Escola Secundária do Fundão
Departamento
de Ciências Sociais e Humanas
Introdução à
Filosofia 11º ANO
FICHA DE
AVALIAÇÃO
(Versão A)
CRITÉRIOS
DE AVALIAÇÃO O teu teste será avaliado de acordo com
os seguintes critérios: - Domínio dos conteúdos programáticos - Expressão escrita e articulação
linguística. - Utilização rigorosa dos conceitos. - Articulação lógica dos conteúdos. - Fundamentação de todas as afirmações. |
I
1. Assinala, na folha de
teste, utilizando V ou F, as afirmações que se seguem conforme as consideres
verdadeiras ou falsas: (20)
1- O problema do conhecimento apenas se colocou ao homem aquando do momento de ruptura epistemológica ocorrido no Renascimento.
2- Piaget, Popper e Bachelard são exemplos de epistemólogos que tentaram estabelecer uma dialéctica entre empirismo e racionalismo.
3- O realismo ingénuo defende que os objectos são de acordo com a interpretação que o sujeito lhes dá.
4- O positivismo afirma que a única forma de conhecimento válido é o conhecimento científico.
5- O princípio da verificabilidade estabelece que só se conhece o significado de uma proposição quando se conhece como pode ser verificada.
6- O princípio da falseabilidade afirma que uma proposição geral, universal e afirmativa, pode ser refutada por uma proposição única, o que dá a possibilidade de ser este o critério da significação.
7- A todas as ciências se deve poder aplicar o mesmo método.
8- A observação científica é uma simples observação dos factos, dos fenómenos a estudar.
9- De acordo com o princípio do determinismo, jamais será possível esclarecer as relações de causa e efeito numa realidade macrofísica.
10- Se a experimentação não confirmar a hipótese, há que provocar os fenómenos e fazer variar as condições da experiência.
II
2.
Avalia a importância da dúvida para a construção do conhecimento científico.
(20)
Considera que:
“O primeiro passo a dar nas coisas da razão
pura, que indica a infância desta, é dogmático. O segundo (...) é céptico
(...). Mas é necessário um terceiro passo que pertence unicamente a um juízo
maduro e viril. (...) Consiste em submeter a exame (...) a própria razão.”
Kant
in, Crítica da Razão Pura.
3. Explica a corrente gnosiológica, relativa à possibilidade do conhecimento, presente no texto. (35)
Lê com atenção o seguinte texto:
“Admitamos pois que, na origem, a alma é como uma tábua rasa, sem quaisquer caracteres, vazia de ideia alguma: como adquire ideias?
John
Locke in, Ensaio Sobre o Entendimento Humano.
4. Identificando a doutrina gnosiológica implícita, explica
como o autor do texto responde à questão que coloca. (25)
Considera o seguinte:
“O empirismo precisa de ser compreendido; o
racionalismo precisa de ser aplicado”.
Gaston
Bachelard in, Filosofia do Novo Espírito Científico.
5. Partindo do texto, expõe o modo como foi possível a Bachelard elaborar uma dialéctica entre o empirismo e o racionalismo. (35)
Verifica o conteúdo do
seguinte texto:
“Até ao século XIX, a ciência assentava no
princípio do determinismo, considerando que os processos da natureza consistem
num rigoroso encadeamento de causas e consequências (...) só a ignorância sendo
responsável pelas incertezas.”
Isabel
Marnoto in, Revista de História das Ideias.
6. Fazendo uso do texto, estabelece uma relação entre o mecanicismo e o determinismo típicos da ciência moderna. (35)
Presta atenção:
“O positivismo tal como é descrito por Comte,
não teve seguidores. Mas uma certa forma de positivismo encontrou adeptos no
decorrer do século XX.”
R.
Gonçalves in, Ciência, Pós-Ciência, Metaciência.
7. Explica dois vestígios do positivismo na actualidade. (30)
Maio de 2001
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2. Dúvida que é importante desde que se entenda como dúvida metódica. É o ponto de partida para se alcançar o conhecimento verdadeiro, Implica espírito crítico, questionamento, espírito inconformado. O que duvida criticamente não se conforma com soluções encontradas e busca novas e mais completas soluções num constante “estar a caminho”.
3. A corrente gnosiológica é o criticismo. O criticismo é:
- uma posição intermédia entre o dogmatismo e o cepticismo;
- admite que é possível chegar ao conhecimento verdadeiro;
- não aceita, contudo, despreocupadamente as afirmações da razão;
- analisa-se não o conhecimento dos objectos mas o modo como conhecemos os objectos;
- representa uma atitude reflexiva e crítica;
- o criticismo surge como uma espécie de “tribunal da razão”;
- exige que a razão se conheça a si mesma;
4. É o empirismo. As ideias não são inatas; todas as ideias vêm de fora; todo o conhecimento provém da experiência.
Alma como “tábua rasa” que se vai preenchendo à medida que se realiza experiência.
Dois tipos de ideias que se formam: as simples e as complexas.
5. Na construção científica é importante o racionalismo e o empirismo. Acredita que devem estar estritamente unidos. O empirismo: precisa das leis da razão para lhe dar ordem, para o fundamentar e regulamentar. O racionalismo: precisa de ser legitimado, “verificado” através do empirismo caso contrário correrá o risco de cair na “teoria oca” sem fundamentação. Tem de haver uma relação dialéctica, uma colaboração e interacção entre a razão e a experiência.
6. Mecanicismo: visão típica da Ciência Moderna em que o universo era visto como uma máquina que é regulada por leis constantes, lógicas, universais, com um movimento sempre igual. O funcionamento desta “máquina” é explicável através da matemática e da experimentação. Por isso se diz que está “escrito em linguagem matemática”. Se o universo é visto como uma máquina, tal significa que o universo é determinado rígida e logicamente. Então, se o universo obedece a leis e se essas leis são constantes, as mesmas causas gerarão os mesmos efeitos – conhecendo as causas, conhecer-se-ão e explicar-se-ão os efeitos.
7. Ciência considerada como única e poderosa forma de conhecimento leva a que no século XX se mitifique. Pode falar-se de 4 mitos em relação à ciência no mundo contemporâneo:
- mito da cientificidade;
- mito do especialista;
- mito da tecnocracia;
- mito do progresso.
O aluno deverá explicar sucintamente, dois desses mitos.
ÓGrupo
de Filosofia, 2000/2001, E.S.F.