Revolução Russa
     As derrotas e perdas com a guerra levam a insatisfação à Rússia. Greves e conflitos obrigam o czar Nicolau II a renunciar e o poder, depois de dois governos provisórios, cai nas mãos dos bolcheviques, que instalam um Estado socialista. Em março de 1918, os bolcheviques fazem a paz em separado com a Alemanha pelo tratado de Brest-Litovsk.

 Tentativas de paz
     Algumas tentativas são feitas para alcançar a paz. Socialistas da Holanda e Escandinávia tentam montar uma conferência internacional para conseguir o término da guerra sem anexações ou indenizações. A idéia é encampada pelos partidos socialistas mais importantes da Europa, em ambos os lados da conflagração, mas a proposta é arquivada porque os governos da Entente vetam a participação dos delegados de seus países no encontro, marcado para Estocolmo. Uma idéia similar, do papa, também é recusada. Woodrow Wilson, no papel de porta-voz dos Aliados, descarta qualquer sugestão de paz que implique a manutenção do kaiser no governo alemão.

 Os 14 Pontos
     Em janeiro de 1918 o presidente dos EUA, Woodrow Wilson, apresenta uma proposta de paz contida em 14 pontos: exigência da eliminação da diplomacia secreta em favor de acordos públicos; liberdade nos mares; abolição das barreiras econômicas entre os países; redução dos armamentos nacionais; redefinição da política colonialista, levando em consideração o interesse dos povos colonizados; retirada dos exércitos de ocupação da Rússia; restauração da independência da Bélgica ; restituição da Alsácia e Lorena à França; reformulação das fronteiras italianas; reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria-Hungria; restauração da Romênia, da Sérvia e de Montenegro e direito de acesso ao mar para a Sérvia; reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo do povo da Turquia e abertura permanente dos estreitos que ligam o mar Negro ao Mediterrâneo; independência da Polônia ; e criação da Liga das Nações.

 Fim da guerra
     Em julho de 1918 as forças inglesas, francesas e norte-americanas lançam um ataque definitivo contra os alemães, forçados a retroceder. A guerra já está virtualmente vencida pelos Aliados. A Bulgária retira-se do conflito e a Turquia se rende. O imperador Carlos I, sucessor de Francisco José, assina um armistício e a Áustria abandona o conflito. A guerra continua porque Wilson exige a deposição do kaiser, mesmo com os alemães aceitando a rendição com base nos 14 pontos.

 Rendição alemã
     A Alemanha continua a guerra sozinha. A falta de alimentos, causada pelo bloqueio aliado, e a precária situação de saúde da população civil deixam o país à beira de uma revolução social. Na Baviera é proclamada a República e o restante do país encontra-se sublevado. Um decreto anuncia a abdicação do kaiser, que foge para a Holanda. Um conselho provisório, chefiado por Friedrich Ebert, líder dos socialistas, assume o poder e negocia a rendição. Em 11 de novembro de 1918 o marechal Foch, comandante dos exércitos da Entente, assina o tratado de paz com os representantes da Alemanha.

 Saldo da guerra
     A guerra, mesmo sem grandes deslocamentos, mata 10 milhões e fere 20 milhões de soldados de ambos os lados do conflito. A Entente ganha porque detém o controle permanente das rotas navais e recebe apoio irrestrito em dinheiro, material bélico e provisões dos aliados e de dezenas de países neutros.

 TRATADO DE VERSALHES
    A Conferência de Paz de Versalhes, realizada no palácio de Versalhes, em Paris, França, acontece de 1919 e 1920 com a participação das 27 nações vencedoras. O acordo resultante, o Tratado de Versalhes, é implacável com os vencidos. Os alemães são obrigados a aceitar essas condições, que serão o germe da 2a Guerra Mundial. Os 440 itens espelham os interesses e vontades representados por Woodrow Wilson, presidente dos Estados Unidos; David Lloyd George, primeiro-ministro britânico; e Georges Clemenceau, primeiro-ministro francês. Os 14 Pontos propostos por Wilson são praticamente postos de lado. Alguns pontos são modificados de tal forma que se tornam irreconhecíveis. O Tratado de Versalhes é assinado pelos representantes alemães, depois de inúmeros protestos e da ameaça de invasão da Alemanha pelos exércitos vencedores, em 28 de junho de 1919.

 Liga das Nações
     É criada em 28 de abril de 1919 com sede em Genebra, na Suíça. O presidente norte-americano Woodrow Wilson abdica de quase todas as suas propostas na Conferência de Versalhes com o objetivo de conseguir a criação da Liga das Nações. Para Wilson, a derrota da Alemanha significa a contensão do militarismo na Europa e a possibilidade de um fórum no qual pequenos e grandes países possam trabalhar pela paz mundial. A Liga das Nações, entretanto, irá fracassar por defeitos de origem. Para conseguir passar a sua idéia, Wilson é obrigado a fazer concessões que acabam por inviabilizar o organismo. O Japão, por exemplo, troca seu ingresso na Liga pelas antigas possessões alemãs na China. Já a França exige a exclusão da Alemanha e da Rússia. Por fim, é rejeitada pelos Estados Unidos, a nação de seu idealizador.

 As imposições do Tratado
     A Alemanha é obrigada a entregar à França a Alsácia e a Lorena, além de outros territórios à Dinamarca e à Polônia. As minas de carvão do Sarre são cedidas à França para exploração por 15 anos. O porto de Danzig é entregue à jurisdição da Liga das Nações e sua exploração à Polônia. A Alemanha é desarmada: entrega aos vencedores seus submarinos e navios, com poucas exceções; é proibida de ter aviação militar e marinha de guerra; o Exército é limitado a 100 mil homens. Como compensação pelas perdas e danos sofridos pelos países da Entente, os alemães são condenados a pagar a soma de US$ 33 bilhões, calculada em 1921. O Tratado de Versalhes trata quase exclusivamente da Alemanha. Outros acordos são assinados em separado com os seus aliados na guerra. O Império Austro-Húngaro é desmembrado e surgem a Tchecoslováquia, Hungria, Polônia e Iugoslávia.

 Conseqüências da guerra
     A 1a Guerra Mundial, "a guerra destinada a acabar com todas as guerras", planta as sementes da 2a Guerra Mundial O nacionalismo e o militarismo não desaparecem e surgem novos totalitarismos. O conflito, entretanto, muda a face do mundo. As economias nacionais descobrem a necessidade de planejamento central e do uso mais racional dos materiais e da força de trabalho. O comércio mundial ganha novos contornos, com o início do processo de industrialização na América Latina e no Japão. A inflação surge definitivamente no cenário econômico internacional. Tem início a participação da mulher no mercado de trabalho e sua posterior emancipação, em conseqüência do seu papel decisivo no esforço de guerra. Entretanto, as esperanças de um novo tempo, sob o signo da democracia, logo são abandonadas. Quase todo os países caem sob a forma de totalitarismos, do comunismo ao fascismo e nazismo.


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