PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFÉ

1.      Cultivares e linhagens

2.      Viveiros

3.      Canteiros

4.      Cerca de proteção

5.      Recipiente

6.      Desinfecção da terra para plantio

7.      Enchimento dos saquinhos

8.      Substrato

9.      Semeadura

10.  Tratos culturais

11.  Adubação foliar

12.  Controle de pragas e doenças

13.  Controle da insolação e aclimatação

14.  Informações práticas

15.  Normas e padrões para produção de mudas fiscalizadas de café

16.  Padrão de viveiro

17.  Padrão de mudas

18.  Coleta de raízes e mudas para analise

1 - CULTIVARES E LINHAGENS DE CAFÉ RECOMENDADOS PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS

De acordo com o item IV da portaria nº 203/96, de 3 de abril de 1996, do Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA, são recomendados às diversas regiões produtoras do Estado de Minas Gerais os seguintes cultivares e linhagens de café:

REGIÕES

Região do Sulde Minas

Região dos Cerrados de Minas

Região das Montanhas de Minas

Região do Jequitinhonha de Minas

 

Sul de Minas, Sudoeste de Minas, Campo das Vertentes

Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro, Noroeste de Minas, Alto São Francisco

Zona da mata, Rio Doce

Capelinha, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha

CULTIVARES

 

LINHAGENS

 

 

Catuaí
Vermelho

MG-44
MG-99
MG-144
MG-81(*)
MG-15

MG-44
MG-99
MG-15

MG-44
MG-99
MG-15

MG-44
MG-99

Catuaí
Amarelo

MG-47
MG-62

MG-17
MG-47
MG-62

MG-47
MG-62

MG-47
MG-62

Mundo Novo

MG-379-19
MG-376-4
MG-388-17
MG-500
MG-502
MG-474-19 (Acaiá)

MG-379-19
MG-376-4
MG-480-1
MG-388-17
MG-474-1-19 (Acaiá)

MG-379-19
MG-376-4
MG-515-3
MG-464-18

MG-379-19
MG-376-4

Icatu Vermelho

MG-2942

MG-2942

(**)

(**)

Icatu Amarelo

MG-2944
MG-3282(***)

MG-2944
MG-3282(***)

MG-2944

(**)

Rubi

MG-1190 e 1192

MG-1192

(**)

(**)

 

(*) Recomendado apenas ao Sudoeste de Minas.
(**) Sem resultados da pesquisa para recomendação segura.
(***) Maturação precoce. Deve ser colhido logo que os frutos estiverem maduros.
É mais indicado para plantios com menores espaçamentos.

2 - VIVEIRO

Para a produção de mudas de café, o viveiro deverá ter as seguintes características:

2.1 - LOCALIZAÇÃO

O viveiro deverá ser instalado em terreno seco, ensolarado, protegido de ventos, servido de água de boa qualidade, com facilidade de acesso, alem de não estar sujeito a geadas.

2.2 - COBERTURA OU RIPADO

O viveiro para produção de mudas de café deve ser instalado debaixo de uma cobertura ou ripado, devendo essa ser construída com 2 metros de altura. Na construção, empregam-se esteios de madeira ou bambu gigante, fincados no terreno, guardando-se entre eles a distância de 3 metros e 60 centímetros nos dois sentidos. Usam-se, normalmente, esteios de 2.80 metros de comprimento e 20 centímetros de diâmetro. Os esteios deverão ser dispostos de modo a formarem fileiras paralelas, no mesmo sentido do movimento do Sol (sentido leste-oeste) e no sentido norte-sul. A cobertura deve proporcionar uma insolação de 50% até a época da aclimatação das mudas.

Como travessas de sustentação da cobertura, podem ser usadas linhas de eucalipto ou de bambu gigante com 8 centímetros de diâmetro aproximadamente.

A cobertura será completada com varas de bambu colocadas sobre as travessas, deixando-se um espaço de 4 a 5 centímetros entre uma vara e outra. As varas deverão ser dispostas no sentido transversal ao movimento do Sol.

Observação: As varas de bambu poderão ser substituídas por qualquer capim de haste longa do tipo napier ou outro material disponível. Neste caso, haverá necessidade de se usar travessas auxiliares de sustentação, devido à flexibilidade e ao pequeno comprimento do material.

2.3 - TAMANHO DO VIVEIRO

O tamanho do viveiro é calculado levando em consideração que 1 metro quadrado de canteiro comporta 200 recipientes para mudas de meio ano (saquinhos com 11 cm x 20 cm x 0,006 cm).

O quadro abaixo fornece alguns tamanhos de ripado para diferentes quantidades de mudas desejadas.

QUADRO 1

Número de mudas de café de meio ano para diferentes tamanhos de viveiro ou área de ripado, considerando-se as larguras de 1,20 m para os canteiros e 0,60m para as ruas entre canteiros.

ÁREA DO RIPADO
( m X m )

COMPRIMENTO
DOS CANTEIROS
( m )

NÚMERO DE
CANTEIROS

NÚMERO
DE
MUDAS

10,80 x 7,20
10,80 x 10,80
14,40 x 10,80
14,40 x 14,40
18,00 x 14,40
18,00 x 18,00
21,60 x 18,00
21,60 x 21,60

8,40
8,40
12,00
12,00
15,60
15,60
19,20
19,20

3
5
5
7
7
9
9
11

6.000
10.000
14.000
17.000
26.000
33.500
41.500
50.000


Esse quadro serve também de referência para a instalação de viveiros maiores, sendo oportuno lembrar que não é aconselhável o uso de carreadores internos para entrada de veículos, recomendando-se fazer a retirada das mudas pelas laterais do viveiro.

3 - CANTEIROS

Os canteiros devem ter no máximo 1,2 m de largura por 20 m de comprimento, para facilitar as regas e os tratos culturais. São delimitados por bambus amarrados a estacas e uma altura de 10 a 15 cm. Os corredores de circulação devem ter de 40 a 60 cm de largura.

A área útil do viveiro pode ser calculada usando-se o índice de 200 mudas de meio ano/m2 de canteiro e para a área total, 150mudas de maio ano/m2 de viveiro.

4 - CERCA DE PROTEÇÃO

O viveiro deverá ser protegido por uma cerca de bambu bem tapada, construída, em toda a extensão do ripado, para barrar a passagem do vento e evitar o excesso de Sol sobre as mudas das beiradas.

5 - RECIPIENTES

Os saquinhos plásticos, usados como recipientes da terra para semeadura e destinados à produção de mudas de meio ano, deverão ter as seguintes dimensões: 20 - 22 centímetros de altura, 11 centímetros de largura e 0,006 centímetros de espessura. Devem possuir 30 a 36 furos na metade inferior. Depois de receberem a terra de enchimento, ficam com 7 centímetros de diâmetro.

6 - DESINFECÇÃO DA TERRA DE ENCHIMENTO DOS SAQUINHOS

A mistura da terra e esterco deverá ser obrigatoriamente desinfectada com brometo de metila, para matar as sementes de ervas daninhas e evitar o aparecimento de moléstias, especialmente do nematódeo. Para fazer a Desinfecção da terra, é recomendável que se procure um técnico, que prestará melhor orientação e os esclarecimentos necessários.

7 - ENCHIMENTO DOS SAQUINHOS

Para enchimento dos saquinhos, a mistura de terra deve estar seca. Depois de enchidos, os saquinhos são encarreirados, devendo receber regas diárias durante 20 dias, para completar a fermentação da matéria orgânica e acamar a terra de enchimento.

8 - SUBSTRATO

O substrato "padrão" preferencialmente usado deve ser composto de: 700 1de terra de subsolo peneirada, 300 1 de esterco de curral curtido e peneirado, 5 kg de superfosfatos simples e 0,5 Kg de cloreto de potássio, resultando 1 m3 de substrato, suficiente para a produção aproximada de 1200 a 1300 mudas de meio ano. Na falta do esterco de curral podem ser empregados o esterco de galinha ou a torta de mamona, nas quantidades de 80 1 e 15 1, respectivamente, por m3 de substrato.

A terra deve ter boa textura, de forma a não permitir que os blocos se desfaçam durante o manuseio das mudas. O local de retirada da terra não deve ter sido usado para lavouras de café nem estar abaixo dessas, como medida preventiva ao ataque de nematóides e outras pragas ou doenças.

O tratamento com brometo de metila deve ser realizado na dosagem de 150 ml/m3 de substrato já preparado, por 48-72 horas.

Os saquinhos devem ser bem compactados e cheios de maneira que o substrato ultrapasse o limite superior dos mesmos. O encanteiramento deve ser a posição vertical e de forma organizada, que facilita a contagem das mudas durante a retirada das mesmas do viveiro.

9 - SEMEADURA

A semeadura é feita diretamente nos saquinhos, sem necessidade de repicagem ou transplante. Semeiam-se duas sementes com profundidade máxima de 1 cm em cada saquinho. Depois de semeadas, as sementes deverão ser cobertas com meio centímetro de terra ou areia grossa, peneirada sobre os saquinhos. Em seguida, cobre-se todo o canteiro com palha de arroz ou capim seco sem sementes e rega-se. A época de semeadura para produção de mudas de meio ano vai de abril a julho. Semeando-se nessa época, as mudas estarão prontas para o plantio aos 6 meses de idade, inicio da estação chuvosa. As mudas de ano são semeadas em outubro-novembro, e plantadas no início da estação das chuvas do próximo ano, mudas de ano.

1 kg de café despolpado e seco contém em média 6 mil sementes. Para a semeadura de 30 mil saquinhos são necessários 10 kg de sementes com poder germinativo de 80 %.

As mudas estarão boas para o plantio quando apresentarem 3 a 6 pares de folhas definitivas.

10 - TRATOS CULTURAIS

Durante o desenvolvimento das mudas, o produtor deverá:

11 - Adubação foliar

Após o surgimento do primeiro par de folha verdadeiras podem ser aplicadas adubações com nitrogênio em cobertura, regando-se as mudas com uma solução contendo 30 g de sulfato de amônio em 10 1 de água, suficientes para 1000 mudas. Para que não haja "queima" das mudas recomenda-se a rega com água pura em seguida. A adubação nitrogenada em cobertura não deve ser aplicada mais do que 2 ou 3 vezes, respeitando-se um intervalo de 15 dias entre as aplicações , evitando-se dessa forma estiolamento das mudas.

12 - CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS

O controle de doenças deve ser realizado, sempre que possível, de forma preventiva. A principal doença é a Rhuzictoniose ou tombamento, que ataca as mudas novas na altura do colo; a preservação é obrigatória e tem início no tratamento do substrato com brometo de metila, seguido de rega dos canteiros antes da semeadura com uma solução de pentacloronitrobenzeno (PCNB) contendo 70 g do produto comercial por 10 1 de água, quantidade suficiente para 1000 saquinhos. Após a emergência, de 15 em 15 dias fazer pulverização revezando fungicidas cúpricos com orgânicos.

Outra doença que pode ocorrer é a cercosporiose ou mancha de olho pardo, muito ligada ao estado nutricional, ocorrendo sempre que a adubação é deficiente ou há excesso de insolação. O controle é realizado com pulverização de benomy 1 a 0,1% do produto comercial.

Citam-se, abaixo, as principais pragas e doenças que atacam as mudas de café e o respectivos tratamentos para controle.

PRAGAS

CONTROLE

Bicho-mineiro, ácaros e cochonilhas

Pulverização com inseticidas à base de Ethion (Ethion 500) ou chlorpyrifós (Lorsban 400 BR), diluídos na proporção de 150 ml para 100 litros de água.

Lagartas e grilos

Pulverização com inseticidas à base de chlorpyrifós (Lorsban 400 BR) ou fenytrothion (sumithion 500 CE), diluídos na proporção de 150 ml para 100 litros de água.

Cercosporiose (olho-parado)

Após o aparecimento dos primeiros sintomas, pulverizar com o fungicida Folicur PM, na proporção de 100 g para 100 litros de água, ou enlate 500, na proporção de 60 g para 100 litros de água.

Rhizoctoniose

Instalação do viveiro em locais adequados, de modo a evitar condições de umidade e sombreamento excessivos.
Tratamento da mistura de terra e esterco a ser utilizada para enchimento dos saquinhos dos saquinhos com brometo de metila, utilizando-se de 150 centímetros cúbicos do produto para 1.000 litros (1m3) da mistura. Como a terra dos saquinhos pode recontaminar-se pela água de irrigação, recomenda-se fazer, uma semana antes do semeio, uma rega com a mistura de PCNB mais Captan na proporção de 100 g de fungicida à base de PCNB mais 250 g de Capton 500 para 100 litros de água, aplicando-se 2 a3 litros da solução por metro quadrado de canteiro.
O tratamento preventivo deve continuar até as mudas atingirem 2 pares de folhas, intercalando, de 15 em 15 dias, pulverizações com fungicidas à base de PCNB na proporção de 250 gramas para 100 litros de água com pulverizações à base de Mancozeb (Monzate 800 ou Dithan PM) na proporção de 250 gramas para 100 litros de água. Após as mudas atingirem 2 pares de folhas, a complementação do tratamento deverá ser feita através de pulverizações com fungicidas à base de Mancozeb (Manzate 800) ou Chlorotolonil (Daconil ou Bravonil) na proporção de 250 gramas para 100 litros de água.
Antes da retirada das mudas para o plantio definitivo pulverizar com fungicida à base de oxicloreto de cobre a 50% na proporção de 300 gramas para 100 litros de água visando uma maior resistência das folhas.
As pulverizações recomendadas ao controle desta doença deverão ser dirigidas para a região do colo das plantas.
Observação: Produtos comerciais à base de PCNV: Kobutol, Pecenol e Plantacol.

Mancha-aureolada

Proteção do viveiro contra ventos frios, que favorecem o aparecimento da doença.
Aplicação do antibiótico Agrimicina 100 na dose de 200 gramas para 100 litros de água, acrescidos de 200 gramas de oxicloreto de core a 50% logo que se abservem os primeiros sintomas de ocorrência da doença.

13 - CONTROLE DA INSOLAÇÃO (Aclimatação de mudas)

Lodo depois que as sementes germinarem, a cobertura do viveiro deve ser manejada, de modo a fornecer 50% de luz. Quando as mudas soltarem o 2º par de folhas definitivas, começa-se a retirar, paulatinamente, a cobertura, de modo que, em operações sucessivas, a insolação aumenta progressivamente, devendo as mudas ficarem em pleno Sol, quando faltarem 30 dias para o plantio. No final do processo, a cobertura do viveiro deve ser mínima, possibilitando cerca de 70-80% de insolação, com função apenas de proteção parcial das mudas a chuvas torrenciais ou de granizo.

A freqüência das regas deve aumentar, à medida que se aumenta a instalação no viveiro.

Quando as mudas apresentaram de 3 a 6 pares de folhas, devem ser levadas para o campo e plantadas em local definitivo.

14 - INFORMAÇÕES PRÁTICAS

É importante para organização do trabalho, o conhecimento das seguintes informações práticas:

15 - NORMAS E PADRÕES PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS FISCALIZADAS DE CAFÉ

De acordo com a legislação em vigor, a produção de mudas de café, mesmo para uso próprio, está sujeita à fiscalização. No processo de produção deverão ser observados o seguintes padrões de viveiro e padrões de mudas, conforme estabelece a Portaria nº 203/96, de 3 de abril de 1996, do Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA:

16 - PADRÃO DE VIVEIRO

Localização em área de fácil acesso, bem ensolarada, bem drenada, com água suficiente. E vedado o plantio em baixadas úmidas.

Dispor de proteção contra enxurradas, com valas profundas ou cordões altos em toda a área.

Identificar os canteiros com:

Não é permitida a implantação de viveiros à jusante das lavouras de café e em solos infestados por plantas daninhas de difícil eliminação, como a tiririca.

17 - PADRÃO DE MUDAS

18 - III - COLETA DE RAÍZES E MUDAS PARA ANÁLISE

Mudas com sistema radicular defeituoso

Nematódeos;

Cultivares e linhagens ; Viveiros ; Canteiros ; Cerca de proteção ; Recipiente ; Desinfecção da terra para plantio ; Enchimento dos saquinhos ; Substrato ; Semeadura ; Tratos culturais ; Adubação foliar ; Controle de pragas e doenças ; Controle da insolação e aclimatação ; Informações práticas ; Normas e padrões para produção de mudas fiscalizadas de café ; Padrão de viveiro ; Padrão de mudas ; Coleta de raízes e mudas para analise

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