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ROCHA VIEIRA MANTÉM-SE EM SILÊNCIO,
  Jornal Notícias, 24/6/00

 

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Rocha Vieira mantém-se em silêncio

in Jornal notícias, 24/6/00

 


Fontes surpreendidas com algumas declarações do PR sobre Fundação Jorge Sampaio revelou numa entrevista à SIC que, antes da passagem de Macau para a China, tinha falado por três vezes com o general Rocha Vieira sobre a eventual criação de uma fundação destinada à cooperação com aquele território. O antigo governador recusou-se, porém, a comentar essas declarações, invocando o respeito institucional que lhe merece a figura do presidente da República. Sampaio disse também ao referido canal de televisão que transmitira ao antigo governador que, caso a iniciativa avançasse, se distanciaria dela. Embora reconhecesse como bons os seus propósitos, a sua reserva decorria da experiência tida anteriormente com a criação da Fundação Oriente, em relação à qual os chineses haviam exprimido discordância durante as negociações do período de transição. 


Todavia, fontes conhecedoras do processo constitutivo da nóvel Fundação, que tomou o nome de Jorge Álvares, mostraram-se surpreendidas com as afirmações do presidente, por conterem, em sua opinião, algumas omissões sobre os sucessivos passos do processo em ques tão. Segundo as mesmas fontes, quando o assunto foi abordado pela primeira vez em Belém pelo governador, Jorge Sampaio não terá colocado objecções. Na mesma ocasião, o presidente foi ainda informado de que o futuro chefe do Executivo de Macau, Edmund Ho, não só estava a par como concordava com a iniciativa. 


Posteriormente, Jorge Sampaio terá feito saber aos promotores da Fundação Jorge Álvares que, para contarem com o seu apoio, entendia dever o seu conselho de administração ser nomeado pelo Governo português. Esta recomendação presidencial seria acolhida, contudo , com cepticismo, uma vez que contrariava o espírito inicial de situar o aparecimento da Fundação no âmbito da sociedade civil. 

Consultado Edmund Ho sobre a proposta vinda do Palácio de Belém, aquele responsável chinês terá manifestado receio de que uma eventual governamentalização da Fundação Jorge Álvares lhe diminuísse a sua capacidade de cooperação no futuro com a mudança de Adminis tração em Macau. De qualquer modo, se essa ideia fosse levada por diante, ele não podia dizer que se oporia. 

 

De acordo com as mesmas fontes, o processo só evoluiu para o formato que a Fundação tem actualmente quando os seus promotores apuraram, a pouco menos de um mês da transferência de Macau, que o Governo não tinha qualquer interesse na designação de um conselho de administração. Nessa altura, o presidente terá dito que se quisessem avançar com a iniciativa, se distanciava completamente. É nesse curto de espaço de tempo que se procede, entretanto, à legalização da Fundação, cujo corpo de curadores é constituído essencialmente pelos antigos governadores de Macau. Ainda segundo os promotores, a divergência surgida inicialmente quanto à forma de nomeação dos responsáveis terá impossibilitado que o surgimento daquela instituição se verificasse em Outubro, como desejavam, e não em cima da data de transferência.

 

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