"O
Semeador"
Comentários de Frei Paulus ([email protected])
1.
Qual o tema da parábola?
A parábola
trata das diversas formas com que cada um recebe e aplica em si mesmo as
verdades espirituais.
2.
O que se pode entender do ato de semear?
Várias
interpretações são possíveis, dentre elas:
v
A Verdade é uma só (a semente é a
mesma que cai em solos diferentes);
v
A Verdade não se encontra pronta por aí.
Cada um deve desenvolver em si mesmo as condições para a sua germinação.
v
O ato de semear nos remete à idéia de
ação, movimento, dinamicidade – ou seja – não alcançaremos às culminâncias
do conhecimento divino pela contemplação ociosa: temos que atuar de forma
decidida no sentido de nos melhorarmos;
v
Semear exige cuidados com a plantinha
que surge ainda indefesa: eis o orar e vigiar que Jesus nos ensinou.
3.
O que representam os vários tipos de terrenos que recebem as sementes?
Os tipos de
solos da parábola representam os vários:
v
tipos de pessoas que recebem as verdades
divinas;
v
tipos de espíritas diante da Codificação
de Kardec (Conforme pudemos verificar no Livro dos Médiuns);
v
estágios de evolução pelos quais
passamos até alcançarmos a perfeição; e
v
tipos de religiões, filosofias e
teorias que se propõem a divulgar as verdades celestes.
4.
Como aplicar o ensinamento dessa parábola em nossa reforma íntima?
Esta é a parábola
da reforma íntima por excelência, porque nos mostra que a nossa modificação
representa a responsabilidade que nos cabe de saber aproveitar as claridades
espirituais na produção de “bons frutos”. O ser “beira do caminho”,
“solo pedregoso”, “espinheiro” ou “terra boa” está em nossas mãos.
A semente já foi lançada. Como a estaremos recebendo cada um de nós?
OUTRAS CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA PARÁBOLA DO SEMEADOR
v
Eis que o semeador saiu a semear...
O semeador é
aquele que recebe de Deus a missão de conduzir os espíritos da ignorância à
Verdade. Ao longo da história da Humanidade, muitos semeadores vieram plantar a
semente, todos a serviço do nosso querido e amado Mestre Jesus, Governador
Espiritual do Planeta Terra.
v
A semente...
As claridades
espirituais, a Verdade, é uma só: a Lei do Amor. Os homens têm
pregado “verdades” que servem ao seu interesse imediato, à sua mesquinhez,
orgulho e vaidade, o que contribui para obstaculizar o nosso caminho evolutivo.
No entanto, conforme já sabemos, nenhuma ovelha se perderá. Isto
significa que toda criatura conhecerá e viverá de acordo com a Lei do Amor.
Uns mais cedo, outros mais tarde, mas ninguém escapa dessa “fatalidade”: a
evolução.
v
Beira do caminho...
- São as
pessoas que ouvem as verdades espirituais, mas não as entendem. São os
indiferentes, que permanecem à margem do processo evolutivo. São os que estão
em completa sintonia com os espíritos inferiores, presos ainda aos vícios e
paixões dos sentidos.
- São as religiões
atrasadas, que se prendem aos dogmas, aos rituais e sacrifícios. Nelas, a
verdade é “pisoteada” e comida pelas “aves do céu”. As “aves” são
os espíritos inferiores que corrompem a pureza da verdade.
v
Lugares pedregosos...
- São os
vacilantes, que apresentam um entusiasmo inicial, mas como não têm raízes,
acabam sucumbindo diante das tribulações e perseguições.
- São as religiões
que se apegam mais às aparências que à verdadeira espiritualização.
v
Os espinheiros...
- São as
pessoas muito apegadas ao personalismo, aos seus defeitos. Embora consigam ter
um certo entendimento da verdade, essas pessoas tentam adapta-la ao seu
interesse, flexibilizando as verdades universais para justificar seu apego
material, suas imperfeições.
- São as religiões
que condenam o apego ao dinheiro, mas que se locupletam com o dízimo dos fiéis.
São aquelas que pregam a humildade, mas vivem atrás das honrarias. Propugnam
pela simplicidade, mas vivem do ritualismo e das pompas.
v
A terra boa ou fértil...
- São as
pessoas generosas, dispostas a ajudar ao próximo, e que se transformam em
auxiliares na construção de um mundo melhor.
- São as religiões
que conseguem captar e transmitir a verdadeira pureza da lei de amor. “São
aquelas que mais homens de bem e menos hipócritas fazem”, de acordo com a
questão de nº 842, de O Livro dos Espíritos.
v
Conclusão
Os diferentes
tipos de terrenos representam as várias fases porque passamos em nossa marcha
evolutiva.
Já fomos, somos
ou seremos “beira do caminho, lugares pedregosos, espinheiros ou terra boa”.
Cumpre-nos
identificar o “terreno” atual que nos caracteriza o grau evolutivo.
Infelizmente não
existe outro medidor de grau evolutivo que a nossa própria consciência. Somente cada um, no silêncio
e recolhimento interno, conseguirá avaliar o ponto evolutivo em que se
encontra. É claro que, para tal, há que se possuir humildade e bom senso, já
que o orgulhoso sempre se considerará o mais evoluído. Para ele, o céu está
garantido.
O Homem de Bem,
por sua vez, tem consciência dos seus defeitos e de suas limitações, do tanto
de chão que lhe cabe trilhar.
Que Jesus e
nossos queridos irmãos da Espiritualidade Maior possam nos ajudar nessa
caminhada!
Que assim seja!
Fiquem na paz!
Frei Paulus