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   Os antepassados do Pit Bull remontam a um cão legendário, conhecido como Bulldog. Esse cão de origem inglesa, usado em demonstrações e lutas contra touros desde a idade média, deu origem a uma enorme família de raças, que se estende desde o exótico e carrancudo Bulldog Inglês até o Fila Brasileiro, o Boxer e o Tosa Japonês. Desde o império romano existem relatos de lutas de cães e touros. O antigo Bulldog foi o resultado de séculos de tradição dessa luta e se espalhou por grande parte da Europa, se fixando em alguns lugares e assumindo características peculiares. Na Alemanha esse cão acabou recebendo o nome de Bullenbeisser, mas tinha as mesmas características de combatividade e coragem que o Bulldog.
    O antigo Bulldog era um cão de porte maior do que o Pit Bull atual, mas já carregava os genes de cão compacto. Bastante musculoso, o Bulldog impressionava mais pela composição física do que pela estatura. Rápido e atento, podia desviar melhor das investidas dos touros do que outros cães maiores e mais lentos. Normalmente, uma matília inteira participava das lutas contra um único animal. O alvo preferido destes cães era a sensível narina do adversário. Uma vez mordida a narina, o cão não soltava mais e na maior pare das vezes, o touro se entregava.
    Em uma das variações mais famosas dessas lutas entre touros e cães, o Bull-Baiting, o touro era amarrado e depois de imobilizado era morto e sua carne colocada à venda. Acreditava-se que o combate com os cães produzia substâncias estimulantes que deixavam a carne do animal mais saborosa. Ainda hoje existem países em que tais costumes são seguidos. Na China e na Coréia, por exemplo, os cães são incentivados a brigar antes de serem abatidos e preparados como alimento.
    Em 1835, quando as lutas de animais foram proibidas na Inglaterra, o Bulldog perdeu a utilidade como "Cão de Touro" e começou a ser usado para rinha, quando recebeu o Pit no nome (Pit é o ringue onde os cães lutam). A partir de 1835, a raça tomou diferentes caminhos. Alguns criadores da alta sociedade passaram a selecionar o cão para companhia e exposições. Dessa selecão surgiu, entre outras raças, o Bulldog Inglês que conhecemos hoje. Muito menor do que o seu antepassado e com características caricaturais, o pequeno Bulldog afastou-se totalmente da linha original de cão de trabalho.
    Outros criadores, aficcionados pelo esporte da luta, começaram a criar o cão para rinha. Para isso, era necessário que o Bulldog fosse menor, o que facilitava tanto o manejo do cão durante as lutas, quanto a confidência com relação às rinhas. É nessa época que começa a se desenhar o Pit Bull atual e quando apareceu a denominação Terrier associada ao nome Bulldog.
    Por essa época, meados do século XIX, os Terriers gozavam de imensa popularidade na Inglaterra. Cães pequenos, ágeis, corajosos e incansáveis, os Terriers eram usados para a caça em toca, normalmente de Furões ou Raposas. Dos cruzamentos desses cães com o Bulldog surgiu um cão bem mais próximo do Pit Bull atual. Desenvolvido pelos trabalhadores da região de Stafford, ganharia mais tarde o nome de Staffordshire Bull Terrier. Com a formação física já bastante semelhante a do Pit Bull, o Staffordshire Bull Terrier atual é um cão baixo (de 35,5 a 40,5 cm de altura) e pesa entre 11 e 17 kg. O tamanho redusido e a compleição compacta fizeram do "Bull and Terrier" desenvolvido em Stafford um cão de rinha bastante popular e pouco espalhafatoso, condição especial para fugir às proibições da lei Britânica.
    Enquanto as rinhas eram declaradas ilegais na Grã-Bretanha, do outro lado do oceano os Estados Unidos faziam delas um negócio profissional e regulamentado, a partir de 1880. Isso fez com que vários imigrantes levassem junto seus cães para a América. Ali já haviam chegado décadas antes exemplares de Bulldog e de outros, de vários tipos de cruzamentos de "Bull and Terrier". Mesmo assim, o cão preferido dos "Dogmen" - como são conhecidos os rinheiros nos EUA - era muito semelhante ao preferido dos britânicos de Stafford. Parecia que aquele cão parrudo e obstinado trazia consigo genes que o tornavam imbatível.
    A popularidade das rinhas, e desse cão em especial, era tão grande nos EUA do final do século XIX, que duas entidades cinófilas foram criadas ao redor dele. O United Kennel Club (UKC), que até hoje detém o segundo lugar em registros de cães de raça nos EUA, e o ADBA (Associação de Criadores de Cães Americanos) tiveram como seu primeiro registro um filhote de Pit Bull. A ADBA até hoje se ocupa exclusivamente de Pit Bulls.
    UKC e ADBA estabeleceram regras próprias para as rinhas, apoiaram e organizaram vários campeonatos durante décadas nos EUA, até que elas fossem consideradas ilegais. Hoje em dia, elas são proibidas em todos os Estados norte-americanos e consideradas crime na maioria deles.
    Apesar da grande popularidade das rinhas nas décadas de 1910 e 1920, o maior e mais antigo Kennel Clube dos EUA, o American Kennel Club (AKC), sempre foi contrário as rinhas e recusava-se a reconhecer a raça desenvolvida para rinha. Somente em 1936 um grupo de criadores conseguiu registrar o cão no AKC, mas para isso, tiveram que seguir várias regras. A principal delas era que os cães ali registrados não poderiam ser usados para rinha. Além disso, o nome Pit Bull Terrier (Bull Terrier de Rinha) não foi aceito pelo AKC, por simbolizar uma cultura contrária aos princípios anti-rinha da entidade. O nome American Bull Terrier também foi rejeitado, assim como "Yankee Terrier". Depois de muita discussão, a raça foi aceita com o nome de Staffordshire Terrier. Um ano antes, o Kennel Clube britânico havia reconhecido a raça criada em Stafford com o nome de Staffordshire Bull Terrier.
    O nome definitivo, American Staffordshire Terrier, veio somente em 1970. Naquele ano os americanos reconheceram a raça britânica Staffordshire Bull Terrier e decidiram colocar o "American" no nome para evitar confusões.
    Ainda hoje há muita discussão sobre as diferenças entre o American Pit Bull Terrier e o American Staffordshire Terrier. Há quem diga que ambos são a mesma raça, enquanto outros especialistas defendem que a diferença entre eles é imensa. É difícil entrar nessa questão sem melindrar criadores de uma ou outra raça, mas é fato que os Pit Bulls e os American Staffordshire até 1936 eram exatamente o mesmo cão, e por vários anos continuaram assim.
    Quase nenhuma entidade registra os dois cães como raças separadas. É assim até hoje nas três entidades cinológicas dos EUA, no Japão, na Alemanha, França, Bélgica e na maior parte dos países do mundo. A Grã-Bretanha não reconhece nenhuma das duas raças, ficando apenas com o pequeno Staffordshire Bull Terrier. O Órgão máximo da cinofilia mundial, a Federação Cinológica Internacional (FCI), que é seguida pela maior parte das entidades cinológicas do mundo, aceita o American Staffordshire Terrier e o Staffordshire Bull Terrier como raças puras, mas não o Pit Bull.
    O United Kennel Club (UKC) foi a primeira entidade a reconhecer o American Pit Bull Terrier (APBT). O fundador do UKC, C.Z. Bennet emitiu o registro número 1 para o seu próprio Pit Bull Bennet´s Ring no ano de 1898.


No Brasil - Os descendentes do Pit Bull foram trazidos ao Brasil na segunda metade dos anos 80.
Em meados dos anos 90, o Brasil viveu uma "febre" do Pit Bull. Isso fez com que a CBKC (Confederação Cinológica do Brasil), tradicional seguidora da FCI, se preocupasse em atender aos donos de Pit Bull que queriam registrar seus cães. O primeiro padrão adotado foi o do UKC, mas começaram a surgir no Brasil cães de tamanhos e tipos físicos muito diferentes. Para tentar padronizar os cães tão diferentes que competiam juntos nas exposições, a CBKC editou um padrão novo, redigido no Brasil, que divide a raça em três tamanhos, mas ainda não obteve muito sucesso e a maioria dos criadores preferem continuar com o padrão UKC.

  
    
História e Origem
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