INTRODUÇÃO AO
ESTUDO DAS PARÁBOLAS
Meus queridos irmãos do Geema,
Que Jesus nos abençoe hoje, agora e sempre!
Primeiro dia de 2004. Gostaríamos de receber este novo ano renovando ao
Geema os melhores votos de paz, amor, saúde, prosperidade, fraternidade e,
principalmente, crescimento espiritual.
Como propusemos, estaremos indicando, a cada segunda-feira, uma parábola
de Jesus para o nosso estudo. Iniciaremos, na próxima segunda, pela Parábola
do Semeador. Diversamente do estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo, em que só
os moderadores do Geema fizeram os comentários, gostaríamos de receber a
contribuição de todos neste ano. Sabemos que alguns são mais tímidos e
outros muito ocupados, mas será interessante que cada um ofereça um pouco do
seu entendimento para o crescimento de todos.
Para facilitarmos essa interação, estaremos colocando, nas segundas, a
parábola e algumas perguntas, como balizadoras do raciocínio apenas, para que,
ao longo da semana cada um apresente respostas (já que, claro, nunca haverá
apenas uma resposta correta). O resultado, conforme já escrevemos ontem, será
o de retirarmos o máximo de compreensão espiritual de cada parábola, sempre
tendo em mente o foco da reforma íntima, nosso objetivo principal com este
estudo.
Retiramos do livro Sabedoria do Evangelho, de Carlos Pastorino, alguns
requisitos para uma boa interpretação das Escrituras:
a) isenção
de preconceitos;
b) mente
livre, não subordinada a dogmas;
c) inteligência humilde,
para entender o que realmente está escrito, e não querer impor ao escrito o
que se tem em mente;
d)
raciocínio perquiridor e sagaz;
e)
cultura ampla e polimorfa, mas sobretudo:
f) CORAÇAO
DESPRENDIDO (PURO) E UNIDO A DEUS.”
Além disso, retiramos, do
mesmo lugar e autor: “Cada Escritura pode apresentar diversas interpretações,
no mesmo trecho. A vantagem disso é que, de acordo com a escala evolutiva em
que se acha a criatura que lê, pode a interpretação ser menos ou mais
profunda.
Os principiantes
compreendem, de modo geral, a letra e a ela se apegam. Mas, além do sentido
literal, temos o alegórico, o simbólico e o espiritual ou místico.
O
sentido alegórico
faz extrair
numerosas significações de cada
representação, compreendendo, por
exemplo, a história de Abraão como uma alegoria das relações entre a matéria
e o espírito.
A interpretação simbólica
é mais elevada: dá-nos a revelação de uma verdade que se torna, digamos
assim, transparente e visível, através de um texto que a recobre totalmente; basta-nos
recordar a CRUZ, para os cristãos: é um símbolo muito mais profundo,
que os dois pedaços de madeira superpostos.
A interpretação
espiritual é aquela que dificilmente poderá ser expressa em palavras, mas é
sentida e vivida em nosso eu mais profundo, levando-nos, através de certas
palavras e expressões, à união mística com a Divindade que reside dentro de
nós. Quase sempre, a compreensão espiritual ou mística da Escritura leva ao
êxtase, e portanto à Convivência com o Todo.”
* * *
Como início de nossos estudos, gostaríamos de, à guisa de introdução,
deixar três perguntas para o Geema:
1.
O Que são parábolas?
2.
Por que Jesus falava por parábolas?
3.
Por que a Verdade não foi sempre posta ao alcance de toda gente?
Sugerimos
a leitura do capítulo XXIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo e o item
Conhecimento da Lei Natural (qst 619 a 628), de O Livro dos Espíritos.
Fiquemos
na paz de Jesus!
Frei Paulus
SÍNTESE DAS
RESPOSTAS
1.
O Que são parábolas?
Gelisa |
O
Aurélio nos informa que parábola é “narração alegórica na
qual o conjunto de elementos evoca, por comparação, outras realidades de
ordem superior”. |
Eloci |
Parábolas são
alegorias verbais ou escritas que se utiliza para explicar um conceito de
forma figurada. No dicionário Michaelis pode-se encontrar a seguinte
definição de alegoria: "Expressão de uma idéia sob forma
figurada. 2. Ficção que representa um objeto para dar idéia de outro.
3. Obra literária ou artística que utiliza como base estrutural essa
forma de expressão". |
Frei Paulus |
Etimologicamente,
parábola vem do grego parabole, isto é, colocar do lado, comparar. O que
caracteriza uma parábola sempre é o seu fundo moral, o ensinamento que
encerra. A parábola impede o pré-julgamento
do ouvinte, o que se constitui em grave obstáculo à comunicação. Além
disso, sua estrutura permite que cada pessoa a interprete de acordo com o
seu grau evolutivo, o que lhe possibilita conter verdades universais
guardadas intactas até o crescimento intelectual e moral da Humanidade. |
2.
Por que Jesus falava por parábolas?
Gelisa |
Jesus falava por parábolas
porque essa era a maneira mais fácil de se fazer compreender e "cada
coisa tem de vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da
estação, não germina.Ainda hoje as comparações e/ou exemplos são
formas eficientes de aprendizado. |
Eloci |
Porque os homens
ainda não tinham condição moral e/ou intelectual para entender as
verdades e ensinamentos que ele trazia os quais poderiam, então, ser
mal interpretados (como ainda acontece hoje) e, porque sabia
que chegaria o dia em que o prometido consolador viria desvendar seus
ensinamento em uma época em que já teríamos a condição de, pelo
menos, entender suas mensagens. |
Frei Paulus |
Foi
para evitar as ciladas dos adversários, prevenir as interpretações errôneas
e permitir que as verdades universais ficassem disponíveis aguardando o
amadurecimento da criatura, que Jesus recorreu ao ensino por meio das parábolas. |
3.
Por que a Verdade não foi sempre posta ao alcance de toda gente?
Gelisa |
Devido ao grau de
evolução moral e intelectual dos espíritos encarnados na época. Por isso Jesus deixou a informação da vinda do Consolador
Prometido, que levantaria o véu
sobre os ensinamentos ministrados. Mesmo nos tempos
atuais não é fácil ver, olhar, ouvir e compreender, conforme respondeu
Jesus quando perguntado sobre o porque falar por parábolas. |
Eloci |
Pelos motivos já citados
acima. Na verdade, o ensinamento sempre esteve ao alcance de todos.
Bastava naquela época, como ainda hoje, que se tivesse "olhos para
ver e ouvidos para ouvir"... e entender as alegorias. |
Frei Paulus |
Ficamos com parte da resposta de nº 628, de O Livro dos Espíritos: "Importa que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se a ela, pouco a pouco; do contrário, fica deslumbrado.” Isto demonstra que ainda há muito conhecimento pela frente...
|