Escola
Secundária do Fundão
Departamento
de Ciências Sociais e Humanas
Introdução
à Filosofia 11º ANO
CRITÉRIOS
DE AVALIAÇÃO O teu teste será avaliado de
acordo com os seguintes critérios: Domínio dos conteúdos
programáticos; Expressão escrita e articulação linguística; Utilização
rigorosa dos conceitos; Articulação lógica dos conteúdos; Fundamentação
de todas as afirmações. |
I
Assinala,
na folha de teste, utilizando V ou F, as afirmações que se seguem conforme as
consideres verdadeiras ou falsas: (20)
1-
A sensação é a capacidade de detectar estímulos.
2-
A percepção é a impressão causada pelos estímulos, pelos dados
sensoriais.
3-
A percepção da realidade é, também, uma construção da realidade
porque organizamos e interpretamos sensações que representámos mentalmente.
4-
Aos estádios de desenvolvimento cognitivo atribui-se uma idade cronológica
constante.
5-
No estádio das operações concretas há a capacidade de se efectuarem
raciocínios hipotético-dedutivos.
6-
Fenomenologicamente, o sujeito é passivo em relação ao objecto porque
é alterado pela representação que faz do objecto.
7-
O criticismo propõe-se analisar as funções da Razão para que se possa
garantir o modo como conhecemos os objectos.
8-
Para Platão, os objectos são meras cópias das ideias que o Homem já
contemplou.
9-
Locke afirmava que as ideias inatas eram combinações de ideias simples.
10-
O realismo crítico propõe que se desvele e interprete a realidade que
é primeiramente dada pela sensação.
Atenta
no texto que se segue:
Os
nossos conhecimentos não provêm nem as sensação nem da percepção
isoladas, mas da acção inteira da qual a percepção constitui somente a função
de sinalização. O que é próprio da inteligência não é, com efeito,
contemplar mas ‘transformar’ e o seu mecanismo é essencialmente operatório.
Piaget,
in Psicologia e Epistemologia.
1-
Expõe, a partir do texto, o contributo do estudo psicogenético de
Piaget para a compreensão do fenómeno do conhecimento como construção. (35)
2-
Esclarece os aspectos fundamentais do estádio pré-operatório. (25)
Considera
a seguinte afirmação:
O
pensamento é, pois, produzido por uma acção simultânea do objecto sobre o
sujeito e do sujeito ao querer ir até ao objecto.
García
Morente e Juan Bengoechea, in Fundamentos de Filosofia.
3-
Analisa o sentido da afirmação anterior tendo como ponto de partida a
fenomenologia do conhecimento. (30)
Atenta
no seguinte:
Extrema
se tangunt. Os extremos
tocam-se. Esta afirmação é igualmente válida no campo epistemológico.
J.
Hessen, in Teoria do Conhecimento.
4-
Pronuncia-te acerca da validade e da pertinência da afirmação de
Hessen reportando-te a duas perspectivas que estudaste acerca da possibilidade
do conhecimento. (35)
5-
Indica dois aspectos que mostrem a importância da dúvida como um método
para a construção científica. (15)
Finalmente,
lê este texto:
Os
que se dedicaram às ciências foram empíricos ou dogmáticos. Os empíricos,
à maneira das formigas, acumulam e usam provisões; os racionalistas, à
maneira das aranhas, extraem de si mesmos o que lhes serve para a teia. A
abelha representa a posição intermediária: recolhe a matéria prima das
flores do jardim e do campo e, com os seus próprios recursos, transforma-a e
digere-a.
F.
Bacon in, Novum Organum
6-
Dos filósofos que estudaste, relativamente à natureza do conhecimento,
identifica o que representa a abelha. (05)
7-
Partindo do texto, explica por que motivo esse filósofo, relativamente
à natureza do conhecimento, representa a posição intermediária entre a
formiga e a aranha. (35)
FIM
Bom
Trabalho!
[Março de 2002]
©
Grupo de Filosofia, E.S.F. 2001-2002
PROPOSTA
DE CORRECÇÃO
(Apenas
tópicos de resposta)
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
10 |
F |
F |
V |
F |
F |
F
|
V |
V |
F |
V |
[Citar texto pertinentemente]. O conhecimento não é um estado, mas um processo dinâmico em que há uma permanente inter-acção entre sujeito e meio. O sujeito apreende o mundo através das estruturas cognitivas [definir] que não são inatas, desenvolvem-se nos primeiros 15 anos de vida. O que é inato é a necessidade de adaptação ao meio. A acção é desencadeada a partir de necessidades de sentidas, causadoras de desequilíbrio, e que a criança tende a satisfazer. Este processo implica a existência de dois mecanismo: assimilação e acomodação. [Definir]. Concluído o processo de assimilação e acomodação, estabelece-se um estado de equilíbrio, de adaptação. Este equilíbrio é provisório, regulado pela equilibração [Definir] que permite estados de equilíbrio cada vez mais estáveis.
Lógica que assenta sobre os próprios objectos (manipuláveis); operações no sentido da reversibilidade; sentido de sistema de conjunto.
[Citar texto pertinentemente] Descrição do conhecimento. Correlação sujeito/objecto. Três momentos: sujeito cognoscente sai de si em direcção ao objecto conhecido; encontra-se na esfera do objecto; regressa a si com a imagem, a representação do objecto. Objecto que é determinante em relação ao sujeito porque o sujeito é receptivo em relação ao objecto, altera-se porque fica com a imagem do objecto. Contudo, o sujeito não é passivo. Foi ele que “quis” sair fora de si em direcção ao objecto.
Afirmação válida e pertinente em relação ao dogmatismo e cepticismo. O dogmatismo afirmava que o conhecimento é possível, pela via dos sentidos ou pela via da razão, podendo atingir-se a verdade e a certeza; primeira posição histórica e psicologicamente; próprio do homem ingénuo para quem o conhecimento nunca foi considerado um problema. Por outro lado o cepticismo na forma radical afirma a impossibilidade de se alcançar o conhecimento. Ao afirmar essa impossibilidade contradiz-se e anula-se a si mesmo. Por isso os extremos se tocam.
Representa o espírito crítica face ao erro científico, face a possíveis dogmas; permite a superação do ilusório, do aparente, a inconformidade com o meramente dado; possibilita o desenvolvimento da ciência e da humanidade.
Kant.
A resposta de Kant na questão gnosiológica implica uma dialéctica entre a sensibilidade e as formas e categorias (a priori, da sensibilidade e do entendimento). Os dados sensíveis são submetidos a essas formas a priori. Por isso a resposta de Kant quanto à natureza do conhecimento é uma autêntica revolução, a revolução idealista. Os objectos não existem independentemente do sujeito. É o sujeito que submete os objectos aos seus esquemas cognitivos. Por isso, o sujeito não pode conhecer os objectos em si, apenas os conhece como são para si.
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