DEMOCRACIA?
Como podes?
Mamar nos seios de minha mãe
E sugar todo seu néctar,
Vendo seu irmão com sede?
De onde vem esse anseio?
Se não da vontade de saciá-lo de gula?
O que o faz dono dessa bebida dos deuses
E ao outro escravo ao acreditar em seu paradoxo?
Oh! Mãe Terra, de onde se fartam os ímpios.
Teme em ti a falta ao amamentar seus filhos
Ou secará pelos desejos dos que não merecem seu amor.
Tu serás capaz de alimentar os seus
E aos outros, se outros dividirem sua fome.
Homem!
Mata sua Mãe e abandona a padecer seus irmãos.
Também não pôde compartilhar os frutos dessa mãe?
Assim deixou-os à míngua. Enquanto de mingau,
Sobras e pedras dormia seu próprio sangue,
Coberto pela bandeira.
Pátria!Oh Pátria, repudia seu primogênito e seus herdeiros,
Líderes de uma conspiração sórdida,
Pois a fúria de outra Mãe, com tristeza,
Sopra os oceanos adentro e afoga os filhos deste planeta.
O do mesmo criador que traga os rebeldes
E impõe sua aversão ao devasso.
Que seja feita a justiça
E perante a maldade exista esperança
E numa criança, novamente a majestade.
Ademir da Silva – Letras