre eles.
Primeira Página da patente concedida ao Rev. Padre Landell de Moura, pelo Govêrno dos EE. UU., acêrca de aparelhagens de telegrafia-sem-fio, no distante ano de 1904. Essas aparelhagens serão minuciosamente descritas nesta biografia
Primeira página da patente que o Govêrno dos EE. UU. outorgou, em 1904, ao Rev. Padre Landell de Moura sôbre aparelhagens de telefonia-sem-fio. Oportunamente, tais aparelhagens serão pormenorizadamente descritas
Mas o virtuoso sacerdote riograndense era, antes de tudo, antes mesmo de seu desprendimento às coisas terrenas, brasileiro e patriota cem por cento. Recusou tôdas as propostas, desdenhou tôdas as vantagens, ficou impassível a tôdas as promessas de fausto e de relêvo mundano com que lhe acenavam. Em sua cristianíssima humildade, em sua natural modéstia, o Padre Landell de Moura como que procurava mesmo atenuar a repercussão universal que seu
nome estava tomando, quase a pedir perdão aos homens por ostentar tanta genialidade e tanto renome.
-Não. Desculpem-me. Agradeço infinitamente tamanha generosidade; mas êsses inventos já não mais me pertencem. Por mercê de Deus, sou apenas depositário dêles. Vou levá-los para a minha Pátria, o BRASIL, a quem compete entregá-los à humanidade.
Essas foram, aliás, as constantes de seu pensamento, os refrões de toda sua vida: Deus, Pátria e Humanidade.
Ainda a 8 de abril de 1905, em resposta a um ofício que, em data de 28 de março do mesmo ano, lhe dirigia o "Centro de Sciencias, Letras e Artes", de Campinas, assim se exprimia o sábio Padre:
Botucatú, 8 de abril de 1905.
Exmo. Sr. Dr. J. César Bueno Bierrenbach.
Dign. Secretário geral do Centro de Ciências, Letras e Artes.

Exmo. Amigo e Senhor.
Por intermédio de V. E. tenho a satisfação de notificar aos digníssimos Representantes do Instituto Científico de Campinas, que aceito muitíssimo penhorado o vosso gentil convite para fazer parte dessa bem nascida instituição, na qualidade de sócio correspondente, e que agradecendo com toda efusão de minha alma, faço votos ao Criador, para que, em um futuro não remoto, possais ter ocasião de glorificar, não a mim, mas sim Aquele que em meus estudos e pesquisas científicas me ilumina e guia, para decôro da sotâina que envergo, exaltação da Pátria e bem-estar da humanidade.
Sou, com toda estima e consideração, de Vossa Excelência, Criado e Amigo muito agradecido.
(a) P. Roberto Landell de Moura.
E cheio dessa piedosa ilusão, confiante no espírito de justiça de seus compatriotas, satisfeito do dever cumprido, faz-se de malas para o Brasil, onde aporta em princípio de 1905.

Pretendia ser êsse, entretanto, um regresso de curta duração. O Padre Landell pensava permanecer apenas três meses no Rio de Janeiro, retornando então a Nova York, a fim de ali, terra de maiores recursos científicos, prosseguir seus estudos e experiências outras. Não obstante os resultados integrais e positivos a que chegara, seus aparêlhos pareciam de aperfeiçoamentos, para uma melhor utilização prática e comercial.

Primeira página de patente obtida, em 1904, nos EE. UU., pelo rev. Landell de Moura, a propósito de aparelhagens para transmissão de ondas. Nesta biografia, em tempo oportuno, serão descritas em todas as suas minúcias essas aparelhagens.

Estava escrito, porém, que o futuro Cônego não sairia mais do Brasil, e que em sua Pátria seria forçado a abandonar seus estudos e investigações científicas.
 

                              O TRISTE DESTINO DOS INVENTORES NACIONAIS

Mas não é impunemente que se vence a rotina e se conquista a glória. Estava-lhe reservado o mesmo destino de tantos outros grandes brasileiros. Já a maldade, a inveja e poderosos interêses ocultos, vinham-no há muito espreitando de longe. Aqui, de perto, iriam, com renovado furor, tomar mais corpo as perseguições, e deflagrar, enfim. A vítima, um sacerdote sem manchas, era mansa demais para opôr séria resistência às explosões do ódio dos impotentes mentais, e aos manejos do ciúme dos ineptos e malogrados. Nem mesmo a sua nunca deshonrada batina, que era o puríssimo escudo de sua bondade e do seu despêgo aos bens materiais, nem mesmo a sua fé jurada e seu sincero sacerdócio, puderam livrá-lo da babugem inimiga, do vilipêndio soez e da difamação mais sórdida. E as intrigas tramadas, por influentes adversários estrangeiros e nacionais, a calúnia dos incapazes e dos imbecis, o chasque baixo dos incultos, dos fanáticos e dos supersticiosos, estrugiram, de repente, fortes e invencíveis, cevando-se na sua reputação ilibada, desvirtuando-lhe até os propósitos altruísticos.

- Êle é um mentiroso!- ganiam uns.

- É um louco e um bruxo! - vociferavam outros.

-É um Padre renegado!
Em suma, mais do que tudo isso: "É um espírita!"
Certo país, interessado por outro inventor, alarmado com as investigações do sábio brasileiro subreticiamente dentro do próprio Vaticano. A pressão, antes dissimulada, faz-se sentir cada vez mais fortemente, e evidencia-se por fim.
E ao bom, e ao casto, e ao nobre benfeitor da humanidade, ao Padre ROBERTO LANDELL DE MOURA, o preclaro cientista brasileiro, a quem, ainda em NOva York, fôra, como castigo, cassado o direito de Oficiar, aguarda no Brasil a prevenção e a hostilidade dos próprios concidadãos.

" Na angélica bondade que o caracterizava", na expressão de um escritor contemporâneo seu, forrada de corajosa independência mental, alheio à peçonha que dentro em breve desabaria sôbre sua cabeça, desembarca o diabólico Padre no Porto do Rio de Janeiro.

Um grande amigo seu, o então popularíssimo Almirante José Carlos de Carvalho, hoje falecido, que o conhecera em Norte América, onde assistira às suas experiências, e que, por sinal, em muitas ocasiões lhe valera monetàriamente-matando-lhe mesmo a fome algumas vezes! - abre-lhe, bem contra a vontade do sábio, as colunas do "Jornal do Commercio", em memorável entrevista sôbre suas invenções e descobertas.

Ficaram todos alerta com aquele roupeta escaveirado, sêco como um arenque e alto como um poste, que afirmava poder falar até com a China, como se seu interlocutor estivesse à sua frente, numa mesma sala. Sua reputação de ter "parte com o sobrenatural" parecia assim confirmar-se.
Dias após sua chegada, compareceu êle à presença do então Presidente da República, dr. Rodrigues Alves, a quem solicitou dois navios de nossa esquadra de guerra, para uma demonstração de seus inventos. O Presidente, homem culto e superior, embora um pouco desconfiado, prometeu-lhe os navios. Dias mais tarde, apresentou-se ao sábio um dos assistentes civis do Chefe da Nação, desejando saber, de ordem daquele, que distância desejava o Padre ficasse um navio do outro.
Ora, falar em "distância" ao homem que riscara essa palavra do dicionário, não deixava de constituir uma legítima gaffe.
LANDEL DE MOURA, nessa ingenuidade que é a carcterística dos homens de gabinete e de laboratório, ingenuidade que ainda se espanta de como haja alguém que faça perguntas ingênuas, pois que é um permanente estado de espírito dos verdadeiros sábios a convicção de que todos estejam no conhecimento de seus conhecimentos, olhou-o de alto a baixo e retrucou:

- Distâcia? Dentro da baía?!... Não,doutor!Fóra da baía, em ALTO MAR!!,e à distância máxima que fôr possível.

Assombro do enviado palaciano:
- Quantas milhas, por exemplo, Reverendo?

- As que quiserem ou puderem,- afirmou com decisão.- Os meus aparelhos podem estabelecer comunicação com quaisquer pontos da terra, por mais afastados que estejam uns dos outros. Isto, presentemente, porque, futuramente, servirão até mesmo para COMUNICAÇÒES INTERPLANETÁRIAS.
Coube, desta vez, ao oficial... "de gabinete" olhá-lo de alto a baixo:

-Muito bem, Reverendo. Farei S. Excelência ciente do que me diz.

Chegado ao palácio, o assistente transmitiu sua impressão ao Presidente:
- Excelência, o tal Padre é positivamente MALUCO.Imagine que êle chegou até a falar-me em conversar com OUTROS MUNDOS!!(#).
No dia subsequente, uma carta amável da Secretaria da Presidência da República informava ao egrégio brasileiro não ser possível no momento, lamentàvelmente, atender seu pedido, devendo Ele, por isso, aguardar a oportunidade...(#)
Por êsse mesmo tempo, o Govêrno italiano, que já em 1902 cedera a Marconi a belonave "Carlo Alberto", punha toda a sua esquadra à disposição do jovem electricista bolonhês...
Sabedor de toda a verdade, profundamente abalado, completamente desiludido, o Padre Landell de Moura, num ímpeto de irritação, destruiu seus aparelhos e encaixotou suas patentes e documentos. Resolvido a voltar-se exclusivamente ao sacerdócio, onde por certo, encontraria consôlo para as suas decepções, retornou às antigas atividades cultuais, como vigário em Botuacatú e Mogí das Cruzes, no Estado de São Paulo, voltando mais tarde para o Rio Grande do Sul, onde foi vigário, primeiro, da freguesia do Menino Deus, depois, da do Rosário.
Mas terminaram aí suas atribuições?
Não, desgraçadamente. Êle nascera para jamais ser compreendido. Muito teríamos nós a dizer acêrca dessa última transferência de freguesia, e... Mas é melhor parar por aqui, pois, no momento, do Padre Landell de Moura sòmente o cientista nos preocupa e interessa. Saiba-se apenas que, apesar das perseguições "ratas de igreja", como êle mesmo dizia, as quais não toleravam seu verbo incandescente e direto, mas feito de verdade e de verdadeira prática da Religião, foi êle elevado a Monsenhor a 17 de setembro de 1927, e a Arcediago do cabido Metropolitano seis meses antes de falecer. Não venceu a rumurosa questão do bispado, é verdade (Êle fôra candidato a Bispo), mas morreu de alma limpa, como sempre viveu, perdoando aos que o haviam sempre acossado e combatido.
E foi assim que findou seus dias, incompreendido, ignorado-mais do que isso: negado e, frequentemente, até mesmo ridicularizado pelos seus patrícios - um dos maiores gênios que o mundo já viu nascer.
Ainda em um de seus velhíssimos livros manuscritos salvos milagrosamente da destruição, e que estão em nosso poder, encontramos esta página profundamente melancólica, escrita de seu próprio punho num momento de íntimo desabafo, intitulada:
                                                                   UMA PERGUNTA PATRIÓTICA
Quem foi que inventou a telefonia sem fio?

A telefonia-sem-fio tanto acústicaa, como a ondulatória luminosa e elétrica, foi o autor destas linhas. A acústica, que consiste na transmissão da voz através do ar, êle a conseguiu mediante um aparêlho acústico com o qual êle transmitiu e recebia a voz humana. A luminosa, mediante os raios ou a luz abundante em raios actínios e ultravioletas e uma propriedade do selenium por êle descoberta. A Elétrica ou Magnética mediante ONDAS ELÉTRICAS  especiais por êle descobertas em seu transmissor fonomicrofone por êle inventado e a sua lâmpada reveladora das ondas eléctricas.

A lém dessas invenções sôbre telefonia-sem-fio, o autor dessas linhas foi o inventor do sistema das ondas reflexas e o descobridor dos receptores baseados na magnetismo e na sindérese magnética. Tudo quanto acaba de expor poderá ser confirmado com as tres patentes que lhe foram concedidas pelo Govêrno dos E.U.do Norte, as quais cobrem várias invenções. Êle é também autor de muitos outros aparelhos eléctricos, tais como o "EDIFONO", o "CALEOFONE", o "TELETITON", o "GEOFONE" e vários outros que figuram na relação que o livro do "Brasil moderno" traz, conjuntamente com seu retrato. (#)

Assim é que o que foi SANTOS DUMONT para a navegação aérea quanto ao mais leve e o mais pesado, foi o autor destas linhas para a transmissão sem fio tanto do sinal inteligente como da palavra articulada. Santos Dumont está bem, porém o seu colega contemporâneo vive esquecido porque cometeu um crime, o de querer sair da sacristia, para mostrar ao mundo que a RELIGIÃO nunca se opôs ao PROGRESSO DA HUMANIDADE, e que o sol também passou e ainda continua a passar estas plagas...(ilegível). Tudo quanto tem feito o autor destas linhas obedece ás suas teorias sôbre a Unidade da força e Harmonia do Universo, outrora muito combatida, porém hoje admitida por ele, e outros mais felizes conseguirão confirmá-la com os fatos.

E o Monsenhor ROBERTO LANDELL DE MOURA, o pioneiro da Telegrafia-sem-fio,o percursor da RADIOTELEFONIA, o bandeirante da própria TELEVISÃO, o descobridor das Ondas Landeleanas, de que falaremos mais adiante, e de tantas e tantas outras descobertas notáveis, morreu anônimamente, aos 67 anos de idade, no dia 30 de julho de 1928 , num modesto quarto da Benefici~encia Portuguesa, de Porto Alegre, cercado apenas por seus parentes e meia dúzia de amigos fiéis e devotados.
ANTES DE MARCONI...
 Essas ondas, denominadas Landeleanas por um jornal de São Paulo que em 1900 se ocupou das teorias científicas do Padre inventor, conquanto sejam, aparentemente, do mesmo número das Ondas Hertzianas, todavia diferem muito destas últimas, porque estas são ondas mais ou menos amortecíveis e produzidas por movimentos vibratórios elétricos sem Constância,nem Uniformidade, que vão, pouco a pouco, decrescendo, ao passo que aquelas - ondas Landeleanas - não estão sujeitas a tais transformações e são produzidas por movimentos vibratórios elétricos, cujos valores ondulatórios são CONTÍNUOS e permanecem sempre iguais.

Em suas teorias sõbre a SUPERPOSIÇÃO, a que já nos referimos, dos movimentos vibratórios, acústicos, luminosos, radiantes e eletromagnéticos , para transmitir e receber o sinal fônico, luminoso, harmônico, acústico, e da VOZ HUMANA ARTICULADA, ou FOTOGRAFADA, através do ESPAÇO, da TERRA e do elemento aquoso, essas ondas têm uma ação defenitiva, pois se projetam de um contínuo, entre as estações receptoras e transmissoras, formando um campo ondulatório permanente e uniforme. E era através dêsse campo que êle enviava suas mensagens telegráficas e telefônicas.

 Como bem se verifica, as ondas landeleanas desempenham, em seu sistema de telegrafia e telefonia-sem-fio, o papel de um condutor metálico.

 A idéia da criação dêsse CAMPO ONDULATÓRIO  através do espaço, além de ser genial, é de grande alcance prático e científico, pois já tem sido aproveitado para vários fins.

Nela baseava, de resto, o Padre Landell a possibilidade de transmitir, também sem fio, a IMAGEM a grandes distâncias, ou seja a "TELEVISÃO" que agora se pratica.

Era ainda nesse mesmo princípio que ele alicerçava igualmente a possibilidade de transmitir as vibrações correspondentes ao "Logus", ou Verbo Mental, assim como hoje se transmitem as vibrações correspondentes à palavra falada!
*Observações deste Webmaster: Veja o que hoje se estuda em muitas Universidades dos EE.UU. e Europa:
                                         "Transcomunicação Instrumental"*
 

Êste último enunciado foi que veio consolidar nas mentalidades acanhadas a sua fama de maluco...

Mas será que ainda não veremos realizada essa genial reoria do padre Roberto Landell de Moura?

O futuro dir-nos-á. E dir-nos-á confirmando,estamos convencidos.
                                O SISTEMA DE RUHMER e o SISTEMA DE LANDELL

Não levando em conta as experiências feitas no Brasil (1890-1894), não faltará quem diga que, mais ou menos pela mesma época das experiências levadas a efeito pelo Padre em Norte América (1902), também o professsor Ernest Ruhmer fazia demonstações públicas, na Alemanha, de transmissão da palavra por intermédio da luz, o que, de certa forma, vem prejudicar um pouco, a originalidade da descoberta do Padre Landell de Moura
 
 

Descrição do Funcionamento do TRANSMISSOR DE SOM
do Pe. LANDELL através de uma ONDA PORTADORA DE LUZ

 

As patentes obtidas pelo Pe. Roberto Landel de Moura nos Estados Unidos, foram:
                                Wave Transmitter - Patent N. 771.917 - Oct/11/1904
                                Wireless Telephone - Patent N.775.337 - Nov/11/1904
                                Wireless Telegraph - Patent N.775.846 - Nov/22/1904

WIRELES TELEPHONE

O objeto da invenção do Pe. Landell, "Wireless Telephone", patente 775.337, obtida do governo dos EE.UU, em Nova York, Manhattan, através do Patent Office em 11 Nov/1904 segundo as palavras do Pe. Landell  era: Transmitir e receber mensagens à distancia, por meio de Sons,  e ondas eletricas, correspondentes a palavras articuladas, sem auxilio de fios. O aparelho
completo contemplava várias funções: Possibilitava a transmissão da palavra articulada, tendo como portadora uma onde de LUZ; era dotado de um transmissor telegráfico, permitindo o uso
do código Morse ou outro qualquer, via ondas eletromagnéticas e ainda era possível telegrafar
via pulsos de luz intermitentes. Era contemplado ainda por um sistema de sinalização que permitia
chamar a atenção dos operadores dos aparelhos.

Nos idos de 1893 o Pe. Landell já tinha testado com pleno êxito este apareho. Fez várias experiências, algumas das quais tentando interessar as autoridades e conseguir financiadores para o aperfeiçoamento e exploração industrial de seu invento. No ano de  1900, no dia 03 de Junho, fez uma experiência colocando dois aparelhos transceptores, um nos altos do Bairro de S'Antana e o outro nos altos da Av. Paulista, em São Paulo, onde realisou experiência em presença do Consul Britânico em São Paulo, P.C.P. Lupton, fazendo uma demonstração de seu invento provando que era possível transmitir a voz humana, sem o auxílio de fios. A distância coberta foi aproximadamente de
8 quilometros

 

Diagrama esquemático do Transmissor/Receptor
    Figura 1

Montagem do Transmissor/Receptor
 Figura 2

Circuito detetor de Som
Figura 4

Vamos nos ater no presente capítulo com a descrição do funcionamente sómente da parte que se
refere ao TRANSMISSOR  da palavra articulada, utilizando como portadora uma onda de LUZ

Temos na figura 02 o desenho de montagem do Transmissor/Receptor onde podemos observar
 uma câmara contendo em seu lado esquerdo um espelho parabólico, no foco do qual está montado uma lâmpada de Arco Voltaico. Os raios produzidos por essa lâmpada que foi muito utilizada nos projetores de cinema, saem do foco e ao chegarem  à superfície parabólica do espelho são refletidas para a frente saindo paralelamente à linha que une o foco ao centro da superfície do espelho. Logo a seguir podemos observar em um outro segmento da câmara uma Placa de Quartzo que é transparente e permite a passagem dos raios luminosos provindos da superfície do espelho parabólico.

Podemos observar  um pouco mais abaixo um pequeno ventilador elétrico que gera um corrente de ar que através de uma tubulação  é canalizada para dentro deste outro segmento da câmara onde está a placa de quartzo, pressurizando assim a câmara em um dado valor.
Observa-se também dois bocais por onde é introduzida a fala, onde as vibraçoes sonoras são misturadas à corrente de ar gerada pelo pequeno ventilador elétrico.
As vibrações sonoras chegando à câmara farão com que a placa de quartzo vibre na mesma frequência dos sinais sonoros, tendo como conseqüencia que a INTENSIDADE DO SINAL DE LUZ, varie de acordo com as variações da freqüencia e  amplitude do sinal de som.
O Sinal de Luz após a passagem por este segmento da câmara está portanto MODULADO, pelo sinal de Audio.

Como detetar na outra ponta o sinal de audio transportado pela LUZ?
Veja a figura 4

O Pe. Landell colocou na parte da frente do aparelho, no centro, um outro pequeno espelho parabólico, uma placa detetora de Luz, utilizando uma propriedade do Selenio, que faz variar inversamente a sua resistência elétrica de acordo com a intensidade de luz incidente.
A luz incidente então no foco do pequeno espelho parabólico, onde está a placa de selenio, fazia variar sua resistência elétrica, e estando esta placa de selênio em um circuito série dotado de um um fone, podia ouvir-se então as variações da corrente elétrica, convertidas pelo transdutor, o sinal de audio, percebendo-se nitidamente a mensagem.

Particularidade Notável
Dois aparelhos como os da fig.2 ajustados um diante do outro e a uma distancia relativamente curta podem ser usados para transmitir e receber acusticamente quer dizer sem o uso do fone e também sem o uso da placa de Selenio. Então , para transmitir, o operador, depois de por em funcionamento o ventilador e a luz do Arco Voltaico, falará através de um dos bocais, fechando o outro. Para receber parará o ventilador e e levará os bocais aos ouvidos. O ventilador só é usado na transmissão.

Uso normal do aparelho

 No uso normal do aparelho para se ouvir os sons transmitidos a grandes distancias pode-se utilizar o fone, contido no circuito série com a cécula de selênio, ou levando-se os os bocais  aos ouvidos, sendo que nesta situação obviamente ambas as lâmpadas de arco voltaico dos aparelhos estão funcionando e também os respectivos ventiladores.

Sinalização
Para chamar a atenção dos operadores é enviado um sinal por código Morse ou outro qualquer.
A descrição técnica mais detalhada do funcionamento faremos em outros capítulos. Quizemos dar uma idéia geral do funcionamento do aparelho no que concerne a transmissão da informação sonora via ondas de LUZ.

Os aparelhos são munidos em sua parte superior de um telescópio para ajuste de direcionamento, um nível, uma bússola, e ajuste de altura através de uma manivela que permite o deslisamento de uma cremalheira, acoplada à parte superior do transmissor/receptor.

 

O rádio

Apesar de a reprodução de sons complexos, como a voz humana e música, serem possíveis de ser transmitidos, a radio difusão somente eclode a partir da segunda década do século XX. Estas dominadas pela telegrafia sem fio o e código Morse.
Muitas experiências e demonstrações foram feitas. Para o momento, uma data importante a ser lembrada é a da transmissão do primeiro jornal falado. Irradiado de Nova Iorque, noticiava os boletins da eleição presidencial Wilson-Hughes.
A radiodifusão começava a balbuciar quando estourou a I Guerra Mundial. A utilização de ondas hertzianas foi prontamente submetida ao seu direto controle, pelos governos dos países beligerantes. As experiências com o rádio tiveram de se concentrar em finalidades militares. E, nos aviões de combate, o rádio fez a sua estréia aeronáutica.
Mas, de certa forma, a guerra facilitou o florescimento das estações radiofônicas no pós-guerra. O que por certo viria acontecer, com ou sem guerra, pois poucas realizações humanas lograram sucesso tão rápido e êxito tão retumbante quanto a radiodifusão.
No que tange à gerência da utilização das ondas hertzianas, desde o princípio, na Europa o regime legal predominante foi o monopólio estatal. Na maioria dos estados europeus somente o Estado pode explorar a radiofonia. Nas Américas, em contrapartida, a iniciativa privada granjeou maior participação no processo. Embora o Estado sempre apareça como elemento controlador da criação e do comportamento das emissoras.
Em 1920, a KDKA, dos Estados Unidos, iniciou os seus trabalhos com os primeiros noticiários regulares. Isto se deu com a eleição presidencial Harding-Cox.
Muitos outros jornais montaram estações de rádio. O motivo, hoje, parece estranho, mas o raciocínio ainda é usado por quase todos os tipos de negócio, inclusive comunicação em massa. Naquela época, as empresas jornalísticas criavam emissoras com o objetivo de aumentar a venda de jornais. O raciocínio, basicamente era o seguinte: possuir uma radiodifusora, "mexer com rádio", era uma maneira de valorizar a imagem do periódico, pois representava, em última análise, uma demonstração de que o jornal acompanhava a vanguarda da tecnologia. Além disso, acreditou-se logo - e hoje voltamos a acreditar - que a notícia falada, superficial e rápida, seria um estímulo para a busca da informação escrita, mais completa e elaborada do que aquela. Em síntese, o rádio funcionou aí como veículo de promoção do jornal.
Essa técnica foi empregada por outras empresas, principalmente pelas fabricantes de material elétrico. Notava-se, a cada dia, o fascínio irresistível que o rádio exercia sobre as pessoas. Era como um feitiço. Como hoje em dia é a Internet. Porém, o público do rádio era escasso, mas constituído de fanáticos. Os aparelhos receptores raramente eram comprados. Montavam-se em casa. E alguns amadores acabavam por se reunir e, em grupo, instalaram até emissoras.
Os Estados Unidos contavam já com um riquíssimo mercado interno, apto a consumir em grande escala uma infinidade de produtos. O comercio e a indústria ansiavam por canais que propiciassem melhor acesso aos consumidores potenciais. O rádio precisava ser esse acesso. Mas o número de ouvintes era pequeno porque não haviam muitas emissoras. Na maior parte do vasto território americano, não se captava emissora alguma.
Na tentativa de solucionar esse impasse, a RCA montou uma formidável campanha publicitária. Deu certo. De 1922 a 1924, o triênio escolhido, foram vendidos 85 milhões de receptores domésticos. Em 1925 já existiam cerca de 4 milhões de aparelhos. As estações de rádio, de 30, em 1922, passaram a ser 556 em março de 1923.
 
 

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