Parábola do Grão de Mostarda

Cairbar Schutel 

 

                        Consideremos aqui, o Reino dos Céus como tudo o que está acima e abaixo, à direita e à esquerda de nós, todo esse espaço infinito, incomensurável, onde se balançam os astros e fulgem as estrelas (vide também O Espírito do Cristianismo); todo esse éter que nos parece vazio, mas que, na verdade, encerra multidões de seres e de mundos, onde se ostentam maravilhas da Arte e da Ciência de Deus.

                        Para quem o vê da Terra, com os olhos da carne, parece o seu conhecimento insignificante, como o é uma semente de mostarda.

                        Mas, depois que o estudamos, assim como depois que se planta a semente, nossa inteligência se dilata, como se dilata a semente quando germina; transforma-se o nosso modo de pensar, como sói acontecer à semente modificada já em erva; e o conhecimento do Reino dos Céus cresce em nós como cresce a mostarda, a ponto de nos tornarmos um centro de apoio em torno do qual voluteiam os Espíritos, bem assim os homens que sentem a necessidade desse apoio moral e espiritual, da mesma forma que os pássaros, para o seu descanso, procuram as árvores mais exuberantes para gozarem a sombra benéfica das suas ramagens!

                        O grão de mostarda serviu duas vezes para as comparações de Jesus: uma vez comparou-o ao Reino dos Céus; outra, à fé.

                        O grão de mostarda tem substância e uma semente faz efeito revulsivo. Essa mesma substância se transforma em árvore; dá, depois, muitas sementes e muitas árvores e até suas folhas servem de alimento.

Mas é necessária a fertilidade da terra, para que trabalhe a germinação, haja transformação, crescimento e frutificação do que foi semente; e é necessário, a seu turno, o trabalho da semente e da planta no aproveitamento desse elemento que lhe foi dado.

Assim acontece com o Reino dos Céus na alma humana; sem o trabalho dessa "semente", que é feito pelos Espíritos do Senhor; sem o concurso da boa vontade, que é a maior fertilidade que lhe podemos proporcionar; sem o esforço da pesquisa, do estudo, não pode aumentar e engrandecer-se em nós, não se pode mostrar tal como é, assim como a mostarda não se transforma em hortaliça sem o emprego dos requisitos imperiosos para essa modificação.

A fé é a mesma coisa: parece-se com um grão de mostarda quando já é capaz de "transportar montanhas", mas a sua tendência é sempre para o crescimento, a fim de operar mudança para campo mais largo, mais aberto, de mais dilatados horizontes.

A fé verdadeira estuda, examina, pesquisa, sem espírito preconcebido, e cresce sempre no conhecimento e na vivência do Evangelho de Jesus.

O Espiritismo, com seus fatos positivos, vem dar um grande impulso à fé, desvendando a todos o Reino dos Céus.

Assim como o reinado celeste abrange o infinito, a fé é tudo e dela todos precisam para crescer no conhecimento da vida eterna!

(Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus, Casa Editora O Clarim, 2000, pág. 38 e 39)

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