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Macau sem 50 milhões,
  Expresso, 3/6/00

 

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Macau sem 50 milhões,
 
Expresso, 3/6/00

«NÃO há nenhuma razão para devolver a Macau o subsídio de 50 milhões de patacas (1,25 milhões de contos) atribuído à Fundação Jorge Álvares» , afirmou ao EXPRESSO o porta-voz da FJA. Guilherme Valente, que é também membro do seu conselho de administração, insiste «que é perfeitamente claro para todos os curadores que o processo foi conduzido de uma forma absolutamente legal e transparente, reproduzindo uma prática adoptada noutras circunstâncias, e porventura repetida pelo actual Executivo de Macau».

O administrador denuncia «a existência de uma verdadeira campanha» contra Rocha Vieira e a FJA, «que teve origem em portugueses, criando embaraços a Edmund Ho e ao Presidente da República, que devíamos deixar prosseguir o seu excelente mandato naquilo que é importante para Portugal» .

Traçando um paralelismo com outras situações, Guilherme Valente defende que também não faz sentido a devolução a Macau dos 70 milhões de contos da Fundação Oriente - presidida por Carlos Monjardino -, «que tantas dificuldades desnecessárias e injustificadas criaram no relacionamento entre os Governos de Portugal e da China» , enquanto a FJA «não criou qualquer problema a este nível» .

Questionado sobre eventuais rivalidades entre a FJA e a Fundação Oriente, Guilherme Valente é taxativo. «Não existem quaisquer rivalidades entre as duas instituições, e a nossa intenção é colaborar com todas as pessoas e entidades que convirjam para os nossos objectivos. Aliás, as qualidades e o temperamento de Carlos Monjardino impressionam-me muito, e vamos até colaborar numa iniciativa comum» . A iniciativa é um encontro em Portugal dos representantes das inúmeras comunidades de macaenses no estrangeiro, promovido pela Fundação Casa de Macau.

Quanto às alegadas dificuldades no reconhecimento da FJA pelo Ministério da Administração Interna, o seu porta-voz queixa-se de «rumores postos a circular a que nenhum dos responsáveis da fundação atribui veracidade, e que só podem ser mais uma componente desta campanha» . E acrescenta: «Não temos quaisquer dúvidas sobre o reconhecimento legal da FJA, pelos seus objectivos, pelas pessoas que a constituem, pelo seu interesse para Portugal e Macau, e porque em nada perturba as relações entre o nosso país e a China, tal como o Presidente da República já o disse expressamente» .

A fundação pretende, entretanto, desenvolver um plano de actividades «ambicioso» . Este plano passa pela concretização de projectos «que permitam revelar Macau aos portugueses, que sempre tiveram uma ideia errada do território ou um desconhecimento absoluto» . E também por iniciativas de apoio às relações Portugal/China através da cooperação entre universidades, e de apoio às comunidades chinesa e macaense em Portugal e à sua integração, estando já em estudo a criação de uma escola de ensino do chinês, aberta a chineses e portugueses.

VIRGÍLIO AZEVEDO

 

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  Forum Macau - Lisboa, Macau - Maio 2000

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