Não há
medalha pró Vieira
in
Macau Hoje, 9/6/00
Rocha Vieira não integra a lista de personalidades
que vão ser agraciadas pelo Presidente da República nas cerimónias do
dia 10 de Junho, que vão decorrer em Viseu. Aí está a confirmação das
más relações geradas entre o último governador de Macau e Jorge
Sampaio. É a confirmação de que tudo poderá acontecer entre ambos,
inclusivamente a proposta do Presidente ao governo para que o general seja
passado à reserva do Exército. Tudo por causa do braço de ferro que
Rocha Vieira quis manter com o Presidente, no sentido da Fundação Jorge
Álvares não ser dissolvida, e pelo general ter culpabilizado o chefe do
executivo da RAEM, Edmund Ho, num caso que apenas dizia respeito ao
ex-governador. No entanto, esta ausência estranha de Rocha Vieira na
lista dos distinguidos pelos bons serviços prestados à Pátria é
desvalorizada pela Presidência da República, que alega que, além de
Jorge Sampaio ter condecorado várias individualidades em Macau na véspera
da cerimónia de transferência de poderes para a China, "ninguém
propôs" a condecoração de Rocha Vieira ou de qualquer outra
personalidade ligada à presença portuguesa no território.
Rocha
Vieira ficou de fora
Rocha
Vieira, o último governador de Macau, não integra a lista de
personalidades que vão ser agraciadas por Jorge Sampaio nas cerimónias
do dia 10 de Junho, que vão decorrer em Viseu. Para este facto terá
contribuído decisivamente a polémica em redor da criação por Rocha
Vieira da Fundação Jorge Álvares, o que conseguiu a poucos dias da
transferência da administração do território com recurso a dinheiros públicos
de Macau.
Esta ausência é desvalorizada pela Presidência da República, que alega
que, além de Jorge Sampaio ter condecorado várias individualidades em
Macau na véspera da cerimónia de transferência de poderes para a China,
"ninguém propôs" a condecoração de Rocha Vieira ou de
qualquer outra personalidade ligada à presença portuguesa no território.
A Ordem da Liberdade distingue este ano o antigo deputado do PSD José
Silva Marques (Grã-Cruz) e os resistentes antifascistas Alípio de
Freitas e Stella Piteira Santos (Comendadores). A título póstumo, Luís
Sá (PCP) é distinguido com o grau de Grande Oficial da Ordem de Cristo.
A Vila do Couço, onde se registou grande actividade de resistência ao
Estado Novo, recebe o grau de Membro Honorário da Ordem da Liberdade na
pessoa do presidente da Junta de Freguesia, Diamantino Ramalho. O antigo
provedor de justiça Menéres Pimentel e o médico Alexandre Linhares
Furtado são agraciados com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, a exemplo dos
ministros plenipotenciários Ana Gomes e Fernando Neves, ambos ligados à
questão de Timor.
Com a Ordem Militar de Santiago da Espada são agraciados o responsável
pela Comissão dos Descobrimentos, António Hespanha (Grande Oficial), e o
escritor Mário Cláudio (Comendador).
A Ordem do Infante D. Henrique é atribuída ao empresário Elísio Soares
dos Santos (Grupo Jerónimo Martins), no grau de Grã-Cruz. A mesma ordem,
no grau de Grande Oficial, distingue o apresentador Carlos Cruz, os empresários
Fernando Campos Nunes e Henrique Neto, o arquitecto Manuel Tainha e o
jornalista e comentador político José Carlos Vasconcelos. Com o grau de
Comendador da Ordem do Infante D. Henrique são agraciados o realizador
Alfredo Tropa, os jornalistas Carlos Pinto Coelho, Francisco Sena Santos e
Vítor Direito, e o ceramista José Franco. O grau de membro honorário da
mesma ordem distingue o contingente do Corpo de Fuzileiros que ajudou as vítimas
das cheias em Moçambique e, também, a esquadra de helicópteros Puma e
aviões de transporte Aviocar da Base Aérea das Lajes pelas operações
de apoio humanitário e de busca e salvamento.
Os últimos três dos 28 distinguidos no Dia de Portugal deste ano pelo
Presidente da República são a escritora Isabel da Nóbrega, a actriz
Lurdes Norberto e o empresário João Menezes e Castro, todos com o grau
de Grande Oficial.