ESCUTAS TELEFÓNICAS 

AS ACTIVIDADES DE MARQUES BAPTISTA  

 

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As actividades de Marques Baptista
in comentários ao artigo "Sampaio não disse toda a verdade", Expresso, 24/6/00

As escutas telefónicas não autorizadas por magistrado não foram a única ilegalidade cometida pelo sr. Marques Baptista, muitas vezes com a cumplicidade de magistrados corrompidos pelo general R. Vieira - e por ele expressamente recrutados a Portugal para o efeito, como Lobo, Ferreira e Sousas - que legalizavam posteriormente tais ilegalidades dando despachos com datas anteriores.

O director [da Polícia Judiciária de Macau] desse tempo de horror que marcou os últimos anos do governo português desta Cidade do Santo Nome de Deus aliou-se a sectores da seita Soi Fong e foi o principal responsaável por crimes violentos cometidos por elementos recrutados na China por esta seita - nomeadamente contra portugueses - para depois os atribuir à seita 14 kilates como instrumento processual para lograr a condenação de elementos por ele conotados com esta última sociedade secreta.

Isto assume uma gravidade impar que impunha que o sr. Primeiro Ministro de Portugal investigasse, através de uma comissão independente que aqui viesse ouvir meia centena de pessoas que têm informações preciosas e seguras sobre essa actividade criminosa do sr. Marques Baptista, com a cumplicidade e a cobertura criminosa do último Governador de Macau ( cujo filho esteve envolvido em crime encoberto pelo director da PJ, o que lhe permitiu ter na mão o Governador).

O primeiro passo do sr Baptista foi afastar da sua própria polícia duas dezenas de agentes que sabia que não lhe aparariam as manobras para instalar um sistema de terror dentro da PJ, conduzido por agentes do quadro superior da PJ de Portugal que recrutou para o efeito. Para afastar grande parte desses agentes inventou cartas anónimas e verdadeiras ciladas falsificadas para instaurar sucessivos processos contra tais agentes que só a fragilidade do sistema judicial português não permitiu, em muitos casos, detectar. 

Dominada a PJ, partiu para o exterior, generalizou o banditismo e a criminalidade em Macau a partir da sua coligação com sectores da seita Soi Fong e um sector da seita 14 Kilates (associado à Soi Fong)com cujos elementos das chefias se reuniu em várias salas privadas do hotel New Century, na Taipa, tudo para garantir, com a cumplicidade do Vieira, Silveira e Maduro, a condenação dos arguidos dos processos chamados do século.

Utilizou agentes seus, denunciados na imprensa interventora de Hong Kong, para substituir nos casinos aqueles que prendia por ligações à seita 14 Kilates, obtendo desse modo fortunas que lhe permitiram pagar aos seus aliados e construir uma fortuna pessoal que deveria ser investigada pela polícia portuguesa.

Tudo isto pode parecer estranho a quem esteve desligado do terrorismo que o dito Vieira aqui instalou e desenvolveu.A história de Macau dos últimos anos ficou irremediavelmente gravada por actos de terrorismo legislativo, judicial, policial (PJ) e administrativo, aqui tendo assumido papel de grande relevo o secretário da justiça do Governador.

Investigue sr. Primeiro Ministro e o sr. Procurador Geral emitirá mandados de captura com toda a certeza. E o que se apurar nessa investigação permitirá a revisão de centenas de processos crimes e administrativos e a reabilitação de centenas de pessoas vitimadas pelo brutal sistema que aqui imperou.

É por vezes mais fácil lutar contra a ilegalidade num país que se qualifica a si próprio de fascista ou comunista (porque a comunidade internacional entende mais facilmente) do que num regime aparentemente de direito, administrado por um país que está na vanguarda dos direitos humanos há muitos anos mas que permitiu aqui a maior das vergonhas para Portugal. Uma vergonha que só se apagará se a história administrativa, judicial e legislativa deste antigo território português fôr investigada. E quando falo em história legislativa circunscrevo-me à da competência própria do Governador ou da AL ilegalmente invadida pelo dito general da nossa vergonha.

Tenho dito (por ora)
29/6/00
JF

 

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