Escola Secundária
do Fundão
Departamento de
Ciências Sociais e Humanas
Introdução à
Filosofia 11º ANO
FICHA DE AVALIAÇÃO
(Versão B)
CRITÉRIOS
DE AVALIAÇÃO O
teu teste será avaliado de acordo com os seguintes critérios: -
Domínio dos conteúdos programáticos -
Expressão escrita e articulação linguística. - Utilização rigorosa dos conceitos. - Articulação lógica dos conteúdos. -
Fundamentação de todas as afirmações. |
I
1.
Assinala, na folha de teste, utilizando V ou F, as afirmações que se seguem
conforme as consideres verdadeiras ou falsas: (20)
1- Aristóteles foi o primeiro a expor uma teoria da argumentação.
2- À argumentação foi dada grande importância na Idade Média sobretudo em relação a questões religiosas.
3- Argumentar significa valorizar a verdade e a certeza.
4- “Sempre que dois homens emitam sobre a mesma coisa um juízo contrário, é infalível que um deles se engana.” Esta afirmação cartesiana diz respeito à demonstração.
5- O perfil do argumentador, as expectativas dos destinatários e o contexto são exemplos de variáveis da argumentação.
6- Os filósofos modernos desinteressaram-se pela argumentação, pois valorizavam a verdade e a certeza.
7- A sensibilidade é a possibilidade de emitir juízos acerca do que sentimos.
8- Para Piaget o conhecimento é um estado.
9- Fenomenologicamente, o sujeito, ao captar o objecto, modifica-o.
10- Perelman foi o fundador da fenomenologia.
II
Considera
que:
“Argumentar é fornecer argumentos, ou seja,
razões a favor ou contra uma determinada tese. (...) A prova demonstrativa
diz respeito à verdade de uma conclusão (...).”
Peralman,
Enciclopédia Enaudi.
2. Explica três diferenças entre argumentação e
demonstração. (35)
Lê
o seguinte texto:
“Este problema da construção de estruturas
não pré-formadas é, na verdade, já antigo posto que a maioria dos epistemólogos
permanece agarrada a hipóteses, quer apriorísticas (...) quer empiristas.
Piaget
in, L’Epistémologie Génétique.
3. Referindo-te ao texto, esclarece o modo como
Piaget ultrapassa as diferenças seculares entre racionalistas e empiristas.
(30)
Lê
com atenção o seguinte texto:
“Os conhecimentos não partem nem do sujeito (...) nem do objecto (...), mas das interacções entre sujeito e objecto e de interacções inicialmente provocadas pelas actividades espontâneas do organismo tanto como pelos estímulos externos.”
Piaget
in, Biologie et Connaissance.
4. Reportando-te ao texto, explica o processo de
construção do conhecimento em Piaget. [Na tua exposição deves ter
presentes, entre outros, os conceitos de assimilação, acomodação e equilibração.]
(60)
5. Caracteriza, genericamente, um dos estádios de
desenvolvimento cognitivo. (25)
Considera
o seguinte:
“O método fenomenológico só pode dar uma descrição
do fenómeno do conhecimento.”
J.
Hessen in, Teoria do Conhecimento.
6. Descreve sucintamente o fenómeno do conhecimento de acordo com o método fenomenológico. (30)
PROPOSTA
DE CORRECÇÃO DA FICHA DE AVALIAÇÃO
(Versão
B)
I
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
10 |
V |
V |
F |
F |
V |
V |
F |
F |
F |
F |
II
2. [De um conjunto de diferenças,
o aluno deverá ser capaz de seleccionar três e explicá-las o melhor possível.
Ver Manual de Filosofia 11 de António Estanqueiro et alt., Ed. Presença, pp.
126 e 130-131]
3. Para Piaget o conhecimento não
é pré-determinado pelo sujeito, uma vez que as estruturas que o possibilitam não
são inatas. Rejeita-se assim qualquer explicação apriorística ou
racionalista.
Por outro lado, o conhecimento
também não é o “preencher de uma tábua rasa”, um simples registo feito
pelo sujeito dos dados do mundo exterior. É rejeitado o empirismo.
Para Piaget o conhecimento
resulta dum processo de construção de estruturas graças à actividade do
sujeito no contexto com o meio que está em devir permanente.
4. Conhecimento como processo
de interacção entre o sujeito (organismo) e o objecto (meio) como refere o
texto. Daí resulta a construção de estruturas que são esquemas conceptuais
que possibilitam o conhecimento.
As estruturas não são inatas.
O único aspecto que é inato é a necessidade de adaptação ao meio e que
representa um estado de desequilíbrio,
uma necessidade sentida. Toda a acção consiste em satisfazer essa necessidade,
tentando restabelecer o equilíbrio.
Neste processo intervêm dois
mecanismo: assimilação, que é a integração do meio nas estruturas já
existentes no sujeito, e a acomodação que consiste no ajustamento das
estruturas à nova situação.
No final do processo
consegue-se um equilíbrio entre a assimilação e a acomodação. O equilíbrio
é sempre uma paragem provisória, um ponto de partida para um equilíbrio
maior. Este equilíbrio é orientado pela equilibração – um processo
permanente que visa estados de equilíbrio de adaptação cada vez mais estáveis.
Tal significa que o equilíbrio nunca é perfeito devido ao facto de existirem
sempre novos estímulos exteriores que vêm pertubá-lo.
5. [O aluno deverá explicar o
melhor possível um dos estádios de desenvolvimento cognitivo para Piaget. Ver
Manual de Filosofia 11 de António Estanqueiro et alt., Ed. Presença, pp.
172-173]
6. Sujeito cognoscente que se situa face a um objecto cognoscível. Sujeito que é activo e que para apreender o objecto necessita de sair de si em direcção ao objecto. Fora de si o sujeito capta o objecto e regressa a si. No regresso a si, o sujeito não é portador, nem altera em nada o objecto. Do que o sujeito é portador é da imagem, da representação do objecto. No sujeito nasce a consciência do objecto com o seu conteúdo, a sua imagem, o que significa que o sujeito é determinado pelo objecto.
ÓGrupo de Filosofia, 2000/2001, E.S.F.