Parábola dos Vinhateiros Homicidas

Comentários (do site www.ceha.org.br)

Esta parábola retrata o mau uso que os falsos religiosos de todos os tempos têm dado à Religião, que deveria servir como sustentáculo para toda a humanidade, gerando frutos de Paz e Harmonia. 

Trata-se, também, de um alerta quanto à necessidade de se despertar para a enorme responsabilidade de que estão revestidos todos aqueles que se encontram em condições de orientar os outros, sob pena de virem a amargar enormes decepções. Isto vale para o dirigente espírita, para o expositor, aquele que escreve, enfim, para todos nós.

O proprietário segundo Mateus, ou o homem segundo Marcos e Lucas representa Deus, e a vinha, o mundo.

Marcos e Mateus falam também da sebe, do lagar e da torre. 

A sebe, que é uma cerca de arbustos, simboliza a Lei Divina, a Religião de Amor, de respeito aos semelhantes, que já vem ressoando nos ouvidos da Humanidade há muito tempo. Ela serve para proteger o mundo, estabelecendo limites e orientação adequados a todos os que trabalham na vinha.

O lagar, que é um tanque onde se espremem uvas, obtendo-se o suco para a produção do vinho, representa a reencarnação, e está associado ao fato de Deus ter nos oferecido a seqüência de oportunidades encarnatórias de modo a que a evolução espiritual fosse, gradualmente, sendo obtida da parte material, assim como o suco (espiritual) é retirado das uvas (matéria)

A torre, edifício alto com objetivo de proteção, mostra a necessidade de vigiarmos constantemente a fim de que nossas opções estejam de acordo com o ideal de Paz proposto na Lei Divina. Serve, sobretudo, para verificar se a vinha está sendo atacada, envolvida, invadida por alguma força estranha.

Os vinhateiros são os religiosos, responsáveis por zelar pela vinha. A eles cabe cuidar para que a colheita seja farta e os frutos, que representam o progresso moral, estejam disponíveis quando chegar o momento adequado, e o senhor enviar seus servos. No caso da parábola, Jesus está se referindo diretamente aos sacerdotes e fariseus num alerta ao seu descaso diante dos valores verdadeiramente espirituais, apegados que estão às formas exteriores e à letra.

Os servos são os missionários, os profetas. Eles vêm sendo enviados periodicamente a Terra, e são sistematicamente perseguidos, torturados e mortos. Por fim, o próprio filho, que é Jesus, foi enviado e tratado da mesma maneira.

A herança simboliza o poder, a conquista do Reino de Deus, que muitos ainda acreditam ser possível utilizando-se a força.

Jesus, contando esta parábola aos sacerdotes e fariseus, buscava mostrar como eles se encontravam em contradição com os objetivos que alegavam defender. Sendo ele a pedra angular, ou seja, a que serve de base de sustentação para a construção do edifício, não havia razão para que o perseguissem. Aliás, Gamaliel, no livro Paulo e Estevão, demonstrando sua profunda sabedoria, disse a Saulo de Tarso, a respeito da perseguição movida por este ao Cristianismo nascente: “Se não vem de Deus, não há com que se preocupar, pois irá extinguir-se por si. Se vem, não há como combatê-lo”.

Jesus alertou naquele momento aos representantes do povo judeu que a responsabilidade por zelar pela vinha lhes seria retirada e cedida a um povo que produza seus frutos. Este povo eram os cristãos!

Fica, porém, uma dúvida: Será que nós, cristãos, estamos conseguindo produzir os frutos que o Pai deseja?


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