"A
Figueira que Secou"
Comentários da Federação Espírita do Estado de São Paulo - FEESP
(Livro Curso de Aprendizes do Evangelho - 2º Ano)
Esta parábola também é chamada de "Parábola da Figueira sem Fruto". Não é propriamente uma parábola, pois foi um acontecimento encerrando grandioso ensino moral.
A versão de Marcos é mais abrangente que a de Mateus; e também aparentemente de mais difícil interpretação, porque a figueira que secou com a "maldição" não tinha frutos, porque não era tempo dele.
Os discípulos estranharam o gesto de Jesus; se não era tempo de frutos, por que foi amaldiçoada? Na realidade, a parábola objetiva transmitir dois grandes ensinamentos:
a) Se a árvore é de espécie frutífera, o que se espera dela é que dê frutos. Assim, o "discípulo de Jesus", o que decidiu proceder como verdadeiro obreiro deve sempre produzir bons frutos (boas obras), seja qual for a estação, a hora ou o lugar. Deve estar sempre apto a fornecer o auxílio necessário, seja que hora for. Para isso é indispensável reeducar-se em todos os pontos de vista: físico e espiritualmente, higienizando o corpo e a mente, para não suceder que na hora necessária não se encontre apto para prestar a cooperação essencial.
b) O Evangelho registra que Jesus condenou a figueira quando se dirigia ao Templo de Jerusalém, onde teve a oportunidade de expulsar os mercadores (cabendo aqui esclarecer que mercadores não eram aqueles que vendiam objetos e animais nas vizinhanças do Templo, mas aqueles que, em seu interior, mercantilizavam com as coisas divinas. Na realidade, a religião dos Judeus, com seu corpo sacerdotal fanatizado, orgulhoso e egoísta, era idêntica à frondosa figueira, cheia de folhas e de agradável aparência exterior, mas que não produzia os frutos esperados por Deus. Essa religião, portanto, não estava apta a receber a mensagem cristã, por isso ela foi relegada à esterilização (amaldiçoada, conforme consta no Evangelho).