HQ: On Having No Body

Os cientistas usam bastante metáforas, exemplos que beiram o fantástico e outras idéias obtidas por insghts para explicarem conceitos de difícil colocação, ou até de vanguarda. Penso que há relação com a questão dos hemisférios cerebrais. O artista, por usar demais sua lateralidade direita, concebe, mas tem dificuldade em racionalizar. Isto fica para conceituações após suas criações, e geralmente por teóricos acadêmicos. Ao contrário, os cientistas em geral, por, talvez se utilizarem em demasia de seu hemisfério esquerdo (racional), acabam, involuntariamente, criando analogias fantásticas, apenas para que possam fazer entender as teorias pensadas (aparentemente, o cérebro de ambos - artista e cientista – está assim, efetuando seu equilíbrio).

Nesse texto de Hofstader, ele narra um fato que lhe ocorreu mentalmente (um insight um tanto longo, se assim posso dizer) num dia ao se levantar. Percebeu-se sem cabeça, e pôs-se a ver o mundo – pois em lugar de sua cabeça, ele tinha o “todo” (que “via”, mas de outra forma). Assim, não havia mais a dualidade, tudo era simples. Nas palavras de Hofstader: “A verdade é que ver tem dois significados opostos: ao observar um par conversando, dizemos que eles se ‘vêem’ um ao outro, mesmo que suas faces permaneçam intactas e separadas. Mas quando eu vejo você sua face é tudo, minha nada. Você é o fim de mim. Ainda nós usamos a mesma palavra para ambas as operações, embora sejam um tanto diferentes, a palavra tem o mesmo significado.”

Ao que parece, o autor chegou a elucubrações instintivas e intuídas, similarmente às que os filósofos místicos alcançam.

 

Hofstader, Douglas R. e Daniel C. Dennett.  The Mind´s I.  Fantasies and Reflections on Self and Soul.  New York: Bantam, 1981.  

 

 

 

 

 

 

 

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