Parábola do Tesouro Escondido
(Segundo São Mateus a Luz da Terceira Revelação)

Do Site da Sociedade Beneficente Obreiros do Bem


          "O reino do céu é semelhante a um tesouro escondido (oculto) no campo, o qual certo homem, tendo-o achado escondeu. E, trasbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem, e compra aquele campo".

          O Mestre, nesta pequena estória, diz que, semelhante quer dizer parecido, comparável, que tem analogia, que tem relação de acontecimentos etc. Mas ao mesmo tempo o Mestre separa as coisas espirituais das coisas materiais.

          Um tesouro material. Oculto num campo, ao tesouro imperecível das conquistas espirituais. (o que vem a ser na verdade, o verdadeiro tesouro).

          "Aquele que a ferrugem não consome, as traças não roem e os ladroes não roubam".

          Certa feita Jesus disse: "O reino dos céus está dentro de voz mesmos".

          È nisso que se constitui toda filosofia e toda ciência de nossa vida.

          Deus nosso Pai, nos criou simples e ignorantes, porém com todo o potencial sabedoria e de bondade a ser desenvolvido entre nós. Desenvolvendo convenientemente os verdadeiros valores do espírito, teremos ou viveremos um estado de relativa paz e felicidade, o que vira a se constituir o Reino Dos Céus, dentro de nós mesmos. Sabemos que a felicidade não é deste mundo de provas e expiações. E que a paz é muito difícil de se conquistar. Por isso Jesus nos oferece a sua paz. "A minha Paz vos dou, A minha Paz vos deixo." Porém não é impossível de se conquistar esses bens tão preciosos. basta que exercitemos o "amai-vos uns aos outros." Não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam."

          Situando o Reino do Céu no plano físico, vamos nos lembrar de que Jesus disse: "Na casa do Pai há muitas moradas".

          O espaço é infinito.

          As muitas moradas se constituem nos muitos mundos espalhados por muitas galáxias do Universo.

          Por estudos científicos que a doutrina oferece, sabemos que existem mundos que passam por transformações físicas e que combinando com a evolução dos espíritos que ali habitam, se constituem em mundos esplendorosos de beleza extraordinária. A Terra nosso planeta, está destinada a vir a ser no terceiro milênio, um planeta desta natureza.

          Conhecendo estas coisas, O TESOURO NÃO ESTARÁ OCULTO. Só estava porque não tinha-mos olhos de ver e ouvidos de ouvir.

          Comumente olhamos e não vemos.

          Escutamos e não ouvimos.

          Esse tesouro, permanece em estado latente, como em embrião, dentro de nós mesmos, até o momento em que o fazemos desabrochar.

          Alias, é o tesouro, que nos possibilita a conquista do Céu. E esse bem precioso é a Evolução do espírito.

          O campo, é observado por Jesus duas vezes neste problema. Simultaneamente significa, o espírito em evolução no espaço e no tempo, consequentemente no lugar onde esteja, na espiritualidade como espírito errante, ou no mundo físico como alma encarnada, no lugar em que habitar no momento. Como na Parábola do Semeador.

          O Semeador é Jesus.

          A Semente é a Palavra.

          O Campo é o Mundo.

          A Boa ou Má Terra são as diferentes condições dos espíritos nas suas diferentes etapas da evolução.

          Mas "Um certo homem" existe e acha o tesouro.

          Qual será a diferença entre "certo homem" e um homem qualquer?

          Certo homem é o que acha o tesouro.

          É aquele que vê e ouve corretamente.

          É o que procura e por isso acha.

          É o que busca. É o que insiste.

          Está escrito, Pedi e dar-se vos- á. Buscai e achareis. Batei e abrir-se-vos-á Não é portanto um homem qualquer, é um espírito evoluído. É uma criatura com sensibilidade, sentidos apurados e vivência aproveitada. É o verdadeiro artífice de sua renovação e evolução. Sábio, justo, equilibrado inteligente e bondoso. Estas conquistas em si, já são o tesouro encontrado. O homem, quando pela sua luta, pelo seu trabalho, sente-se na posse de tamanha conquista, sabe resguarda-la com amor e carinho. Sabe que Deus é o Pai amoroso, que Jesus é o Mestre e Pastor Tem fé no Evangelho.

         Sabe que o Bem é eterno. Vive trasbordante de alegria. Trabalha aquele Campo (Espiritual e Físico).

          Não se prende, dispensa as ilusões e coisas transitórias, pelo TESOURO maior das conquistas imortais do espírito. Não se inquieta, não se desequilibra. Faz sua própria analise. Sê vê no tempo e no espaço (Em espírito, se vê no passado e no presente, podendo até vislumbrar o futuro).

          Sabe o que é, de onde vem e para onde vai. Tem fé suficiente e humildade para saber medir as suas poucas possibilidades e as suas muitas limitações. Porém a luz do que a doutrina revela, sabe que tem o tempo pela frente, e encarnações a serem aproveitadas.

          Tem esperança. Aplica a caridade para consigo mesmo. Ajuda aos irmãos do caminho. Enfim, trabalha, espera, luta, sofre, perdoa e AMA.

          Para exemplificar "Um certo Homem" conta MALBA TAHAN um conto tirado de uma lenda ÁRABE.

 

          O CASTIÇAL DE TAGIL.

          Era uma vez um pobre jardineiro que se chamava Tagil.

          Ao regressar do trabalho um dia, avistou um viajante desconhecido que se achava em perigo ao ser assaltado por dois ladrões. Tagil, alma nobre e ânimo valente, atirou-se em socorro do viajante e conseguiu graças a sua coragem, pôr em fuga os dois bandidos. O desconhecido que era um rico mercador, disse: Meu amigo, devo-lhe a vida e como lembrança de minha gratidão, quero dar-lhe um presente. Entregou ao jardineiro, uma pequena caixa amarela de couro lavrado.

          Tagil, chegando a casa, abriu sofregamente, cheio de curiosidade, a misteriosa caixa. Com grande espanto, encontrou somente um castiçal de forma estranha e de metal escuro e pesado. Ora um castiçal! Exclamou ele, profundamente decepcionado. Arrisco a vida, luto contra salteadores e ganho esta droga.! Que vou fazer com isto? Em que poderá melhorar ou remediar minha vida um simples castiçal.

          Tagil atirou para um canto o castiçal abandonado e esquecido como coisa inútil e desprezível.

          Ora, um castiçal!

          O certo é que o mísero objeto, rolava de um lado para outro. Tendo certa vez caído pela janela abaixo, esteve muitos dias ao relento, perdido no terreiro imundo. De outra feita serviu de calço a um móvel partido, e por último até de martelo manejado pelas mãos fortes e calosas de seu dono. Um dia afinal, Tagil oprimido pelas dificuldades da vida, mudou-se. Levou consigo seus objetos, deixando apenas sobre uma mesa tosca e suja, como coisa imprestável, o pesado castiçal com que o presenteara o rico mercador.

          Aconteceu que a casa deixada por Tagil, foi ocupada por um músico de profissão que, ao encontrar o castiçal abandonado, teve a impressão de se de uma peça digna de atenção. Cuidando de livra-la do pó e das manchas, que o enfeavam. Notou que apresentava na superfície da base, certas linhas e figuras dispostas de modo singular.
Deslumbrado, passou a examinar o desprezado utensílio e verificou que se tratava de uma verdadeira maravilha. Sem duvida havia ali, a execução paciente de um artista genial.

          Via-se gravado no metal, a figura de uma soberba galera que deslizava impávida num mar imenso, beijada brandamente pela escumilha das ondas irrequietas. Inclinando-se um pouco, já a cena era diversa. Distinguia-se uma bailarina com os seus véus, a dançar no meio de um lindo jardim. Desviando-se o olhar, notava-se que a bailarina desaparecia, ocupando-lhe o lugar, uma imponente Mesquita como seus altos e belos minaretes apontados para o Céu; graças a um reflexo de luz, via-se ainda um corcel negro a galopar sobre uma montanha de nuvens de pó.
Tudo isso o genial gravador fizera como buril, na superfície polida do castiçal. Levado o objeto a varias pessoas, todos o admiravam e a extraordinária perfeição do original trabalho.

          Como é singular o destino das coisas. O que nas mãos de Tagil era uma peça inútil e sem valor, tornara-se uma verdadeira preciosidade nas mãos de outro. Porque este com finura, sendo mais hábil, soube ver as maravilhas que o outro jamais conseguira vislumbrar.

          È assim o TESOURO que nos está oculto. Quando tivermos olhos de ver, sentimento e inteligência para distinguir as coisas e aprecia-las, seremos como o "certo homem" de que falou Jesus. Teremos iniciado o descobrimento do grande e precioso tesouro para a conquista do Reino do Céu em nos mesmos.

          E não seremos como o ridículo Tagil da lenda, que não soube apreciar sequer, a bela jóia material, que lhe foi presenteada pelo rico mercador.

          O TESOURO, são as virtudes, que o espírito vai amealhando uma após outra. O conjunto dessas virtudes, vai fortalecendo o caráter e a personalidade do homem. Algumas dessas jóias que constituem o tesouro são: a humildade, a sabedoria, a persistência no bem etc.

Há uma condição especial para a aquisição dessas virtudes. Chama-se FORÇA DE VONTADE. Com ela, acompanha-se o trabalho que em si já é um tesouro. Para ilustrar que o trabalho é um tesouro, temos que relatar uma pequena estória que se intitula.

 

          "O TESOURO ESCONDIDO DO CÔNEGO SCHMID"

          Um lavrador que estava nos seus derradeiros momentos de vida, reuniu em torno de si os filhos e assim lhes falou: Meus queridos, nada mais tenho a deixar além desta casa, o sitio e o vinhedo que ali se estende perto da casa. Nesse sitio há um ponto onde se oculta um tesouro, de valor inestimável. Remexei bem a terra e dareis com ele. Assim que o pai morreu, os filhos começaram a trabalhar, sem um momento de descanso. Mas ao que se refere à prata e ao ouro nada puderam encontrar.

          Chegado à estação das frutas, o pomar que eles tinham trabalhado tanto deu tanta fruta, como nunca tinham visto, e o lucro foi naquele ano dobrado.

          Foi então que os filhos compreenderam o que o pai queria dizer com a estória do tesouro.

          E compreenderam mesmo que o TRABALHO TAMBÉM É UM TESOURO. Que bem aplicado, apresenta riquezas em toda parte.

          TRABALHAI: O trabalho é a mais bela coisa da vida e indispensável também para a conquista DO REINO DOS CÉUS.

FIM

 

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