ADUBAÇÃO QUÍMICA FOLIAR

  1. Introdução
  2. Macronutrientes ( Fósforo e Potássio )
  3. Micronutrentes ( Zinco, Boro, Cobre e Ferro )
  4. Observação

1 - Introdução

Apesar de muito valorizada, principalmente por firmas comerciais, folhetos e propagandas, adubação foliar quando realizada de forma indiscriminada pode induzir a prejuízos, tanto por gastos desnecessários como por desequilíbrios e carências. A adubação foliar para o cafeeiro, em condições normais, só se justifica para o fornecimento dos microelementos zinco, boro e cobre. Normalmente este último não apresenta problemas, uma vez que pulverizações com fungicidas cúpricos, feitas para controle de ferrugem, corrigem ao mesmo tempo a deficiência. Uma situação muito comum de erro por excesso, encontrada no campo, é a adoção de um número exagerado de pulverizações com zinco, quando a pesquisa demonstra que esse nutriente, em teores elevados, provoca redução na produção. Outro fator de erro é a mistura de cloreto de potássio, que aumenta e acelera a absorção sem que a dosagem de sulfato de zinco seja diminuída. A adubação foliar com macronutrientes, em substituição ou suplementação à adubação NPK no solo é ineficiente e representa um gasto desnecessário. Apesar disto, inúmeros trabalhos de pesquisa são realizados incentivando a adubação foliar com outros nutrientes:

2 - Macronutrientes

Nitrogênio: Malavolta e outros (1957) mostraram que é possível corrigir a deficiência de N no cafeeiro, mediante três pulverizações com uma solução 2,5% de uréia na base de dois litros por planta de 3 anos.

Fósforo: Medcalf e outros (1955), correlacionaram o teor de fósforo nas folhas do cafeeiro com a produção. No caso de grande carga, o fósforo é translocado das folhas adjacentes para os frutos em crescimento, e com algumas adubações foliares de adubos fosfatados houve um aumento de 87,5% de fósforo nas folhas, correspondendo num aumento fabuloso na produção de 300%. Nestes experimentos se comprovou também que o fósforo é 4 vezes mais absorvido via aplicação foliar, quando comparado a adubação radicular. Esta absorção desigual, segundo acreditam, se deve a problemas de absorção radicular, que por sua vez se devem ao tipo de solo brasileiro, e que ainda não foram bem esclarecidos. Foram usadas soluções 1%, comm 5 aplicações na base de 3 litros planta.

Potássio: Menard e outros ( 1961 ), demonstraram a boa absorção de potássio pelas folhas, através de 3 pulverizações a 0,3% com intervalo de 1 semana. Elevou-se o teor de K2O de 3 para 4% nas folhas.

3 - Micronutrientes

A adubação com micronutrientes torna-se importante pelo fato da necessidade de reposição dos nutrientes levados nos grãos de café beneficiado. Abaixo se mostra uma tabela contendo em média as quantidades de alguns elementos numa saca de 60 kg de café beneficiado:

Nutriente

Quantidade em uma saca de 60 kg

N e K

1 kg cada

P e S

cerca de 50 g

Ca

200 g

Mg

100 g

B, Cu, Zn e Mn

cerca de 1 g

Fe

4 g

Mo

3 mg

Proporcionalmente todos são importantes, não devendo haver carência de nenhum deles. Recomendações:

Zinco: a adubação foliar com zinco em solos argiloso é obrigatória. O número de aplicações varia de 3 a 4 por ano, devendo ser efetuadas no período de setembro a março. Necessariamente deve-se fazer uma aplicação em pré-florada. O acompanhamento através de análises foliares periódicas é indicado para evitar teores elevados, prejudiciais à produção.

A dosagem a ser utilizada é de 0,6% de sulfato de zinco. Quando na calda for adicionado cloreto de potássio a dosagem deve ser de 0,3% para o sulfato de zinco e 0,3% para o cloreto de potássio.

Boro: a dosagem deve ser de 0,3% de ácido bórico ou 0,5% de bórax, 3 a 4 vezes por ano. A aplicação pré-florada pe essencial para o vingamento floral. A ação de tratamento foliar com boro não é duradoura (cerca de 60 dias) e, nos casos de deficiências graves, é necessário suprir boro via solo, que mantém os teores adequados por mais tempo.

Cobre: normalmente as pulverizações normais com fungicidas cúpricos, usados contra a ferrugem ou outras doenças, controlam também as carências de cobre. No caso de haver necessidade de pulverização, utilizar fungicidas cúpricos (0,5 a 1%) ou sulfato de cobre (0,3 a 0,5%).

Ferro: O sulfato ferroso na base de 400 a 600 gramas por 100 L, segundo Ruter Hiroce - 1972, supre bem a deficiência deste nutriente.

4 - Obs. São estes os nutrientes que mais freqüentemente apresentam carência nos cafezais. Todavia se trata não de correção, mas de manutenção dos niveis de nutrição.

  1. Agridata
  2. Paulo N. Camargo e Ody Silva, Manual de adubação Foliar, 1975.

Voltar

 

Hosted by www.Geocities.ws

1