A participação da IBM

Em 1980, o Congresso dos EUA aprovou a lei que regulamentava em dez anos o período de recenseamento. As técnicas usadas naquela época para tabular um censo constumavam demorar mais dez anos!! Um estatístico do Census Bureau, Herman Hollerith, seguiu um método para automatizar algumas tarefas de tabulação do censo. Foi a primeira utilização do cartão perfurado. As drásticas reduções de tempos e custos conseguidas – uma prévia da população dos EUA em 1890 (62.622.250 habitantes) foi anunciada seis semanas após o encerramento do censo – levaram Hollerith a procurar generalizar u uso de sua máquina para aplicações comerciais. Ele fundou então, em 1896, a Tabulating Machine Company, que em 1911 se associou a outras empresas e começou a ser dirigida em 1914 por Thomas Watson. O resultado foi a criação em 1924 da International Businnes Machines Corporation, a IBM – três letras que são praticamente sinônimo de computador. Mais da metade dos computadores de grande porte já vendidos no mundo são IBM.
 

Enquanto tudo isto acontecia, a IBM era uma companhia engajada no ramo da fabricação das perfuradoras de cartão e de máquinas mecânicas de classificação de cartões. Embora a IBM fosse um dos financiadores de Aiken, ela não estava muito interessada em computadores até produzir o 701 em 1953, muito depois da companhia de Eckert e Mauchley já ser o número um do mercado com o UNIVAC . O 701 tinha 2K palavras de 36 bits, com duas instruções por palavra. Foi a primeira de uma série de máquinas científicas que vieram a dominar a indústria em uma década. Três anos mais tarde surgiu o 704, que tinha 4K de memória de núcleo, instruções de 36 bits e hardware para ponto-flutuante. Em 1958, a IBM iniciou a produção de sua última máquina a válvulas, o 709 ,
que era basicamente uma versão melhorada do 704

 

As máquinas de calcular mecânicas produzidas por empresas como a IBM não tinham linha de produção até a entrada dessas empresas no mercado de computadores propriamente dito. Eram equipamentos para auxiliar tarefas computacionais, que variaram desde as tabuladoras de Hollerith até tabuladoras para cálculos científicos como as produzidas por L.J. Comrie na Inglaterra ou Wallace J. Eckert nos Estados Unidos. Em 1935 a IBM começou a produzir suas séries 602, 602A até 605, calculadoras baseadas em relés que produziam em altas velocidades - como Babbage imaginou - tabelas de vários tipos , com alta confiabilidade. Uma posterior evolução foi a possibilidade dessas máquinas poderem ser programadas através de painéis de controle ('plugboards') para ler um cartão, executar até 60 diferentes cálculos aritméticos, e perfurar o resultados no próprio cartão de leitura. Outras empresas como a Remington Rand produziram equipamentos semelhantes

Depois do sucesso do Mark I em Harvard, no qual teve grande participação com o laboratório em Endcott, a IBM lançou-se na produção do Selective Sequence Electronic Calculator (SSEC), sob o comando de Frank Hamilton, que pertenceu ao grupo de Aiken, em Harvard. Terminado em 1947, atraiu um importante grupo de pesquisadores que buscavam o aprimoramento da capacidade de cálculo e cujas soluções apontavam para um conceito decisivo para os computadores: o de programa armazenado. O último computador eletromecânico produzido foi o CPC, Card-Programmed Electronic Calculator, modelos I e II que finalizaram a série 700.

IBM 701 (1953), mas o maior sucesso comercial da década de 50 ficou com o modelo lançado em 1954, o IBM 650, cuja previsão de vendas inicial era de 50 unidades, um valor considerado alto, pois era superior ao total de computadores que existiam até o seu lançamento. A IBM comercializou mais de 1.000 unidades de modelo 650.

Considerado que só em 1951 surgiram os primeiros computadores produzidos em escala comercial, pode-se iniciar a primeira geração com o UNIVAC I destacando o EDVAC, o Whilwind e o IBM 650 como computadores típicos dessa geração. Não é difícil imaginar a confiabilidade, a quantidade de energia consumida e o calor produzido por 20.000 válvulas de um computador da primeira geração!

IBM 650

IBM 650

A unidade no lado direito da fotografia é um leitor/perfurador de cartões acoplado ao computador.

O computador IBM 650 foi disponibilizado publicamente, nos USA, pela IBM em Dezembro de 1954.

 As dimensões da Unidade Central de Processamento - CPU - eram 1,5 m X 0,9 m X 1,8 m e a sua massa era de 892 Kg. As dimensões da unidade de alimentação eram idênticas, mas a sua massa era de 1.348 Kg. O sistema necessitava de uma potência elétrica instalada de 22 KVA.

 O IBM 650 dispunha de uma memória de tambor organizada em palavras - word - de dez dígitos decimais com sinal. A memória base tinha uma capacidade de 2.000 palavras - words -, mas podiam ser-lhe adicionados tambores até totalizar uma capacidade de 10.000 palavras.

 O tambor dispunha de 200 cabeças de leitura/escrita em que cada conjunto de 5 cabeças lia ou escrevia 50 palavras.

 Cada palavra podia representar um numero decimal inteiro com sinal ou uma instrução.

 O painel do IBM 650 dispunha de linhas de lâmpadas agrupadas 5 a 5 que permitiam visualizar o conteúdo do registro. Este sistema denominava-se "bi-quinary" se a lâmpada superior do lado esquerdo estivesse iluminada, em cada grupo uma lâmpada iluminada representava um valor de 0 a 4. Se a lâmpada superior do lado direito se iluminasse era necessário adicionar ao valor representado pela lâmpada iluminada, no grupo, 5 para obter o valor que seria de 5 a 9. O painel era um "verdadeiro" ábaco eletrônico.

 A programação do IBM 650 era seqüencial e realizada em linguagem máquina. Cada instrução tinha o seguinte formato:

xx yyyy zzzz

onde xx representava o código operatório, yyyy o endereço de memória do operando e zzzz o endereço da próxima instrução que seria executada. Deste modo qualquer instrução continha um "salto".

 No IBM 650 uma adição ou subtração era executada em 1,63 ms (milisegundos), uma multiplicação executava-se em 12,96 ms e uma divisão executava-se em 16,9 ms.

 O tempo de acesso aleatório no tambor magnético era de 2,496 ms
Nos equipamentos de segunda geração, a válvula foi substituída pelo transistor, tecnologia usada entre 1959 e 1965. O transistor foi desenvolvido em 1947 no Bell Laboratóries e por William Shockley, J. Bardeen e W. Brattain. Seu tamanho era 100 vezes menor que o da válvula, não precisava de tempo para aquecimento, consumia menos energia, era mais rápido e mais confiável.

Os computadores da Segunda geração já calculavam em microssegundos (milionésimos), eram mais confiáveis e o seu representante clássico foi o IBM 1401
IBM 1401
e seu sucessor o IBM 7094, já totalmente transistorizado. Entre os modelos 1401 e 7094, a IBM vendeu mais de 10.000 computadores.
 

IBM 370

 

IBM 370

No período compreendido entre 1970 e 1979 o hardware foi caracterizado fundamentalmente pela adoção do "modelo" IBM 360 pela maioria dos fabricantes e pelo lançamento de computadores multiposto com periféricos conectados em rede - nomeadamente Ethernet -.

 A própria IBM apresenta publicamente, em 1971, o seu "modelo IBM 360" denominado IBM 370.

 O IBM 370 integra a tecnologia de circuito monolítico na construção da memória, em substituição da tecnologia de ferrites utilizada no IBM 360.

 Esta tecnologia permite aumentar a capacidade de memória para 262 K. No entanto, esta capacidade de memória é já insuficiente para o eficaz processamento de aplicações e a IBM adota a tecnologia de memória virtual através do Sistema operativo DOS/VSE - não confundir com a sigla DOS da Microsoft -.

 O IBM 370 utilizava os mesmos periféricos que já eram usados no IBM 360, nomeadamente os discos IBM #2314, o que permite a "migração" de um para outro Sistema.

 A estratégia de "migração" adotada pela IBM conduziu mais tarde - 1979 - à substituição dos IBM 370 pelos IBM série 4300IBM 4341
 
 
A IBM domina o mercado internacional de computadores, como pode ser constatado em diversas pesquisas e comentários como o do famoso relatório Nora da década de 70.

“Esta companhia realizou, mais inteligentemente que qualquer outra, o jogo multinacional. Apoiada no mercado americano, o primeiro do mundo, soube inserir-se na lógica do mercado outros países. Domina o setor responsável pelo maior desenvolvimento nas próximas décadas. Sua posição (60% a 70%) no mercado mundial dos computadores traduz suas capacidades técnicas e comerciais e explica seu vigor financeiro. Até o presente, a força da IBM é Ter fundamentalmente seu dinamismo sobre a finalidade comercial (marketing) com uma penetração em todos os segmentos da teleinformática (telemática) – do componente ao satélite. ...Duas classes de empresas multinacionais existem no campo da Informática: a IBM e as outras. Considerá-las todas sob o mesmo prisma é ingenuidade.”

A presença e a importância da IBM continuam gigantescas. Entretanto, seu crescimento e domínio parece ter atingido o auge em meados da década de 80, quando analistas financeiros apontavam a empresa como a maior candidata ao título de maior empresa do mundo em meados da década de 90. Isso se deve aos resultados que ela tem apresentado nos últimos anos, com sucessivos recordes de prejuízo.

A IBM, que já empregou 405.000 pessoas, durante 1993 anunciou diversos cortes no seu quadro de 300.000 funcionários, devendo chegar ao final de 1994 com perto de 200.000. A cotação de suas ações atingiu 175 dólares por ação em 1987 e desde então vem caindo, passando a 100 dólares em 1992 e menos de 50 em 1993. Seu valor de mercado é, desde 1991, menor que o da Microsoft, que fatura 20 vezes menos. A IBM, em 1991, faturou 65 bilhões de dólares e teve seu primeiro prejuízo. 2,8 bilhões. Em 1992, o faturamento foi de 64 bilhões e o prejuízo foi de 5 bilhões de dólares. No primeiro semestre de 1993, o faturamento continuou caindo em mais de 1 bilhão e o prejuízo chegou perto dos 9 bilhões de dólares.

Na segunda geração, tínhamos enormes UCPs com capacidade reduzida e custo estratosférico! No início dos anos 60, a preocupação era diminuir o tamanho da UCP e aumentar a capacidade de processamento. No final dessa década e início dos anos 70, o grande objetivo era reduzir o tamanho e o preço da UCP. Em 1975/77, ocorreram avanços significativos – surgem os microprocessadores, os microcomputadores e os supercomputadores.

TUNEL DO TEMPO

PERSONALIDADES HISTÓRICAS /

CONHEÇA UM POUCO SOBRE / LINKS E REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS /

NORMAS - PADRÕES - PRÁTICAS

ENTRADA NO MUSEU  FMET

 

 

Hosted by www.Geocities.ws

1