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ao artigo "AS RELAÇÕES DE ROCHA VIEIRA",
  Expresso, 5/2/00

 

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Comentários ao artigo AS RELAÇÕES DE ROCHA VIEIRA

in Expresso de 5/2/00

 

13/2/2000


Subsídio Directora é a primeira outorgante dos estatutos da Fundação de Rocha V
Mariano Gago dá 570 mil contos ao Centro de Macau
O Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) vai receber cerca de 570 mil contos de subsídio do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). A actual directora do CCCM, Maria Alexandra da Costa Gomes, é igualmente um dos nomes envolvidos na polémica da Fundação Jorge Álvares (FJA). Na realidade, Maria Costa Gomes é a primeira outorgante dos estatutos da FJA.

O CCCM é um organismo que, antes da passagem de Macau para a China, era financiado a meias pelo Governo português e pela Administração portuguesa de Macau. Com a transferência de soberania, o Centro passou a ser tutelado pelo MCT, tendo as suas instalações, na Rua da Junqueira, em Lisboa, sido inauguradas pelo Presidente Jorge Sampaio em Novembro último.

Figura ligada ao general Rocha Vieira, Maria Costa Gomes é também membro do Conselho de Curadores da FJA para o qual foi nomeada por Rocha Vieira. Aliás, nos estatutos desta, nomeadamente no seu art. 4.º, n.º 2, pode ler-se que “a Fundação promoverá ainda acções de apoio às instituições que em Portugal se dediquem ao estudo e divulgação de Macau”, o que permite concluir que o CCCM deverá ter também apoios da FJA. Para já, o Centro recebeu um subsídio do MCT que equivale a cerca de 1 por cento do Orçamento para 2000 do Ministério que tutela o CCCM.

LR

Euronoticias, 11-2-2000

-- Manuel Osório

13/2/2000
ALTOS E BAIXOS do Público

BAIXOS

Rocha Vieira
O general que passou oito anos dedicado de alma e coração à espinhosa missão de representar o Estado português em Macau, afinal, recebeu uma choruda recompensa. Notícias não desmentidas pelo general dão conta que, entre outras verbas auferidas por conta da cessação de funções, teve direito a 22 mil contos por 150 dias de férias não gozadas. A dedicação aos altos assuntos do Estado é mais compensatória do que os vulgares cidadãos pensavam. O que não seria dos contribuintes portugueses se tivessem de pagar à generalidade da classe política os fins-de-semana e as férias que com devotado espírito de generosidade sacrificam à causa pública... O que nos consola é que, no caso de Rocha Vieira, é tudo patacas dos casinos...

-- anonimo

13/2/2000
À medida que o tempo passa, vai-se descobrindo a ambição sem escrúpulos do general. Querem acreditar que o homem teve o descaramento de exigir o montante correspondente a 9 anos (tantos quantos esteve no poder em Macau) de férias NÃO GOZADAS!?E recebeu! Isto diz tudo da lata deste general que se gabava de não ser "de lata". O nome dele passa a ser o General Patinhas!

-- anonimo

13/2/2000
CENAS DA PENHA LONGA
As VERDADEIRAS relações de Rocha Vieira


Aquele aparecimento, ali, de Vasco Rocha Vieira, pareceu-me logo especial. Não por o ver entrar no bar da Quinta da Penha Longa - onde de resto passou a ser presença habitual, desde o regresso de Macau por ser perto da sua mansão na Quinta do Patino -, mas sobretudo por se ter dirigido imediatamente, e sem hesitações, à mesa de Almeida Santos - o frequentador mais antigo da Penha Longa, que depois de uma longa e sinuosa carreira política, iniciada em África ainda durante a ditadura colonial, se dedica agora ao exercício de influências, acomodado nas gratas funções de Presidente da Assembleia da República.
Eu estava de pé, ao balcão, a comentar com Durão Barroso as últimas extravagâncias internas do PSD. Espicaçado pela curiosidade, puxei o meu interlocutor para a mesa que normalmente ocupo, logo ao lado da de Almeida Santos. E então irrompeu pelo bar a figura maciça de Mário Soares, determinada, de mão estendida, igualmente direito à mesa de Almeida Santos. Mas foi o general Rocha Vieira que Soares saudou calorosamente, naquele seu português que se ouvia pela sala toda : «Meu querido general! Como está ?»

Depois dos cumprimentos, com os três já instalados nas suas cadeiras, Soares deixou-se cair num queixume: «Que tragédia! É horrível! Estou desolado! Que catástrofe!»

«Sim, sim!» - corroborou Rocha Vieira. - «Mancham-nos assim uma carreira brilhante, e ainda tão a meio!...»

«Bons tempos, em que tudo era controlável!» - lamentou Almeida Santos.

«Mas você disse que nos ajudava!» - lembrou Soares, com uma centelha de esperança no olhar.

«Foi por isso que aqui viemos hoje ter consigo» - acrescentou Rocha Vieira, animando-se também!

«E ajudo!» - garantiu Soares. - «Arranjo-lhes o melhor assessor nesta área.»

Depois, deslizando a vista para a minha mesa, e fixando Duarão Barroso, pediu-lhe: «O sr. dr., é que podia ajudar aqui o meu amigo que tanto ajudou o seu partido.»

«Eu?!» - ofendeu-se Duarão Barroso. - «Mas eu limitei-me a tomar posse há bem pouco tempo.Não sei nada desses honestos negócios de apoio de Macau, digo do general, ao colega que exerceu um cargo similar ao meu no partido! E nunca aceitei donativos tão descarados como esses seus dois amigos e o PS !»

«Não são meus amigos» - esclareceu Almeida Santos, cortante. - «Limito-me a trabalhar para eles, como assessor especial.»

«Amigos somos nós, eu e o querido general» - adiantou Soares. E voltou-se para Rocha Vieira, com ternura: «Nunca esquecerei as suas ajudas! Você e o Mitterrand foram os amigos com que pude realmente contar nas aflições dos bons tempos! Naturalmente, foi por isso que também o encalacraram!...»

«Não, não foi por isso» - descansou-o o general. - «Em Macau tínhamos sacos azuis completamente seguros! Desses ninguém fala! O que me encalacrou foi uma transferência perfeitamente legal e transparente, que fiz de uma fundação de lá, para abrir outra cá!»

«E por que foi você fazer isso dessa forma transparente?» - espantou-se o Soares.

«Pensava que as coisas em Macau se podiam fazer de qualquer maneira! - reconheceu o general, arrependido. - «Sempre fiz o que quis, e como quis, sem imaginar que isso ia mudar com os chineses!»

«Não sabiam então como é perigoso perder o poder?!» - admirou-se Almeida Santos.

«Perigoso?» - a palavra assustou Soares. - «Mas você jurou que nos apresentaria um assessor jurídico que nos safaria!»

«Sim, sim» - corroborou Rocha Vieira. - «E assegurou-nos que tem uma estratégia infalível para ultrapassar dificuldades destas!»

«Dessas, e muito piores!» - assentiu Almeida Santos. E de olhos postos na porta no bar, soerguendo-se levemente, com um sorriso vivo, anunciou: «Aí vem ele! Pelo preço combinado, assessora-vos juridicamente em tudo, e ainda vos pode ajudar nos investimentos!»

Era Magalhães e Silva, que entrava naquele momento, e avançava já confiante, para a mão estendida de Almeida Santos.

Relatos de Maria Bragança

-- anonimo

13/2/2000
Pena é que outras ligações do General não tenham entrado em cena . O expresso continua a ser cauteloso....Onde pairam os políticos nacionais que receberam prendas do saco azul de Macau: Mário Soares e a sua Fundançaozinha, o PS para as sua eleições, etc. etc. Amigos não se iludam! O expresso continua a proteger o peixe graudo e só mete o Kohl na história e o peixe miúdo português quando poderia meter outros figurões da nossa cena politica que nós topamos à distância!

-- anonimo

13/2/2000
Tal como os leitores que mandaram as mensagens antes de mim só hoje me apercebi deste texto porque, ao consultar os tíulos das edições anteriores dei com o título "as Ligações de Rocha Vieira " e fiquei curioso. Realmente, até que enfim que o EXPRESSO começa a corresponder aos inúmeros comentários dos leitores que estes sim, também eram repletos de fina ironia e nos brinda com alguma coisa de geito sobre este assunto!

-- Gualter Fontes- Caçém

13/2/2000
Realmente, este cronica bem humorada estava bem escondida. Eu que leio sempre o Expresso "on line", nao me apercebi dela! Apenas quando a li reproduzida no jornal "Macau Hoje" e que tomei comhecimento! Assim,depois dos ataques feitos ao Expresso nas ultimas edições sobre o protecionismo a gatunagem do Rocha e seus comparsas, da vontade de dizer: "Volta Expresso, que estas perdoado"!

-- anonimo

13/2/2000
Parabébs pelo humor e pela abordagem! Desta vez o Expresso deixou publicar algo que não é um elogio descarado à rafulhices do General! Pena é que os leitores de comentários sobre Rocha Vieira não tivessem descoberto este humoR!

-- Valquíria

 

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