COMUNICADO
«PARA os investigadores da Polícia Judiciária de Macau tem vindo a ser
uma opção deontológica, não responder a excessos de literatura
ficcionada ou a tentativa de solidificar na opinião pública pretensas
verdades, a soldo de um concubinato de interesses acéfalos sobejamente
conhecidos.
Desta vez, entornou-se o cálice.
Não nos move no entanto a intenção de responder ao distinto
argumentista, move-nos tão só o respeito pelas gentes deste planeta com
acesso aos media e a Internet, cujo direito de acesso a uma verdade isenta
é, e deverá ser sempre, inquestionável.
O poder de quem tem poder para publicitar opiniões, por ser uma faculdade
discricionária, deveria pautar-se sobretudo pela honestidade e rigor
introspectivo, qualidades incomportáveis como sentimento persecutórios e
narcisistas.
Mas o uso deste poder mais grave se torna, quando o seu titular se utiliza
de pretensas ligações com elementos desta Polícia, partindo para
considerações paternalistas, qual palmadinha nas costas, tentando deixar
transparecer uma "dispensável" conivência e solidariedade.
Por isso mesmo Sr. Dr. Francisco Moita Flores cumpre-nos esclarecê-lo que
embora expressando-se no plural e desconhecendo nós a que outros se
refere, não tem V.Exa. qualquer assento, mesmo que fugaz, no nosso
circulo de amizades.
Na verdade, não podemos esquecer que V.Exa nunca teve qualquer tipo de
contacto com a realidade criminal do Território e embora aqui tenha
estado algumas vezes, não quererá por certo ter a empáfia de um
conhecimento cujas premissas ignora. Não basta ter comprado alguns livros
sobre Macau na "Livraria Portuguesa" Deixe que o ajudemos a
encontrar o tal "amanhã que canta", pedindo desculpa que a ética
deontológica nos impeça de lhe ensinar mais:
.O Crime Organizado Asiático é hoje um fenómeno criminologicamente
classificado pela sua "complexidade transferencial geográfica"
. Para se alcançar um conhecimento inferencial deste fenómeno deveria
V.Exa ter iniciado o seu "estudo" da seguinte forma:
1. Pesquisa
2. Correlação inicial
3. Análise
4. Correlação final
5. Síntese de necessidades
6. Pesquisa
. Na investigação criminal relativamente ao Crime Organizado, o raciocínio
histórico ou operacional, que aqui nos coibimos de lhe ensinar, na presunção
que V.Exa. mesmo no pouco tempo em que foi Agente da Polícia Judiciária
em Portugal conseguiu assimilar, não possui no seu léxico técnico os
termos de "convivência e sensibilidade para a negociação".
. Continua enganado V.Exa. quando imagina que somente a seita 14 Kilates
está a ser alvo de investigação. Pelo contrário, a Policia Judiciária
de Macau após o necessário planeamento estratégico, deteve o lideres
(Oficiais) das seitas, Tai Un, 14 K ou Sap Sei Kei e Seng I. Estas detenções
tiveram o resultado de fazer recuar para fora do Território, os restantes
lideres de outras seitas.
. Mas o seu maior equivoco (cujas intenções cairão unicamente na sua
consciência), reside na análise que faz da Administração do território
e bem assim de Sua Excelência o Governador e do Director da P.J. de
Macau. Escusando-nos a baixar ao nível metafórico de V.Exa. e
simplificando o intrincado enredo que tenta produzir, como se dum guião
de telenovela se tratasse, deverá ser esclarecido definitivamente do
seguinte:
.A Administração do Território e Sua Excelência o Governador de Macau
em particular, têm acompanhado desde sempre e exaustivamente a
caracterização operacional e histórica dos fenómenos criminais do
Território, e consequentemente fornecido às Policias os meios necessários
para um combate decidido.
.Relativamente ao actual Director da Polícia Judiciária de Macau
dr.Marques Baptista, anote como cábula para futuras ofensivas, que este
é possuidor de toda a confiança e solidariedade dos signatários deste
comunicado e de toda a Polícia Judiciária de Macau. A sua Direcção foi
a única que assumiu com coragem e ponderação estratégica um combate
que o Crime Organizado têm ciclicamente levado a cabo.
Concluindo e porque V.Exa. não merece mais, sempre lhe lembramos aquilo
que cá por estas terras se costuma dizer dos "experts" dos
assuntos de Macau.
"Quando um português chega pela primeira vez ao Território de Macau
pensa de imediato escrever um livro. Passadas duas semanas, convence-se
que talvez consiga elaborar um artigo. Após um mês e se for inteligente,
parte a caneta e não escreve mais"
Por isso o aconselhamos, convencidos que lhe estamos a prestar um favor
... PARTA A CANETA!"»
anónimo,
16/7/00
in Forum Macau
|