Pragas, nematóides, doenças e outros:

Pragas das raízes:

Pragas dos ramos e folhas:

Pragas das folhas:

Pragas dos frutos:

Pragas na armazenagem:

Nematóides causadores de galhas:

Doênças:

 

PRAGAS:

Cigarras das raízes:( Quesada gigas 20 a 30 mm, Fidicina spp. 8 a 15 mm, Carineta spp. 8 a 15 mm e mais fina) - Homoptera Cicatidae.

São insetos cuja fase imatura de ninfa móvel é vivida no solo, agindo despercebidamente nas raízes, até que dão sinal de si pela presença da fase adulta na parte aérea da planta nos meses de primavera-verão. Os machos produzem um canto estridulante para atrair a femea. As larvas sugam a seiva das raízes mais grossas, fazendo uma câmara perpendicular a superfície sob o solo, normalmente a 35 cm de profundidade e 25 cm da raíz principal. Terminada a fase ninfa móvel, abandonam o solo perfurando-o até o topo, para então subir no cefeeiro e passar a fase de ninfa imóvel. Depois de duas horas rompem o tegumento, geralmente a partir do anoitecer, e passam a fase adulta. (daí vem a crendice popular de que as cigarras cantam até arrebentar).

Foram encontradas em Alfenas 270 cigarras por cova de cafeeiro Catuaí, com redução significativa da produção.

Sintomas: Na parte aérea ocorre o definhamento da planta, clorose das folhas e extremidades dos ramos, queda precoce das folhas, resultando em ramos desnudos com permanência de folhas só nos ápices. Estes sintomas são marcantes no período seco, sendo que quase não se manifestam nas chuvas.

Controle: O controle cultural é feito deixando o terreno sem cafeeiro por dois a três anos. O biológico com aplicação do fungo Metarhizium anisopliae . O controle químico não mata por totalidade as ninfas, e é feito no período chuvoso:

Cochonilha das raízes: (Dysmicoccus cryptus ) - Homoptera- Pseudococcidae.

É um pequeno inseto sugador, cuja fêmea possui forma elíptica, com cerca de 2,5 mm de comprimento. Apresenta coloração rosada, revestimento cereso branco e é protegida por uma capa de aspecto rugoso. Desenvolve-se sob as raízes, formando criptas. Possui longevidade entre 81 e 121 dias, com 5 gerações o ano, favorecidas pela alta unidade e temperatura entre 20 e 25 oC. Ataca as raízes até 50 cm de profundidade. Possuem locomoção própria ou são arrastadas pelas águas da chuva.

Sintomas: manifestam principalmente nas épocas de seca, pelo amarelecimento e morte das plantas em formação e definhamento das plantas adultas.

Controle: Como esta praga inicia seu ataque em reboleira, o controle é feito na área atacada e em plantas ao redor.

Cochonilha da parte aérea: Homoptera - Ciccidae.

Insetos minúsculos arrastados pelo vento ou águas, que atacam em reboleiras e se instalam na parte aérea, podendo tomar toda a lavoura.

Cochonilha verde (Coccus viridis, C. africanus ): inseto oval, com 2 a 3 mm de comprimento, fixa-se em ramos novos e folhas, principalmente nas nervuras. É importante praga em viveiros.

Cochonilha parda ( Saissetia coffeae ): Inseto de forma hemisférica, medindo cerca de 3,5 mm de comprimento, 2 mm de altura e largura. Sua cloração é marrom escura, é patenogenética e polífaga.

Cochonilha branca ( Planococcus citri ): Forma oval com 3 a 4 mm de comprimento, possuindo em formas jovens coloração rósea. Caracteriza-se por possuir lateralmente dezessete apêndices de cada lado, de coloração branca, pulverulenta. Secreta uma substância branca para proteger os ovos junto ao corpo.

Prejuízos: Diretos pelo sugamento da seiva, causando a queda dos frutos e enfraquecimento da planta. Indireto pela secreção de líquidos açucarados que servem de alimento para fungos.

Controle: O controle biológico é eficiente pelo alto numero de pragas naturais, como a joaninha e parasitas como o microhimenóptero. Assim o uso indiscriminado de inseticidas pode provocar um desequilíbrio biológico e favorecer o surto desta praga. O controle químico se faz com pulverizações na área de ataque e ao redor.

Onde CE é Concentrado emocionável. Em viveiros deve-se usar malatiom a 50 CE na dosagem de 150 ml para cada 100 l de água.

Lagartas:

As lagartas normalmente não apresentam risco ao cafeeiro, pois são controladas naturalmente. Entretanto o uso indiscriminado de defensivos agrícolas pode provocar um desequilíbrio e favorecer seu ataque, prejudicando bastante a produção. As lagartas costumam atacar a noite, e durante o dia ficam escondidas nas partes baixas e no chão. Muitas delas são urticantes (Lonomia circunstans) e outras (Eacles imperialis magnifica), taturana (Automeris illustris), cabeluda ((Megalopyge lanata), taturana do cafeeiro (Podalia sp.) e outras).

Bicho minero: (Perileucoptera coffella) Lepidoptera-Lyonetiidae.

O bicho mineiro é uma pequena lagarta que se aloja entre as epidermes das folhas, após a eclosão da fase embrionária, e sem entrar em contato com o ambiente. O ataque da praga reduz a área foliar e, na maioria das vezes, provoca grande queda de folhas. É a principal praga do café no Brasil depois da ferrugem.

A praga ataca mais as plantas novas. Nas plantas que se encontram na fase de produção, a infestação é maior no terço superior.

O prejuízo imediato causado pelo bicho mineiro é a queda de produção. Resultados de pesquisa mostram que uma queda de 67 por cento de folhas do cafeeiro, verificada em outubro, na época da primeira florada, provoca uma redução de colheita de aproximadamente 50 por cento.

INTENSIDADE DO ATAQUE

A intensidade do ataque depende de muitas causas:

ÉPOCA DE ATAQUE

O ataque da praga é maior nos períodos secos do ano, aumentando a partir de junho e atingindo o máximo em outubro. O ataque também pode aumentar nos meses de março ou abril, quando se verificam veranicos em janeiro ou fevereiro, porem neste caso são normalmente 4 a 5 vezes menos intensas.

COMO CONTROLAR O ATAQUE DO BICHO MINEIRO

O controle normalmente é de cerca de 70 % natural, onde se deve ao ataque das vespas ( marimbondos), que dilaceram um dos lados da falha para retirada das larvas. Este controle é bastante eficiente, desde que não seja observado um numero maior que 30 % de folhas minadas intactas nos meses de junho a julho.

Inspecione as lavouras constantemente. Visite, com mais freqüência, as lavouras mais castigadas pelo vento. Durante as inspeções, verifique:

Com o resultado das inspeções, o produtor tem as indicações para decidir sobre a conveniência de se aplicar inseticida.

O inseticida só deve ser aplicado, quando a porcentagem de folhas atacadas nos terços médios e superior dos cafeeiros for igual a 30 por cento.

Não use inseticida sem necessidade, por que são caros, tóxicos eliminam inimigos naturais da praga e contaminam o ambiente.

Em viveiros de mudas e nos plantios novos, devido à pequena área foliar das plantas, a aplicação de inseticidas deve ser feita assim que a praga apareça.

Alguns produtos e dosagens recomendados:

Defensivos

Concentração em g/l ou kg

Formulação

Para 1000 plantas de até 2,5 anos

1000 plantas de 2,5 a 5 anos

1000 plantas acima de 5 anos

Viveiro, para 100 l de água

Etiom

500

CE

0,5 litros

1,0 litros

1,5 litros

-

Malatiom

500

CE

-

-

-

200 a 250 ml

Cipermetrim

250

CE

25 ml

50 ml

75 ml

10 a 12 ml

Deltametrim

25

CE

50 ml

100 ml

100 ml

20 a 25 ml

Fenvalerato

200

CE

50 ml

100 ml

150 ml

40 a 50 ml

Permetrim

500

CE

50 ml

100 ml

150ml

20 a 25 ml

Dissulfotom

50

G

14 g

20 g

30 g

-

Forato

50

G

7 g

10 g

15 g

-

Acaro branco ( Poyphagotarsonemusn latus ) Acari - Tarsonemidae

É um ácaro polífago ou heterófago. É muito pequeno, visível apenas por meio de lentes, e costuma abrigar-se do sol na parte inferior das folhas novas, que se enrolam e secam, podendo apresentar rasgaduras. Ainda não se sabe se é praga de importância econômica. O uso de oxicloreto de cobre para controle de ferrugem tem aumentado a população destes ácaros. O controle químico se dá pelo uso de acaricidas ou enxofre na dosagem de 800 a 900 g/litro na formulação pó molhável (PM) e dosagem de 500 a 1000 g por 100 litros de calda.

Broca

·         Combate a broca

·         O que é importante saber

·         Como controlar o ataque de broca

·         Quando usar inseticidas

·         Como coletar as amostras de frutos e decidir sobre a aplicação de inseticida

·         Aplicação de inseticida

·         Cuidados na colheita e na armazenagem

COMBATE A BROCA

A broca do café é um pequeno besouro bem conhecido dos cafeicultores. A fêmea desse besouro ataca os frutos do cafeeiro, fazendo uma perfuração na região da "coroa". Aprofunda essa perfuração até atingir as sementes e aí deposita seus ovos. Dos ovos nascem as larvas que vão se alimentar da semente do café. São atacados tanto os frutos verdes como os maduros ou secos e, até mesmo, os "chumbinhos".

Uma partida de café atacada por broca terá seu peso reduzido e perderá pontos na classificação por tipo. Além disso, os micróbios que penetram na semente broqueada alteram as características da bebida, piorando a sua qualidade.

Os prejuízos serão tanto maiores quanto maior for a qualidade de frutos atacados.

 

O QUE É IMPORTANTE SABER

Para se prevenir contra o ataque da broca, é importante saber que:

  1. A broca do café só ataca os frutos do cafeeiro.
  2. A broca vive sempre dentro do grão de café.
  3. A forma adulta sai do fruto, para atacar novos frutos na mesma lavoura ou em lavouras vizinhas.
  4. A broca passa de uma safra para outra alojada nos frutos não-colhidos, que permaneceram nos cafeeiros ou caídos no chão.
  5. As lavouras velhas, ou "fechadas”, oferecem melhores condições para o ataque da broca. Por isso, elas deverão merecer maior atenção e cuidados.
  6. A secagem mecânica, por ser feita com alta temperatura, mata a broca no interior do grão, mas na secagem feita em terreiros isto não acontece.
  7. No café infestado, a broca continua a multiplicar-se, durante o período do armazenamento, atacando outros grãos.

 

COMO CONTROLAR O ATAQUE DE BROCA

Não existe possibilidade de se acabar com a broca. Mas é perfeitamente possível reduzir o seu ataque, de modo a não causar prejuízo significativo.

Veja como proceder:

  1. Faça uma colheita bem feita, procurando evitar a permanência de frutos nos cafeeiros ou no chão. Faça o repasse da colheita se necessário.
  2. Destrua os cafezais velhos e abandonados, nos quais a broca encontra abrigo e se multiplica livremente.
  3. Tome cuidado quando adubar a lavoura com palha de café: se o café foi secado em secadores mecânicos, a palha pode ser aplicada diretamente na lavoura; se o café foi secado em terreiros, a palha deverá ser curtida, antes de ser levada para a lavoura.
  4. Faça aplicação de inseticida somente no momento oportuno. Não gaste dinheiro sem necessidade.
  5. Converse com seus vizinhos, para que eles também controlem o ataque de broca. Lavouras vizinhas pode ser focos de broca para a sua lavoura.

 

QUANDO USAR INSETICIDAS

A aplicação de inseticida deverá ser feita somente quando houver entre 3 e 5 por cento de frutos atacados ou mais. Para saber se isso está acontecendo, o agricultor deverá colher amostras de frutos na lavoura e, com elas, calcular a porcentagem de frutos atacados pela broca. A coleta de amostras para avaliar a intensidade do ataque deverá ser feita mensalmente, fazendo-se a primeira em novembro e a última em época próxima da colheita.

 

COMO COLETAR AS AMOSTRAS DE FRUTOS E DECIDIR SOBRE A APLICAÇÃO DE INSETICIDA

Os frutos devem ser colhidos no terço médio e no terço inferior, ao redor de toda a planta.

A amostra de novembro deve ser feita nos frutos da primeira florada, que são maiores e encontrados, geralmente, no terço superior das plantas.

A decisão, quanto à aplicação do inseticida, poderá ser retardada conforme a conveniência, levando em consideração o nível de ataque, o custo do inseticida, sua aplicação e o preço do café.

 

APLICAÇÃO DE INSETICIDA

Verificada a necessidade de tratamento em um talhão, deverá ele receber duas aplicações de inseticida, com intervalo de 20 a 30 dias entre uma e outra. Uma terceira aplicação raramente será necessária.

Recomenda-se para controle da broca o uso de Endosulfan 350 CE (encontrado no comércio com a denominação de Thiodan EC), e aplicado na dosagem de 1,5 a 2,5 litros por 1000 pés.

O inseticida deve ser aplicado, quando a broca estiver movimentando-se dentro lavoura. Inicie a aplicação pelas partes mais atacadas. Por ser produto tóxico, recomenda-se a leitura das instruções contidas na embalagem. Procure observar os cuidados necessários para aplicação de inseticida e o prazo de carência do produto. Leia também as instruções contidas na publicação da EMATER, intitulada "DEFENSIVOS AGRÍCOLAS - Como usar corretamente".

CUIDADOS NA COLHEITA E NA ARMAZENAGEM

Inicie a colheita pelos talhões mais atacados pela broca. Se o café colhido estiver infestado, deverá ser expurgado com fosfina, antes de ser armazenado. O expurgo com fosfina deve ser feito depois da secagem. Se a secagem foi feita em secadores, o expurgo não precisa ser feito.

Mosca das frutas ( Ceratitis capitata, Anastrepha fratercubus ) Diptera - Tephritidae.

Não representa prejuízo ao cafeeiro, porem deve-se evitar o plantio de citrus próximo ao cafeeiro. E pode ter um decréscimo de 13 a 25 % na população larval com o uso de agentes cúpricos.

Pragas do café armazenado:

Broca (Hypothenemus hampei): vide broca dos frutos.

Caruncho das tulhas (Araecerus fasciculatus): Ataca tanto café em coco como o beneficiado. Constitui-se de um pequeno besouro, com 5 por 3 mm. O controle é feito com fumigação dos blocos, limpeza dos restos e nebulização quinzenal com malatiom.

Traça (Auximobasis coffeaella Busck): Pequenas mariposas com 11 a 13 mm, com cabeças e tórax esbranquiçados, e escamas escuras. O controle é feito da mesma forma que para os carunchos.

 

NEMATÓIDES PARASITAS DO CAFEEEIRO:

 

NEMATÓIDES

O cafeeiro é atacado por várias espécies de nematóides. As mais freqüentes são Meloidogyne incognita, M. exigua, M.coffeiocola e Pratylenchus.

A espécie mais importante no Brasil é M. incognita, que ocorre com maior gravidade em regiões de solos arenoso, em São Paulo, no Paraná e algumas áreas do Sul de Minas. Esse nematóide afeta drasticamente o sistema radicular do cafeeiro, causando necrose e rachaduras, com aspecto de cortiça, reduzindo a absorção de água e nutrientes pela planta. Causam acentuada redução e o enfraquecimento das plantas tornando-as anti-econômicas; muitas plantas chegam a morrer. M. incognita tem muitas plantas hospedeiras, como algodão, batata, fumo, feijão, soja, girassol, sorgo, milho, beldroega, guanxuma, mentrasto, maria pretinha, falsa serralha e capim pé-de-galinha, o que dificulta o emprego de rotação de culturas.

M. exigua é uma espécie menos agressiva, que causa pequenas galhas nas raízes do cafeeiro, reduzindo a produção, sem, contudo causar depauperamento acentuado da lavoura.

Os nematóides se disseminam principalmente pelo uso de mudas de café atacadas, pelas enxurradas que levam o solo infestado de uma área para outra e pelos implementos agrícolas que podem espalhar o solo contaminado com ovos e larvas.

As medidas de controle, economicamente viáveis, devem ser preventivas, compreendendo:

  1. Seleção de áreas não infestadas para o plantio;
  2. Uso de variedades resistentes;
  3. Conservação do solo, para reduzir a disseminação;
  4. Uso de adubação verde, como Crotalaria spectabilis (planta armadilha);
  5. Uso de práticas agrícolas que movimentem pouco o solo (capinas com herbicidas, por exemplo).

Em áreas infestadas por M. incognita a solução ideal é o uso de variedades resistentes ou de mudas enxertadas sobre essas variedades. Em lavouras adultas é impraticável sob o ponto de vista econômico realizar aplicações de nematicidas, por já estarem as raízes primárias bastante comprometidas, com difícil recuperação.

Quanto aos viveiros, além do expurgo do substrato, deve-se localizá-los longe de lavouras ou águas infestadas, protegendo-os contra as enxurradas, evitando-se o trânsito de pessoas vindas de áreas infestadas e usando-se sempre terras de áreas não contaminadas.

 

Doenças do cafeeiro:

FERRUGEM DO CAFEEIRO (Hemileia vastatrix)

É uma enfermidade que ataca as folhas do cafeeiro, cujas pústulas têm uma coloração amarelo-alaranjada. Os prejuízos desta enfermidade para o cafeeiro são a desfolha prematura, com conseqüente seca dos ramos laterais, afetando o florescimento, o pegamento dos frutos e a produção no ano seguinte, com redução entre 20 a 45%.

As condições ideais para o desenvolvimento de doença são: a temperatura na faixa de 20 a 24ºC, com umidade elevada para a germinação dos esporos, chuvas freqüentes e ambientes sombrios, espaçamentos mais fechados, adubação e tratos culturais inadequados. A carga pendente é de suma importância no controle da ferrugem. A maior incidência desta enfermidade está ligada às lavouras que estão com carga pendente elevada. Por isto, as lavouras devem maior atenção nos anos em que haja uma estimativa de alta produção. O transporte do fungo se dá pela ação do vento, água e homem.

O controle da ferrugem pode ser feito pela utilização de variedades resistentes como a Icatu, ou quimicamente por três sistemas: preventivo, curativo e preventivo-curativo.

O tratamento preventivo é feito, utilizando-se fungicidas cúpricos, como o oxicloreto de cobre (3 a 4 Kg/ha) no período de novembro/dezembro a março/abril, com 4 a 5 pulverizações a cada 25 dias. Pode-se usar também o hidróxido de cobre (1,7 Kg/ha), iniciando-se em dezembro/janeiro. Demais pulverizações com intervalos de 20 a 30 dias, em 3 a 4 aplicações. O cyproconazole (alto 100), a partir de janeiro ou com 5% de ferrugem, 0,5 l/ha, com intervalo de 60 dias, também é recomendado.

Como curativo via foliar pode-se empregar o Bayleton (1Kg/ha) ou o Bayfidan CE (1 l/ha), em uma aplicação. O Tilt, a 0,75 l/ha com intervalo de 60 dias e o Oppus 0,050 a 0,075 Kg do I.A/ha, com intervalo de 90 dias, são também indicados. Contudo, os produtos curativos podem ser aplicados com no máximo 15% de incidência de ferrugem.

O tratamento via solo pode ser realizado empregando-se os granulados sistêmicos:

 

CERCOSPORIOSE OU MANCHA DE OLHO PARDO (Cercospora coffeicola)

É uma enfermidade que ataca as folhas e frutos em desenvolvimento. Os maiores prejuízos ocorrem em mudas e plantios novos, principalmente em regiões com deficiência hídrica.

Os sintomas da doença constituem-se de pequenas manchas circulares, de coloração marrom escura, tendo no centro uma lesão cinza claro, com anel arroxeado ou amarelado em volta; tem a aparência de um halo. Nos frutos aparecem no início, permanecendo até o seu amadurecimento, Ficando a casca aderente a semente e em casos de ataque, causa o chochamento.

As principais causas do aparecimento da cercosporiose, são a deficiência nutricional (por formação de mudas em substratos pobres), excesso de insolação e queda de temperatura. No campo, os plantios efetuados tardiamente, com falta de água e de uma nutrição adequada, favorecem o ataque da doença.

Plantas com deficiências nutricionais, especialmente de nitrogênio, são mais atacadas pela doença, sendo que essas deficiências podem ser provocadas por falta de umidade no solo. Nos viveiros os danos maiores são devidos à redução da área foliar e da desfolha, que deixam as mudas raquíticas. As plantas jovens, no campo, têm seu desenvolvimento retardado devido à desfolha e a seca de ramos laterais, especialmente após a primeira produção. A doença provoca ainda a queda prematura dos frutos, que ocorre nos vários estágios do seu desenvolvimento. A maturação torna-se acelerada, aumentando o número de grãos chochos e mal granulados, depreciando o tipo e a bebida do café e prejudicando o rendimento da colheita. O controle é realizado na medida das necessidades, pulverizando as plantas com um dos seguintes produtos: Folicur 250 pm, Benlate, Dithane, Cercobin, Manzate ou Tilt.

 

MANCHA AUREOLADA (Pseudomonas garçae)

A mancha aureolada é uma doença bacteriana que ataca folhas, rosetas, frutos novos e ramos do cafeeiro, atingindo mudas no viveiro e plantas no campo, ocorrendo principalmente nas regiões mais frias do Estados do Paraná, São Paulo e Sul de minas. A principal característica é a formação de uma mancha de coloração parda, com um halo amarelado difuso. Pela ação do vento, muitas lesões ficam furadas. A penetração da bactéria ocorre através de ferimentos, especialmente quando ocorre abscisão de folhas e nas lesões ocasionadas pela Phoma.

Em regiões altas e desprotegidas de ventos, a bactéria provoca a queda prematura de folhas, prejudica o pegamento de flores e a produção do ano seguinte. Um sintoma importante da doença é a seca de ramos laterais e com isto a planta emite ramos novos, provocando um super brotamento. A doença ocorre em períodos frios, época de chuvas finas e normalmente entre julho e setembro. As lavouras novas, de 3 a 4 anos são as mais atingidas, ocorrendo desfolha e seca de ponteiros. Nos viveiros o maior dano é a desfolha das mudas, que pode ser evitada com proteção contra ventos frios.

Em maiores altitudes e com incidência de ventos a instalação de quebra-ventos é uma prática importante para o controle da doença. O controle químico é feito com fungicidas cúpricos a 0,3% a cada 20 dias; a aplicação de antibióticos isolados ou associados, a 0,2% é também eficiente no controle da enfermidade.

 

PHOMA OU REQUEIMA (Phoma spp)

É uma doença fúngica que ataca folhas, flores, frutos novos, extremidades de ramos e botões florais, sendo que a penetração do fungo pode ocorrer no ponto de abscisão das folhas no cinco primeiros nós. Em desfolhas causadas por outras doenças ou pragas, nas folhas do primeiro ou segundo para ocorrem as lesões típicas, que têm forma irregular e cor escura, localizando-se geralmente nas margens das folhas, impedindo o crescimento nessa área, fazendo com que fiquem retorcidas, com redução da área foliar. Paralelamente podem ocorrer outras infecções, como Pseudomonas, resultando em forte seca de ramos laterais (ponteiros). Nas flores, no pedúnculo dos frutos e nos frutinhos, a Phoma causa lesões escuras, mumificações e queda de chumbinhos, superbrotamento causado pela morte das extremidades dos ramos e formação de grande número de ramos laterais. Nos frutos novos, as lesões são escuras, deprimidas e de aspecto úmido.

É uma doença que ocasiona problemas nas regiões de altitude elevada e inverno úmido. As condições favoráveis à doença, são temperaturas baixas, umidade elevada e ferimentos a planta. Na época do florescimento, a presença de vento sul e sudeste, com a entrada de frentes frias, favorece o ataque. A incidência é maior nas áreas expostas a ventos, granizo e ao frio intenso.

A enfermidade pode ser controlada com Folicur 250 PM, Benlate, Rovral, Aliette, Brestan PM, Hokko Su Zu 200.

A formação racional de lavoura com quebra-vento e adubações equilibradas são medidas preventivas para evitar essa enfermidade.

 

ASCOCHYTA (Ascochyta coffeae)

Doença que era praticamente desconhecida na cafeicultura, vem aumentando sua importância econômica nos últimos anos em razão dos prejuízos que causa a produção. Geralmente encontra-se associada a outras enfremidades do cafeeiro, particularmente à Phoma. Os sintomas são mais evidentes nas folhas mais velhas, caracterizando-se por lesões escuras e com anéis concêntricos; causa a queda prematura de folhas, frutos e seca dos ramos.

As condições de ambiente favoráveis à infecção são semelhantes àquelas descritas para Phoma, assim como o controle químico e medidas preventivas.

 

RHIZOCTONIOSE OU TOMBAMENTO

O tombamento das mudas é causado por um complexo de fungos, sobressaindo o Rhizoctonia solani, que é saprofítico e sobrevive em restos vegetais. O principal sintoma ocorre no colo das mudinhas, através de um estrangulamento, com o apodrecimento da casca. Com isto ocorre a paralização da circulação da seiva e a mudinha murcha e tomba

O ataque pode ocorrer também em mudas no campo, geralmente naquelas nas quais as lesões pequenas haviam regredido no viveiro. No campo, em períodos muito úmidos, a lesão volta a se desenvolver, a casca morre em uma extensão de 2 a5 cm e forma-se uma cicatriz na parte superior, do tipo calo, o que leva a muda a quebrar-se facilmente pela ação do vento.

As condições favoráveis para o aparecimento e desenvolvimento da doença são o excesso de umidade, o excesso de sombra no viveiro e o solo contaminado, principalmente as sementeiras (leitos de areia).

A principal medida de controle é a desinfecção do substrato com o brometo de metila. Antes do semeio, proceder um tratamento dos saquinhos com produtos à base de PCNB. Deve-se proceder irrigações normais, sem ocorrer excesso de umidade e de cobertura. No caso de incidência da doença, pulverizar as mudas com Benomy 1 a 0,1%.

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