Geotectônica




O termo "Geotectônica" (Geotektonik = Geo + Tektonike = Terra + Edificação), foi criado em 1850, tendo como objeto de análise fenômenos geológicos de escala ampla, (montanhas, continentes, oceanos), notadamente com respeito aos seus processos de formação e evolução, destacando-se, desde seu início, como um ramo praticamente independente dentro da Geologia.

Mesmo antes do termo "Geotectônica" ter sido criado, diversas idéias ou hipóteses, de caráter especulativo, místico, religioso (ou conjuntamente), procuravam explicacar a origem da Terra e de suas feições superficiais.

Os primeiros raciocínios científicos em pesquisa geotectônica tiverem origem com Nicolas Steno, em 1669, ao desenvolver os princípios básicos da Estratigrafia.

É interessante assinalar, que as principais hipóteses ou teorias geotectônicas, foram sempre marcadas pela dualidade e confrontação de idéias. Por exemplo, os embates entre Netunistas e Plutonistas, ao final do século XVIII, entre Verticalistas (Teoria da Isostasia, da Pulsação, etc)e Horizontalistas (Teoria da Contração ou da Expansão, etc), séculos XVIII, XIX e XX, e entre Fixistas (Teoria Geossinclinal) e Mobilistas (Tectônica de Placas). Atualmente há praticamente consenso entre os geocientistas de que é a Teoria da Tectônica de Placas que melhor explica a geotectônica e, portanto, vamos nos ater a ela, iniciando pela teoria que lhe deu origem, a Teoria da Deriva Continetal.



A DERIVA CONTINENTAL



A deriva continental, ou a movimentação lateral dos continentes, foi sugerida pela primeira vez no século XVII mas só passou a ser investigada de forma científica a partir do início do século XX, quando A.Wegener (1912), baseado na teoria da isostasia de Pratt, sugeriu que os continentes, por serem mais leves, flutuavam sobre o fundo oceânico. Esta foi a primeira vez que a teoria da deriva dos continentes foi formulada com base científica.

A fundamentação de Wegener para a deriva continental esta na semelhança das linhas de costa dos continentes, como África e América do Sul e a extensão da glaciação de idade Permo-Carbonífera (±280 Ma), bem como nas similaridades paleontológicas (assembléias fossilíferas) e litológicas (mesmo tipo de rocha) em continentes diferentes.

Embora possuindo fundamentação de campo, a teoria não era plenamente aceita devido a falta de um mecanismo que explicasse como se processava a deriva, o que somente veio a acontecer no início da década de 60, quando foi proposta a teoria da expansão dos fundos oceânicos.



A TECTÔNICA DE PLACAS



Com a teoria da expansão dos fundos oceânicos, verificou-se que não somente os continentes se movem mas que os fundos oceânicos também se movem e que este movimento inclui a parte rígida do topo do manto. A esta parte rígida externa da Terra, que incluí as crostas oceânicas, transicionais e continentais mais a parte rígida do manto superior, passou a ser denominada de litosfera. Verificou-se que a litosfera está segmentada em pedaços, denominados de placas. Com isso, a teoria da deriva continental passou a ser chamada de Teoria da Tectônica das Placas Litosféricas ou, simplesmente, Teoria da Tectônica de Placas, a qual já está sendo chamada de Nova Tectônica Global ou Tectônica Global

Atualmente não só se verifica a migração dos continentes, como é possível reconstruir a posição dos continentes em um passado remoto (Ma atrás), utilizando-se para isso o formato das bordas continentais, seções estratigráficas, assembléias de fósseis, padrão de inversão polar e registro do campo magnético preservado nas rochas, direção da expansão dos fundos oceânicos e traços de pontos quentes.

Pontos quentes (hot-spots). Literalmente, pontos quentes do manto que atravessam a litosfera, criando anomalias térmica, com a formação de regiões vulcânicas.



LIMITES DA PLACAS TECTÔNICAS



Os contatos entre as placas ocorrem nas zonas de rifts oceânicos ou dorsais oceânicas (onde é formada a placa); nas zonas de subducção (onde é destruída a placa) e nas falhas transformantes, onde não ocorre nem destruição, nem criação de placas, apenas o movimento lateral de uma placa em relação a outra.

As zonas de subducção podem ocorrer entre duas placas oceânicas, formando arcos de ilhas (Filipinas), ou entre uma placa oceânica e uma continental (Andes) ou entre duas placas continentais (Himalaia), Formando arcos magmáticos.

Com relação ao tamanho, além das placas principais, gigantescas, (p. ex. Pacífico, Sul-Americana, Africana), existem também placas de tamanho médio (p. ex. Nasca, Arábica) e dezenas de placas pequenas, microplacas (p.ex. Juan de La Fucca, Córsega, Mar Molucca).

A movimentação das placas litosféricas pode levar a fragmentação dos continentes ou a aglutinação de continentes. Quando ocorre fragmentação, ocorre uma diversificação e especialização dos organismos vivos. Quando ocorre a aglutinação, ou colisão de continentes, os organismos vivos são levados a uma condição de maior competição entre as espécies, provocando extinções.





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