O
Vinhateiro
O coelho Gilberto est� lendo seu livro, tranquilamente, sob uma �rvore,
quando sente pingos d'�gua em seu rosto.Olha para o c�u e constata que
est� azul, azul, portanto, n�o pode estar chovendo.
Intrigado, retoma a leitura, quando novamente sente os pingos.Olhando
melhor, percebe que � a videira sobre ele que est� chorando.
- Porque choras? -Pergunta.
- O vinhateiro esteve aqui esta manh� ee cortou meus ramos, sem piedade.
Depois foi embora, responde a videira, solu�ando.
- N�o se preocupe, vou tomar satisfa��ees com o vinhateiro! diz Gilberto,
penalizado com o sofrimento da videira _ Para onde ele foi?
A videira indica a dire��o e Gilberto se dirige por um atalho, quando �
bruscamente detido por quatro robustos c�es:
- Qu...quem s�o voc�s?
O qu...o que querem?- pergunta meio morto de medo.
- Aqui n�s fazemos as perguntas entendeeu? _ responde o c�o mais feroz.
Como te chamas? De onde vens e para onde vais? N�o ser�s por acaso o
vinhateiro?
Gilberto faz sinal que n�o, agitando-se, e ent�o o c�o o larga.
- Estou "por aqui"com esse viinhateiro, desabafa Gilberto. Ele cortou os
ramos de uma videira, minha amiga, vou tirar satisfa��es com ele.
- Sim, sabemos, ele � terr�vel! Por issso estamos guardando esta videira,
aqui atr�s _ respondem os c�es.
Ent�o, Gilberto observa que h� ali outra videira, pergunta o caminho a
seguir e despede-se dos c�es.Caminhando, chega ent�o ao alto da colina,
diante de um port�ozinho branco, pelo qual entra decidido.
De repente depara com o vinhateiro podando um arbusto e desmaia de
susto.Quando reabre os olhos, est� no interior de uma casinha, e o
vinhateiro sorri para ele:
- N�o pense que sou mal, Gilberto.Se coorto as videiras, � para que d�em
mais frutos. Muitos ramos sufocam a videira, tiram-lhe a for�a. A poda �
dolorosa, eu sei. Mas � preciso.
Gilberto n�o ficou muito convencido com aquela explica��o, mas o
vinhateiro garantiu-lhe que ele teria uma resposta convincente no caminho
de volta.
De fato, ao passar pela videira guardada pelos c�es, ouviu gemidos...Os
c�es j� n�o se encontravam mais l�, e a videira, sufocada pela imensa
quantidade de ramos, chamava pelo vinhateiro, que como por encanto,
apareceu e livrou-a com sua tesoura daquele embara�o todo.
Gilberto perguntou ent�o pelos c�es, e a videira respondeu-lhe que eles
foram embora t�o logo perceberam que as uvas que produzira eram
imprest�veis. Eles a guardavam visando frutos suculentos!
Gilberto chegou ao ponto de partida, e viu a videira amiga, que f�ra
podada, cheia de cachos maduros de uvas, brilhantes e docinhos. Sob ela,
lebres, pequenas raposas, passarinhos, faziam a festa. O vinhateiro, tinha
raz�o! Gilberto tamb�m tira um cacho dourado e pensa nas palavras do
vinhateiro:
"S�o muitos os que v�m at� mim dizer que sou mau! Quantos subir�o para
agradec�-lo?"...