"O Grão de Mostarda"

 

1. O que é o Reino dos Céus?

    O Reino dos Céus pode ser entendido tanto objetiva quanto subjetivamente:

    Objetivamente: os mundos felizes. Como todos sabemos, a Terra em que vivemos é considerado um planeta de provas e expiações. Como tudo progride, inclusive os próprios planetas, a Terra está se transformando (o processo já começou) em um planeta de regeneração, onde o bem predominará. Citemos o item 4, do 3º capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo: " ...Embora se não possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por base os matizes mais salientes, dividi-los, de modo geral, como segue: mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias." Assim, de forma objetiva, o Reino dos Céus significa o progredirmos o suficiente para merecermos habitar em mundos de regeneração, ditosos e celestes, sucessivamente.

Subjetivamente: O Reino de Deus, ou dos Céus, pode e deve ser considerado ainda a partir de seu aspecto psicológico. Lembremos que Jesus afirmou que o Reino de Deus está dentro de nós. Assim, encontrar o Reino de Deus significa, também, o eliminarmos as nossas imperfeições de forma a não mais sofrer por causa do orgulho, da vaidade, do egoísmo, do sensualismo, do apego, enfim. Viver já o Reino de Deus significa possuir uma consciência tranqüila, a paz de espírito. Para tal, não adianta sermos hipócritas, cumprir as "rotinas" de nosso credo religioso, assistir às celebrações ritualistas, dar a esmola por obrigação. Não. É necessário que realmente façamos uma sincera reforma íntima, a despeito de toda dificuldade que isso representa.

2. Qual a interpretação possível para esta parábola?

Pertencer ao Reino de Deus, tanto no aspecto objetivo quanto subjetivo, não será obra do acaso. A figura do grão de mostarda mostra como é o processo do nosso amadurecimento espiritual. As sementes só germinam se encontrarem as condições adequadas: terra fértil (lembram-se da parábola do semeador?), umidade, temperatura, etc. A semente já foi lançada. As condições para a sua germinação encontram-se em nossas mãos. Léon Denis, no livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor, dedica um capítulo às Potências da Alma. Ali ele nos mostra como o ascender espiritualmente encontra-se à nossa disposição, desde que saibamos como manejar os valiosos recursos que trazemos em nós mesmos, como a semente traz, em latência, a grandiosidade e exuberância da árvore.

3. O que podemos entender da afirmativa: "...as aves do céu se abrigam à sua sombra?"

Podemos entender as aves do céu como sendo os Espíritos que se acotovelam ao nosso lado, por exemplo, quando fazemos a leitura em voz alta do Evangelho Segundo o Espiritismo, a fim de obterem alívio os sofredores, e de nos ajudarem os iluminados. Quando buscamos desenvolver o lado espiritual obtemos a simpatia dos Espíritos Superiores, que vêm nos indicar os melhores caminhos e nos desviar dos perigosos. Ao mesmo tempo, os sofredores se aproximam para usufruir da luz que já passamos a fazer brilhar. Recordemos Paulo que nos afirma: estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas. Tal não é outra senão a mesma figura das aves do céu.

Ao longo do estudo das parábolas, se o nosso Bom Deus permitir, teremos oportunidade de tecer mais comentários a respeito dessas idéias.

Que Jesus nos abençoe e ilumine; que os nossos queridos guias espirituais estejam sempre nos intuindo e protegendo!

Fiquemos na paz!

Frei Paulus.

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