•
a orientação espaço-temporal pelos deslocamentos do corpo no espaço livre e
espaço predeterminado e a lateralização.
• a lateralização e lateralidade interatuando com os
deslocamentos do corpo no espaço integrado com variadas formas de manipulação.
Consideramos a lateralização como a forma de deslocamento lateral do corpo
para um lado, em espaço determinado ou não.
• a maturidade alcançada pela maior quantidade de conexão das
sinapses neuronais.
A aplicação das
estruturas psicomotoras envolve e desenvolve as estruturas mentais - pelo
surgimento das emoções, do comportamento e atitudes com o domínio da agitação,
da inibição e da agressividade controlados - e aprimora a concentração e a
atenção na busca da harmonização do comportamento.
O
movimento é a primeira característica típica que distingue a Psicomotricidade
de todas outras disciplinas na Escola. A Educação Psicomotora somente é viável
com o movimento e, mediante ele, aproveita a necessidade natural da criança em
realizar movimentos que a conduzirá ao rendimento para converter-se em expressão
viva de sua personalidade.
Os seres humanos necessitam de movimento. Este vem
ao encontro das necessidades do homem moderno, proporcionando as relações da
pessoa consigo próprio através da percepção, emoção, dos estados de tensão
e relaxamento, coordenação, força, velocidade e consciência de si na formação
do esquema corporal e da imagem do corpo.
A
concepção de movimento varia, desta forma, de acordo com a imagem que a pessoa
concebe no mundo em que vive, e do que o cerca (relação social). Não
obstante, o Universo em que se vive é a imagem do próprio corpo como
totalidade orgânica (relação a si próprio).
O
homem contemporâneo, impelido pelo progresso da máquina, já não se move e se
desloca do mesmo modo que seus antepassados. O movimento corporal se apresenta,
então, como uma necessidade a mais, no conjunto de atividades da vida atual.
Constitui um meio de enriquecimento do passado psicomotor da pessoa, base de
toda a atitude e toda a disponibilidade na vida diária.
O
mundo oferece nos dias atuais um aspecto crescente de trocas e mudanças de
movimentos. As sociedades passam por inúmeras transformações nestes últimos
10 anos, mais do que durante os séculos que as precederam: revolução das técnicas,
aceleração do ritmo das descobertas, bem como o ritmo das mutações sociais.
O ser humano está intimamente ligado ao mundo por uma rede complexa de forças
vitais, energéticas e espirituais, percebidas ao se observarem crianças
brincando. Executam elas uma série de habilidades com precisão e noção
espacial que podem evoluir segundo ritmos e dinâmicas diferentes.
É
através do movimento que ocorrem reações de origem interoceptivas,
proprioceptivas e exteroceptivas. Desta maneira, possibilitam o processo de
formação, no ser humano, de meios de melhorar a qualidade de recepção das
emoções - sensação e percepção - das estimulações interpessoal e
intrapessoal que compõem o mundo envolvente.
A
consciência do corpo é o reconhecimento consciente do conjunto de estruturas
representativas, simbólicas e semióticas que servem de base à ação. É a noção
da imagem do corpo e dos meios de ação que estabelecem, com a memória, a
formação do esquema corporal.
Essa
experiência corporal estimula a evolução de significados, bem como a evolução
de outros aspectos em relação à natureza das interações desenvolvidas,
através da organização funcional do sistema que regula e interpreta as interações
e retrações do ser humano. Isto se dá em prosseguimento às experiências do
próprio ser e do mundo que o rodeia.
A
educação do movimento ou a educação psicomotora devem ser vistas sob o
aspecto orgânico, motor e psicológico, de maneira integrada, formando uma só
unidade psicomotora.
O
movimento humano é um meio educativo de ação positiva em relação às
dificuldades da função psicomotora. Auxilia na formação do caráter e no
desenvolvimento da capacidade de resolução das tarefas da vida cotidiana.
Desta
forma, o movimento é um dos mais importantes aspectos no desenvolvimento da
personalidade. É um meio educativo de uma ação positiva frente a todas as
dificuldades da ação psicomotora.
É
tarefa da Psicomotricidade em geral e da Educação Psicomotora na Educação Básica
formar, desde a infância, o desenvolvimento da capacidade, rendimento de forma
eficiente e adequada aos diferentes níveis de habilidade e mobilidade. Tem que
se levar em consideração a personalidade e a vontade da criança, bem como sua
motivação.
Dos
cinco aos nove anos, aproximadamente, aumenta gradativamente a perfeição dos
movimentos finais pela presença das estruturas mentais mais desenvolvidas e,
portanto, aumenta a possibilidade de discriminar distâncias, formas e dimensões,
organização espaço-temporal, orientação do próprio corpo em relação ao
espaço, aos objetos e às pessoas.
A
Educação Psicomotora estimula o pleno desenvolvimento da personalidade na
criança. É fundamental no conhecimento objetivo das complexas condições de
cada personalidade infantil. A Escola em nível de educação básica é freqüentada
por crianças que, durante esse período, sofrem transformações relevantes de
comportamento que interatuam nas diversas áreas de forma global.
Globalmente,
a educação psicomotora tem por objetivo permitir à criança viver em harmonia
com seu corpo, com os outros e com o ambiente envolvente.
Seus objetivos concretos são:
•
favorecer
o desenvolvimento dos gestos e movimentos e a capacidade de percepção
• desenvolver o equilíbrio
•
aprimorar e desenvolver a percepção do corpo e permitir à criança adquirir
o sentimento de segurança
•
favorecer e melhorar a psicomotricidade global e fina, sobretudo a
grafomotricidade por meio da manipulação
• revelar e reforçar o predomínio
manual
• estimular a confiança em si
• atenuar os bloqueios que interferem
na aprendizagem escolar
•
sensibilizar o ambiente envolvente – família, escola - face às
dificuldades da criança.
A integração
da Ginástica Rítmica com a Psicomotricidade fundamenta-se pelas ações
inter-relacionadas das estruturas psicomotoras com os movimentos orgânico-naturais,
tais como:
(i) locomoção –
andar natural, andar ginástico, corrida natural, corrida estilizada, passos rítmicos
(valsa, “"chassé"”, polca), balanceamentos, giros, saltitamentos,
saltos, rolamentos, elementos pré-acrobáticos e acrobáticos;
(ii) manipulação – formas de preensão
nos aparelhos manuais específicos: corda, arco, bola, maças e fita. Possuem
características próprias nas variadas formas de tocar, bater, empurrar, lançar
nas ações de rolar (bola, arco, maças), quicar (bola, arco), lançar e
receber (todos os aparelhos), desenhar formas (fita e corda), deslizar (todos os
aparelhos), executar movimentos assimétricos (maças), batidas rítmicas (bola,
maças);
(iii) organização espaço-temporal –
variadas formas de deslocamentos do corpo no espaço determinadas pela manipulação
dos aparelhos manuais ou não;
(iv) coordenação viso-segmentar –
todas as formas de manipulação com os aparelhos manuais (objetos)
inter-relacionadas com o olhar, o movimento do aparelho e a preensão;
(v) a coordenação da dinâmica geral –
compreensão da inter-relação do trabalho total do corpo com a harmonia dos
movimentos e o controle dos aparelhos;
(vi) tônus corporal – caracterizado
pelo equilíbrio e harmonia nas ações de forma consciente, intencional e sensível;
(vii)
ritmo – que se manifesta pela interpretação emocional e expressiva
dos passos rítmicos e dos gestos e movimentos interligados com a música
(viii)
relaxamento ou relaxação – pelo equilíbrio das tensões por meio das
técnicas respiratórias no decorrer das ações coreográficas e o estado psíquico
da executante.
A Ginástica Rítmica
apresenta similitude com o balé clássico, inspirada por um determinado número
de saltos e posições que requerem graça e beleza de gestos e movimentos na
execução dos pliés, jetés, attitudes e outros arabescos. Entretanto,
ela possui raízes no sistema alemão que utiliza os aparelhos manuais e
trabalham a musculatura e, também, no sistema sueco com seus exercícios livres
que proporcionam a melhoria do sentido rítmico.
As estruturas
psicomotoras na iniciação da Ginástica Rítmica são desenvolvidas por meio
da realização de movimentos naturais, objetivando a atividade dos gestos e
movimentos especializados. Assim, o trabalho de base na Ginástica Rítmica tem
como objetivo possibilitar a linguagem do corpo pela utilização dos movimentos
naturais estimulados pela criatividade.
O aprimoramento de técnicas específicas psicopedagógicas
proporciona a realização de movimentos característicos essencialmente gímnicos.
Esses movimentos são considerados na Ginástica Rítmica como Grupos de
Elementos Corporais subdivididos em Elementos Fundamentais –
saltos pivôs, equilíbrios e os movimentos de flexibilidade e ondas. São
denominados Outros Grupos os elementos com deslocamentos, os
saltitamentos, os balanceamentos, circunduções e os giros, além dos elementos
pré-acrobáticos e acrobáticos - que enriquecem as ligações entre os
movimentos e tornam, por meio de habilidades e destrezas com os aparelhos
manuais, a Ginástica Rítmica um desporto espetacular repleto de harmonia, graça
e beleza
Pode
parecer complexas a execução e a interligação dos movimentos que traduzem
este desporto artístico, porém a materialização das estruturas psicomotoras
facilita o processo de memorização e realização dos movimentos.
Cabe ao profissional da Educação e da Saúde ter sólido equilíbrio a fim de
facilitar a comunicação serena e objetiva que favoreça o desabrochar da
personalidade da criança e do adolescente pelo aperfeiçoamento de si mesmo,
com força de vontade, espírito de decisão, valor e ânimo, perseverança e
aplicação. Deve, ainda, construir um clima favorável de confiança, diálogo
tranqüilo, sinceridade e respeito além de estimular a criatividade,
simultaneamente com as virtudes sociais como tolerância, sentido de justiça,
confiança em sua inspiração e a aceitação dos desafios de tarefas com
responsabilidade.
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