APELO Ao
Chefe do Executivo da RAEM, |
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APELO Ex.mo Senhor Chefe do Executivo da Região
Administrativa Especial de Macau Ex.ma Senhora Presidente da Assembleia
Legislativa de Macau Ex.mos Senhores Deputados da Assembleia Legislativa de Macau Excelências, Os primeiros meses de existência da Região
Administrativa Especial de Macau foram conturbados devido à polémica
Fundação Jorge Álvares, incidente lamentável que, não obstante, o seu
carácter melindroso, não afectou as relações e o intercâmbio entre
Portugal e Macau/China. A decisão de Sua Excelência, o Chefe do Executivo
da RAEM, de nomear uma comissão de inquérito, cujas conclusões sobre o
financiamento da referida fundação não deixaram margem para dúvidas
quanto à ilegalidade e nulidade do acto, após virem a lume, tanto na
imprensa de Portugal como de Macau, foi acertada, atempada e louvável. Neste momento, considero que os Portugueses e
Chineses em Portugal e em Macau estão suficientemente esclarecidos. A nível
local, o passo seguinte de fusão de duas Fundações locais aguarda-se
com natural expectativa. É desejável que dê origem a uma instituição
transparente e com objectivos bem definidos servindo os genuínos
interesses das comunidades da RAEM. No entanto, é com grande surpresa e revolta que
vimos assistindo a revelações e declarações impunes do Sr. Jorge
Rangel, responsável pelo Instituto Internacional de Macau, ex-Secretário
Adjunto para a Administração Educação e Juventude da administração
do Sr. Rocha Vieira e homem de sua total confiança. Como é decerto do
conhecimento de V. Ex.as, o referido senhor, residente itinerante de
Macau, para além de ser o porta-voz da Fundação Jorge Álvares, tem
desenvolvido uma campanha de apoio à existência de tal instituição não
olhando a meios e a palavras, ostentando um comportamento arrogante como
se continuasse a prestar contas única e exclusivamente ao antigo
governador. Foi ele o único dos curadores da Fundação para o
Desenvolvimento e Cooperação de Macau, convém recordar, que defendeu o
indefensável - a retirada do dinheiro para Portugal, para a Fundação de
que é um dos interessados como curador – perante os responsáveis pelo
inquérito sobre a Fundação Jorge Álvares. Mas, a trajectória deste senhor é exemplar em
irregularidades para não se chamar outros nomes aviltantes, mas, quiçá,
mais adequados. A escassos meses da transição de Macau, ainda integrado
no executivo de Vieira e incumbido das sua funções de responsável máximo
do Gabinete Coordenador para a Cerimónia de transferência, anunciou, em
entrevista à Rádio Macau, a criação do Instituto Internacional de
Macau, revelando que o mesmo já dispunha de proventos próprios de vulto
e que já estabelecera protocolos de cooperação com a Direcção dos
Serviços de Educação e os SAFP, facto deveras insólito, dado ambas
estarem sob sua tutela, a fim de serem prestados cursos de formação já
sob vigência da RAEM. Logo após a transferência de soberania, soube-se
através dos meios de comunicação locais que o Sr. Rangel, tinha, como
responsável do Gabinete para a Cerimónia de transferência autorizado o
donativo de avultada verba para a publicação de uma revista a ser
editada pelo Instituto Internacional de Macau, cujo presidente era então
o seu chefe de gabinete, Sr. Amaral. Após a transição de soberania, o Sr. Rangel
torna-se o Presidente da referida instituição. Quando estes factos foram
publicamente divulgados, o Sr. Rangel multiplicou-se em entrevistas e,
entre outros dislates, fez ameaças àqueles que lhe criticavam os seus métodos
desonestos alvitrando o seu isolamento ou que fossem escorraçados de
Macau. Embora não concretizando o género de isolamento
referido, muitos Portugueses souberam entendê-lo, por conhecerem, de
sobejo, as listas ou os dossiers dos indesejáveis que ele costumava
mandava urdir aos seus colaboradores na função pública de molde a
sujeitar as vítimas do seu desagrado às perseguições mais torpes que
até incluíam relatórios sobre a vida privada. Mas mais grave do que estas ameaças verbais, têm
sido as entrevistas e cartas deste senhor aos orgãos de comunicação em
Macau e Portugal, aí nomeadamente no “Público”, onde insulta os órgãos
de comunicação portugueses da RAEM. Em Macau, recentemente, na última entrevista ao
canal português da TDM criticou abertamente as conclusões do inquérito
mandado instaurar por sua Ex.a o Chefe do Executivo de Macau, mas
simultaneamente vangloriou-se de manter relações privilegiadas com o Dr.
Edmundo Ho com quem, afirmou, mantém contacto constante, deixando
subentender que conta com o seu apoio. Invocando sempre o facto de descender de uma família
com quatro gerações de existência em Macau, como se as dinastias
continuassem a existir no poder em Portugal e na China, o Sr. Rangel,
apresenta-se como o arauto da comunidade macaense que nunca se reviu nele
e lançou, no citado programa televisivo, a ideia peregrina da criação
de uma federação das fundações, mais uma vez, deixando antever que será
ele o único cidadão com perfil para se auto-eleger. Excelências, se em relação aos actos do Sr.
Vieira, como muito bem afirmou o Chefe do Executivo de Macau, apenas
competiria ao Sr. Presidente da República de Portugal actuar, já que
dependia dele, já em relação ao Sr. Rangel a situação é
completamente diferente. Ele é residente em Macau, criou um Instituto com
sede na RAEM e o Gabinete que ele chefiou terminou ou terminará a sua
existência meses já sob vigência dos órgãos de pode local. Neste
medida, apelamos a V.Exas para que diligenciem esforços no sentido de ser
instaurado rapidamente um inquérito à forma como o Instituto
Internacional de Macau foi ou está a ser financiado e quais as suas ligações
à fundações que agora estão em fase de fusão. Este apelo, não é movido por quaisquer motivos
persecutórios, pensamos tão somente, como cidadãos residentes de Macau,
que, num momento, em que se apreciam, analisam e clarificam os métodos de
financiamento e de actuação das instituições culturais da RAEM, o
Instituto Internacional de Macau, cujo Presidente se vangloria de ter
utilizado impunemente dinheiro públicos para financiamento da sua própria
instituição, não pode encetar ou continuar a prosseguir actividades, as
quais, em abono da verdade, se desconhecem, mas a fazer fé na verborreia
do seu mentor, em nada abonam a favor da cultura deste território e
apenas servem fins particulares. O Sr. Rangel que subsidie o seu Instituo
com os proventos da avultada reforma com que foi brindado por ser
colaborador dilecto do Sr. Rocha
Vieira, e se não deseja reger-se
pela directrizes da RAEM, que se dedique em exclusivo à fundação Jorge
Álvares instalando-se definitivamente em Portugal e, onde, aliás, passa
o tempo em reuniões na sua qualidade de curador. Aliás, terá sido nessa
qualidade, que colaborou na decisão recentemente veiculada de não
devolver o dinheiro subtraído de forma ilícita a Macau. Quaisquer
protocolos firmados pelo Instituto Internacional de Macau com sectores da
Educação, Cultura e Administração Pública de Macau deverão ser
tornados públicos e cancelados. Cordeais cumprimentos
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