DALIDA, 13 anos...

No avião que a levava em 1954 pela primeira vez à Paris, Yolanda Gigliotti - até então, Miss Egito - se acostumava a dar autógrafos. Dois anos mais tarde é com o nome de Dalida e já no auge dos "hit-parades" que ela vai distribuir milhões.

Vinte anos mais tarde, Yolanda já havia tentado levar Dalida ao encontro da morte. Ela a levou, em seguida, em uma busca espiritual até a Índia junto a um sábio que havia convencido a vedete a retornar ao seu publico.

Em seguida, Yolanda se deixou substituir por Dalida que brilhava no firmamento da glória, ela exprimia seus sentimentos somente através de amores, sempre impossíveis, e de um temperamento maternal que conduzia Dalida a tratar seus amigos e protegidos com uma grande generosidade.

Após ter vendido quase 100 milhões de discos em todo o mundo, Dalida escolheu um ano antes de sua morte, encarnando um papel magnifico no "Le sixieme jour" de Youssef Chahine, de retornar as marcas dolorosas de sua infância e de olhar de frente o tempo de sua beleza, mas isto era por demais para esta mulher excepcional que a morte sempre esteve ao lado !

No universo que ela escolheu para conquistar, Dalida ocupou o primeiro lugar sem interrupção durante 30 anos ! Twist, rock, disco, canções declamadas, revistas, nenhum gênero fez face a Dalida. Em Roma, New York ou Saigon, nenhuma platéia resistiu e alguns anos após sua disparição, ela está sempre presente em suas memórias.

O último ano de sua vida, Yolanda retomou sua força sobre Dalida e a distanciou de seus amigos e de seus hábitos, levando-a ao encontro de um novo amor ainda uma vez mais impossível. Numa noite, algumas semanas após seu suicídio, Dalida disse a um de seus amigos mais próximos "Não escolhi meu nascimento mas escolherei minha morte". Este amigo ficou chocado pela expressão do rosto de sua amiga, não era a expressão de Dalida mas sim a de Yolanda. Yolanda Gigliotti. que tornou-se Dalida. nasceu no dia 17 de Janeiro de 1933 nos subúrbios do Cairo. Ela tem dois irmãos e sua vida poderia ter sido doce se uma terrível doença em seus olhos não fizesse, de seus primeiros anos, um calvário.

O homem que ocupou um lugar importante na vida de Dalida é Lucien Morisse (Diretor na época da Radio Europe 10). Após 5 anos de vida comum, eles se casam no dia 8 de abril de 1961 e ganham as primeiras páginas dos jornais. Mas 2 meses após a cerimonia, o escândalo aflora visto que ela se apresenta em público com um jovem pintor de olhos azuis. O público se choca, a imprensa se manifesta e o marido se vingará utilizando o poder que lhe dá sua radio para tentar diminuir a carreira de Dalida que ele soube brilhantemente desenvolver. Ela se divorciará de Lucien Morisse em 1961 e decide então de lançar e continuar sua carreira só. Dez anos depois, Lucien Morisse, novamente casado e com 2 filhos, se suicida.

Em 1967, Dalida se apaixona por Luigi Tenco um cantor italiano com um caráter perturbado. A vedete o acompanha ao festival de San Remo onde ele deve cantar. Mas o júri elege uma outra canção e ele não consegue suportar tal escolha. Nesta mesma noite, Dalida o encontra em seu quarto, ele atirou uma bala em sua cabeça. Um mês mais tarde, enganando sua equipe que se preocupa com ela, Dalida se tranca em um hotel parisiense e tenta se encontrar com seu amor morto. Quando ela sai do coma, 5 dias mais tarde, nada será como antes.

Em 1978, Dalida vai conquistar New York. Há 19 anos, ela conseguiu conquistar o Vietnã, Líbano, os países do Leste, a América do Sul, Canada e o Japão. Ela foi consagrada a cantora mais popular em todos os países da Europa onde seus discos totalizam 85 milhões de exemplares vendidos. Mas de todos estes países, falta a América, pois sua personalidade fascina os americanos e sua popularidade é comparada com a de Elvis Presley. New York lhe fará um verdadeiro triunfo.

Dalida vai tentar durante 8 anos agitados de sua vida comum com Richard Chanfray (conhecido igualmente pelo nome de "conde de Saint-Germain") de salvá-lo de seus demônios (este homem diz que tem 17.000 anos e que pode transformar água em vinho!). Mas ela não conseguirá tirar seu amante da espiral destrutiva na qual ele se precipita. É a separação, Dalida esta sozinha novamente. Um ano após, o conde Saint-Germain vive com outra mulher, e todos os dois se suicidam.

No fim de sua vida, ela filma o "Sexto dia", filme de Youssef Chahine, onde ela representa o papel de uma avó. No dia 3 de Maio de 1987, ela se suicida deixando uma pequena mensagem perto de seu corpo, estava escrito:

"A VIDA É PARA MIM INSUPORTÁVEL, PERDOEM-ME!"

Ele venceu em sua carreira; sua vida privada foi um fracasso total visto que ela se encontrou sozinha e sem amor, e seu grande arrependimento foi de não poder ter tido filhos. Ela pensou em sua carreira antes de tudo.

tradução: João Luiz Leal


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