Ervas daninhas e capina
1- CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Pela concorrência em água, luz e nutrientes, as plantas daninhas reduzem a produtividade do cafeeiro, e ainda causam prejuízos por serem hospedeiros de eventuais pragas e patógenos nocivos ao cafeeiro, por dificultarem a colheita e por prejudicarem as aplicações de adubos e defensivos. Mas, existe também o lado benéfico das plantas daninhas qua ajudam a proteger o solo contra a erosão e podem ser fonte de matéria orgânica. De uma maneira geral, o manejo do mato, que representa cerca de 15 a 20% do custeio normal de uma lavoura de café, deve procurar eliminar, economicamente, os prejuízos causados pelas plantas daninhas e conservar os benefícios das mesmas. No Sul de Minas, que possui um período chuvoso bem definido (outubro a abril), com temperaturas mais elevadas nessa época, as plantas daninhas têm o seguinte comportamento: no período seco (inverno) ocorre o predomínio de plantas de folhas largas que possuem um sistema radicular mais profundo, com menor disponibilidade de água superficial, dominando as gramíneas que não podem retirar água em maiores profundidades. No período chuvoso as gramíneas predominam, por serem mais agressivas, favorecidas por solos mais trabalhados, maiores temperaturas e maior disponibilidade de água.
A maior concorrência nas fases de florescimento e frutificação, correspondente ao período de setembro/abril. Em geral, o período de dezembro/fevereiro, no qual o cafeeiro demanda maior quantidade de nutrientes (fase de frutificação) e, em função da capacidade de extração das plantas daninhas ser superior à do cafeeiro à do cafeeiro, é o período mais crítico e que deve receber maior atenção.
Cada lavoura tem ser aspecto particular a ser considerado, como topografia, tipo de solo, erva predominante, disponibilidade de implementos, etc. No entanto, qualquer método a ser citado para controle de mato em cafezais é, por si só insuficiente. Para se obter um melhor resultado é necessário que, para cada situação, seja encontrada a associação ideal dos diversos métodos e que seja executado o programa escolhido, com a maior perfeição possível.
2 - CAPINA MANUAL
De baixo rendimento, só deve ser utilizada nas seguintes condições:
3 - CAPINAS MECÂNICA
Não devem ser recomendadas para situações em que as plantas daninhas estejam muito altas. No entanto, devido, principalmente ao alto custo da mão-de-obra, a capina mecânica assume grande importância.
O implemento de maior utilização é a roçardeira que, principalmente no período chuvoso, mantém o mato baixo. O mato fica então sobre o solo, protegendo-o da erosão. As raízes mortas formam pequenos canais de infiltração de água e arejamento do solo. No entanto, o uso contínuo da roçadeira favorece o aparecimento e a dominância de plantas rasteiras, sendo necessário, periodicamente, a aplicação de herbicidas.
A grade e a enxada rotativa provocam uma pulverização do solo, favorecendo a erosão e a lixiviação da argila/adensamento, além de cortarem raízes. Por isso não devem ser utilizadas, a não ser nos cafezais em formação.
As roçacarpas são também usadas, porém com o cuidado de trabalharem rente ao chão, capinando o mato superficialmente, para não provocarem uma pulverização do solo e adensamentos.
A capina por tração animal é especialmente recomendada para cafezais plantados em espaçamentos menores ou para pequenas propriedades, onde não se justifica a aquisição de implementos mais caros.
4 - CAPINAS QUÍMICA
Por apresentar vantagens de alto rendimento operacional, controlar plantas em qualquer estágio de desenvolvimento, controlar erosão e produção de cobertura morta, a utilização de herbicidas assume papel de importância no manejo do mato. No entanto, também apresentam desvantagens, por exigirem mão-de-obra especializada, custo do produto e, principalmente, exigirem conhecimento de manejo de herbicidas, de equipamentos e conhecimento botânico das plantas. Os mandamentos para que os produtos recomendados apresentem a eficiência desejada, e não ocorram acidentes e perdas na lavoura são:
5 - RECOMENDAÇÕES DE ALGUNS HERBICIDAS PARA O CAFEEIRO
Para lavouras novas (até 2 anos);
Para lavouras adultas
* : Indicados para pré emergência.
Para lavouras novas, com culturas intercalares:
6 - DADOS MÉDIOS
Rendimento de capinas manual, mecânica e química, por dia (dados médios).
Operação |
Unidade |
Rendimento |
Capina Manual - total |
DH 1/ |
180 - 200 |
Capina manual - trilha |
DH |
300 - 500 |
Cultivador "planet" - 5 enxadas |
DM |
2.000 - 3.000 |
Grade de 12 a 16 discos de 14 a 18 polegadas e largura corte 1,10 a1,45 n |
DM 2/ |
6.000 - 8.000 |
Enxada rotativa (profundidade 2-4 cm) |
DM |
4.000 - 6.000 |
Roçadeira |
DM |
8.000 -10.000 |
Pulverizador de herbicidas |
|
|
Costal manual |
DH |
800 - 1.000 |
Tratorizado (PH 200aPH 400) |
DM |
6.000 - 8.000 |
Capinadeira Lateral |
DM |
6.000 - 8.000 |
1/: DH : dia/homem 2/: DM : dia máquina.
Número de covas capinadas por dia/homem na forma de trilha e em área total, para lavouras com diferentes populações por hectare, nas fases de formação e de produção.
População ( covas/ha ) |
Número de covas capinadas por Dia/Homem |
|||
|
Lavoura em formação |
Lavoura em produção |
||
|
Trilha |
Total |
Trilha |
Total |
1.600 |
244 |
154 |
237 |
166 |
1.800 |
269 |
170 |
245 |
185 |
2.000 |
294 |
185 |
293 |
204 |
2.200 |
318 |
201 |
321 |
223 |
2.400 |
343 |
216 |
348 |
242 |
2.600 |
267 |
231 |
376 |
260 |
3.000 |
414 |
260 |
430 |
297 |
3.300 |
448 |
282 |
471 |
324 |
3.600 |
482 |
303 |
512 |
351 |
4.000 |
527 |
331 |
566 |
387 |
4.500 |
582 |
366 |
633 |
432 |
5.000 |
635 |
399 |
699 |
476 |
5.500 |
688 |
433 |
- |
- |
6.000 |
741 |
465 |
- |
- |
7.000 |
843 |
529 |
- |
- |
8.000 |
943 |
592 |
- |
- |
10.000 |
1.138 |
714 |
- |
- |
Observação: Dados médios para plantas daninhas de 25 a 30 cm, em alta infestação.
Controle de plantas daninhas ; Capina manual ; Capinas mecânicas ; Capinas químicas ; Recomendações de alguns herbicidas para o cafeeiro ; Dados médios