POLÍTICA DE SEGURANÇA O CASO DE CHAN HAK KAN, aliás CHAN VA
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O caso do CHAN HAK KAN, também conhecido por CHAN VA, tem outros contornos obscuros.
O Governo
Português de Macau foi posto entre a espada e parede pelo Wan Kuok Koi,
«dentes partidos» pela sua directa afronta à autonomia do Território.
Sucessivas entrevistas, filme, documentários televisivos, bloqueamentos
de ruas e ponte, guerras sangrentas, etc. empurrava as autoridades para um
beco sem saída. António
Marques Baptista, director da P.J., obrigado pelo Governo a intervir,
aproveitou bem a oportunidade, atendendo às suas inegáveis amizade com a
Gasosa, seita rival do «Dente Partido». Lançou-se com o episódio da
explosão da sua viatura automóvel contra toda estrutura da 14 Kilates,
precisamente no dia da estreia do filme e da passagem da entrevista à
televisão de Hong Kong do «Dente Partido». O pretexto da explosão ocorrido numa manhã em que a vitima dispensou dezenas de guarda-costas e motoristas – que, até à casa de banho, o costumavam escoltar -, estacionou a sua viatura num canto do Monte da Guia e estala-se uma explosão, segundo sua versão, só salvo pelo seu cãozinho treinado contra engenhos explosivos que inteligentemente o alertou, fugindo ambos do local.
Até à
data não havia provas contra 14K passou a ter. Chan Vá,
encruzilhado nesta guerra Baptista/Wan, ficou detido na Cadeia. Toda acusação
iria a bom porto, nomeadamente o Tribunal Superior de Justiça veio
indeferir o recurso da defesa e alertando para a violação do exclusivo
de exploração do contrato do jogo entre o Governo e STDM pela administração
da sala Coral de Chan Vá. O
Governador como do costume nesta matéria preferiu fazer ouvido de
mercador. O destino
quis o Chan Vá não ficasse condenado, não porque contou a protecção
divina, apenas porque contraiu uma pesada divida bancária ao Banco
Comercial de Macau, subsidiária do Banco Português de Atlântico de
Portugal. Aqui
apareceu a mão mágica de Rocha Vieira intervindo que Chan Vá fosse o único
dos dez acusados do 1º mega processo ilibado pelo tribunal. Como se
receava uma provável condenação, os muitos milhões do BCM seriam
irrecuperáveis a longo prazo. Como é bom
estar endividado de alguém importante, pelo menos há quem preocupar pela
sua saúde. Basta ver
como António Marques Baptista muda de tom no seu testemunho perante o
Tribunal, apelidando de Chan Va «seitoso romântico» em total contraste
nos primeiros dias da sua prisão, até na China o mandou buscar debaixo
do fuzilamento da comunicação social. Também a
intervenção do escritório da advocacia de Leonel Alves ligado ao BCM em
defesa do Chan Va diz tudo. Macau é
demasiado pequena para ter segredo. anónimo
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