Tempo geológico



TEMPO GEOLÓGICO: Tempo decorrido desde o final da fase formativa da Terra até os nossos dias.


DATAÇÃO: Estabelecimento da idade de uma camada; de uma associação de camadas; de um tipo de rocha; de uma associação de rochas; de um mineral. etc. Em sentido amplo, constitui o objeto de estudo da Geocronologia.

Existem duas modalidades de datação: Relativa e Absoluta.


A) DATAÇÃO RELATIVA: Estabelece idades apenas em termos posicionais (posição relativa). Geralmente, empregam-se na datação relativa o princípio da superposição, os métodos biocronológicos e as relações de interseção.


A.1) PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO: Em qualquer sequência de camadas de rochas, a camada de cima é mais jovem que a camada de baixo.

Exceções ao princípio da superposição:

- Depósitos realizados no interior de grutas.

- Depósitos de terraços de um rio.

- Deformações posteriores nas camadas (principalmente dobras) invalidam o princípio da superposição quando provocam inversões nas camadas da rochas.

A datação, com base no princípio da superposição, é efetuada levando-se em conta a posição relativa das camadas.

A.2) RELAÇÕES DE INTERSEÇÃO: Segundo os princípios das relações de interseção, uma rocha ígnea, uma falha ou uma discordância que seciona uma rocha qualquer é sempre mais jovem que ela.


DISCORDÂNCIA: Superfície que separa rochas formadas em diferentes épocas geológicas, ocorrendo entre elas um longo lapso de tempo. Durante este lapso de tempo, a rocha preexistente pode permanecer imutável, sofrer erosão ou sofrer deformação. Existem 4 tipos principais de discordâncias:

a) DESCONFORMIDADE OU DISCORDÂNCIA PARALELA: Ocorre uma superfície irregular que separa duas sequências de camadas paralelas entre si. Esta superfície mostra evidências de ter sido gerada por desgaste erosivo.

b) PARACONFORMIDADE: Ocorre uma superfície plana que separa duas sequências de camadas paralelas entre si.

Este tipo de discordância só é detectada pela observação de fósseis nas camadas diferentes.

c) DISCORDÂNCIA ANGULAR: Não ocorre paralelismo entre as sequências de camadas e a superfície de discordância pode ser irregular ou plana. A sequência de camadas inferior pode ser inclinada e a superior horizontal ou as duas inclinadas, mas com ângulos diferentes. A inclinação pode ser resultado de dobramento ou basculamento das camadas.

d) INCONFORMIDADE: Discordância entre uma sequência de rochas sedimentares e rochas ígneas e/ou metamórficas de idade muito antiga.

A superfície da descontinuidade corresponde a uma grande lacuna de tempo, durante a qual ocorreram diversos ciclos de erosão.


A.3) MÉTODOS BIOCRONOLÓGICOS: Método de datação relativa (eventualmente absoluta) baseado em elementos paleontológicos, ou seja: fósseis encontrados em rochas sedimentares ou parametamórficas que sofreram metamorfismo pouco intenso.

Como nem todas as rochas sedimentares possuem fósseis, este método só se aplica às que os possuem . Além disso, nem todos os fósseis se prestam à datação.

A 1a utilização de fósseis na caracterização de camadas sedimentares foi feita por William Smith, geólogo e engenheiro inglês, em 1800.

Os métodos biocronológicos baseiam-se na Lei da Sucessão Faunística. Segundo esta lei, cada formação geológica apresenta um registro paleontológico diverso do das formações sub e suprajacentes, devido à evolução dos animais e vegetais através do tempo.

Para utilização em datação de camadas, deve-se distiguir o "fóssil-vivo" do "fóssil-guia".


"FOSSIL-VIVO": Diz-se de organismos com braditelismo (evolução lenta). Por exemplo, a Língula é um gênero de braquiópodes que surgiu no Siluriano (430-395 Ma) e que persiste até hoje.


"FÓSSIL-GUIA": Fóssil que apresenta uma distribuição vertical (tempo de existência) relativamente curta, larga distribuição geográfica, ocorrência relativamente abundante e características morfológicas de fácil identificação. Chama-se também de "fóssil-índice" e é o mais indicado para a utilização em geocronologia, principalmente como método de datação absoluta.


PROBLEMAS LIGADOS À DATAÇÃO BIOCRONOLÓGICA: Os métodos biocronológicos são passíveis de erros devido a vários fatores, dentre os quais destacam-se:

a) A distribuição estratigráfica dos fósseis pode diferir, por exemplo, da margem para o centro de bacia.

b) Fatores locais podem propiciar uma maior longevidade a um determinado organismo. P.ex., uma bacia que se isola do mar.

c) Similaridade de forma (homeomorfia) entre fósseis de idades diferentes.

d) Fóssil intromisso: fóssil que se introduz na rocha depois desta estar formada.

e) refossilização: Ocorre quando uma rocha fossilífera antiga está sendo erodida e dá origem a uma rocha bem mais jovem. Desta forma, fósseis procedentes da rocha-fonte são misturados com os restos de organismos muito mais jovens que estão sendo sepultados.



B) DATAÇÃO ABSOLUTA: Estabelece idades em termos quantitativos (centenas; milhões (Ma); bilhões de anos (Ga)). Entre os métodos empregados na datação absoluta destacam-se os radiométricos, o da contagem de varves e o das inversões magnéticas.




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